The Fourth Quarter Quell escrita por Izzy Figueiredo


Capítulo 17
Surpresa




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Depois de meia hora deitada no chão, morrendo de frio, cochilei (sem sonhos), mas fui abruptamente acordada por Bill um tempo depois, que parecia desesperado.

_Que foi? - perguntei, me levantando assustada e pegando minha lança.

_Barulhos. - disse, acordando Bárbare. - e sombras.

_Que sombras? - perguntei, recolhendo as garrafas de água do chão. Senti umas coisas caindo em meus ombros e meu cabelo, e então percebi que estava nevando.

Ele ia começar a falar quando um barulho, como os de galhos se quebrando encheu o ambiente silencioso. Bárbare se levantou de um salto.

_Vamos! - Billiam gritou, e eu, ele e Bárbare corremos. Depois de correr um minuto, ouvi um barulho grande vindo da floresta e olhei para trás. Arregalei os olhos.

2 cães, enormes, vinham em nossa direção, acompanhados de, para minha surpresa, um tributo. Acelerei o passo, porém uns 5 minutos depois, quando provavelmente já estávamos no coração da floresta, um outro tributo apareceu e nos encurralou. Os cães chegaram mais perto, e então percebi que um deles se parecia muito com Pamy, a garota que matei, pois tinha pelos pretos e mechas azuis. Ai me toquei que aqueles dois cães, na verdade eram bestantes: quando algum tributo morre, a Capital põe as características deles em bestantes, acho que era isso, meu pai havia me contando anos atrás. Muitos tributos já morreram por causa desses animais.

Sinto uma coisa entrando em meu ombro esquerdo, e então vejo que um dos tributos está me atacando. O ferimento que ele fez foi superficial, mas esta doendo um pouco.

Me abaixei, e então ergui a lança e tentei acertá-lo. Minha arma passa de raspão em sua cintura.

Quando tentei acertá-lo novamente, vi seu rosto. Era um Carreirista, acho que seu nome era Jerry. Empurrei a lança para seu estômago, mas ele desviou novamente. As bestantes começaram a nos fechar, ate que eu, Bill e Bárbare ficamos juntinhos. Então eles (tributos e bestantes) nos atacaram.

Jerry veio em mim, e a bestante com o estilo de Pamy tentou atacar eu e Bill. Desviei, por muito pouco, do ataque da bestante, mas não do de Jerry. Ele acertou minha panturrilha, e o corte começou a sangrar e queimar.

Ouço um uivo e vejo que Bill acertou a bestante Pamy na cabeça, com uma flecha; acho que ela esta morta.

Tento atirar a lança na barriga de Jerry. O acerto, mas ele parece ser forte. A outra bestante ataca Bárbare, mas ela parece estar indo bem se defendendo sozinha. Penso que Jerry ira me acertar de novo, porem ele e todos que estavam ali se assustaram com um grito e pararam. Com o grito de Bárbare.

Pelo visto, a outra bestante a atacou, e o estrago foi feio. Consigo ver sua espada ao lado de Gunt, o outro carreirista, que lutava com Bill (que estava sem seu arco e flecha). Este tributo deu um sorrisinho a Jerry, fez um sinal para a bestante que sobrara e eles, pelo visto satisfeitos, correram. Ergui as sobrancelhas.

Me levanto, com o ferimento na panturrilha ainda doendo e queimando, e vou até Bárbare. Ela tem um ferimento horrível na coxa esquerda. Seguro sua mão, tentando não chorar.

_Chegou minha hora. - ela disse, fraca.

_Não, não chegou não. - sussurrei. - Vai ficar tudo bem. Vai... ficar... tudo... - tentei continuar, mas não podia mentir para ela. Não ia ficar tudo bem. O corte era profundo demais, e nos não tínhamos unguento ou algo para ajudar a curar a ferida. Bill esta segurando a outra mão dela, lagrimas silenciosas escorriam por seu rosto.

_Relaxa, eu sabia que ia morrer. Mas foi bom conhecer vocês dois. - ela aperta mais a minha mão, e tenho certeza de que estou chorando. Ela fecha os olhos, mas um segundo depois os abre de novo. - Obrigada por tudo. - e então os fecha novamente, mas não os abre mais. O som do canhão me assusta, e grudo o corpo de Bárbare ao meu.

_Cat, vamos, eles precisam pegar o corpo dela. - Bill havia se levantado e estava me puxando para longe de Bárbare, mas eu não podia deixá-la ir. Simplesmente não podia.

_Eu não vou sair daqui. - disse, decidida, ainda segurando o corpo inerte de Bárbare. Um vento incomum inundou a floresta, e eu sabia que o aerodeslizador estava chegando, mas não mexi um músculo.

_Catlyn, eles precisam lev...

_Eu não posso deixá-la! - gritei, o que não era a coisa certa a fazer, pois algum tributo poderia me escutar. - Ela morreu por causa desses Jogos malditos, e eu não vou deixá-la! - repeti, mas de repente vi que Billiam estava me arrastando para longe do corpo de Bárbare. Tentei me soltar, mas ele era realmente forte. Uns metros distantes do corpo, ele me abraçou enquanto ambos víamos o aerodeslizador pegar Bárbare. Quando o silêncio da floresta retornou, Bill me soltou e comecei a chorar.

Não conhecia Bárbare tao bem quanto gostaria, mas ela era legal, divertida, mesmo sendo meio fraca e tudo mais, eu gostava muito dela. Mas eu fui estúpida. Para que fazer amizade com alguém se você sabe que você ou essa pessoa irá morrer? Droga. Eu não podia ter deixado ela ir. Mas, com a morte dela, prometi a mim mesma uma coisa: a partir de agora eu iria matar qualquer tributo que aparecesse na minha frente. Nunca faria isso, mas precisava vingar a morte de Bárbare. E voltar para casa, voltar para Flinn... Percebi que meu machucado na panturrilha ardia bastante agora. O que iria fazer com isso?

_Me ajuda aqui. - pedi a Billiam, que tinha um corte no antebraço direito, mas que não sangrava tanto. Ele me ajudou e levantar, e nos fomos para trás de uma arvore, grossa, capaz de nos esconder.

_Já volto, vou pegar as garrafas e a comida que nos deixamos la.

Se é que aqueles Carreiristas estúpidos não levaram.”, penso, apertando minha jaqueta na panturrilha. Estava doendo muito.

_Por favor. - sussurro, olhando para o alto. - Alguma coisa, um remédio, por favor! - dizia isso aos meus patrocinadores (se e que eu tinha algum), para ver se recebia algo que pudesse ajudar a mim e a Bill. Minha nota 9 e a nota 8 de Billiam valem alguma coisa, não? Mas nada aconteceu.

Bill tinha voltado.

_O que vamos fazer com isso ein? - ele pergunta, olhando para meu corte. - Continua apertando, vou tentar achar alguma erva que nos ajude.

_Se Bárbare estivesse aqui, ela acharia rapidinho. - digo, suspirando.

_Olha, doeu pra mim também ok? Eu achava ela legal. Mas nos não podemos fazer nada. - diz ele, e depois sai, decidido.

Quando ele saiu, fiquei pensando: as bestantes são “criadas” para atacar todos os tributos, sem exceção, certo? Então por que elas não atacaram Jerry e Gunt? Estranho... e por que, depois que eles mataram Bárbare, simplesmente foram embora e não terminaram comigo e com Billiam logo?

_Ei, acorda! - Bill me sacudia, pelo visto me perdi em devaneios. Ele voltara, com a mão cheia de ervas verde escuras. - Já vi umas parecidas perto da minha casa, minha mãe me falava que alivia a dor de uns ferimentos. Espero que sejam essas.

_Opa! E se for uma erva venenosa?

_Não é, dá pra relaxar?

_Se não é, usa primeiro. - digo, cruzando os braços.

_Ok, só preciso de água pra misturar isso aqui. - ele pegou as duas garrafas de água, passou a água de uma para a outra, deixando apenas um pouquinho dentro da vazia; e pôs as ervas. Depois, pegou um pedaço de graveto de uma árvore, e começou a colocar lá dentro, tentando misturar as ervas com a água.

_Muito original. - disse, dando um risinho.

_Ei, e o melhor que posso fazer! - ele respondeu, mal-humorado.

Após uns dez minutos tentando misturar as ervas e a água, ele fecha a garrafa e a sacode por uns 5 minutos. Depois, a abre, ergue uma sobrancelha e diz:

_Acho que esta bom. Abra as mãos. - ele fala para mim e eu o obedeço. Bill coloca um unguento meio verde em minhas mãos, e eu imediatamente o coloco em meu corte.

O alivio era quase instantâneo, mesmo que eu ainda pudesse sentir uma ardidinha. Fiquei ali, apertando o negócio verde em meu ferimento, até que vejo que ele continua sangrando.

_Isso aí alivia, mas não cura né? - pergunto a um Bill aliviado.

_é... precisamos de unguento! - ele diz, olhando para o alto.

_Pois é, quem me dera ter unguento agora... - digo e rio.

Nesse instante o hino da Capital soa em meus ouvidos e olho para o céu. 4 mortes. Para as outras eu nem liguei, mas quando a foto de Bárbare apareceu, comecei a chorar de novo.

_Relaxa. - Billiam sussurra para mim. - Nós vamos vingar a morte dela. Agora, eu vou ficar vigiando, tenta cochilar, mas continuar apertando esse corte aí.

Me deito, os gritos de Bárbare ecoam em meus ouvidos. Ela não podia ter morrido... Ela não podia...


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Notas finais do capítulo

Espero que estejam gostando... comentem!