A Abençoada De Todos Os Deuses escrita por Tia Cafira


Capítulo 2
Golden Throne




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Atena mirava um porta-retrato. Uma moldura em miniatura qualquer, e nela havia sua foto favorita de uma certa pentelha ruivinha. Como ela havia crescido... No fundo, ela se sentia responsável pela jovem, hoje em dia, não mais criança. Seu corpo já havia se desenvolvido e sua beleza e força chamava a atenção até de deuses, como Apolo. Atena nunca se esqueceria do dia em que ela disse "não" a tentativa dele de chamá-la para sair. No fundo, ela se orgulhava da garota. Era inteligente e lembrava até de seus filhos.

Mas naquele momento, ela estava no Iraque com Ares em suas Guerras devastadores e completamente inúteis. Só Zeus sabia de sua aflição toda vez que ela passava daqueles portões celestiais a bordo de um encouraçado. Mas sabia que aquilo a ajudaria a se libertar aos poucos... E quando chegasse a hora, o choque não seria tão grande.

–Esses anos que virão serão os mais difíceis. - sentiu a mão de seu pai pousar em seu ombro.

–Eu sei, Senhor. Logo, não saberei quem orará mais: os humanos, ou nós.

–A Assembléia se reunirá ao entardecer.

Ela já sabia o que viria.

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–Os tempos são calamitosos. - Zeus olhava fixamente para o Globo de Ouro. Sei que todos nós pensamos que... Depois dos Gigantes serem derrotados, nós teríamos um pouco de sossego. Mas, agora, o risco é ainda maior. Forças... Ocidentais. Outras crenças.

–Sempre houve harmonia entre os Deuses. A cada um cabe o que devemos acreditar. É de conhecimento geral que as mitologias são conectadas entre si. Egípcia, Romana, Grega. - Hermes pronunciou-se.

–Sim, do que se trata essa reunião? Zumbis? - Hades riu. - Não vejo baboseira mais ocidental que essa.

–Os senhores sabem das culturas mais novas que vêm surgindo. - Atena levantou-se.

–Posso criar a religião dos macacos voadores, isso não faz com que eles existam. - Afrodite riu. - E mesmo que os humanos em maioria sejam cristão, isso não faz de nós menos reais. Eles que acreditem no que quiserem.

–Vocês sabem das novas ameaças. Sabem que elas são bem reais. - Zeus rangeu os dentes. Como divindades tão antigas pudessem estar agindo de maneira tão infantil? Quantas vezes esse mundo não esteve a um triz de desmoronar? Quantas vezes os heróis não foram necessários?

–Ok. - Afrodite ficou séria. - Podemos esmagá-los. Não vamos fazer disso um drama, certo? Vivemos em harmonias com nossos outros "eu". Podemos conviver em paz com esses restos de feitiços. Estamos aqui por causa de vampiros e lobisomens? Temos isso no reino dele! - Afrodite apontou para Hades. - E nem por isso sentimos medo. Nem por isso vamos destruí-los.

–Todos sabem da lenda do Drácula? - Zeus encarou cada um deles.

–Ah, para. Isso aqui vai virar Olimpo versus Drácula? É só um sanguessuga qualquer, certo? Um homem contra nós? Ele é um Rei, somos Deuses. E ele pertence a outro universo de lendas e crenças. Não podemos interferir nisso.

–Está ameaçando nosso mundo! Nossos filhos! - Hefesto grita. - Eles existem. Nós existimos. Sabemos que nossos mundos estão conectados. Sabemos que sempre houve harmonia. Mas não foi um filho de vocês que foi transformado em uma dessas coisas. Não podemos interferir, mas eles já o fizeram. Essas coisas são tão reais que até os mortais estão escrevendo sobre eles. Acreditam mais neles do que em nós. A história desse Rei é mais conhecida sobre qualquer história sobre nós. Podemos ser mais antigos, maiores. Mas isso só nos faz mais vulneráveis. É o mundo que nós protegemos que está prestes a virar uma banheira de sangue.

–Que ótima ideia. Agora vamos lutar contra os Cullen? - todos olharam para Hermes. - Tá bom, parei. Eu sei que eles não são nada bonitos, mas... Sabe, não é nenhum tipo de epidemia.

–Ainda. - Hefesto mirou-o. - Ainda não é uma epidemia. E você, Hermes, sabe que tipo de vampiros são esses. Não são como suas bestas do mundo inferior. E também não são vampiros brilhantes. São apenas uma praga que temos de exterminar.

–Sabem que não podemos agir agora. Temos que avisar aos semideuses.

–Mandaremos alguém ciente da missão.

Essas palavras pesaram. Todos sabiam o que significava.

Todos sabiam quem entraria em Missão.

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Ela foi chamada diante dos deuses em sua forma divina. Aqueles enormes seres divinos preenchiam o salão gigantesco e frio.

Mais fria, seria a temperatura que suas mãos chegariam quando recebesse a notícia.

Ela sabia que essa hora chegaria. Todos sabiam. Com a espada na bainha, ela sabia que aquela missão não era impossível, mas ela saberia que não poderia voltar. Mas também não podia recusar ou envergonharia todo o Panteão.

Mil coisas passaram pela sua cabeça. Não queria ter que ir, sem ter um lar pra voltar. Não queria ir sem estar brigada com Gote. Não queria ir sem antes descobrir quem era seu verdadeiro pai. Não queria ir pra onde com certeza iriam mandá-la. E definitivamente não queria matar vampiros. Diante daqueles tronos dourados, ela se sentiu tonta e fraca, mas aguentou firme.

O que ela não aguentou depois de cruzar os portões celestiais, foram as tímidas lágrimas. Ela teria de descer pelas escadas até a Terra, pois seu cavalo foi devolvido a Poseidon. E Ares não tinha nenhum encouraçado para ela. E ela não queria controlar os ventos, sabia que queria cair. O jeito, era ter paciência e chorar pelos intermináveis degraus de ouro. O cabelo que caía no rosto e sugava a umidade das nuvens cinzentas, agora parecia quase castanho. Tinha certeza de que seus olhos estavam vermelhos do choro. Sabia que suas roupas logo estariam molhadas. A névoa apenas revelava o próximo degrau.

Até que ela viu as luzes lá embaixo. Foram horas descendo e já estava amanhecendo, mas tudo ainda estava aceso. Uma onda de esperança invadiu seus músculos que estavam destruídos. Decidiu pegar um táxi, coisa que ela assistira tantas vezes lá de cima, pareceu ser bem mais complicado. Ela só tinha um endereço: Long Island, Nova Iorque. Colina Meio-Sangue.


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