O Espetacular Homem-Aranha. escrita por AmySton


Capítulo 3
O começo.


Notas iniciais do capítulo

nesse capitulo, temos um peter um pouco mais agressivo. isso porque foi o que eu imaginei dentro daquela casca de 'menino timido' e tal. espero que vocês apreciem... e comentem né? rs



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/245540/chapter/3

Tia May preparava macarrão com almondegas para o jantar, quando cheguei em casa. Dei-lhe um beijo na tasta e peguei uma garrafa de suco de uva na geladeira, tentando abrandar a sede que crescia inconstante na minha garganta. 

  - O que é isso no seu rosto, filho?- Ela me pergunta encarando meu rosto, enquanto eu me sentava na bancada da cozinha. 

  - Caí do skate. - respondi, tentando parecer o mais natural possível. Eu não queria ter que me explicar sobre ter apanhado na escola, e muito menos ser tratado como uma criancinha doente. Eu estava muito bem.

  Entrou então tio Ben na sala, trazendo consigo uma caixa cheia de bugigangas. - São meus antigos troféis de boliche. - disse, quando tia May lhe chamou atenção, por colocar a caixa suja em cima da mesa da cozinha.

  - Onde é a inundação? - perguntei rindo, quando vi seus pés descalços pisarem na água que vinha molhando todo o caminho da escada até a cozinha. - Vem aqui que eu te mostro.

  - Sério? - era só uma piada. 

  - Aham. - Muuuuito legal.

  Desci as escadas acompanhando Tio Ben. No porão, analizamos o encanamento defeituoso, procurando de onde viria o vazamento. 

  -Acho que é bandeja do condensador. - opinou ele. Discordei rapidamente. - Não, tem água demais para ser a bandeja do condensador ou exaustor... deve ser a serpentina.

  - É, essa é a única coisa que faz sentido. Sabe concertar?

  - Sei, mas hoje não vai dar. Amanhã eu passo na loja e compro as peças. 

  Ele sorriu. - Ótimo. Toma, coloca isso no rosto. - me entregou um pedaço de carne. - Como é que ficou o outro cara? - Ergui uma sobrancelha olhei para ele, como se não soubesse sobre o que ele falava. Enquanto isso, ele guardava algumas coisas dentro de uma caixa de papelão, provavelmente suas ferramentas. - Ah, qual é... conheço um cruzado de direita de longe. Preciso falar com o pai de alguém?

  Balancei a cabeça, negando. Só de pensar em arranjar mais confusão com Flash meu estômago se revirava. Fora as piadinhas que concerteza eu sofreria pelo resto do ano. - Não, tô legal assim. - 

  - Tá bem. - ele respondeu. - Não conta nada pra tia May. Tenho pena do coitado que sofreria com a fúria dela. - recolheu a caixa e começou a subir a escada. - Antes de subir, veja se dá para salvar mais alguma coisa, tá? - foi o que ele disse antes de retomar os degraus. 

  Suspirei. Estava tudo encharcado, graças ao vazamento d'agua; com certeza iria demorar, e eu não estava nem um pouco animado.

---------

  Depois de algum tempo revirando as caixas aqui e ali, encontrei uma pasta muito familiar. Minha curiosidade, sempre grande, foi estimulada por uma mémoria antiga, uma lembrança que nem fazia idéia de que guardava.

  Lembrei-me de muitos anos antes quando meu pai, que me levava até a casa de meus tios para então me abandonar de vez, numa noite chuvosa e o carro se movimento com uma rapidez assustadora, jogou-a no banco de trás do carro, ao meu lado.

  Peguei a pasta nas mãos e segui meu caminho escada acima, tentando encontrar alguma explicação para ela estar ali, guardando nada verdadeiramente importante, tantos anos depois da morte de meus pais.

  Tio Ben e tia May discutiam algo sobre eletrodomésticos e encanadores, nada que eu conseguisse prestar atenção. Eu me concentrei nas lembranças de meus pais que invadiram minha mente, e na dor que as acompanhou. Assim que viram o que eu trazia nas mãos, pararam a discussão no mesmo momento.

  - Isso aí... eu nem lembrava mais disso... Era de seu pai, ele comprou quando tinha dezoito anos... pra que um garoto precisaria de uma pasta? Ele viu na vitrine de uma loja e decidiu comprar. Sabe quem vendeu pra ele? – ele me perguntou. Eu olhei para ele, tentando explicá-lo que para mim aquilo pouco importava no momento.- Foi sua mãe. Foi assim que eles se conheceram. – ele sorriu. Eu continuei vasculhando a bolsa. – Ele pediu pra guardá-la em segurança e...

  -Pra quê?! Não tem nada aqui dentro. Já olhou? Não tem nada! – esses segredos estavam me deixando louco.

  Meus tios se olharam, mas nada me disseram. Encontrei em meio a outras coisas inúteis, uma foto antiga, em preto e branco, de meu pai e outro homem. Ele tinha cabelos claros, usava óculos enormes e lhe faltava um pedaço do braço direito.

  - Quem é? – perguntei. Tio Ben e tia May trocaram um olhar que eu não entendi, só percebi que não era bom. Depois, me encararam como se não houvessem entendido minha pergunta. – Sabe quem é? Vocês conhecem? – repeti.

  - Ele... – gaguejou tio Ben. – Trabalhava com seu pai. Eu acho.

  - Seu pai era um homem de muitos mistérios, filho.

  Eu ri. Como se eu não soubesse disso. – É, eu sei.

  - Tira isso da mesa, filho. Nós vamos jantar.

  Tudo bem, pensei. Se eles não querem me falar, eu descubro sozinho. E pode ter certeza de que eu vou.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

e então? mereço reviews?