New Bad Girl escrita por CKS


Capítulo 17
Capítulo 18 - Síndrome de Gêmeos e o Jardim




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A aula já tinha acabado, mas eu fiquei até mais tarde hoje. Eu não fui pra sala de aula, acho que depois do que houve, prefiro ficar longe de Castiel por um tempo... acho que ambos precisamos nos acalmar ou... Confesso que estou meio confusa pelo que houve. Não entendo o motivo pra Castiel ter agido daquela maneira... quer dizer, ele estava me punindo pelo que eu disse ou... quer saber, pensar nisso tá me dando dor de cabeça! Vou fazer o que eu faço de melhor, tentar esquecer...

Eu acabei indo para o clube de jardinagem, lá era um local que eu encontraria paz e principalmente, ficaria tendo alguma coisa pra fazer. O clube de jardinagem sempre precisava de ajuda com os probleminhas com ervas daninhas e insetos. Quando cheguei lá, Jade já havia chegado, ele apenas olhou pra mim e sorriu... não me perguntou nada do que houve, apenas sorriu. Nunca antes esse ar de “desligado” de Jade foi tão bom... ficamos trabalhando no clube até tarde.

Com o calor e o sol forte, ficou quase impossível de fazer qualquer atividade no clube, sem ter a sensação de estar derretendo. Tive de ficar apenas de top e calça jeans, porque a minha “capa estilo matrix” poderia sujar ou eu desmaiar de calor. Após terminamos, eu estava toda suada e suja de terra, Jade em emprestou uma toalha e mandou eu me lavar um pouco, na torneira que havia perto das maquinas que vendem refrigerantes, pois era a única que ficava protegida do sol e, por consequência era mais fria.

Jade tinha razão, aquela água geladinha era uma maravilha pra alguém que estava fadigado e com calor... pra você ter uma ideia, eu estava com tanto calor que estava pensando em tomar um banho ali mesmo, com roupa e tudo... mas não daria certo. Provavelmente algum idiota iria me incomodar por causa disso... tive que me contentar apenas com em molhar meu rosto, os braços, e acabei no final molhando a toalha e coloquei ao redor do pescoço... e fui me sentar perto dos bancos, e deixei a toalha no rosto, e tentando relaxar e sentir a brisa que estava a movimentar as folhas das arvores. Foi muito trabalho, mas acho que iria valer a pena no final... eu estava mais calma e, digamos em equilíbrio. Não me culpava mais com o que aconteceu com o Ken, e não me importava mais com que a minha família de Ken e a minha praticamente declararam guerra... eu continuaria a ser amiga de Ken, e quando ele voltasse e... se é que ele voltasse. Quer dizer, o pai dele disse que ele só voltaria quando se tornasse um homem... e eu estou torcendo pra que ele tenha coragem pra tanto, ou nunca mais ele voltará.

- Posso lhe fazer companhia? - perguntou a voz masculina, calmamente, vindo por detrás do banco.

- Faça o que quiser... - respondi, tirando a toalha do rosto, para ver quem conversava comigo. Era Nathaniel, e ele estava trazendo duas garrafas de água gelada... eu queria saber como ele consegue andar ao meu redor sem fazer qualquer barulho. - O que faz aqui Sr. Representante?

- Meu nome é Nathaniel. - respondeu ele, dando um leve sorriso, indo até a parte da frente do banco - Posso me sentar perto do você?

- Claro... O chão é publico! - respondi, mas resolvi me afastar e dar espaço pra ele sentar. Fazia muito tempo que a gente não conversava. Na verdade, eu o evitada quase todo custo. Os problemas que tive com a irmã dele, o Ken, e as a atitude “possessiva” de Castiel, já eram muita coisa pra eu tentar administrar... não havia porque querer comprar uma guerra com a legião do “fã clube de Nathaniel”. - O que está fazendo aqui?

- Tinha uma papelada pra terminar e acabei ficando até mais tarde hoje. - responde Nathaniel, me dando uma das garrafas de água gelada. Ficamos quietos, bebendo, mas ele parecia estar com um olhar meio perdido, mas ao mesmo tempo ressentido. - Porque tem me evitado tanto Angel? Tirando aquela “caçada ao cachorro”, você não veio mais falar comigo, nem quando nos encontramos nos corredores...

- Minha vida já tá complicada demais pra querer ter mais inimigos. – respondi, depois de tomar um gole de água – Além disso porque você sentiria minha falta, se tem tanta gente ao seu redor?

- Sou rodeado por pessoas que me respeitam, que quase me adoram... mas ninguém quer me conhecer de verdade. Elas amam a imagem que elas mesmas criam de mim... – comentou ele, ainda olhando para o horizonte – Ninguém quer me conhecer de verdade, e eu jamais posso ser eu mesmo.

- Já percebi isso. – respondi, dando um suspiro. Ken foi embora, mas certos problemas continuam... -  É quase uma síndrome de gêmeos... não dá pra saber quem é o verdadeiro Nathaniel e quem é o falso. Você representa o papel de perfeição a tanto tempo... deve ser complicado até pra você conseguir saber quem na verdade é você.

- As vezes você me surpreende por conseguir me definir tão bem... até agora ninguém tinha percebido isso. – respondeu Nathaniel – Angel,tem alguma coisa a ver com minhas desavenças com Castiel ou Amber pra você se afastar tanto de mim, ou... você me odeia?

- Não te odeio... Você tem obrigações, e muita pra impressionar, preferi não atrapalhar sua harmonia com o universo. - respondi, evitando falar de Amber e o que havia acontecido.

- Não, preferiu ficar ao lado de Castiel. - respondeu ele, dando um longo suspiro - Vou ser sincero, não gosto de nada que está havendo entre você e ele. Não gosto de ver você com ele... Não acho que ele mereça!

- Parece que ultimamente todos tiveram a mesma ideia. – comentei, olhando para o céu - Castiel é legal, mas às vezes parece ser muito egoísta, mas não me oferece perigo. Ken também tinha alguns problemas, mas nunca foi uma ameaça... Mas você é perigoso.

- Como assim?! – indagou Nathaniel, parecendo meio surpreso – Eu jamais bateria em você ou...

- Por baixo dessa aparência toda de “príncipe encantado”, eu consigo ver um lado obscuro seu. – respondi, sem olhar pra ele – Você pode se torna perigoso quando se descontrola, por isso tenta ao máximo jamais sair do seu pedestal... da mesma forma que tenta manter a todo custo a imagem que os outros tem de você.

- Impressionante... Descobriu isso só de olhar pra mim e algumas conversas? – indagou Nathaniel, olhando pra mim

- Não, foi com as suas atitudes. – respondi, olhando pra ele – Era você na janela, me observando, não era? Você viu que Castiel me beijou e exatamente por isso veio aqui. Quer saber o que está acontecendo entre a gente... não deve estar preocupado com essa novela todo que descreveu, apenas não gosta de perder.

- Não vou mentir mais pra você, eu usei a água como uma desculpa pra vir aqui... Toda a vez que vejo você com ele, meu ódio por ele aumenta ainda mais. Eu o respeito, mas o odeio. Vou odiar qualquer um que me afaste de você...  – respondeu Nathaniel, tocando no meu rosto, passando o polegar nos meus lábios – Odeio por ter visto lhe beijar, e por ele ter sido o primeiro a roubar o seu primeiro beijo... ele te machucou? Ele não sabe como...

- Quem disse que é o primeiro? – indaguei, o interrompendo. Porque tenho a sensação dele estar falando uma frase quase decorada de novela... esse teatro todo tá me irritando!

- Tem razão... aquilo que ele fez não pode ser considerado um beijo de verdade. – respondeu Nathaniel, levantando a mão e ainda alisando meu rosto – Um beijo de amantes é algo muito maior do que um encontro de lábios, e não pode ser dado no intuito de castigar. Você merecer algo melhor que...

- Pelo que vejo tem grande experiência nisso. – comentei séria – Tire a mão do meu rosto nathaniel, eu não caio em joguinhos de sedução... muito menos me impressiona com essa conversinha de Don Juan. Isso deve funcionar com seu fã clube, mas comigo as coisas são diferentes.

- Eu sei... – respondeu ele, segurando o meu queixo, fazendo olhar nos olhos dele, inclinando o rosto para bem próximo do meu. – E exatamente isso que me atrai.

Nathaniel se inclinou mais ainda até que me beijou... mas o que raios está acontecendo comigo? Porque todo mundo tá querendo me beijar hoje... por acaso tô parecendo tão carente assim de atenção ou... sei lá! Alguém, por favor, me acorde desse pesadelo!!!! Só falta Amber vir aqui e pedir pra sermos amigas...

Lutei com Nathaniel pra que ele se afastasse de mim, tentei o empurrar, bater, até morder... mas o infeliz conseguiu se defender cada um dos meus ataques, e o pior... parecia estar se divertindo com aquilo. Aquele não era o nathaniel que eu conhecia... quem afinal era esse que estava comigo? Alguém me ajuda aqui... por favor!!!!

- Solte-a. – falou a voz masculina, que me era familiar. Querm quer que tenha interferido, fez com Nathaniel parasse de me beijar e se afastar... e se distraiu o suficiente pra eu conseguir dar um soco no queixo dele, fazendo ele me soltar por definitivo.

Nathaniel acabou caindo o banco, sentado... e com um canto da boca sangrando. Bem feito... quem mandou ele fazer aquilo?! Mas o pior, ele apenas sorriu e passou a língua nos lábios, limpando o sangue... ele tá me dando uma espécie de medo, com uma vontade louca de bater nele até ficar inconsciente!!!

- Obrigado Jade. – falei ao perceber que quem tinha interferido era ele, mas parecia estar irritado, pois os olhos deles pareciam estar saindo faíscas.

- Eu te acompanho até sua casa. – falou Jade, sério.

- Antes de ir fênix, me responda uma coisa. – falou Nathaniel se levantando do chão, batendo as mãos na roupa, as limpando de terra - Porque você permite que Castiel, com todas as falhas dele, fique ao seu lado... e eu não? Se é por ser mal, eu também posso ser...  se quer alguém carinhoso eu também posso ser...

- Apesar de todas as falhas dele, ele não tem a Amber como irmã e não finge o que não é só pra me agradar. – respondi irritada. Jade pegou na minha mão e me tirou dali, não dando tempo pra que Nathaniel respondesse.

---x---

Jade me levou até a estufa, sem dizer nada... nunca tinha visto o Jade antes tão sério. Porque hoje tinha que ser um dia tão estranho? Em dias como esses é que eu tenho saudades da minha antiga rotina com minha família... era melhor com ele, pois era uma segura rotina... a de agora, eu não tenho como prever nada.

Jade e eu entramos na estufa, e ele fechou a porta da estufa por dentro, ficando eu e ele sozinhos... por favor Kami-sama, não permita que ele surte e tente me beijar também. Dois idiotas de hoje foi o suficiente... acho que não tenho forças pra querer brigar com mais ninguém... só quero ir pra casa...

- Você está bem? – indagou Jade, voltando da porta e olhando pra mim

- Se eu falar que sim, estarei mentindo. – respondi, dando um longo suspiro – Mas prefiro não falar mais no assunto... coisas estranhas acontecem quando falo o que aconteceu.

- Tudo bem, não precisa falar nada que não queira... você está segura aqui comigo. – respondeu Jade, sorrindo – Nada de ruim pode lhe acontecer aqui na estufa.

- Eu sei... aqui é o santuário. – respondi sorrindo, olhando em volta. As flores estavam começando a se fechar, e havia uma espécie de paz e silencio... um lugar perfeito pra se proteger da confusão que havia lá fora, no mundo real.... e esquecer dos problemas. – Obrigado pela ajuda lá com o Nathaniel, não teria conseguido me livrar dele sem que você tivesse o distraído.

- Se você não tivesse reagido, eu teria feito ele te lagar. – respondeu Jade sério

- Como faria isso? Iria bater nele? – indaguei – Sabe lutar? Conhece pontos de pressão ou...

- Não sei lutar nada. – respondeu Jade

- Então como conseguiria dominar alguém que parece ser tão bem treinado em artes maciais que eu?

- Usando a gravidade, um vaso cheio de terra com flores.– respondeu Jade calmamente - Eu derrubaria na cabeça dele...  se isso não funcionasse, o pólen  das flores iriam dar conta.

- Isso faria você perder um vaso a toa. – respondi rindo, imaginando a cena

- Não seria a toa, eu estaria te protegendo. – respondeu Jade, indo até uma roseira, com rosas brancas, que havia na estufa. – Essas flores me lembram você.

- Não acredito que eu e a as rosas sejamos parecidas em coisa alguma. – respondi, tentando entender o que ele estava falando. Jade era difícil de compreender, quando mudava do idioma normal para o de botânica.

- Pois são muito parecidas. – respondeu Jade – As rosas são plantas  majestosas por natureza e meio independentes, só precisam de um solo bom e água pra crescerem bonitas e saudáveis. Elas têm espinhos, pra sua autoproteção, afastando qualquer que tente as ferir. Mas elas não podem se proteger de tudo sozinhas... existe as pragas, ervas daninhas ou insetos destruidores que conseguem a alcançar, e elas não tem como se defender disso... elas precisam de minha ajuda.

- Entendo... – comentei olhando pras rosas. Ok. Confesso que não entendi nada do que ele falou... Parecia uma conversa botânico filosófica demais pra eu conseguir entender sem um tradutor simultâneo. Mas por alguma razão o que ele falou me acalmou um pouco...

 -Fênix... – volto a falar Jade – Eu sei que não sou muito bom em conversar com as pessoas, fora sobre assuntos de botânica, não sei lutar e muito menos consigo fingir interesse no que os outros dizem ou em relação a filmes de ficção cientifica... mas sou o suficientemente capaz de lhe ajudar, quando precisar de mim. Não excite me procurar, se tiver algum problema.

- Eu não quero criar problemas pra você... ou pra mais ninguém. – respondi

- Seus espinhos não irão me amedrontar, rosa. – respondeu ele, cortando uma das rosas, tirou os espinhos com cuidado e depois me entregou a flor. – Sempre pode contar comigo.

- Valeu Jade. – respondi sorrindo. Jade não estava tentando fazer nada  do que outros caras que estavam ao meu redor fizeram... não tentou dar uma de “homem” e fez besteira, não tinha crise de ciúmes e muito menos tentou me seduzir com frases e drama de novela mexicana... e sim que queria ser meu amigo. De todos, Jade foi o único que não fingiu ser nada além dele mesmo... que de certa forma continua sendo um enigma pra mim o idioma da botânica.

- Vamos embora? – indagou ele, pegando o meu casaco

- Vamos nessa! – respondi rindo. Se eu fosse definir Jade em um RPG, diria que ele seria um elfo. Protege a floresta e tem uma magia que nos faz sentir bem, quando estamos com ele.

Quando estávamos saindo da estufa, e Jade foi trancar a estufa para irmos embora, notei algo perto de um canteiro de margaridas algo meio estranho.... marrom e retangular.  Me agachei para pegar, e descobri que era um caderno. Abri e ví que tinha uma espécie de poesias dentro dele, todas escritas a mão... tinha um nome na parte interna no caderno, Lysandre. Quem seria esse? Será que esse o tal caderno que Castiel estava atrás?  Como é que veio parar aqui?


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