Sonho Noturno - Christopher Version escrita por Candy_Keychan


Capítulo 1
Sonho Noturno




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Christopher corria estupefato. Suava. Corria sem parar um minuto sequer. Estava apressado demais para parar. Seu cabelo já molhado pelo suor lhe atrapalhava e ele, um garoto muito pomposo já nem ligava para isso. Quanto às roupas, já não vestia o terno de sempre de trabalhar e sim, uma camiseta com um capuz, uma calça skinny e sapatos. Um lenço vermelho-sangue lhe completava a vestimenta.
     Corria... Corria. Corria por uma rua. Uma rua de uma cidade. Uma cidade diferente das outras. Uma cidade em que não havia ninguém. E nela reinava a escuridão de um Céu sem vida.
     Christopher não sabia direito por que corria apenas sabia que deveria fazer isso. E se não o fizesse, sentia que algo muito ruim aconteceria.
    Sentiu uma dor latejante em seu pé esquerdo. Logo, veio uma dor na perna inteira e logo em todo o corpo. Sua cabeça parecia fazer uma enorme pressão. Havia caído. Foi de encontro ao asfalto que lhe raspou a face deixando fios arranhados que desataram a sangrar. Seu pé estava muito dolorido para continuar e ele não tinha mais forças. Ficou ali no chão, paralisado, ou descansando - para suavizar a situação - esperando pelo suposto pior.
     - Christopher! Christopher! – uma voz gélida ecoou pela cidade em sua direção.
     Christopher paralisou-se com os gritos chamando seu nome. Logo ouviu passos atrás de si... Aproximando-se... Seus batimentos aumentaram.
     Não se conteve e olhou para trás. A curiosidade matara o gato mercenário. A imagem que teve ali, foi a de uma pessoa humana. Logo reconheceu-a. Já ouvira falar antes sobre. Era um homem encapuzado que segurava alguma coisa atrás de si, coisa que Chris não conseguiu identificar. Paralizou-se ao ver aquela visão. Aquele homem emanava uma energia tão negativa... Tão demoníaca.
      - Chris! Por que você fugiu de mim, Chris? – a voz do homem agora estava exagerada, porém, demorada – Chris... Você sabe muito bem o que fez... – Ele respirava ofegante, parecendo delirar – Agora vamos, diga-me, por que fez isso?
     Chris não tinha idéia do que o homem estava falando. Apenas ficou no chão. Tentou falar, mas a voz não saía. Estava tonto de náuseas e sua cabeça era um redemoinho. Tentou falar mais uma vez:
      - Eu não tive culpa...! – sua voz saiu quase inaudível, mas o homem pareceu escutá-lo – Por que eu? Por que toda essa raiva?! – Pensou. Não fazia idéia do que falava.
     O homem caiu de joelhos. Suspirou. Levantou a cabeça para o Céu negro e soltou um grito que pareceu rasga-lo. Estridente, esse grito ecoou pela mente de Chris. Essa voz lhe era familiar.
      - Não... Passou-se o momento das desculpas. Passou-se este há muito tempo!! – gritou - Você cometeu um erro muito grave... Você me fez sofrer por todo esse tempo! – ele aproximou-se de Chris e fitou-o fundo nos olhos - Agora você não merece outra coisa além da morte!
        Tinha olhos brilhantes que se destacavam dentro da escuridão do rosto coberto pelo capuz da capa negra. Eram olhos delicados demais... Um palpite estalou-se, e ele descobriu que o ser que havia ali dentro daquela figura era uma mulher. Chris logo confirmou vendo os longos cabelos roxos da menina. Tinham um brilho estonteante em meio à toda aquela sombra daquela cidade. Em uma mecha deles estava enrolado um longo laço cor-de-rosa.
      - Agora Chris, a sua hora chegou! – Ela levantou-se num movimento muito ágil -  Deseja mais algum último pedido? Pensando melhor... Não sou pessoa para conceder últimos pedidos ou palavras... – Ela tirou o objeto que carregava nas costas.
       Aquele objeto que a menina revelou não era nem um pouco simpático. Christopher nem teve tempo de perguntar-se o que iria acontecer... Era óbvio demais. A menina revelara uma foice, esbelta, negra, com uma lâmina de um brilho sem igual. Parecia nova... Mas quantos ela já deveria ter matado...? Ou será que havia matado...? Bem, quem porta uma arma assim só pode matar! Christopher estava muito confuso. Afinal, o que ele havia feito de errado para merecer morrer?! Isso ele realmente não sabia.
     - Talvez você esteja enganada, moça... – Ele disse com calma à menina – Por que você não me explica o que está acontecendo e quem sabe eu possa te ajudar? – Conseguiu sorrir, tentando ser o máximo simpático possível (o que raios simpatia ajudaria numa hora como essa?!).
      - Huh... Você pensa que é fácil? Você não sabe o quanto eu sofri... Quantas lágrimas eu derramei! – Ela ergueu a foiçe no alto da cabeça, mirando-a para Christopher – Agora irei libertar-lhe do peso que carrega seu sobrenome!
      - Le' Blame...? Blame... - disse em meio ao desespero - Pare! – Christopher gritou, fechando os olhos.
      - O Céu está lindo hoje, ne...? - foram suas últimas palavras.
      A última visão que viu foi a da menina abaixando a lâmina da foice em sua direção. Fechara os olhos, como os reflexos do corpo humano mandam. Estava na escuridão novamente... Porém esta era mais densa e agora não enxergava praticamente nada a sua volta.
     - Eu...Morri? – disse ele a si mesmo, tentando organizar os sentimentos.
     - O que é isso seu bobo?! – uma voz suave falou-lhe ao ouvido – Pare de dizer bobagens!
     - Eu... Eu caí de um Chocobo de banana...?
     - Lá vem você de novo...!
     Christopher logo percebeu que conseguia respirar e respirava suavemente. Tão suave que até chegou a pensar que não respirava. Sentia-se leve, flutuando em uma nuvem de algodão. Seria aquela a sensação das almas que repousam no Lifestream? Sempre ficava imaginando como seria a sensação. E agora, concluía que era maravilhoso. Simplesmente maravilhoso.
      Uma faísca momentânea de luz invadiu-o. Abria seus olhos lentamente, deixando a luz trazê-lo de volta. A visão que via lhe era familiar. Um quarto. Um quarto sóbrio, com cortinas alaranjadas, uma poltrona diante de si e uma mesinha ao seu lado. Havia outra cama também, mas esta se encontrava vazia e os lençóis estavam remexidos, indicando que alguém saiu dali a pouco tempo. Ergueu-se e esfregou os olhos. Já podia ver o lugar em que estava. Era o quarto que dividia com Darker na Shin-Ra. Mas... Onde estava ele...?
      - Finalmente você acordou! – Cissney entrava no quarto, vestia-se com um terno - Seu pesadelo devia estar terrível mesmo, hein? – ela sorria enquanto deixava uma xícara de chá quente na mesinha ao seu lado.
      - Do que você está falando? – disse ele meio confuso, pegando a xícara.
      - Ora do que estou falando! Do seu pesadelo! Darker reclamou que você passou a noite toda se remexendo na cama e falando sozinho...
      - Pesadelo...? – Repetiu ele. Seria tudo aquilo um pesadelo? Parecia tão real... – Pesadelo – voltou a repetir.
      - Chris você está estranho! – Cissney riu um pouco e saiu da sala – Arrume-se logo! Steve quer sair conosco! – Ela lançou-lhe um beijo, com um sorriso meigo – E lembre-se: Chocobos de banana recuperam seu potássio!
        Agora tudo fazia um pouco de sentido. Seria tudo aquilo mesmo um sonho? Parecia tão real... Estava com um pouco de medo. A imagem da menina não lhe saía da mente. Quem seria aquela menina? E por que ela estava com raiva?
      - For Aerith's sake! – Gritou – Creio que bebi sake demais na festa de ontem! Deixou-se cair na cama novamente, espreguiçando-se. - Não quero dormir... Tenho medo da Assassina da Capa Preta... – riu um pouco – Hai... Eu bebi sake demais!
      Levantou-se para ir ao banheiro lavar o rosto. Sentiu uma dor súbita fortíssima na perna esquerda. Quando se olhou no espelho, viu uma coisa surpreendente.
      - O que... Raios...? – perguntou-se fitando alguns pequenos arranhões no rosto.
      Lavou-se e vestiu-se. Sacado o pijama em cima da cama, fitou um brilho púrpura. Aproximou-se para conferir. Um mau pressentimento veio-lhe aos pensamentos. Deixou de lado e seguiu seu caminho. À porta do quarto, a dor latejante na perna esquerda atingiu-o novamente. Mancou um pouco e pigarreou.
       - Shit! Preciso mesmo de um chocobo de banana! - e saiu.
       Mal sabia ele que havia um longo pequeno fio de cabelo púrpura em seu pijama.


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Notas finais do capítulo

Oh yeah, man... Meu sonho foi bem nessa ordem dos fatos, porém no final, eu só acordei e foi sem-graça o meu despertar.
E o arranhão era na minha mão e não no rosto. Bem, mas não deixou de ser um arranhão...
Yuuko ROXAS! -k



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