Unholiest escrita por Ren Mage


Capítulo 16
Tomados pelo ódio


Notas iniciais do capítulo

Um título dramático para um capítulo mais dramático ainda.



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Quinn dirigia seu carro a toda velocidade e Rachel mantinha a expressão triste. As duas não falaram desde que receberam a notícia, apenas se vestiram e correram até o carro para ir até a casa de Kurt.
“Mas que…” Quinn exclamou ao estacionar na rua dos Hudson-Hummel. A casa onde a família costumava morar estava completamente destruída, ou melhor, queimada. Rachel saltou para fora do carro, correndo até seu melhor amigo, que amparava Carole, ajoelhada no chão. A mulher estava aos prantos, observando a casa que abrigou seu filho na hora do incêndio.
“Kurt!” Rachel gritou, suas pernas se recusando a obedecer, os olhos molhados. Ela queria chegar até seu amigo, abraçá-lo, mas não tinha forças. Ele levantou com seus olhos inchados e andou até a morena, envolvendo-a em seus braços logo em seguida.
“Eu sinto muito.” Ela sussurrou em seu ouvido.
“Eu também.” Kurt respondeu entre soluços.
Ao se afastarem, Rachel tentou consolar o amigo. “Foi só um acidente, essas coisas acontecem, você sabe.”
“Rachel, não foi um acidente.”
“Como assim? Não foi o gás da casa que…”
Kurt deu uma risada amarga antes de responder: “Não. Foi uma tentativa de assassinato.”
“Foi a…?” Rachel perguntou, os olhos arregalados. Ao ver Kurt assentir, ela deu um passo para trás, abaixando a cabeça. Ao levantá-la, seus olhos brilhavam de ódio. “Ela está tentando nos matar.”
“Achei que nós já soubéssemos disso.”
“Não Kurt, ela realmente ESTÁ tentando nos matar! Nós não estamos seguros!” A morena agora gritava, e as pessoas ali presentes começaram a prestar atenção no escândalo que ela fazia. “NÓS PODEMOS MORRER AGORA!” Nesse momento, Quinn se aproximou e agarrou os braços de Rachel, que chorava descontroladamente. A morena estava claramente tendo um colapso nervoso, e Quinn se desesperou mais ainda ao vê-la daquele jeito. A morena se debatia contra as mãos de Quinn e acabou se soltando, caindo de joelhos no gramado Hudson-Hummel. Ela escondeu o rosto nas mãos e chorou, os ombros indo de cima a baixo a cada soluço. Quinn se abaixou para ajudá-la, colocando a mão de leve no ombro da garota.
“Rachel…” Ela sussurrou docemente.
“Sai daqui!” A morena gritou, se esquivando das mãos quentes de Quinn. Ela tremia e chorava, o corpo todo sem parar de se mexer por um segundo.
“Mas eu só quero…” Nesse momento, Rachel empurrou Quinn, fazendo-a cair no gramado. Além de magoada, agora a loira estava morrendo de raiva, então se levantou e começou a gritar com Rachel.
“Olha só Rachel, era só o que faltava! Agora você quer me tratar assim? Que diabos aconteceu com você? Eu vou embora daqui!” E se virou, indo em direção ao seu carro. Kurt, que olhava aquilo abismado, correu até Quinn.
“Você não pode deixá-la aqui!” Mas a loira continuou andando. "Quinn! Ela precisa de você!" Quando Kurt disse tais palavras, ela parou e de repente percebeu tudo o que estava fazendo. Ela estava sendo insensível e cruel, tanto com Rachel quanto com o falecido Finn. Ela não havia parado e tentado entender o porquê da morena estar entrando em pânico. Há alguns meses atrás, ela estava namorando Finn e agora ele estava morto. Fora morto por alguém que todos julgavam uma amiga. Era chocante, mas Quinn não havia pensado naquilo. Lágrimas de arrependimento se formaram em seus olhos e ela se voltou para Kurt, que a encarava, incrédulo.
"Me desculpe." Ela sussurrou, voltando para Rachel, ajoelhada no chão. Quinn não se abaixou dessa vez, apenas disse o nome da morena, que levantou a cabeça. Rachel estava com o rosto vermelho, olhos e boca inchados.
"Vamos para casa?" Quinn perguntou, tentando fazer a voz mais gentil que conseguia.
"Achei que estivesse brava." Rachel fungou. Quinn fez que não com a cabeça e ajudou a morena a se levantar, deixando com que ela se apoiasse em seu ombro e levando-a até o carro. A deixou no banco do carona e foi até Carole prestar suas condolências. Era o mínimo que podia fazer. Voltou para o carro e dirigiu todo o caminho com uma mão só, já que a mão de Rachel segurava a outra. Brittany também ajudava, aifnal, Rachel estava frágil. Ao chegar em casa, a loira acompanhou a morena até no banho, ajudando-a a se lavar. Havia terra em suas pernas e braços, e Quinn passava o sabonete com delicadeza na pele de Rachel, seus dedos passeavam por seu corpo com um carinho inevitável. A morena não fez nenhuma objeção sobre aquilo, apenas aproveitou o momento das duas, a preocupação evidente que a loira sentia por ela. Quando estavam praticamente terminando, Quinn passou as mãos com leveza pelas costas de Rachel, depositanto um beijo em seu ombro depois.
"Você está bem?" Quinn perguntou enquanto Rachel se secava. A morena levantou o rosto, os olhos marejados encarando a loira.
"Eu..." Ela olhou para baixo, se enrolando na toalha devagar. "Obrigada, Quinn. Por tudo. Mas eu acho que nós devíamos dar uma olhada na Brittany, ela está bem pior. Quer dizer, agora que o Finn..." Ela parou por um segundo, olhando para cima agora. "Nós sabemos que foi a Tina, e ela está com a Santana."
"Eu estou preocupada sobre isso." Neste momento, Quinn pegou a escova de Rachel e passou por seus cabelos, penteando-os. "Eu tenho medo do que ela pode fazer com a Santana."
Rachel concordou e as duas terminaram o que tinham a fazer, Quinn tomando seu banho e Rachel se arrumando. Mais tarde, com tudo pronto, foram até Brittany. Ela estava sentada no mesmo lugar de sempre, observando o céu na varanda.
Quinn bateu na porta. "Britt." Ela olhou e fez sinal para que as duas prosseguissem. As loiras se olharam e se aconchegaram uma do lado da outra em um abraço, enquanto Rachel apenas olhava. Tentava mostrar ternura, apesar de estar morrendo de ciúmes.
"A Santie não vai voltar, vai?"
A outra respirou fundo, querendo dizer a verdade sem magoar a amiga. "Não sabemos. Realmente não sabemos. Mas você precisa ser forte para enfrentarmos a Tina, assim vamos ver como ela está. Quem sabe ela está bem, não é?"
Brittany revirou os olhos. "Estou cansada de fugir e de ficar parada, Q. Eu quero salvar a minha namorada, eu quero muito. Quebrar a cara da Tina também."
Alguém pigarreou, e as duas olharam para Rachel. Assim, a morena completou: "Você também precisa saber, Brittany, que foi ela quem matou o Finn. E queria matar o Kurt também."
"Eu sei Rachel, não sou tão burra assim. Agora, eu acho que nós devemos fazer alguma coisa antes que mais gente acabe como ele."
"Ótimo. Então vamos reunir nossas forças e amanhã mesmo encontraremos Kurt pra resolver isso." Depois da conversa, Rachel mandou uma mensagem para Kurt.

Tente reunir o pessoal todo amanhã. -R
Amanhã é o enterro, droga, você não tem coração? -K
Eu tenho, e vou no enterro sim. Estou falando de depois. -R
Nós estamos em luto, ok? -K
Não temos tempo pra luto agora, Kurt. Mais pessoas podem morrer e você sabe disso. -R
Eu poderia te bater agora. Aff, ok. Eu dou um jeito. -K
Obrigada. -R

***

No dia seguinte...

O enterro de Finn fora doloroso para todos, afinal, não era fácil perder uma pessoa que já foi tão próxima. Ele podia não ser o melhor dos amigos, mas ainda assim, era um choque perdê-lo. O mais triste de tudo foi o desespero de Carole ao ver o filho sendo enterrado, aquilo tocou todos os ex-amigos de Hudson.
Quando acabou, todos saíram do cemitério se sentindo tristes, cansados e fracos. Porém, Rachel sabia que precisava agir mesmo assim. Foi atrás de Kurt, que já abria a porta de seu carro. Tocou no ombro do amigo, que virou com os olhos inchados.
"O que foi?" Perguntou ele, com a voz fraca.
"Você sabe que precisamos nos preparar."
Rachel tentou falar da maneira mais sensível, mais coerente possível. Mas Kurt estava abalado e não queria saber disso. Uma onda de raiva tomou conta dele, o ódio por Rachel não estar no mesmo estado que ele, por não estar fraca que nem ele. Subitamente, Kurt começou a gritar. "Não, Rachel! Nós não precisamos disso! Nós não vamos conseguir, você não entende? Ela mata pessoas! Mata! Pessoas!" O rosto dele assumiu uma coloração rosada, a boca se contorcendo em raiva. "Ela matou o meu irmão!"
A morena percebeu que as pessoas em volta deles começaram a prestar atenção na conversa, ou melhor, na gritaria de Kurt. Rachel sabia que se ele não se segurasse, todo mundo ia descobrir sobre Tina e o que vinha acontecendo.
"Kurt, fala baixo!" Rachel murmurou, segurando seus ombros. Instantaneamente, Kurt começou a chorar.
"Eu odeio o que a nossa vida se tornou. E tudo por causa daquela vadia de quinta que fica magoada com qualquer coisa."
"Ela sempre foi meio excluída, vamos falar a verdade."
"Nós fizemos isso para protegê-la." Ele agora falava entredentes. Pressionou os dedos pelas têmporas e respirou fundo, agora concluindo: "Ok, tudo bem. Avise o pessoal. Afinal, nós precisamos encontrar a Santana."
"Que horas?"
"Oito. No terreno abandonado. Nossa Rachel, eu acho que estou começando a te odiar."
"Quando nós evitarmos mais mortes você decide se me odeia ou não." Assim, Kurt revirou os olhos e entrou no carro, seguido depois de Carole e Burt. Agora Rachel tinha a missão de avisar a todos sobre a reunião.

***

Quinn, Rachel e Brittany estavam no terreno baldio, esperando pelos outros. Elas estavam meia hora adiantadas pois não queriam perder nada, mas pelo jeito, não deu certo. As três estavam sentadas no carro, mergulhadas no silêncio da noite. Quinn e Rachel mal se falavam e Brittany ainda estava para baixo. As três estavam quase dormindo de cansaço e frustração quando o celular de Rachel tocou.
O barulho despertou as três e a morena procurou o celular desesperadamente na bolsa. Desconhecido.
"Alô?"
"Olá, amiga." A voz de Tina soou no telefone e Rachel pulou no banco. Quinn lançou um olhar de "o que foi?" e depois sussurrou para que colocasse no viva-voz. Assim que o fez, a morena respondeu:
"Tina."
"E aí, como foi o enterro daquela baleia? Espero que tenham jogado o corpo no mar, ele deve voltar para seu habitat."
"Ha, ha, ha. Então você acha engraçado matar colegas."
"Ele não é mais meu colega." Ela disse a última palavra com nojo.
"Ele não sabia nada sobre aquilo."
"Tanto faz, era pro Kurt morrer. Ele é o líder, pelo o que eu sei."
"Sinto muito, mas seu plano não teve sucesso."
"Mas a casa dele foi queimada. É o bastante por enquanto."
"E quando nós vamos nos encontrar, velha amiga?"
Tina riu ao telefone. "Em breve. Agora, vamos ao que interessa."
"Achei que fosse o encontro."
"Não, isso é o de menos. Então, eu tenho uma amiga sua aqui."
Brittany não pôde deixar de gritar.
"Ah, você ligou o viva-voz. Melhor, quero que a namorada dela ouça isso. Bem, eu estou com a Santana. Quero que vocês saibam que eu a controlo agora."
"Vo... Você controla a mente dela?"
Tina riu novamente. "Não, sua imbecil. Eu não possuo esses dons, lembra? Na verdade, eu posso controlar essa garota com tortura."
"Não!" Brittany gritou, sua expressão mudando para puro ódio. Ela parecia prestes a dar um tiro no telefone. "Eu vou matar você!"
"Não sabia que você se irritava."
"Não encoste um dedo nela."
"Deixe-me falar com ela."
"Não."
Rachel tomou o celular para si com confiança. "Quando nós vamos nos encontrar?"
"Nunca, hobbit."
"Então, meu amor..." Rachel disse, entredentes. "Nós vamos te achar. E você, ah... Você vai morrer."
"Veremos." E assim a ligação terminou.
"Nós vamos acabar com essa vadia, custe o que custar." Foi a última coisa que Quinn disse antes de sair do carro e gritar de ódio.


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Notas finais do capítulo

Mereço reviews? Até mais!



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