The Rose Of Darkness escrita por Pye


Capítulo 19
Capitulo 10 – Para Longe. Céu da Escuridão.


Notas iniciais do capítulo

Olá meus pequenos botões de açúcar *-*, estou muito feliz por estar postando mais este capítulo pra vocês, é o meu recorde de rapidez, viu? E olha que este é especial de Natal, hein? Por isso espero que todos aproveitem, apesar de ser um especial de Natal, é um pouco triste.

Esse é todo delas; Anne-chan, Rapha M. e minha linda Nellye-chan. E também a um novo leitor homem que ainda não conseguiu alcançar, mas espero que continue comigo; David Soares.

Bom, espero que gostem.

*NÃO ESQUEÇAM DAS IMAGENS E MÚSICAS ESPECIAIS DO CAPÍTULO*

*LEIAM POR FAVOR EM MODO PARA IMPRESSÃO*



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Capitulo Dez

Para Longe. Céu da Escuridão.

Música de abertura

“ Você está aí,

Debaixo dos meus pés,

Neste momento?

Floresce por dentro de mim a escuridão,

A saudade daquele que nunca voltará,

Você manteve-me a promessa,

Mas onde estão os doces juramentos agora?

E então, você se deixou ir,

Para bem longe, com o vento da escuridão,

O Céu se torna negro mais uma vez,

Mas não consigo enxergar seus olhos,

Salve-me da solidão,

Você disse que estaria aqui,

A morte não pode deter oque eu sinto agora,

embora.

Deixe-me morrer,

Pouco a pouco,

Por dentro.”

~ ~

As cobertas se afastaram com agilidade naquela hora, e com delicadeza ela se levantou, apenas encostando a ponta dos dedos do pé no chão e seguintemente se levantando. Afastou as cortinas brancas e olhou diretamente pela porta de correr de sua sacada, apenas apoiando a palma das mãos sobre aquele vidro e fitando o céu lá fora por cima daquele enorme parque frente aos seus olhos. O céu estranhamente estava acinzentado naquela manhã, um cinzento sem vida e repleto de nuvens negras. Ela então sentiu uma pontada em seu coração naquele pequeno olhar e abaixou os olhos na direção daquele enorme chafariz no parque e, de imediato viu a bela criatura de longos cabelos esbranquiçados. Sua anjo protetora. Era essa a primeira coisa que vinha em sua cabeça quando pensava na vidente Saritcha. Ela era uma mulher forte, e também havia aprendido a conviver com a dor da perda. Porque, assim como a jovem garota, Saritcha havia perdido sua mãe. E melhor do que ninguém, Mellanie sabia e compreendia aquela dor. Era agonizante só de lembrar daquela cena, que por anos havia ficado bem enterrada bem no passado, bem enterrada naquele natal e naquela montanha de neve. Ela não queria lembrar.

Logo arregalou os olhos ao sentir um líquido quente escorrer pelas pernas alvas, abaixando os olhos e se deparando com algo que a fez tremer.

Sangue. Havia sangue em suas pernas, que escorria dês de seu pulso direito.

Olhou atentamente para o local ensangüentado, e percebeu que seu braço estava com um corte aberto. E logo se lembrou. O corte que havia feito a alguns dias atrás ao limpar aquele museu velho com o ruivo, o corte que havia quase se cicatrizado estava lá novamente, agora sangrando por mais uma vez e aberto, o ferimento estava aberto. Mas, como era possível?

Apertou o braço com a mão esquerda com força, sentindo o líquido vermelho escorrer dentre seus dedos finulos. Logo correu até a escrivaninha ao lado de sua cama, agachando-se e abrindo a terceira gaveta, e de lá retirou com urgência um fino e longo pano branco, para assim estacar o sangue. Manteve seu braço parado e prosseguiu em enrolar aquele pano nele, formando um nó bem dado ao final.

Mas, antes de fechar aquela gaveta, olhou bem no fundo. E, lá estava ele. O lenço tão branco que Castiel havia lhe enfaixado o pulso á dias atrás, ela se lembrava muito bem, ele havia lhe dado aquilo. Lembrou-se logo daquela noite, quando seu braço estava por uma primeira vez cortado e manchado extremamente por sangue. Era estranho olhar aquele lenço agora, já que estava tão branco e sem nenhum vestígio do vermelho.

A garota apenas sorriu, pegando o lenço do ruivo nas mãos e colocando-o em outro lugar. Afinal, aquele lenço era importante, era uma recordação. Fechou-o dentro de sua caixinha de lembranças, onde havia várias fotos da antiga cidade e lembranças dos colegas da classe antiga. E lá viu o medalhão de sua mãe. Ele lhe causava dor, mas também lhe causava uma boa sensação de amor.

Fechou a caixa, abrindo a porta de fininho e descendo as escadas bem devagar, na ponta dos pés.

— Ei, oque tá fazendo a essa hora acordada? — ouviu-se meio a escuridão daquela copa a voz grave de Zero, oque fez a garota dar um pulo no escuro.

— Me deu vontade de descer um pouco, não consegui ficar na cama. — ela disse.

Ele acendeu as luzes finalmente, olhando-a com uma cara desconfiada, apertando os olhos púrpura.

Hm. São Quatro da manhã, Mellanie.

Ela arranhou a garganta,

— Não consegui dormir. — ela começou ao longo que se aproximava do rapaz — E você? Pelo que vejo também não conseguiu dormir.

É verdade. Eram raras as vezes que encontrava Zero dormindo ou descansando. Realmente, raras.

— Eu não tenho vontade de dormir.

— Hum, sei. — ela sorriu, caminhando para o lado da mesa e se sentando na cadeira.

Ele então abaixou os olhos para seus braços, e percebeu algo diferente lá. O direito estava enfaixado da dobra do braço até o pulso. O pano estava manchado por sangue, também.

— Você está machucada? Onde conseguiu isso? — ele levantou-se da cadeira rapidamente, aproximando-se dela com preocupação.

Ela sorriu apenas,

— Não se preocupe com isso. Foi apenas um acidente, já está tudo bem. — ela disse para tranqüilizá-lo.

Ele suspirou, voltando ao seu lugar e remexendo ferozmente no cabelo.

Parecia incomodado.

— Eu pensei ter lhe dito para se afastar daquele cara.

A garota o olhou com dúvida.

— Qual cara, Zero?

Ele bateu o punho contra a mesa de madeira, oque a fez tremer.

— Aquele ruivo. Eu não lhe disse para se afastar dele? — ele tornou a dizer.

Castiel. Então ele achava realmente que ela havia conseguido aquele ferimento por causa do ruivo perturbado?

— Zero... Pensei que você já tivesse entendido...

— Fique longe dele, Mellanie. — ele continuou — Você não entende? Se eu lhe digo para se afastar daquele cara, é porque ele realmente é perigoso, ele pode ameaçar perigo para sua segurança.

Ela revirou os olhos.

— Minha segurança? Você diz da minha segurança, Zero? Eu estou cansada de toda essa obsessão dos outros em me manter longe das coisas. Eu cresci e vivi a minha vida inteira até agora longe de todos, longe das crianças, longe do mundo. Sabe o quanto é doloroso estar em volta de todos e não poder se juntar com eles? Sabe o quanto é difícil ouvir pelas costas os outros te chamarem de esquisita?

Ela então se calou, enquanto ele olhava-a.

— Você não é como as outras pessoas. Você precisa de uma atenção especial.

— Atenção especial? Quer dizer, se afastar dos outros e ser rejeitada? Pois então me deixa te falar, Zero. Nesta nova cidade, eu serei quem eu sou, serei eu de verdade finalmente e me juntarei com meus amigos, com quem eu quero, está claro pra você? Se eu sou próxima de Castiel ou não, isso é problema meu. Ele não parece oferecer perigo nenhum á mim, então não se importe mais com isso.

E em um piscar de olhos ela se levantou bruscamente daquela cadeira, indo em direção as escadas novamente, enquanto apertados olhos furiosos a seguiam.

— Eu estou aqui somente para te proteger, Mellanie. — ele disse calmamente.

Ela sorriu fracamente.

— Se eu fosse você, não ficaria mais nenhum minuto aqui, Zero. Vá embora. Porque, se você continuar ao meu lado, tentando me proteger do jeito que está querendo, você não estará aqui por muito tempo. — ela pausou — Afinal, todas as pessoas que estiverem ao meu lado irão sofrer, não é? Então desapareça, antes que você seja o próximo, antes que você morra.

Ele a olhou surpreso.

— Eu não vou embora. Já fiz minha escolha e ela é de estar aqui sempre, protegendo você, mesmo que aconteça o pior, eu não vou desistir. — ele afirmou com firmeza.

Ela riu apenas um pouco,

— Não minta para mim dizendo que todas essas pessoas na cidade estão morrendo por conhecidencia, porque elas não estão. Na verdade, toda essa matança esta acontecendo por minha causa, não é? Dês de que eu cheguei nessa cidade as pessoas começaram a morrer de repente, então, é tudo por minha causa. Eu sei.

— Mellanie...

— Não se importe mais com isso, Zero, afinal, eu sou o anjo da morte, não é verdade? — ela terminou finalmente, pisando firme e subindo as escadas.


Era verdade, a morte a seguia por todos os lados, mas ele havia feito um juramente para si mesmo e para Kaien. Ele iria protegê-la, mesmo que custasse sua vida, ele não se importava.




A pequena garotinha dos olhos verdes viveria, mesmo que custasse a vida de muitos, ele iria salvá-la.





**








Já eram exatamente 06h45 da manhã. Mellanie desceu então apressadamente os degraus daquela escada, despedindo-se de seus guardiões na mesa, saindo em seguida para fora da casa.


Olhou diretamente para frente, e bem diante de seus olhos ela estava lá, parada em pé enquanto olhava-a também. Saritcha logo sorriu, chamando-a com um aceno de mão.

— Bom dia, Saritcha! — a garota cumprimentou com gentileza.

— Olá criança, — ela apenas disse, direcionando seus olhos azuis para o pulso da garota a sua frente e penetrando-os lá.

Mellanie agachou-se no pátio daquele parque, ficando frente a frente com a pequena garotinha de curtos cabelos negros.

— Oi pequena! — ela disse com animação — Como vai?

A garotinha mandou um direto olhar frio para Mellanie.

— Não fale comigo, humana. — ela apenas disse enquanto se virava com algumas cartas nas mãos.

Mellanie sorriu e se levantou.

Garotinha difícil...

— Mell. Me dê suas mãos. — A mulher ordenou.

A garota olhou-a com dúvida e esticou as palmas, levando-as por cima das de Saritcha.

E, naquele momento, a mulher sentiu um arrepio percorrer a espinha. Algo de ruim estava próximo, ela pressentia.

— Oque ouve Saritcha? Algo de muito ruim? — a garota questionou preocupada.

A mulher apenas sorriu, entregando as mãos de volta para a garota.

— Não se preocupe criança, mas, tenho uma pequena proposta para você hoje. — ela disse com um sorriso desafiador.

A garota apertou os olhos, enquanto a garotinha Mayuri olhava ao canto dos olhos.

— Pode falar.

— Você irá com minha pequena menina hoje para a escola, se importa? Ela te fará companhia esta manhã. — ela respondeu.

A garotinha olhou-a com raiva.

— Eu não quero ir com essa daí, Saritcha! — ela retrucou em tom alto.

Saritcha deu risadinhas, olhando a garota á sua frente.

— Algum problema, querida?

Mellanie mandou um breve olhar para Mayuri, que se renegava a todo o momento.

Sorriu.

— Não tem problema algum, eu não me importo que ela vá comigo. — ela disse.

A garotinha bufou.

— Mayuri, por favor, acompanhe ela na escola hoje, sim? — a mulher pediu com carinho, olhando delicadamente para o olho descoberto e vermelho da garotinha.

— Não me culpe se algo der errado. — Mayuri disse enquanto começava a andar pela rua.

Mellanie sorriu e abraçou a mulher de cabelos perolados, dando um breve adeus e seguindo a garotinha rabugenta.

Seria um dia de surpresas, ela podia sentir, mas por alguma razão desconhecida, seu coração batia com mais freqüência, e sentia que algo estava para acontecer naquela manhã.

Algo ruim.


~~







Duas aulas vagas. Isso era o sonho de qualquer aluno daquela escola, que mais parecia uma prisão.


Todos daquele pequeno grupo de investigação estavam lá, espalhados em diferentes cantos do pátio principal, qual não havia mais ninguém por conta das aulas. Nathaniel estava encostado na parede com as mãos para dentro dos bolsos da calça, enquanto Miha encontrava-se sentava no chão bem ao seu lado, com as mãos nos joelhos olhando para o nada, entediada. Mary estava no banco, bem ao lado de Lysandre, com a cabeça encostada no ombro do rapaz enquanto ela mesma tirava um pequeno cochilo. Já Lysandre mantinha-se ocupado em escrever poemas em seu bloco de notas, ao mesmo tempo em que de vez ou outra mandava seus olhos bicolores para o lado, olhando a garota loira apoiada em seu ombro, dormindo feito um pequeno anjo.

Mellanie também se encontrava sentada no chão, mas desta vez um pouco mais distante de todos. A pequena Mayuri estava ao seu lado, com tal expressão fria como de costume. A pequena garotinha olhava a todo o momento para todas as direções, com concentração. Ela sabia por que Saritcha havia lhe mandado ali, para acompanhar uma humana em especial. Ela estava ali para protegê-la de más vibrações, de maus espíritos e seres que pretendiam a fazer o mal. Mas, algo estava estranho. Em algum lugar daquele colégio, ela podia sentir uma má vibração, mas... onde?

— É estranho o fato que ninguém pode enxergar você, somente eu. — Mellanie soltou de repente.

Mayuri arqueou os pequenos olhos para ela.

— Espíritos não deveriam ser vistos por humanos. — a garotinha revidou.

Mellanie sorriu.

— Mas Saritcha pode te ver, e que eu saiba, ela é uma humana.

Mayuri bufou.

— Ela está responsável por cuidar de mim enquanto ela viver aqui, ela é minha guardiã.

— Então você não considera ela uma humana? — Mellanie questionou com uma das sombracelhas arqueadas.

Mayuri sorriu, por uma primeira vez, docemente.

— Não. Ela é um anjo, para mim. — ela concluiu.

A garota de longos cabelos castanhos sentiu seu coração vibrar com tais palavras. Com certeza ela tinha razão. Saritcha era um anjo protetor.


Depois de longos minutos em pleno silêncio perturbador, Nathaniel retirou as mãos dos bolsos e sorriu, enquanto Miha olhava-o com dúvida.




— Dá pra parar de sorrir assim por nada? Isso me assusta. — ela disse fazendo uma careta.




Nathaniel suspirou.


— Sabe do que eu fiquei sabendo enquanto passava pelos corredores hoje? — o loiro falou com certo mistério na ponta dos olhos.

Mary acordou sutilmente, levando seus olhos azuis na direção de Lysandre, bem ao seu lado.

— Oque você ouviu, Nathaniel? — Lysandre quis saber.

— Ouvi gente falando que o motivo pela qual a Ambre faltou uma semana inteira é por estar com a cara desfigurada. Ou seja? Ela levou uma surra minha gente.

Miha arregalou os olhos, seguintemente com um sorriso bobo nos lábios.

— Tá falando sério? Então quer dizer que ela andou faltando esse tempo todo por estar com seu rosto de boneca desfigurado? Essa é boa. — Miha riu.

Nathaniel assentiu freneticamente com a cabeça.

— As pessoas estão dizendo que ela apanhou de uma gangue na rua enquanto ia pra casa. Os caras são de uma escola vizinha. — Nathaniel prosseguiu.

Lysandre suspirou.

— Quanta violência. Que tipo de pessoa faria algo assim? — o vitoriano reprovou.

Mellanie apertou os olhos e abaixou a cabeça na direção do chão, sentindo seu coração queimar de culpa. Ela havia feito aquilo com a loira, mas era realmente algo tão ruim?

Mas afinal, a patricinha não havia entregado-a para a diretora.

— Vamos esquecer um pouco da vida dos outros, por favor? — Mary revirou os olhos enquanto saia do ombro do vitoriano — Deveríamos estar preocupados com os assassinatos na cidade. Sabem quantas vitimas já estão no total?

Miha mordiscou o lábio.

— Não, quantos já estão mortos? — a rosada perguntou.

— Cinqüenta e cinco. — a loira afirmou,

Mellanie arregalou os olhos naquele momento, apertando os dedos com ferocidade no short desbotado.

Aquilo era loucura. Estava ficando sem controle, e, eles precisavam impedir.


De repente, a garota se levantou com tudo, despertando a atenção da garotinha Mayuri.




— Temos que agir! — ela gritou, fazendo todos a olharem — Vamos marcar uma próxima reunião. Amanhã.




Todos ficaram surpresos.


— Amanhã é sábado. — Nathaniel disse.

— Qual o problema? Sábado é um dia ótimo. — Mary disse com um sorriso — Lysandre, leve as fitas que tem na sua casa, tudo bem?

— Pode deixar. — o vitoriano assentiu.

— Vocês falam isso porque não são vocês que tem que escalar até a janela dessa psicopata. — o loiro bufou.

Miha sorriu enquanto se levantava do chão e dava um pequeno soco no braço dele.

— Não se preocupe loiro, amanhã eu prometo estar arrumada e pronta na porta te esperando. — ela disse.

Nathaniel assentiu.


E finalmente o sinal tocou, e assim todos se separaram, ficando apenas Mellanie e Mayuri naquele pátio principal.




Suspirou.




A garota baixinha começou a andar, e então adentrou no segundo corredor à direita. Andava apressadamente.


Onde estava Alexy, afinal? Ele havia mandado um curto SMS dizendo que viria para a escola hoje, mas algo estava suspeito, extremamente suspeito naquela manhã.

Exatamente sete dias haviam se completado dês de que eles se conheceram. E, a amizade estava cada vez maior dentro de ambos os corações.

A garota apertou os passos naquele corredor escuro, mas em um último segundo, ela se viu sendo puxada bruscamente pelo braço e logo depois com o corpo sendo encurralado na parede do corredor. Um corpo alto e forte estava bem na sua frente, pressionado contra o seu. Levitou os olhos sem esperar, e sua visão encontrou mechas ruivas.

Castiel.

Ele havia feito aquilo, mas, por quê?

— Castiel, oque está...

Ele revirou o rosto em sua direção com agilidade, tampando a boca dela com a mão direita, impedindo-a de falar qualquer coisa que fosse.

SHH, não diga nada. — ele apenas disse com a voz baixa e rouca.

Ela apertou os olhos em sua direção com dúvida, vendo que seus corpos estavam próximos demais naquela situação.

Seu rosto estava começando a esquentar.

— Mas oque... — ela disse abafadamente dentre brechas de seus dedos.

Ele olhou-a com olhar mortal, enquanto aproximava o rosto bem próximo ao seu.

— Mandei calar a boca, anã. — ele disse rude — Não se mexa, apenas me abrace agora...

Ela arregalou os olhos verdes, mantendo-os bem abertos naquele momento.

Oque diabos ele estava dizendo?

E dentre mais um olhar assassino do ruivo demônio, a garota enlaçou os braços nas costas dele, apertando a jaqueta de couro delicadamente com os dedos, enquanto ele pressionava-a contra a parede.

— Boa garota... — ele falou em um pequeno sorriso satisfeito, no mesmo momento em que afogava seu rosto no pescoço da baixinha.

Suas mãos não estavam mais na boca dela impedindo-a de falar. Agora elas estavam em volta da cintura da pequena, com certa sensualidade.

Seu rosto estava derretendo, extremamente vermelho, sentindo seu coração pular vários batimentos.

E, quando os lábios do ruivo já estavam bem próximos dos seus, em um momento só, eles se distanciaram, e ele largou-a de uma vez só, deixando-a desnorteada na parede.

Apenas levou seus olhos cinzentos para o fim do corredor, analisando-o e ouvindo as batucadas de salto alto irem embora com rapidez.

Ele sorriu vitorioso.


Mellanie piscou várias vezes, e em um único momento pressionou os punhos, avançando com agilidade para cima de Castiel, que desviou do golpe e a segurou firmemente pelo pulso esquerdo.




— Oque estava tentando fazer, baixinha? — ele começou com olhar feroz — Pensou que realmente conseguiria me bater?




E então ele percebeu o machucado em seu braço direito, estava enfaixado.


Ele se recordava daquele machucado.


Ela bufou, revidando os olhos e dando um passo agitado para trás, livrando-se das mãos fortes dele.




— Oque pretendia fazer comigo agora pouco?! Me atacar? — ela perguntava com gritos baixos.




Ele sorriu.


— Não seja idiota, garota. — ele respondeu — Eu estava salvando você, então me agradeça.

Ela apertou os olhos com dúvida.

— Salvando a mim? Você tá bêbado?

Ele sorriu mais uma vez, sarcástico.

— Não sei se você estava tão atraída por mim agora a pouco que ficou cega, mas a loira Barbie estava bem ali atrás daquela parede. — ele disse.

Mellanie rapidamente levou seus olhos para a parede ao fim do corredor.

— Ambre? Ambre estava ali?

— É, e acho que ela queria te matar. Estava com um olhar psicopata e um curativo na ponta do nariz. — ele riu zombeteiro.

Mellanie revirou os olhos.

— Não vejo motivo algum de ela querer me bater.

Castiel a fitou.

— Não se faça de santa pra cima de mim. Eu sei que foi você quem bateu nela semana passada. — ele sorriu maroto.

Ela revirou o rosto para o lado, envergonhada.

— Você não sabe dos meus motivos...

— E precisa de motivos pra bater naquela demente? Por mim, você deveria ter mandado ela para o hospital. — ele sorriu.

Mellanie retribuiu o sorrio diante a brincadeira do ruivo.

— Obrigada.

— Pelo quê?

Ela mordiscou o lábio.

— Por ter espantado ela daqui. Mesmo com um método tão pervertido, me ajudou. — ela concluiu.

Ele fechou o sorriso, virando-se de costas e começando a andar para a saída daquele corredor.

— Isso foi uma trégua, anã. Não se acostume com minhas gentilezas.

E então ele se foi, sumindo pela escuridão daquele corredor.


Mellanie suspirou pesadamente e encostou-se na parede.




Sua mente estava pesada.




— Ei, você está vermelha. — a pequena garotinha Mayuri provocou apontando bem pro meio do rosto da garota.


Mellanie a olhou feio e fechou os olhos,

Por apenas um momento,

Sua cabeça estava turbulenta.

~~

O intervalo já estava anunciado.

O garoto azul andava tranquilamente por aquele corredor sem ao menos uma alma viva. Teria que encontrá-la hoje. Mellanie com certeza estaria procurando-o por todos os lados.

E, sorriu.

Sorriu ao lembrar-se de sete dias atrás, quando uma pequena e desastrada garota havia esbarrado nele com tudo, fazendo os dois caírem no chão. Era algo especial agora. Ela era especial. Aquela garota havia revirado sua cabeça para baixo. Era uma sensação estranha.


Ao dar um passo pronto para cruzar o ultimo corredor, sentiu seu corpo ser lançado com brutalidade para a parede ao lado, oque fez suas costas e braços arderem com o impacto bruto.




Ele manteve os olhos levemente entreabertos e levitou-os para cima, e logo se deparou com lábios vermelhos e olhos cruéis. Olhos vermelhos como o sangue.




Uma mulher. Como uma mulher como ela aparentemente tão frágil teria tal força de lançá-lo para a parede com tamanha força? Algo estava errado.


Um pequeno sorriso cruel se formou nos lábios daquela mulher, enquanto prendia-o na parede com suas pernas.

— Quem é você? — ele perguntou enquanto olhava-a com desconfiança.

— Não sabe quem eu sou, querido? — ela disse no mesmo momento em que apertava ainda mais seus joelhos na coxa de sua perna, oque o fez sentir dor.

Ele lançou um leve olhar para ela.

— Você é a orientadora... porque está fazendo isso? — ele perguntou.

Ela gargalhou pequenamente, enquanto levava agora sua mão direita para o pescoço dele, pressionando os dedos e unhas na região, oque o fez gemer.

— Você parece ser um garoto esperto, Alexy. Então... porque não joga o meu jogo agora?

— O seu... jogo? — ele perguntou com os olhos pressionados.

Oh sim, o meu jogo, querido garoto azul. — ela tornou a dizer — Um jogo de inteligência e capacidade. Eu irei brincar com a sua mente, então, vamos?

Ele murmurou um pequeno suspiro, enquanto tentava se livrar das unhas em seu pescoço. Era inútil.

— Não estou a fim de jogar o seu jogo. — ele disse rudemente.

Ela sorriu.

Então era um desafio, certo?

— Eu não negaria nada a mim, se eu fosse você, querido Alexy. — ela continuou — Sabe, quando eu bati meus olhos em você logo vi que era um cara inteligente, e que me seria muito útil. Mas é realmente uma pena, querido. Você não deveria se meter com as pessoas erradas.

Ele apertou ainda mais os olhos em cima dos dela, tais olhos vermelhos e cruéis.

— Pessoas erradas? Do que está falando, sua louca? — ele aumentou o tom de voz.

Ela sorriu mais uma vez com crueldade.

— Você é tão ingênuo, não é? — ela riu — Você se meteu em uma grande enrascada, querido. Realmente, não deveria ter se metido com essa pessoa. Sinto muito, mas agora você está condenado à morte. E principalmente, está condenado á mim.

Ele arregalou os olhos, sentindo ao mesmo tempo seu coração se apertar com tais palavras.

Quem ela era? Um demônio? Uma alucinação?

— Eu não sei do que você está falando... — ele insistiu.

— Você arrumou o tipo da amizade errada aqui, meu querido garoto azul. E sabe? A vida é tão injusta, não é mesmo? Não podemos ao menos nos virar que ela rapidamente nos dá um golpe por trás. — ela disse enquanto aprofundava ainda mais as unhas negras no pescoço dele.

Amizade, amizade, amizade...

Ela estava falando da sua pequena garota? Mellanie? Realmente?

— Oque você quer de mim? — ele finalmente disse.

A mulher sorriu perigosamente.

— Muito bem meu querido, eu tenho uma proposta para você.

— Que tipo de proposta?

— Mate-a, e eu pouparei sua vida. — ela disse fechando o sorriso e olhando-o com frieza — Mate Mellanie.

E naquele momento, ele arregalou os olhos o máximo que pôde.

Ela estava atrás da sua pequena garotinha, ela queria matá-la.

Ele agitou o corpo com ferocidade, mas era inútil tentar escapar. Ela tinha um grande poder.

— Como tem coragem de me pedir algo assim?! Eu nunca faria nada que a machucasse ou que ferisse a minha pequena! — ele gritou, agitado.

Ela riu.

— Então sofrerá por ela?

Ele arqueou a cabeça com determinação.

— Eu morrerei por ela. — ele apenas disse. — Então, não encoste um dedo nela.

— Sua escolha me deixa realmente triste, querido garoto azul. E sabe? Poderíamos ter feito uma boa equipe juntos. É uma pena desperdiçar algo tão bom.

E por fim, ela o abocanhou na parte esquerda de seu pescoço, aprofundando os lábios lá e tomando o sangue para si.

Mas se conteve, puxando de volta o rosto com força e olhando-o nos olhos, penetrando o olhar fixamente em Alexy.


E então seus olhos se tornaram mortos. Ela havia dominado-o por completo, sugado sua mente para si. Então apenas sorriu perigosamente, deixando sobrecair o rosto e limpando ao redor dos lábios manchados por sangue com as costas da mão. Ele estava encostado bem á sua frente, acabado, como um cadáver finalmente sem vida. Mas ele ainda podia sentir a dor, como qualquer um. Seu rosto pálido concretizava que, ele era parte dela agora. Estava sob seu domínio. Simplesmente, possuído.





Dylan suspirou do outro lado daquele corredor, rodeado por sombras, olhava-a com ardência, aquela mulher maldosa e sem coração.







Ele havia criado um monstro.





Meredy então sorriu, sabendo que seus poderes iriam conduzi-lo para onde ela bem entendesse. Iria finalmente prosseguir com seus planos mais cruéis.



~~







Haviam tido somente uma aula naquela manhã quando o sinal finalmente bateu para a próxima e última aula do dia para todos, mas para sua sala, não. Seria aula vaga novamente, para a alegria deles.


O pequeno e mais falado grupo da escola se mantiveram juntos no segundo pátio, onde se encontrava quase vazio. Mellanie estava com a pequena Mayuri no centro dele, em pé, as duas. Enquanto isso, Nathaniel, Miha, Lysandre e Maryana estavam juntos á apenas um metro de distancia da garota baixinha, sentados no longo banco de concreto.

Ela olhou para a parede ao fundo daquele pátio, talvez um pouco distante de todos os outros. E, ele estava lá novamente, isolado, sem ninguém. Sim, o ruivo perturbado estava lá, tranqüilo, com os olhos levemente pregados e concentrados em uma canção desconhecida.

Seu coração bateu mais rápido.

— Há algo nele que não consigo enxergar. Algo muito oculto. — a pequena alma da garotinha ao seu lado disse em um quase sussurro.

Mellanie olhou-a.

— Você acha?

— Talvez seu anjo da guarda esteja certo. Talvez esse cara seja realmente perigoso para sua segurança. — a garotinha concluiu.

Mellanie deixou os olhos bem abertos, lembrando-se de Zero no mesmo instante.

Era verdade. Zero era seu anjo protetor, anjo da guarda, afinal.

— Não acho que Castiel seja perigoso.

Mayuri sorriu.

— Talvez nem ele mesmo saiba que é perigoso.

A garota direcionou seu olhar para a menininha com curiosidade.

Resolveu deixar para lá.

Não adiantaria discutir com ela.


Os minutos se passaram, até que todos naquele pátio quase vazio ouviram um grande estrondo vindo bem de frente á eles. O som agudo vinha do pequeno portão encostado, que nele havia uma grande escadaria.




Um barulho estranho, como se alguma coisa estivesse rolando os degraus, caindo e caindo, vindo bem na direção daquele portão de aço. Algo estava estranho ali.





Mellanie arqueou os olhos para o portão no mesmo momento em que ele se abriu em uma pancada única e estrondosa.





Para a sua e a surpresa de todos, um rapaz saiu de lá quase voando, rolando as escadas e se debatendo contra o portão, oque supostamente o fez se romper em um baque violento, por conta da pressão do corpo.




A garota levou um pé para frente por impulso, e logo viu o corpo de um rapaz caído no chão próximo ao portão aberto, o corpo estava de barriga para baixo, sendo quase impossível reconhecer o rosto.


Mas algo estava obvio ali.

— EI! ESSE NÃO É O GAROTO AZUL? — Nathaniel gritou se levantando rapidamente do banco de concreto.

E, naquele instante, todos se levantaram ao mesmo tempo com preocupação.

Mellanie arregalou os olhos,

— Alexy? — ela chamou-o com receio, movendo alguns passos medrosos para frente, aproximando-se do corpo caído no chão.


E, subitamente naquele mesmo segundo, a mão do rapaz caído no chão se moveu para o lado, libertando de lá uma tesoura pontiaguda.




Uma tesoura ensangüentada.





A garota moveu-se rapidamente próximo ao corpo estirado no chão, sentindo um peso enorme em seu coração. Seus cabelos se movimentaram com agilidade, se debatendo contra as costas alvas.





ALEXY! ALEXY! — ela gritava desnorteada, ao mesmo momento em que se atirava no chão de joelhos ao lado dele.




Logo o agarrou pelos braços e o virou de barriga para cima com rapidez.


Estava claro agora.

Sua camisa estava completamente encharcada por sangue em um corte profundo na barriga, um ferimento de tesoura.

O garoto azul abriu os olhos púrpura naquele momento, bem devagar, vindo em sua visão embaçadamente o rosto da garota baixinha.

Seu rosto estava extremamente branco, pálido e sem vida alguma. Os cabelos azuis bagunçados. Suas mãos marcadas pelo sangue e a tesoura jogada bem ao seu lado.

Oque estava acontecendo ali, afinal?

Mellanie sentiu seus olhos se inundarem pelas lágrimas quentes. Seu rosto estava vermelho e seu coração turbulento.

Estava com medo.

Porque ele estava daquele jeito?

Oh meu Deus... — Miha murmurou bem ao lado de Nathaniel.

Maryana manteve as duas mãos na boca, horrorizada.

— Alexy, você pode me ouvir? Oque aconteceu com você? Porque está machucado? — Mellanie disse tentando ao máximo parecer calma.

Mas estava a ponto de explodir.


O garoto azul fechou os olhos novamente, e quando tornou a abri-los, algo estava diferente, algo havia mudado. Aqueles não eram mais seus olhos. Aqueles olhos eram outros, completamente tomados pela maldade.




Afinal, ele estava possuído. Ela estava tomando o controle de seu corpo.





E então o garoto azul abriu a boca lentamente, com um pequeno sorriso maldoso e olhos mortos, sem vida alguma.





— Apesar da ferida incurável que devora seu coração, não pode deter completamente seus pensamentos que habitam na escuridão. — ele disse calmamente em uma pausa — Caindo, caindo, caindo... — continuou — Enquanto você anda calmamente pelo abismo da solidão, você é salva por olhos realistas que nunca mudam. Olhos vermelhos... presos em você... olhos transbordados em vermelho... algo que não se pode mudar... Ardendo em vermelho...




E então o garoto azul fechou os olhos novamente, como se estivesse saindo de um transe, deixando a cabeça cair para o lado, como se estivesse em um sono profundo.



Oque ele queria dizer com todas aquelas palavras? Tão confusas e profundas, de certa forma...




Ela não conseguia compreender. Suas lágrimas já estavam constantes em seus olhos, e que pareciam arder ao decorrer do caminho por seu rosto.




Algo estava errado, mas agora, ela tinha certeza.


Todos naquele pátio olhavam a cena, mas agora não era somente o grupo presente ali, não. Muitos de outros pátios já estavam agrupados e muitos jovens haviam saído de suas salas para olhar oque estava acontecendo.


Não demorou muito e ele abriu os olhos novamente, com sutileza e delicadeza. O rosto se inclinou para cima novamente e ele pôde ver a garota baixinha de joelho ao seu lado.




Ele podia sentir a dor. Era como se garras enormes e pontiagudas estivessem enfiadas em seu estomago.




Olhou para as próprias roupas. Estavam encharcadas de sangue, que descia até o chão daquele pátio.


Sua mente estava em desespero, mas logo se tornou em pura calmaria quando olhou bem profundamente naqueles olhos verdes e doces. Mellanie estava chorando desesperada. Ele não agüentaria vê-la sofrer.

— M-Mellanie... — ele disse com dificuldade.

Ela afastou as lágrimas que cegavam seus olhos naquele momento e o fitou com um sorriso esperançoso.

— Alexy, você vai ficar bem, está me ouvindo?

Ele sorriu, renegando com a cabeça para ambos os lados.

— N-Não, Mellanie. Eu não vou ficar bem. — falou.

A garota apertou os lábios com força e raiva, prendendo o choro enquanto olhava o garoto azul.

— Porque está falando isso? Porque está machucado desse jeito?

Ele abaixou os olhos violetas disfarçadamente para o braço direito da garota ao seu lado.

— Está na hora de eu ir embora, minha pequena... — ele disse fracamente.

Ela balançou ferozmente a cabeça para os dois lados, negando.

— Não! Você não pode morrer agora, Céu! — ela gritou desesperada.

— Não chore. — ele disse esforçando-se e esticando a mão na direção do rosto da garota, limpando as lágrimas nas bochechas.

Ela apertou os olhos apenas um pouco, segurando a mão do rapaz em sua face.

— Você me fez uma promessa. Você prometeu para mim que estaria sempre comigo, que seria meu melhor amigo para sempre...

Ele então sorriu, docemente.

— Não se preocupe minha pequena. Eu estarei sempre com você, não importa oque aconteça. — ele começou — Não será a morte que separará nossos corações.

Ela sentiu as lágrimas escorrerem mais uma vez por suas maçãs no rosto, enquanto soltava a mão de Alexy.

— Por favor, não vá embora... — ela disse roucamente, sentindo que por um minuto perderia por completo sua voz.

Ele sorria ao canto dos lábios suavemente.

— Prometa-me que reservará um pequeno espaço para mim em seus sonhos, todas as noites, certo? Eu irei visitá-la de vez em quando. Irei cuidar de você. — ele disse,

Ela fungou, puxando ar levemente para os pulmões, enquanto olhava-o sem parar.

— Alexy... Não...


E por um último sorriso, ele se foi. Deixando apenas um último olhar amoroso para ela, que em apenas Sete dias conseguiu roubar seu coração e principalmente, sua amizade.




Ela era importante, e continuaria sendo, mesmo que seus olhos nunca mais voltassem a enxergar, mesmo que seu coração não batesse, ele a amaria, ele seria seu irmão.





Praticamente toda a escola estava aglomerada naquele pátio, oque o fez parecer minúsculo.





Mellanie gritou fortemente, tendo certeza que perderia sua garganta em segundos, talvez. Mas então, se jogou em cima do corpo do amigo, abraçando-o e sentindo o sangue do mesmo penetrá-la na pele.




Ele estava frio.



Todos olhavam a cena intactos, paralisados.




Mas em apenas um segundo, a garota pôde sentir uma presença bem ao seu lado. Ele estava lá, olhando-a com certo olhar indescritível.




— Garotinha. — a voz de Sebastian soou como um eco em sua mente, e naquele mesmo momento os olhos verdes se fecharam em um único instante. E, ela caiu, sobre o corpo do garoto azul. Estava desacordada, desmaiada.


Sebastian apressou-se em agarrá-la pelo braço, seguintemente pegando-a no colo e virando-se para todos naquele pátio. Mas não demorou muito em entrar no corredor escuro não tão longe, apressadamente, com a garota baixinha nos braços.


Mary naquele momento avançou um passo em reflexo, sentindo seus olhos arderem também. Estava preocupada, afinal, Mellanie em anos fora a única amiga que teve de verdade. A única que se preocupava com ela realmente.




Não poderia perdê-la.





Miha apertou os punhos e se aproximou mais de Nathaniel, que também estava sem reação.






Se passaram cinco minutos, e todos os alunos foram se espalhando por toda a escola. E, aquele pátio estava vazio novamente, permanecendo apenas o grupo de amigos e o ruivo ainda no mesmo lugar, encostado na parede, com os olhos frios e paralisados no corpo do jovem azul, morto.








Nathaniel fixou os olhos âmbar no ruivo com ferocidade, e de um momento para o outro começou a avançar em sua direção, com um brilho diferente no olhar.








Miha olhou-o com dúvida.





E, naquele mesmo momento, o loiro avançou em um soco no meio do rosto de Castiel, que deixou a cabeça cair para o lado. Mas, ele parecia não sentir dor alguma. Apenas arqueou o rosto novamente com olhar psicopata para Nathaniel.


O loiro apertou os olhos frente a frente á ele enquanto agarrava com força o colarinho da jaqueta de couro do ruivo perturbado, prendendo-o na parede.

Aquilo não estava certo.

— Como você pode ficar com essa cara enquanto tem alguém estirado e morto no chão, bem ali? Eu pensei que você tivesse mudado, mas oque me parece é que você continua o mesmo cara podre de antigamente! — Nathaniel gritou.

O ruivo sorriu sarcástico.

— Se você não me soltar nos próximos segundos, eu vou desfigurar o seu rosto, “princesa”. — Castiel ameaçou com o mesmo sorriso perigoso nos lábios.

Nathaniel bufou irritado, apertando ainda mais a jaqueta do ruivo.

— A Mellanie está sofrendo agora, e você? Realmente não se importa? — Nathaniel disse em tom alto mais uma vez, olhando bem fixamente tais olhos cinzentos.

Castiel selou o sorriso, mostrando-se frio.

— Só estamos nós aqui “querido” representante, então porque não tira essa sua máscara ridícula de garotinho perfeito? — ele provocou.

Nathaniel apertou os lábios ferozmente com os dentes, e arqueou o punho mais uma vez na direção do rosto de Castiel, mas desta vez não com tanta agilidade.

E rapidamente, o ruivo agarrou o punho do loiro e o jogou para a parede, onde antes ele estava, agora socando em um murro no lado direito do rosto do loiro, bem certeiramente.


Os dois estavam já ensangüentados, e naquele momento Miha arregalou os olhos em horror, apressando-se em correr para cima dos dois que brigavam incessantemente.




Ei, vocês dois! Parem agora mesmo com isso! — ela gritava enquanto puxava a jaqueta de Castiel para trás, — Será que já não basta um ferido por aqui? Quando vão começar a agir como adultos? Mellanie está desmaiada na enfermaria, e acho que ela não ficaria nada contente em saber que vocês brigaram desse jeito.




Aquelas palavras da garota rosada atingiram-nos como duas cordas amarradas em ambos os pescoços, fazendo-os parar no mesmo momento, com os punhos arqueados um na direção do rosto do outro.


O ruivo virou-se para a rosada, com um pequeno ferimento ao canto da boca, enquanto o loiro sangrava pelo nariz.

— Eu vou embora daqui. — Castiel disse friamente, enquanto ia apressado em direção ao corredor três.


Mary o seguiu com o olhar e correu em sua direção, na tentativa de alcançá-lo.


— Castiel! — ela chamou-o, vendo-o virar em sua direção — Por favor, vá visitá-la na enfermaria.

Ele a fitou sério.

— Não vou dar um de bonzinho praquela anã outra vez. — ele disse rudemente, virando-se mais uma vez na direção contrária.

Mary revirou os olhos e o puxou com agilidade pela manga da jaqueta, oque o fez se virar de volta.

— Será que dá pra ser prestativo só uma vez na vida? Você não sabe oque é sofrimento, por acaso? — ela insistiu.

Ele a olhou nervoso.

— É por causa do sofrimento que eu sou quem sou hoje, Maryana. Não preciso da ajuda de ninguém pra sobreviver, ou de ninguém passando a mão na minha cabeça pra me consolar. Aprenda de uma vez, eu não sou um cara legal. — ele retrucou.

Ela sorriu.

— E por ser exatamente quem você é hoje, que eu te admiro. — ela disse — Agora, se você reconhece que aquela garota lá, deitada na maca da enfermaria se importa e quer ajudar você a mudar de verdade, eu tenho certeza que você vai atrás dela agora mesmo ajudá-la a enfrentar essa dor. Alexy era um bom amigo, mas foi mais uma vitima desses assassinatos monstruosos. Se você não quer que essa mesma cena se repita com a Mellanie, por favor, fique ao lado dela.

O ruivo apertou os punhos e olhou com os olhos cinzentos bem apertados na direção daquela loira insistente. E, apenas saiu pisando firme em direção para o outro corredor. O corredor da enfermaria.


— Cara, você deveria saber que não se bate em um maloqueiro psicopata. — Miha disse ao mesmo tempo em que passava delicadamente um lenço no nariz do loiro, na tentativa de estacar o sangue.




Nathaniel fazia uma cara de dor indescritível.




— Eu não gosto dele e nunca vou aprender a conviver com aquele marginal. Você viu como ele reagiu a todo esse incidente? Até pareceu que ele não tem sentimentos, parece que tem pedra no coração, que não se importa com a Mellanie.


Maryana sorriu, voltando novamente para o lado de Lysandre, que permanecia em sua postura original e pensante.

— Ele é o que mais sente, Nathaniel. Ele foi o que mais sentiu dor, e por ter sentido dor, talvez tenha aprendido com ela. — a loira disse.

Nathaniel deu de ombros, voltando a atenção para a rosada que tentava a todo custo estacar seu sangue no nariz.


E, naquele breve momento, o céu manteve-se mais claro que o normal. O vento bateu nos cabelos de todos.




~~





Mellanie encontrava-se deitada na maca da enfermaria, desacordada, enquanto Sebastian a olhava com olhar indiferente, de certa forma frio.

Como uma pequena garota poderia se meter em tantas confusões daquela forma?

E ao ouvir batucadas na porta, o homem levou seus olhos negros para a entrada da enfermaria, e de lá adentrou o ruivo.

— Eu já estou de saída, então, tome conta dela. — Sebastian disse enquanto se levantava e tocava gentilmente o ombro de Castiel.

O ruivo assentiu,

E quando finalmente o homem misterioso saiu fechando a porta atrás de si, Castiel fitou a pequena garotinha deitada naquela espécie de cama. Ela estava pálida, extremamente pálida. Os olhos fechados tranquilamente, como se ela estivesse morta.

Castiel suspirou desanimado, sentando-se na cadeira para acompanhantes com os braços cruzados abaixo do peito.

“Você é tão problemática, anã.”

~~

As negras paredes refletiam com perfeição a alma dela naquele momento. Seus lábios se delineavam em um amargo e perigoso sorriso. Ela sabia que havia vencido aquela rodada, mas o tabuleiro ainda estava cheio, sendo assim, o jogo era longo, e não seria fácil acabá-lo em uma vitória digna.

Meredy apertava as unhas negras com sutileza nos pulsos, formando várias e retas linhas vermelhas na região.

Mas, naquele breve momento de distração, sentiu seu corpo esbelto ser jogado naquela parede com agressividade.

Era ele. Sebastian. Ele havia empurrado-a daquela maneira, ela tinha certeza.

Arqueou os olhos verdes em sua direção, olhando-o com ardência.

Oh, Sebastian, então é você? — ela começou com um sorriso irônico — Oque devo sua maravilhosa visita neste corredor escolar?

Ele apertou os olhos com raiva em sua direção.

— Não brinque comigo. — ele disse rudemente enquanto apertava com brutalidade os finulos braços alvos dela.

Ela se esforçou para não demonstrar dor, naquele momento.

— Não seja tolo meu querido. Oque ganhará me machucando aqui agora? — ela provocou

— Foi você, não foi? Você matou aquele garoto agora a pouco. — ele disse.

Ela gargalhou perigosamente.

— Sim, fui eu. — ela confirmou — Ele fez uma breve participação no meu jogo, e como qualquer peça inútil em meu tabuleiro, ele teve que ir sair.

Ele a olhou incrédulo.

— As pessoas não são peças de seu jogo, Meredy. Não tente controlá-las como se fossem propriedades suas!

Ela sorriu, novamente.

— Não venha dar um de santo pra cima de mim, Sebastian. Você é muito pior que eu. — ela falou.

A raiva subia por sua pele, ele podia sentir.

— Eu pensei ter te avisado para ficar longe da garota, Salvatore. — disse.

Ela suspirou, voltando a olhá-lo sarcasticamente.

— Sabe oque eu irei fazer a ela, querido Anthony? Eu irei torturá-la. Irei matar todos aqueles que ela ama, um por um. E, a nossa pequena garotinha já estará morta, morta por dentro. E quando ela estiver completamente desesperada e perdida em sua dor, eu irei matá-la.

Sebastian apertou os olhos com raiva, sentindo sua pele queimar diante aquela criatura maldosa.

E, em um minuto apenas, o homem lançou-lhe uma bofetada certeira no rosto, formando claramente uma marca vermelha na maça de seu rosto.

Meredy caiu para o lado por conta da pressão, com os cabelos bagunçados na frente do rosto, fazendo-a mais assustadora.

E ela arqueou o rosto pouco a pouco, perigosamente na direção daquele homem misterioso.

— Você não sabe no que está se metendo. Se eu fosse você, ficava bem longe do anjo da morte. A menos... que você queira morrer também. — ela disse com a voz rouca, encostada na parede.

Ele sorriu ao canto dos lábios.

— Não encoste nela, ou vou ter que matar você, querida “Lynda”. — ele disse ao final, virando-se de costas e voltando a tomar seu caminho pelo corredor.

Já havia sumido de vista.

A raiva corroia a mulher por dentro, em relação aquele homem. Mas, ela tinha que continuar seus planos, e com a primeira etapa concluída, seria muito fácil estragar os sonhos adolescentes da pequena princesa do Kuran.


~~







A manhã inteira havia se passado, e as nuvens no céu pareciam cada vez mais aterrorizantes, como se estivessem a ponto de cair e esmagar o asfalto.


E em apenas um segundo a porta da casa se abriu com agilidade, entrando por lá a pequena garota dos olhos verdes, completamente pálida chegava nos braços de seu anjo da guarda. Zero.

Kaien que se encontrava sentado na mesa tomando seu chá, se levantou em um único pulo, vendo que a sua garotinha estava ferida.

Lunna desceu as escadas como na velocidade da luz, quase caindo e rolando até em baixo, mas no final conseguiu sem problemas.

Mellanie começara a abrir os olhos delicadamente, arqueando-os e vendo os olhos frios de Zero a penetrarem como em um sermão.

— Oque aconteceu com minha pequena garotinha?! — Kaien disse desesperado, retirando seus óculos do rosto e jogando-os longe em algum lugar no chão.

Zero revirou os olhos, soltando-a sutilmente no chão, sentindo-se seguro que ela apoiaria com firmeza os pés no chão, e só assim a soltou por completo.

— Mellanie, oque ouve? Você está pálida! — Lunna disse chegando perto da garota, preocupada.

Mellanie olhou os dois guardiões, sentindo as lágrimas descerem de imediato.

— Alexy... Ele...

Lunna a fitou com dúvida.

— Onde ele está agora? — a mulher perguntou.

Todos a olharam naquele momento, enquanto a pequena garota chorava silenciosamente.

— Eu nunca mais o verei.

— E porque não? — a mulher insistiu.

Mellanie abaixou o olhar,

— Porque ele está morto.


Lunna arregalou os olhos naquele instante, e não pôde esperar mais, apenas avançou na garota e a abraçou fortemente, com segurança, como se o mundo fosse acabar naquele mesmo momento. Ela sabia oque estava acontecendo. As mortes. Elas estavam atingindo agora não somente pessoas desconhecidas na cidade, mas aquela era a primeira morte que atingiria a garota. Que atingiria o Anjo da Morte. Ela estava ciente disto, e sabia o quanto a garota havia se apegado á Alexy.




Seria doloroso.





— Leve-a para cima, Zero, antes que ela desmaie de novo. Está muito fraca. — Kaien disse recolhendo seus óculos e os colocando novamente no rosto, com a ponta dos dedos.





Zero assentiu, pegando a garota nos braços e a carregando novamente para cima.




Seria realmente complicado agora.


— Kaien. Estamos prontos para oque pode vir?

— Nunca estaremos completamente prontos, Lunna. — ele finalizou.


Tudo seria amargamente doloroso dali em diante. A dor novamente havia alcançado seu coração, alcançado seu corpo e sua mente novamente. Ela sabia que as pessoas não deveriam se aproximar, mas ela não desejava mais fugir, se refugiar atrás de sua tia como sempre fizera. Ela queria enfrentar tudo aquilo, e finalmente achar um final harmonioso, e viver do lado de quem realmente ama. De seus novos amigos.




E, ela sabia que atrás daquelas pesadas nuvens negras, havia algo bom, havia o céu mais azul e o sol escaldantemente amoroso, que aqueceria seu coração ao final de tudo.





“Você está no céu agora, Alexy?





Você pode me ver daí de cima?




Bom, eu espero que sim, porque, eu gostaria de ter um abraço seu agora.


Se você encontrar a minha mãe, poderia abraçá-la por mim?

Tenho certeza que ela é o anjo mais lindo daí.

E, eu nunca te disse, eu acho,

Mas eu te amo,

E amo como você cheira a morangos.”

**

Os anjos estão se escondendo no mais negro da noite,

Você pode sentir os batimentos, agora?

Meu corpo não sente mais o seu,

Seus pulsos estão feridos,

Por quê?

Eu sinto que se eu der apenas um passo,

Eu irei desabar, irei cair.

Esses olhos estão matando-me,

Estão me aprisionando.

Você prometeu ficar ao meu lado,

Mas tudo que eu consigo enxergar neste momento,

É o seu corpo caído no chão, morto.

Volte para mim.

As rosas estão vermelhas esta tarde,

Mas sem você, eu sinto que não posso fazer nada.

Corte-as de meu coração.

É apenas um abismo profundo.

Assim então,

Você foi,

Para longe,

Céu, da escuridão.

**

Música de Encerramento - Orpheus

[Imagem Extra do Capitulo ~ Mellanie ~ Ferimento]

[Imagem Extra do Capitulo ~ Briga ~ Nathaniel e Castiel ~ CHIBI]

[Imagem Extra do Capitulo ~ Castiel]

[Imagem Extra do Capitulo ~ Mellanie ~ CHORO]

[Imagem Extra do Capitulo ~ ESPECIAL ~ Alexy ~ morte¹]

[Imagem Extra do Capitulo ~ ESPECIAL ~ Alexy ~ morte²]

Fim do Capítulo Dez.



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Notas finais do capítulo

Muito obrigada viu? E quero comentários, isso me motiva. Ah, e feliz Natal! *abraça*