The Rose Of Darkness escrita por Pye


Capítulo 12
Capitulo 7 – Assassinatos do laço vermelho.


Notas iniciais do capítulo

Desculpe por mais uma demora. Aqui está mais um capitulo dividido em partes, espero que gostem. Dedicado a Chydori-chan, sumida, hein?

NÃO SE ESQUEÇAM DE VEREM AS IMAGENS ESPECIAIS AO FINAL.

Obrigada.



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Capitulo Sete


Os assassinatos do laço Vermelho.

Música de abertura



Vou te pedir que fique.


Mesmo que o futuro seja de incertezas,



Mesmo que não haja nada duradouro prescrito pra gente.


Esse é um pedido egoísta,

Porque na verdade eu sei que se nada der realmente certo,

Vou ficar sem chão.

Mas por outro lado,

Posso te fazer feliz também.

É um risco.

Mas mesmo assim,

Eu pulo,

Se você me der a mão.

~ ♣ ~

Os raios do sol daquela manhã pareciam apertar dentro de seus olhos, junto a sua pele, que sentia aquela pequena luz tocar-lhe com delicadeza, sentindo aquele sol gostoso de manhãzinha. Ela abriu os olhos rapidamente, vindo em vista aquelas cortinas brancas balançarem bem pertinho da sacada. Afastou então as cobertas de seu corpo e se sentou na cama, esfregando os punhos nos olhos para espantar qualquer vestígio do sono. Quando se manteve completamente desperta, levantou-se, apressando a olhar as horas no relógio em cima da mesinha ao lado da cama. 06h01. Havia acordado cedo demais essa manhã. Talvez por nervosismo do dia anterior, ou apenas mais uma bobagem de sua cabeça. Revirou os olhos e largou o relógio em cima da mesma mesa, andando até o guarda-roupa e pegando a primeira coisa que viu; uma blusa preta com mangas estendidas na altura dos cotovelos e uma calça jeans de lavagem escura, junto com seu velho All Star de sempre. Tirou a blusa de dormir e jogou longe, junto com seu short, mantendo-se apenas de calcinha e sutiã. Quando já se preparava para se vestir novamente, sentiu um agarro de mão prender em seus cabelos por trás, logo se virando como em um reflexo para ver quem era.

Ohayou Mell-chan! – A garota de cabelos azuis sorriu, fechando os olhos e esticando-os, de maneira que a fizesse parecer fofa.

Mellanie sorriu sem jeito.

Ah, Ohayou Gozaimasu. – Ela retribuiu os cumprimentos e se virou para continuar a se vestir. — Já acordada?

Hikka rodeou o quarto, não demorando muito para sentar-se na cama.

— Perdi o sono às cinco da manhã. Estava te esperando acordar. – Ela respondeu. — Estive pensando em uma coisa que anda me perturbando.

Mellanie a encarou com curiosidade.

— E oque é? – Perguntou.

Hikka suspirou e só assim, começou a falar.

— Lawliet. Não consigo parar de pensar nele.

Mellanie sorriu travessa.

Hmm, pensando no loiro, hein?

— Não é isso, Mellanie! – Ela gritou baixinho, repreendendo-a.

— Então porque está pensando nele?

— Lembra quando te falei, logo quando cheguei que ele não era mais o mesmo?

— Sim, eu lembro. Oque é que tem?

— Na verdade não é que ele não seja mais o mesmo. – Começou. — É que, de fato, ele nunca foi oque pensávamos que ele era. Ele sempre foi uma mentira.

Mellanie arregalou os olhos, desentendida.

— Uma mentira...? – Repetiu na tentativa de compreender.

— Dês do momento que você colocou os pés naquele táxi e veio pra cá, ele se transformou em outra pessoa, e quando meus pais brigaram e fui morar com ele eu tive a certeza. No colégio, quando você ainda estava lá, próxima da gente, ele era completamente diferente, talvez só mais um loiro idiota que trabalhava normalmente como vigilante em um colégio público. Mas não era só isso. Era como se fosse uma máscara, um disfarce por trás de tudo aquilo. Como se fosse uma camuflagem na tentativa de se esconder do mundo. Na tentativa de esconder sua verdadeira identidade.

A garota ouvia aquelas palavras com semblante tão confuso quanto qualquer coisa, sentindo seu corpo se tornar quente e de certa forma arrepiado com tais palavras. E, por uma primeira vez naquela manhã, começara a sentir uma estranha pontada em seu peito, talvez uma pequena intuição má sobre tudo aquilo, quem sabe?

— E oque tem de tão errado nisso tudo? – A morena perguntou com as sombracelhas arqueadas enquanto terminada de abotoar sua calça, logo andando até a garota na cama.

— Ele esconde um segredo. – Respondeu a baixinha sentada na cama, com um brilho estranhamente arrepiante. — Aquele olhar terrivelmente misterioso e de certa forma cruel esconde alguma coisa de todos nós. Um segredo muito pesado ou algo por trás daqueles olhos que te prendem... Ou talvez, aquele jeitão desleixado... Não consigo entender. Quanto mais me esforço na tentativa de compreender, mais me sinto como se estivesse afogando, sem mais nenhuma pista sobre tudo isso.

— Porque acha isso, Hikkaru? – Perguntou.

— Ele tem um nome falso, Mellanie. – Ela finalmente revelou, séria. — Ele me concedeu uma condição antes de me trazer pra cá. A condição foi que eu só viria com ele se o chamasse somente pelo nome proposto. Ryuzaki. Esse é seu nome para todos, a partir de agora.

Mellanie piscou os olhos por alguns segundos seguintes, na tentativa de entrar na realidade.

— Ele tem um nome falso? Um nome falso? – Perguntou desacreditada.

— Ele fica a madrugada inteira revisando fitas na televisão. Tem milhares de papéis pra ler e pastas pra olhar. Eu não faço idéia do que seja tudo aquilo, mas, eu sei que é importante.

Mellanie pensou e sorriu, minutos depois.

— Ryuzaki, hein? – Riu de forma estranha. — Vamos descobrir oque ele esconde tanto, então, conte comigo, tudo bem?


~~







Dentro daquela sala escura, completamente selada pelas janelas, ele observava pacientemente seu café esfriar, logo em cima da mesa de centro na sala de estar. Lawliet olhava-o friamente, com tais olhos hipenotizantes e azuis, tão azuis que talvez fosse possível assemelhá-los ao oceano da costa que o mesmo freqüentava quando pequeno. Sua infância fora algo inquietante, mórbida e porque não descrever, cruel? Daquela época mágica e alegre apenas se lembrava de meros trechos, cortados pela memória, mas mesmo assim, lembrava-se de pequenas coisas. Um pequeno vilarejo aparentemente abandonado pelo mundo e um balanço, que o vento teimava em empurrar para o nada, apenas para sua memória, que relia aquele passado várias e várias vezes. Também lembrava-se vagamente de uma boneca, sim, uma mediana boneca com lindos cabelos longos, formados por poucos cachos artificiais e um par de olhos de vidro, tão verdes quanto qualquer outra. Ele costumava gostar daquela boneca, tanto quanto qualquer menina daquele lugar. As lembranças remexiam em sua mente naquele momento, enquanto olhava sem atenção para aquela xícara de café em cima da mesa de centro. Apenas, uma lembrança naquele momento. Uma mão esticada e, de repente, sangue. Uma onda de vermelho incomum, e seus pequeninos olhos se fixaram. O pequeno garotinho de suas lembranças fitava aquela boneca ser manchada, junto a uma bela moça estirada no chão, com tais cachos loiros encharcados de sangue. Esse era Lawliet? Essa fora sua infância, realmente? Nem mesmo ele pudera revelar para si próprio. Em sua cabeça, apenas pequenas lembranças, cortadas pela dor daquela cena. Na verdade, ele não se importou com o balanço, ou muito menos com aquele vilarejo velho, não. Oque lhe intrigava e o fazia prender os olhos era apenas, aquelas duas lindas criaturas. A mulher e a delicada boneca com olhos de vidro. Ambas com redondos cachos loiros, e ambas igualmente manchadas por sangue. Tanto sangue que... seu coração revirava dentro do peito. Dali pra frente, não conseguia se lembrar de absolutamente nada, apenas uma grande e larga janela em um orfanato, com dezenas de crianças pulando alegremente no jardim aos fundos, mas ele lá, preso atrás daquela janela com os pequenos braçinhos apoiados no parapeito, olhando aquelas crianças sem um pingo de sentimento, apenas um vazio no olhar, talvez junto ao coração, que parecia nada menos que oco. Dês de então, sempre fora assim; tão vazio e frio quanto qualquer outra coisa semelhante. Mas ele sentia que, podia agüentar, não importava como mas, apenas, agüentar... Aquela dor.


De repente sentiu um tremor, e o telefone começou a tocar. Ele apertou os punhos e abaixou a cabeça, na tentativa de esquecer tantas daquelas lembranças tolas e inúteis que seu coração teimava em manter dentro de si.


~~







Diante aquele céu azul e aquele sol escaldante, Mellanie corria, incessantemente sem parar sequer uma vez, em direção a apenas um único lugar; o jardim dos fundos. O intervalo já estava acontecendo do outro lado do colégio, enquanto ela estava indo em direção ao segundo lugar menos habitado daquele sanatório, ao jardim dos fundos. Estava tentando se livrar por apenas um dia do ruivo mal encarado, já que o mesmo costumava ficar no pátio dos fundos, ela mesma procuraria um lugar para de refugiar. Já que ele podia criar um jogo de isolamento, então porque ela também não podia? Se ele queria jogar, então que as cartas fossem postas á mesa.



Ela finalmente parou, curvando a coluna e apoiando as duas mãos nos joelhos, como se estivesse realmente morta depois daquela busca. Ela levantou a cabeça e respirou fundo, sentindo aquele ar fresco e aquele gramado macio logo abaixo de seus pés. Era verdadeiramente reconfortante, aquela sensação de aconchego e paz. Ao som de um passarinho que cantava próximo dali, sentiu sua paz ser quebrada, e seus olhos instantaneamente se fixaram em uma figura alta e máscula, parada logo á frente, segurando algo semelhante a um cigarro, enquanto o mesmo tragava daquilo entre seus dedos sem se importar se havia ou não alguém ali, de fato. O sorriso dela se fechou. Resolveu e em seguida começou a se aproximar alguns passos, sentindo seu coração de certa forma estranha se apertar.




A garota parou bem ao lado daquele homem, sentindo aquele ar pesado e de certa forma marcado pela fumaça do tabaco. Ela olhou-o ao canto dos olhos, vendo que ele não movia sequer um músculo, parecia que não a enxergava, apenas enterrado em seus pensamentos. Era como se... ela não estivesse ali.




— Você deveria parar de fumar. – Ela começou, sem sequer fitá-lo.


Ele terminou de tragar e soltou aquela fumaça densa, sorrindo brevemente ao canto dos lábios, de forma pensativa.

— Não irei me esquecer disso, então, muito obrigado pela sugestão. – Respondeu.

— Então vai parar de fumar? – Ela retornou em uma pergunta, agora olhando-o atenta.

Ele tornou-se sério novamente, fitando á frente.

— Não. – Brevemente respondeu, tragando mais uma vez daquele cigarro.

Ela abaixou a cabeça e sorriu, agitando a mesma em um ritmo negativo e de certa forma divertida.

— Você é estranho.

— Não gosta do gênero? – Disse, agora finalmente se virando na direção da garota.

— E eu deveria?

Ele voltou a sorrir de modo estranho, com certo olhar modificado e desigual. Arrepiante.

— Talvez.

Suas palavras foram breves, deixando-a confusa. Ele voltou a virar-se para frente, e sem sequer olhá-la, novamente levou seu cigarro aos lábios, tragando por uma última vez e soltando daquela fumaça, em seguida permanecendo ele entre os dedos, então, olhou para o nada.

— Porque escolheu ser professor? – Ela perguntou.

Aquela pergunta havia sido realmente inesperada para ele, que imediatamente rolou os olhos pretos para a garota ao lado.

— Eu não escolhi. – Começou, firme.

— Então porque está aqui? Que eu saiba, as pessoas deveriam escolher oque fazer pelos seus sonhos, não seguir algo que não desejam.

Ele suspirou.

— Não estou aqui porque quero. É minha obrigação estar aqui. – Disse — Se estou nesse lugar insignificante, porque realmente é importante.

Ela o olhou um pouco mais a fundo, na tentativa de desvendar aqueles olhos tão misteriosos, que de certa forma escondiam algo.

— Está querendo me convencer de que está aqui por obrigação? Por quê? – Insistiu.

— Há algo importante que preciso cumprir nesta escola e enquanto não conseguir cumprir minha meta, não irei embora. Essa é a razão.

Ela o fitou curiosa, assentindo de modo compreensivo com a cabeça, logo vendo que ele tragaria mais uma vez daquele cigarro, moveu-se rapidamente sem ao menos pensar e, segurou-lhe o pulso.

— Mesmo que teime tanto, fumar não faz bem, Sensei. – Ela disse, tomando o cigarro de seus dedos e jogando-o no lixo próximo. — Se continuar a se estragar desta forma, não conseguirá cumprir sua meta. Estará morto antes.

Ele olhou-a atentamente sério, mas repentinamente começou a sorrir, livremente descontraído diante aquela ação.

— Está preocupada comigo, senhorita? – Disse brevemente ao se aproximar da garota, que começara a sentir suas bochechas queimarem.

— Só... – Começou, rapidamente se afastando do homem. — Não fume, tudo bem?

— Tentarei. – Ele respondeu, com um sorriso amigável enquanto dava as costas e começava a se afastar em direção ao portão.

Ela sorriu, ficando na ponta dos pés.

— Ficarei de olho em você, - Começou com uma pausa, oque o chamou a atenção por alguns instantes. — Sebastian!


Ficarei de olho em você, Sebastian!




Tais palavras lhe causaram um sentimento arrepiante, naquele momento, sentindo seu coração ferver a cada palavra. Era a primeira vez que ela pronunciava seu nome, mas... por quê?




E assim ele voltou a andar, seriamente.



~~







O vento começara a ficar frio naquele momento, enquanto a loira apertava os passos em direção ao portão de saída, e por um breve momento, pudera sentir mãos quentes agarrarem seu braço, tão agressivamente que fizera seus longos cachos loiros balançarem no ar. Ela virou-se assustada e, sentiu por mais uma vez seu coração gelar. Gelar por medo, aquele medo maldito que por tanto, mas tanto tempo lhe assombrava. E agora, por mais uma vez.


Ele olhou-a de modo piedoso e pra baixo, não como uma ameaça, mas sim como se estivesse pedindo socorro. Ela fitava-o com tais olhos verdes vazios, como se fossem estranhamente ocos, sem absolutamente nenhum sentimento por trás, apenas a tristeza ao ver novamente aquele rosto.

— Eu sinto sua falta, Mary. – Ele falava em alto e bom som, enquanto os alunos passavam ao lado e olhavam aquela cena.

Ela apertou os olhos, quase os fechando e ao mesmo tempo podia sentir o aperto em seus braços finulos, quase sendo esmagados por aquelas mãos fortes que aquele monstro pertenciam.

— Me solta Dakotta, você ta me apertando! – Ela gritou, se segurando para não voar em cima dele e descarregar todo o ódio.

Ele ao contrário do mandamento, a apertou ainda mais forte, enquanto lágrimas desciam por seu rosto.

— Vai colocar um ponto final na nossa história? – Ele perguntou, enquanto seus olhos transbordavam mais um pouco.

Mary sentiu seus cachos voarem sobre os ombros e ergueu a cabeça por completo, fitando-o seguramente, pronta pra descarregar tudo que pretendia a tanto e tanto tempo dizer a ele.

— Não, vou passar a borracha numa “história” que jamais deveria ter existido. – Ela respondeu, tornando um brilho incomum naqueles grandes olhos verdes. — Quero que você se afaste de mim, Dakotta, e sabe por quê? Porque você foi minha pior decisão, minha pior escolha. Você me machucou, mas não fisicamente. Você me machucou por dentro, sabe? Meu interior já estava corrompido, estragado, como se estivesse a ponto de explodir. Quando conheci você, senti que poderia manter você aqui, dentro de mim, mas, não podemos manter algo dentro do nosso coração sem ao menos ter certeza se nós mesmos estamos no coração da outra pessoa. Quero você longe de mim, então por favor, não me toque.

Ele apertou os olhos fortemente, sentindo-os queimar diante ao ódio, sentindo-os esquentar de forma inexplicável. Seus punhos por um momento sentiram daquele ódio e quentura, oque o fez espontaneamente a puxar para mais perto e apertar ainda mais aqueles braços delicados da garota. Ela podia sentir arder de dor, sentindo seu sangue ferver por dentro da pele por longos segundos daquele aperto. E ele logo afastou uma mão no ar, prontamente armado para dar-lhe um golpe no rosto. Ela fechou os olhos e esquivou a cabeça, como ato de proteção, mas, no mesmo instante, uma voz foi proclamada, e passos apressados foram ouvidos.

— Você perdeu a noção do perigo?! – O ruivo disse estrondosamente em um grito, enquanto apertava o pulso do loiro insano com uma só mão na tentativa de evitar o ataque.

Mary abriu os olhos rapidamente, fitando Castiel como em um agradecimento, e logo atrás os outros dois; Mellanie e Lysandre, olhando atentamente com certa preocupação.

— Essa vadia não sabe no que se meteu! – Dakotta gritou, enquanto tentava se soltar das mãos do garoto rubro.

— Já basta Dake, vai embora. – Disse Miha, que chegava batendo os cabelos rosados atrás dos ombros.

— Pode soltar, Castiel. – Mellanie ordenou, aproximando-se ao lado do ruivo com olhar firme.

Ele a olhou por alguns instantes teimoso, mas rapidamente soltou o loiro, encarando-o nervosamente como se estivesse prestes a matá-lo, se pudesse.

— Se manda, – Disse, com uma pequena pausa. — antes que eu mude de idéia! – Terminou, avançando um passo como ameaça.

Dakotta virou o rosto na direção de Mary, olhando-a rapidamente ameaçador, sumindo em seguida da vista de todos.

Ela queria chorar, desabar ali mesmo, naquele pátio imundo com todos a sua volta, espiando curiosos e de certa forma divertidos com a cena. Mas não, não daria esse gosto para todos aqueles inúteis que a menosprezava. Ela apenas arqueou a cabeça e puxou todos pelo braço, levando-os até a biblioteca dos fundos, tal sala abandonada com apenas milhares de livros empoeirados e abandonados por todos. Seria lá que eles iniciariam as investigações dos assassinatos, mas antes, ela precisava chorar, para todos aqueles que ela sabia e tinha certeza que poderia confiar, realmente, de olhos fechados.


— Me desculpem por isso. – A loira disse visivelmente constrangida, enquanto limpava qualquer vestígio de lagrima dos olhos.




Mellanie sorriu doce, aproximando-se da loira e tocando-lhe parcialmente o ombro.




Aw, porque está se desculpando? Não fale besteiras. A constrangida não foi você e sim ele, que veio até aqui para te humilhar. – Disse. — Pessoas assim não merecem uma garota como você por perto, então o esqueça, certo?


Maryana sorriu, agradecendo visualmente.

— Está realmente bem agora, Mary? – Questionou preocupado Lysandre, chegando mais perto.

Ela assentiu, prevalecendo o sorriso, que se desmanchou por alguns poucos segundo ao avistar o ruivo perto da porta da velha biblioteca, encostado na parede com os olhos cinzentos desviados de toda a situação. Ela então se aproximou, não completamente, mas olhou-o e começou;

— Obrigada, Castiel. – Ela começou com um pequeno vestígio de sorriso, direcionando a ele.

Ele olhou-a apenas ao canto dos olhos, fingindo desinteresse.

— Não ficaria parado vendo ele te bater. Qualquer um faria aquilo.

Todos olharam-no atentos.

— Você não é qualquer um. Você me ajudou, então... Obrigada.

Ele olhou-a por alguns segundos, enquanto ela se aproximava dele, precisamente para um abraço, mas ele recuou. Olhou para baixo, supostamente entre o pescoço e o próprio peitoral, esquivando agilmente e correndo para bem longe daquela biblioteca, desaparecendo por aquele corredor escuro. Todos fitavam a porta com descrença, incapacitados em acreditar que ele havia fugido. Um coração de pedra. Talvez fosse realmente isso que todos acreditavam existir dentro daquela armadura com cabelos rubros. Realmente?

Arg, típico daquele demônio! – Miha soltou entre dentes, mostrando-se nervosa.

Nathaniel encarou a baixinha de cabelos rosados, sorrindo divertidamente.

— Típico de um demônio, hein? – O loiro ri ao lado de Miha.

Lysandre encontrava-se sentado na mesa central, qual havia bem em cima vários livros empoeirados jogados. Ele olhava tudo com desanimação. Mary apenas gargalhou, já que conhecia a personalidade do “demônio” há muito tempo, não se importou com a fuga inesperada. Todos se desviaram do assunto, enquanto Mellanie continuava parada lá, frente á porta qual Castiel havia fugido. Por que ele faria algo tão grosseiro? Talvez ele fosse, realmente, oque todos imaginavam.

— Mellanie. – Chamou Nathaniel. — Problema?

Ela direcionou seu olhar para ele e sorriu, levando para longe os pensamentos.

— Não, não é nada. – Ela respondeu, indo em direção á mesa, onde todos estavam sentados.

— Mary, já que estamos aqui, tem notícias sobre mais assassinatos? – Miha perguntou.

— Não por enquanto.

— Isso é bom, certo? – Nathaniel se intrometeu.

Mary apenas suspirou.

— Não é tão bom, já que o assassino pode estar pensando em algo pior para a próxima vez. – Respondeu a loira.

— Esses... Assassinatos, sempre, em todos os casos há laços em sua cena do crime. A marca do assassino, certo? – Mellanie começou. — Então já que isso foi uma grande descoberta, e que poderá nos ajudar no futuro, porque não chamarmos esse caso de...

A pausa foi prolongada, enquanto ela pensava.

— Os Assassinatos do Laço Vermelho. – Lysandre finalmente disse sem nenhuma intenção de palpite, praticamente jogado sobre a mesa de madeira.

Todos o encararam com olhos bem abertos.

— Esse é um bom nome. – Miha disse, animada.

Os outros três se entreolharam.

— Lysandre presta para alguma coisa. Bom menino, bom menino! – Mary disse, dando tapinhas no todo da cabeça de Lysandre.

— Bom, enquanto não houver mais assassinatos, estaremos atentos. Pegaremos esse marginal. – Mellanie disse com convicção, apertando os punhos contra a cadeira.

Todos sorriram, dando por encerrado o assunto, e finalmente saindo daquela biblioteca empoeirada.

Se o assassino tivesse planos para novos assassinatos, com certeza não seria apenas mais um em um beco qualquer. Eles estavam certos de que, quem quer que esteja fazendo todas essas brutalidades, estava muito bem escondido por trás dos panos, e com certeza, não sairia tão cedo. Estava apenas esperando pelo momento certo para o bote certeiro, qual acertaria a verdadeira vitima. Isso era oque todos realmente achavam, naquela pequena roda de investigação.


~~





Mellanie passara a tarde toda sozinha em casa, já que sua tia trabalhava agora no centro da cidade como jardineira, e Kaien voltava somente á noite. Sem contar que em raros dias o homem chegava bem cedo, deliciando-se com seus chás e enchendo a garota de carinho excessivo. Nesta tarde Zero havia simplesmente desaparecido, sumido do mapa. Ao contrário de dias normais, ao qual ele esperava a garota plantado na porta do colégio, neste ela tivera que vir sozinha, e ficar em casa a tarde toda sem fazer absolutamente nada. E o pior era que, ela estava de uma certa forma insana viciada naquele cara. Em suas expressões frias e falas inesperadas. Era tarde demais. Ela simplesmente havia se acostumado com a presença dele.







Ela se debruçou no sofá quando finalmente ouviu a maçaneta da porta girar. Levantou a cabeça e olhou cautelosamente para trás, vindo em sua vista o casaco bege de sempre e os longos cabelos levemente acastanhados. Kaien havia chegado mais cedo esta noite.





Ele sorriu e largou os sapatos para o lado.


— Chegou cedo, Kaien-san. – Ela disse.

Ele apenas sorriu com os olhos, indo em sua direção e apertando-a em um abraço carinhoso.

— Não havia muito o que fazer hoje por lá, querida. – Disse enquanto se sentava no sofá, ao lado dela. — Sua tia chegará daqui a pouco. Onde está Zero?

Ela caminhou seus olhos até o pé da escada, voltando-os em seguida e se encontrando no meio do caminho com os caramelados olhos de Kaien.

— Eu não sei. Não o vi hoje.

Hum. Entendo. – Ele apenas murmurou sério, saindo do sofá e indo em direção a mesa na copa.

— Não está realmente chateado comigo, está? – Ela perguntou com uma ponta de medo.

Ele a olhou desentendido.

— Porque ficaria?

— Você sabe... Sobre a investigação. Você me disse para deixá-la.

Ele fitou-a por pequenos segundos e enviou um sorriso largo, como de costume.

— Não se preocupe com isso. – Começou. — Apenas faça oque acha certo. Não impedirei você.

Ela retribuiu o sorriso, apoiando os braços no sofá e encarando-o, enquanto ele preenchia um bule para o preparo de chá.

— Me desculpe por causar problemas por causa disso, Kaien. Eu apenas quero ajudar. Não fique preocupado.

Ele parou por um instante enquanto terminava de colocar a água para preparar o chá.

— Eu só quero proteger você, pequena. Não posso impedi-la, mas saiba que não importa o perigo, eu estarei lá. – Terminou.

Ela apenas sorriu, sentando-se normalmente no sofá.

— Pensei que estivesse proibido de tomar chá pela noite. – Provocou-o.

Foi-se ouvida uma pequena risada dele.

— Lunna não está aqui agora, então estou fora de perigo, certo?

Mellanie apertou os olhos, sentindo que estaria tudo bem agora, já que a solidão havia saído pela porta, bem no instante que Kaien entrara por ela. Estaria realmente tudo bem.


~~







Naquela madrugada as árvores se contorciam junto ao vento, chocando-se entre si e libertando folhas, antes aprisionadas a seus galhos. Enquanto o vento persistia vigorosamente naquela noite, ela andava precisamente bem no meio daquela rua, completamente negra preenchida pelo frio da madrugada, enquanto os postes de luz estavam misteriosamente queimados, tornando a escuridão visível.


Passos começaram a se penetrar no chão daquele asfalto, junto as batidas pesadas do salto alto, formando uma melodia perturbadora. De repente um pequeno lenço branco voou, percorrendo o chão, fixando-se bem á frente dela, que olhou-o com a cabeça sutilmente tombada para o lado.

Os passos se silenciaram.

Meredy abaixou-se com calmaria, tomando em mãos o lenço.

— Suspeito que seja seu. – Ela disse, distribuindo sua voz para o homem a poucos metros.

Ele virou-se.

— Ah sim, – Confirmou, forçando um sorriso. — Deixei cair por descuido, obrigado por pegá-lo.

Seus olhos por um momento se fixaram naquela mulher, com olhar fortemente verde. Olhos de certa forma perigosos. Corpo perfeitamente moldado a uma blusa de couro justa e lábios preenchidos por batom vermelho.

Ela se aproximou calma.

— De longe pensei que fosse somente minha imaginação, mas agora de perto não tive dúvidas. Você é um homem muito atraente. – Ela bateu levemente os cílios.

— Desculpe, senhorita... – Ele falava incompletamente, direcionando seu olhar para um dos dedos em sua mão esquerda, fitando a aliança de compromisso.

Ela olhou para o dedo dor rapaz, qual ocupava uma grossa aliança de ouro, logo prolongando um sorriso perigoso nos lábios.

— Um pequeno anel não me importa. Não me impedirá de absolutamente nada.

Ela aprofundou o olhar nele, enquanto o mesmo sentia-se profundamente encabulado.

— E oque a senhorita procura por essas ruas escuras, a essa hora da madrugada? – Ele perguntou, aproximando-se.

Meredy então, por um momento agarrou seus dedos com firmeza no colarinho de sua camiseta, puxando-o para perto de forma sensual.

— Procuro por você.

E então prendeu-o em um beijo. Calmamente agarrou os dedos entre seus cabelos, enquanto puxava-o mais para perto de seu corpo com a mão livre.

Ao término ela o encarou, com olhos ardentes e fixados nele, não em sua boca, mas sim em seu pescoço.

— Como os homens são tolos... – Ela disse quase em um sussurro em seu ouvido. — Como acha que sua esposa se sentiria ao ver essa cena?

Ele olhou-a com os olhos arregalados, sentindo-se arrependido por qualquer coisa que tenha feito segundos antes.

— E-Eu sinto muito, senhorita... Não sei oque passou em minha cabeça. Realmente-

— Suas decisões devem ser calculadas com calma. Deveria saber disso. – Ela disse, abaixando o rosto junto aos olhos de forma calma.

— Isso não deveria ter acontecido!

Por prolongados segundos, foi-se ouvido um pequeno murmúrio, que rapidamente se libertou em uma longa risada de certa forma perigosa. E o rosto foi se erguendo sutilmente na direção daquele homem, e olhos antes tomados em verdes agora se abriam lentamente, transformando-se em um vermelho escarlate ameaçador. Olhos completamente tomados pela cor do... Sangue.

— Sinto muito, querido. – Ela disse próximo ao rosto dele. — Tarde demais.

E ele arregalou os olhos mais uma vez, mas não tomado pelo arrependimento. Desta vez, seus olhos gritavam de pavor diante aquela mulher. Ou seria um monstro? Sua pele se tornara mais pálida que o normal e os lábios tão avermelhados quanto seus olhos, enquanto sua língua percorria em volta dos lábios como um tigre sedento, e realmente, aquela mulher estava sedenta, mas não por carne e sim por Sangue.

Rapidamente Meredy se aproximou, quase em um pulo para cima daquele homem de cabelos negros. Enrodilhou os braços em volta do pescoço do mesmo e encravou as unhas no lugar. E logo após uma mordida, longa e bem encravada em seu pescoço. Ele gemeu por um momento e a apertou os braços, na fracassada tentativa de se livrar daquele monstro.

Era tarde.

E por um momento final, ela se afastou, jogando o corpo do rapaz do chão com brutalidade, sua força era aprimorada a cada gota que bebia, mas ainda não era suficiente. Não ainda.

Ela afastou-se para trás, enquanto seu salto debatia contra o chão ardentemente, provocando aquele barulho infernal. Ela limpou os lábios com o colo da mão, com olhar venenoso e prolongado, em cima daquele corpo.

Aproximou-se por mais uma vez, retirando uma pequena e afiada estaca de dentro da meia e aprontando para os braços do rapaz, rapidamente os cortando com toda a crueldade. Retirou as peças de roupa incluindo camisa e calça, vendo-se livre para cometer mais alguns cortes. Ao terminar, retirou uma pequena fita vermelha do bolso. Um laço. Por fim, colocou-o ao lado direito.

Estava feito.

Novamente passos.

— Vamos. Esta noite, você é somente minha.

Dylan a olhou ardentemente com seus puxados olhos castanhos, enquanto fitava severamente aquela pequena senhorita tomada pela maldade.


–--







Música de Encerramento, awake and alive.


[Imagem Extra do Capitulo ~ Dylan]

[Imagem Extra do Capitulo ~ Castiel ~Black and White]

[Imagem Extra do Capitulo ~ Miha]

[Imagem Extra do Capitulo ~ Nathaniel]

[Imagem Extra do Capitulo ~ Lawliet]

[Imagem Extra do Capitulo ~ Sebastian]

Fim da primeira parte.




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Notas finais do capítulo

Obrigado por acompanharem. Quero reviews. Até a próxima, baixinhos. *manda beijo*