“Ceifeiro, alguns dizem que o conseguem vê-lo quando sua morte esta muito próxima, mas um ceifeiro não pode trazer apenas algo ruim como a morte, dependendo do caso ele pode trazer a vida, ou melhor, uma nova chance para uma pessoa.”

Droga! To atrasado de novo, tenho que me lembrar que na próxima vez o botão direito é o de desligar o despertador.

– Kurt, a professora ta esperando a gente na sala 109, ela disse que vai ter uma palestra com um italiano sobre empregos no exterior.

(Este é James meu amigo desde criança, e acabei fazendo este curso por ter perdido pra ele em uma aposta)

Chegando na sala me sentei perto das janelas pois sabia que tendo uma palestra eu ia acabar dormindo de qualquer maneira.Mas quando a professora chegou na sala com o italiano, um homem de cabelo comprido e cacheado no qual aparentava ser bem inteligente.

– Pessoal este é o Sr. Giratino e veio exclusivamente apresentar para nossa escola maneiras de exercer uma carreira no exterior.

Quando aquele homem entrou na sala era como se a minha cabeça tivesse zunindo e minhas mãos queimando. Passado algum tempo de palestra e aquela dor que me atormentava derrepente cessou, mas me surgiu uma espécie de medo parecendo que algo ruim estava prestes a acontecer e quando olho para o lado vejo James caindo e gritando de dor como se estivesse tendo um ataque cardíaco ou algo do tipo.Derrepente o italiano da um grito dizendo:

– Afastem-se todos! Para fora da sala e chamem uma ambulância urgentemente.

Eu parado ali pasmo com a situação comecei a olhar para James se retorcendo de dor e vi algo em seu pescoço, parecia uma chama branca com uma boca e sem olhos.Eu olhava para aquilo até que o italiano gritou para mim

            – Garoto eu pedi para se afastar-ele estava com uma cara de quem já sabia lidar com uma situação dessas.

– Mas o que é isso no pescoço dele? – perguntei desesperado.

– Você consegue vê-lo garoto? – respondeu ele com uma cara de espanto.

E no mesmo momento ele colocou a mão naquela coisa que estava no pescoço de James e recitou algumas palavras que pareciam ser em outra linguagem e derrepente aquela coisa sumiu e James parou de se debater de dor.Alguns minutos depois a ambulância chegou e o levou para o hospital.

– Ei garoto qual seu nome?- perguntou o italiano me olhando seriamente.

– Kur...Kurt senhor – respondi a ele;

– Kurt, não diga nada do que você viu aqui para ninguém, mas me encontre aqui amanhã neste mesmo horário. – e saiu sem falar mais nada.

Eu não sabia mais o que pensar naquele momento além do que era aquilo no pescoço do meu amigo e o que aquele italiano fez que removeu ele dali recitando algumas palavras, e por que ele ficou pasmo por eu conseguir ver aquilo, então guardei todas minhas duvidas e perguntas que queria fazer para ver com ele no dia seguinte.

No outro dia foi o primeiro dia que cheguei no horário no curso e logo ao chegar na sala o italiano entrou e falou para a professora:

– Srta Fracis poderia me empresta o seu aluno Kurt por um momento?

– Claro Sr Giratino – respondeu ela com uma cara feliz ao ver o italiano.

Ao sair dali ele chegou na sala do diretor e pediu para ele que lhe desse licença que necessitava falar algo comigo, e o diretor deixou-lhe usar a sala sem questionar nada apenas disse: – Claro Sr Giratino. ( sendo que ele não era de fazer muitos favores)

Entramos na sala e logo ele se sentou na cadeira do diretor tirou um charuto do bolso e acendeu. –Ei não pode fumar aqui dentro, você está numa escola. – disse a ele

– Não me importa, qualquer coisa que eu pedir aqui dependendo da mente da força da mente da pessoa ela irá me obedecer.

– Como assim? – perguntei a ele meio apavorado

– Este é o meu dom que nasci, e pelo que eu vi você tem uma alma bem forte. – disse ela olhando fixamente para mim

– Alma forte? Eu não entendo o que o Sr quer dizer com isso, eu só quero saber o que era aquilo no pescoço de meu amigo e por que eu consegui vê-lo e os outros não!

– Aquilo que você viu no pescoço do seu amigo era um spectro, um tipo de monstro que suga a alma das pessoas deixando-a fraca a beira da morte, e apenas pessoas com certo tipo de dom que adquiriram na vida ou nasceram com ele podem ver criaturas deste tipo.

– Você está querendo dizer que eu tenho um dom? Eu não sou bom em nada, e eu acho que isto não seria um dom.

– Garoto, existem várias pessoas com dons que também podemos dizer “habilidades especias” diferentes um dos outros, eu mesmo conheço vários e a sua habilidade ainda não deve ter aparecido apenas isto. – disse ele me olhando derrepente com uma cara de entusiasmo – Mas eu posso levá-lo a um lugar que você poderia saber qual é sua habilidade e como dominá-la, mas você teria que ir comigo a Itália para uma escola um pouco diferente.

Eu parei para pensar um pouco, logo eu que não tenho nada de bom poderia ter um dom como ele diz? Se isto for verdade seria maneiro eu ter algum tipo de poder, e quem sabe no futuro me tornar algum tipo de super herói, melhor não ser super herói deve dar muito serviço, mas não é uma má idéia.

– Quer dizer então que se eu tenho um dom eu posso ter algo em especial? Mas como eu iria deixar minha mãe aqui e ir para Itália?

– Claro, eu poderia conversar com ela e levá-lo para Itália, eu me responsabilizo pelos gastos de viagem.

– Então vamos fazer um trato eu acreditarei em tudo o que você me disse sobre dons e tudo mais, mas com uma condição.

– E qual seria? – disse ele empolgado

– Se conseguir convencer minha mão com esse seu dom que você diz tanto ter de me deixar ir para Itália, o que acha?

– Imaginei que iria duvidar do que eu disse, mas se isso for fazer você acreditar no que eu digo farei isto.

Após a conversa Giratino passou pela minha professora e alunos e disse que eu havia me qualificado para um intercâmbio para a Itália e que deveria me acompanhar até minha casa para falar com um responsável.Ao chegar na minha casa apresentei ele a minha mãe, e com apenas algumas palavras dele ela chegou a uma conclusão.

– Meu filho qualificado para estudar no exterior? Mas é claro que permito que ele vá, vamos garoto arrume suas coisas. – ela parecia estar feliz com a noticia.

Ao descer com minha mala o italiano logo me disse para me despedir de minha mãe pois teríamos que partir logo.Terminado de me despedir da minha mãe ela me alcançou um colar e disse: – Filho,guardei este colar para lhe dar quando se formasse mas como esta indo viajar irei lhe dar ele antecipadamente, eu ganhei isto de um homem que lhe viu logo que nasceu e disse que eu saberia o que fazer com isto, e agora eu estou lhe dando isto como recordação para não esquecer de sua mãe aqui. – no mesmo momento a abracei com força segurando as lágrimas e entrei no carro de Giratino para irmos ao aeroporto.