Como Salvar Uma Vida escrita por Allie Próvier


Capítulo 1
Como salvar uma vida (CAPÍTULO ÚNICO)


Notas iniciais do capítulo

A One-Short foi inspirada na música "How to Save a Life", da banda The Fray!
Espero que gostem! E mandem revieeeews! *-*
Boa leitura!



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COMO SALVAR UMA VIDA


Aos 5 anos...

O parque estava lotado de crianças correndo para lá e para cá. Minha mãe, Elisabeth, havia dito naquele dia que iríamos encontrar uma amiga dela, e que essa amiga tinha um filho da minha idade. Como fazia tempos que elas não se viam, decidiram se encontrar no parque, assim eu e o outro menino nos conheceríamos e poderíamos brincar.

Logo eles chegaram. A amiga de minha mãe se chamava Esme McCarty. Seu filho se chamava Emmett, e não parava de sorrir. Tinha a pele bem branca, como a minha. Seus cabelos eram curtos e negros. Seus olhos eram verdes, e possuía covinhas nas bochechas.

Quando nossas mães terminaram de se cumprimentar, nos apresentaram.

– Sou Emmett.

– Sou Edward.

E apertamos nossas mãos, como os homens mais velhos faziam.

E eu nunca me esqueceria desse dia.


Aos 7 anos...

Um tempo após termos nos conhecido, Esme, sua mãe, comprou uma casa ao lado da nossa. Eles moravam sozinhos, e logo descobri o por que: o pai de Emmett, Carlisle, havia falecido fazia um ano e alguns meses. Como nossas mães conseguiram se encontrar novamente, decidiram ficar perto uma da outra.

Foi a partir daí que as confusões começaram e elas começaram a se perguntar se chegaríamos vivos na adolescência.

Quero dizer, nós só aprontávamos! Eu sempre fui arteiro, desde pequeno, mas quando eu me juntava à Emmett deixávamos nossas mães completamente loucas!

Nos divertíamos demais. Colocávamos o cachorro da nossa vizinha idosa, a Sra. Weber, para puxar nossos skates pela rua do condomínio em que morávamos, ficávamos olhando as amigas adolescentes da vizinha pela janela dela, enquanto elas trocavam de roupa, pegávamos filmes pornôs emprestado com Jasper, o vizinho que mamãe sempre mandava nós ficarmos afastados. Acho que era porque ele sempre estava com os olhos vermelhos e um sorriso frouxo nos lábios. Eu achava que aquilo era estilo, mas era maconha.

Mas um dia inesquecível na minha mente foi quando, aos 13 anos, Emmett salvou minha vida.


Aos 13 anos...

Eu não tinha culpa. Juro. Eu ficava na minha, com Emmett e os outros garotos da escola. Tudo normal, mas Jéssica Stanley cismava de ficar em cima de mim. Ela tinha namorado, seu nome era Mike Newton e ele era mais velho. Tinha 15 anos, e andava com seu bando de amigos maconheiros e ridículos. Eles não perdiam a oportunidade de judiar de alguém. E, bom, a namorada do líder deles dava em cima de mim descaradamente.

Eu era seu principal alvo.

Emmett estava me esperando no portão da escola. O professor havia me pedido para ficar depois da aula, pois ele queria conversar sobre notas comigo. A mesma coisa de sempre: eu era o melhor aluno da sala e ele estava orgulhoso de mim.

The Scientist – Coldplay:

(http://www.youtube.com/watch?v=EdBym7kv2IM&feature=related)

Eu saía do prédio da escola, e pude ver Emmett encostado no muro do portão, de costas para mim. Estava ficando escuro, então apressei o passo. Antes de chegar na metade do caminho até o portão, senti várias mãos me arrastarem para o lado do ginásio do colégio. Taparam minha boca quando tentei gritar. Logo pude reconhecer os rostos que me cercavam. Eles me encaravam com um sorriso superior no rosto.

– Ora, ora, ora. Temos uma ovelhinha assustada aqui.- Mike Newton falou.

Seus amigos riram, achando graça da piadinha ridícula. Retiraram a mão da minha boca, mas seguravam meus braços.

– O que vocês querem?- perguntei.

Eu sentia várias coisas naquele momento: raiva, medo, desespero. Eu não sabia o que fazer. Mas eu sabia o que eles queriam fazer comigo.

– Eu vou fazer você aprender a não mexer com a namorada dos outros.- Mike disse, sério.

Abri a boca para retrucar, mas só o que saiu foi um gemido de dor. Mike deu um chute em meu estômago. Os babacas que me seguravam riam, assim como Mike.

– O que foi, filhinho da mamãe? Está doendo?- Mike perguntou, segurando meu rosto fortemente.

Senti gosto de sangue na minha boca, e aquilo me revoltou. Puxei meu rosto de seus mãos.

– Não tenho culpa se sua namorada é uma puta que não se contenta apenas com você!- falei, cuspindo em sua cara logo em seguida.

Mike ficou parado onde estava, me olhando com ódio. Engoli em seco, me arrependendo.

Eu era idiota. Não podia apenas calar a boca e apanhar? Não! Tinha que esfregar na cara do idiota que a namorada dele era uma piranha.

– Você vai pagar caro por isso.

Foi a última coisa que ele disse. Não, eles não tinham acabado de bater, é óbvio que não. Mal tinham começado.

Os socos eram depositados em meu estômago e rosto. Eu quase não sentia mais nada. Eu sentia o líquido quente escorrer pela minha cabeça, que rodava. Logo eu estava deitado no chão, mal conseguia me mexer, enquanto Mike e seus amigos me chutavam fortemente por todo o meu corpo. Eu já perdia a consciência quando, de repente, os chutes pararam e uma voz falava. Eu não conseguia reconhecer aquela voz, mas pude ouvir os risos de Mike.

Logo pude ver um corpo indo ao encontro do de Mike, socando-o. Semicerrei os olhos, tentando compreender aquilo. Os amigos de Mike foram tentar ajuda-lo, mas a pessoa desconhecida dava golpes em todos eles. Ele sabia lutar. E logo o reconheci.

Emmett.

Sorri debilmente. Emmett era um idiota mesmo. Não perdia a oportunidade de esfregar na cara dos outros que, apesar de ter apenas 13 anos, sabia lutar como um adulto. Emmett era forte, fazia luta e possuía alguns músculos. Por esse motivo, parecia já ter uns 14 ou 15 anos. Era um pouco maior do que eu.

Fui fechando meus olhos aos poucos, sentindo minha cabeça pesar. Logo senti alguém erguer meu corpo e falar comigo. Abri os olhos levemente, vendo Emmett me olhar com os olhos arregalados.

– O que fizeram com você...- ele murmurou, me pegando no colo rapidamente.

Depois disso, só acordei no dia seguinte. No hospital e coberto de curativos e remédio. Minha mãe chorava ao meu lado, e Emmett e tia Esme a amparavam. Quando me viu acordado, recebi abraços e Emmett não perdeu a oportunidade de cutucar um dos meus machucados, rindo da minha cara de dor. Tia Esme brigou com ele, mas eu não resisti e ri.

E ríamos disso até os dias atuais. Porque Emmett era um idiota, adorava me irritar, era a pessoa em quem eu mais confiava e, bom... meu melhor amigo.

E eu não sabia o quão doloroso seria perde-lo.


Aos 26 anos, atualmente

Emmett e eu nos formamos juntos em Harvard (incrivelmente ele conseguiu passar). Eu em Medicina e ele em Psicologia.

Eu agora trabalhava em um conceituado hospital de Los Angeles, e Emmett tinha seu próprio consultório. Aliás, ele estava noivo de Rosalie Hale. Os dois se amavam loucamente, era incrível. Quanto a mim, bom... ainda não havia achado a pessoa certa.

Era mais um dia normal de trabalho. Mentira.

Era a “Sexta-feira sem lei”, como Emmett dizia.

Todo mês havia a “Sexta-feira sem lei”. Era a única Sexta-feira em que Rosalie deixava o noivo sair com os amigos para beber. Era uma vez por mês, então era especial para Emmett. Ele aproveitava ao máximo todas as bebidas que via pela frente, e chegava em casa mal conseguindo andar. Rosalie ria da cara de Emmett, enquanto eu tentava carrega-lo para dentro de casa.

Rosalie estava certa em deixa-lo beber assim apenas uma vez ao mês. Se deixasse quando quisesse, seria um inferno.

Sorri, lembrando-me do meu amigo. Eu saía do quarto de uma das minhas pacientes, a Sophia, uma garotinha de 8 anos. Ela havia caído do segundo andar de sua casa e quebrou a perna. Era um amor de criança, e já estava quase podendo andar novamente.

Eu me encaminhava para a lanchonete do hospital para fazer um lanche, quando uma enfermeira veio correndo em minha direção.

– Senhor Cullen, precisamos do senhor! Um rapaz acaba de ser atropelado, está em estado grave e...- nem deixei a menina terminar de falar e comecei a correr em direção a que ela vinha.

Mal virei o corredor, e pude ver outros enfermeiros empurrando a maca em direção à sala de operações. Seus rostos estavam assustados e, quando me viram, relaxaram rapidamente.

Continuaram empurrando a maca e eu logo me pus ao lado dela. E meu mundo quase parou ali mesmo.

Era Emmett. Emmett estava ali, deitado na cama, desacordado. Comecei a me desesperar e empurrei um dos enfermeiros que empurravam a maca, empurrando-a eu mesmo. Comecei a praticamente correr pelos corredores, quase levando eu via pela frente junto.

– Não, Emmett... por favor...- eu murmurava, recebendo olhares assustados dos outros.

Logo chegamos à sala de cirurgia e uma das enfermeiras veio até mim enquanto eu me preparava. Eu nem ao menos sabia o que havia acontecido.

How To Save a Life – The Fray:

(http://www.youtube.com/watch?v=DF0zefuJ4Ys)

– Doutor Cullen, esse rapaz sofreu um acidente de carro. Um caminhão colidiu com seu carro, e ele ficou preso entre as ferragens. Uma barra de ferro atravessou parte de seu estômago e a ambulância o trouxe para cá rapidamente.- ela explicou tudo rápido, e eu sentia o nervosismo cada vez maior.

Eu estava desesperado, e isso era péssimo. Procurei me acalmar e, com a ajuda dos enfermeiros, começamos a operação para retirar a barra de ferro de seu corpo, e por várias vezes eu olhava para seu rosto desacordado. Quando seus batimentos cardíacos começaram a ficar fracos, o desespero me dominou novamente.

– RECOLOQUEM A MÁSCARA DE OXIGÊNIO! RÁPIDO!- gritei.

Meu deus, porque retiraram a máscara dele, afinal?!

Eu já começava a tremer novamente, e minha testa suava. Estávamos quase conseguindo tirar aquela maldita barra quando...

– Doutor Cullen!- Irina, uma das enfermeiras, me chamou.

Eu não lhe respondi, continuei pedindo as ferramentas cirúrgicas para Tanya, que não me entregou nada.

– Doutor Cullen!- Irina chamou novamente, agora segurando meus braços.

Eu ia gritar com ela. Mandá-la me soltar, perguntar se ela havia enlouquecido. Quando ela me apontou o Monitor Cardíaco. Travei onde estava, enquanto o “piiiiiiiiiiiiiiiiii” anunciando o fim dos batimentos soava em meus ouvidos. Olhei do Monitor para o rosto anormalmente pálido de Emmett, e puxei meus braços das mãos de Irina.

– NÃO! NÃO! ELE NÃO...- tentei pegar as ferramentas novamente, mas os enfermeiros vieram até mim e me seguraram.

– Doutor, não adianta mais!- Tanya disse, parecendo assustada com a minha reação.

– Não! Ele não pode morrer! O Emmett não...- minha respiração estava falha, meus olhos ardiam.

Quando eu disse “Emmett”, os olhos de todos ali se arregalaram e eles olharam para o corpo na maca.

Todos sabiam quem era Emmett. Todos sabiam que ele era meu melhor amigo, meu irmão. Todos sabiam de Emmett, apenas não o conheciam pessoalmente. E agora... agora...

Eu me debatia, tentando me soltar dos braços que me seguravam. De repente, senti uma picada em meu braço. Era Irina. Irina estava aplicando sedativo em mim. Olhei seu rosto, que demonstrava tristeza.

– Não, Irina... ele não...- murmurei, começando a entrar na inconsciência.

– Desculpe, doutor.- ela disse.


2 MESES DEPOIS...

Era horrível. Eu me sentia um lixo.

Eu não tinha pra quem ligar. Quem tomaria uma cerveja comigo? Quem eu teria que carregar para casa depois da “Sexta-feira sem lei”? Quem iria arrumar encontros desastrosos para mim? Com quem eu iria jogar golfe para sacanear os velhinhos? Quem assistiria os jogos de futebol americano comigo? Quem iria roubar todas as minhas cervejas?

E eu não podia fazer nada. Eu estava lá. Sua vida estava em minhas mãos. Porque fui tão inútil? Porque fui tão fraco? Tão... tão...

Passei a mão pelos cabelos, sentindo as lágrimas caírem pelo meu rosto novamente. Se ele estivesse aqui, diria que eu era um tremendo viado frouxo e iria dar um tapa na minha cabeça, rindo da minha cara em seguida. Iria roubar as cervejas da minha geladeira e colocar no canal de reality show para ficar vendo as mulheres de roupa íntima. E quando eu ameaçasse contar para Rosalie, ele iria me olhar sério e diria que “Se eu quisesse morrer”, era só contar para Rosalie.

Mas eu não morri. Não eu. Mas sim ele.

Olhei a sala ao meu redor, uma bagunça completa. Pedi férias no hospital, e eles me deram, já haviam 1 ano que eu não tirava férias e me dedicava completamente ao trabalho. 5 meses de férias. 5 meses para tentar me recuperar da perda do meu irmão.

Era impossível. Emmett era o único amigo de verdade que eu tinha desde os 5 anos!

Eu parecia um zumbi, fato. Estava abatido, os olhos fundos. Devia ter emagrecido uns 2 quilos. Limpei as lágrimas, me xingando em pensamento. Eu tinha que parar de ser frouxo, como Emmett dizia. Eu tinha que passar a ser forte.

Fechei os olhos e lembrei-me de Rosalie... tia Esme...

Rosalie entrou em depressão. Saiu do apartamento que dividia com Emmett e voltou a morar com a mãe. Tia Esme estava passando uns dias com minha mãe, tentando se recuperar. Todos sofreram, é óbvio. Emmett podia ser tudo, menos dispensável na vida de alguém.

Ouvi o telefone tocar e lentamente me levantei do sofá, bebendo um gole da cerveja em minhas mãos.

– Alô.- falei, com a voz arrastada.

Ouvi um suspiro do outro lado da linha. Mamãe.

– Querido, como você está?- ela perguntou.

Ri, irônico.

– Estou ótimo, por que não estaria?

Pude ver mamãe revirando os olhos.

– Está se alimentando direito?

– Sim.- menti.

– Mentiroso.- merda.- Eu posso imaginar como essa casa está! Armários vazios, poeira por todo o lado, tudo bagunçado. Ainda mais agora...

Suspirei, bebendo mais um gole da cerveja.

– Filho, por favor, se cuide. No momento não dá para eu ir te ver, perdão.- ela murmurou.

– Mãe, está tudo bem, ok? Fique aí. Tia Esme precisa mais de você do que eu. Aliás, como ela está?

– Melhorando aos poucos. Ainda chora, claro. Primeiro Carlisle, agora Emmett, o único filho...- ela disse.

– Bom, cuida dela. Mande um beijo por mim.

– Ok, meu amor. Ah! Alice quer falar com você.

– NÃO! Eu tenho que desligar, irei fazer compras, tchau!

– Mas Edward...

Desliguei o telefone rapidamente. Falar com Alice? Não, obrigada.

Ela era minha irmã mais nova. Tinha 19 anos e cursava Moda na faculdade. Eu a amava, é claro. Ela com certeza estava preocupada comigo, e iria querer vir na minha casa. E veria a bagunça que está. E iria reclamar no meu ouvido e ficar dando ordens o dia inteiro. Então não, obrigada. Pode ficar quietinha em casa, Alice.

Fui até a cozinha e, ao abrir os armários, constatei o óbvio: não tinha nada para comer. Nada.

Quero dizer, tinha um pedaço de bacon na geladeira.

É, eu vou acabar morrendo de fome.



O mercado estava cheio de gente. As pessoas me olhavam de esguelha, um pouco assustadas. Não faço a barba há um mês, mas dane-se. É legal parecer o Náufrago. Não vejo problema algum nisso.

Passei as compras pelo caixa e quase joguei o dinheiro na cara da atendente, que me olhava assustada.

Fui empurrando o carrinho de compras pelo estacionamento vagarosamente. Eu guardava as compras no porta-malas do carro quando ouço o barulho de coisas caindo e uma voz feminina xingando.

Olhei para trás e vi uma mulher, aparentemente 24 anos, agachada no chão tentando recuperar suas compras que haviam caído. Fui ajuda-la.

– Droga, isso tinha que acontecer comigo.- ela murmurava, jogando a sacola de compras rasgada para longe de si.

A ajudei a pegar parte das compras e me levantei. Logo ela se levantou também e eu pude ver seu rosto.

Sua pele era muito branca, e suas bochechas levemente rosadas. Seus olhos eram grandes e verdes, e um sorriso fofo estampava seu rosto. Seus cabelos eram longos e levemente ondulados, e caiam sobre seus ombros, descendo até metade das costas.

– Ah, obrigada! Essas sacolas são terríveis!- ela disse, tentando equilibrar as compras em seus braços.

– Tudo bem. Essas sacolas estão fracas ultimamente. Quer ajuda com isso?- perguntei, apontando para as outras sacolas em seus braços.

Por que ela não pegou um carrinho, afinal?

– Ah, quero sim. Obrigada.- a menina me passou duas das sacolas e foi pegou as chaves do carro em seu bolso.

Destravou o alarme e, quando olhei, vi que era o carro ao lado do meu. Nos encaminhamos para lá e a ajudei a colocar as compras no porta-malas.

– Desculpe por ter tomado seu tempo.- ela disse, sorrindo.

Era a primeira pessoa que não parecia assustada com a minha aparência. É, não devia estar tão ruim assim.

– Não, tudo bem.

– Sou Isabella, mas prefiro que me chamem de Bella.- ela disse, estendendo a mão para mim.

Sorri.

– Sou Edward, prazer.



Ok, fui pensando em Bella até chegar em casa. Não podem me culpar, a garota era linda! Nem percebi quando cheguei em casa, fui dirigindo no “modo automático” da minha mente.

Quando passei em frente a casa ao lado da minha, a que pertencia ao Sr. E Sra. Swan, vi que haviam alguns homens arrumando o jardim e levando móveis para dentro da casa. Os Swans haviam morrido fazia um ano, e parece que haviam deixado a casa para a única filha deles. A menina nunca deu as caras. Será que era ela quem viria morar ali agora?

Estacionei meu carro na garagem e fui retirando as compras e as levando para a cozinha. Quando fechei o porta-malas do carro com a última sacola de compra nos braços, ouvi o barulho de um carro estacionando na rua. Olhei para o lado e vi que era... era a Bella?

Me escondi atrás da cerca de madeira de um metro de dividia nossas casas e constatei que era ela mesmo. Saiu do carro e chamou um tal de Jacob para ajudá-la. O cara em um moreno alto, todo musculoso. Sorriu para Bella, enquanto a ajudava com as compras. Não usava uniforme como os outros homens que arrumavam a casa. Devia ser seu namorado... ou até mesmo marido. Senti um aperto no peito ao pensar nisso.

Sou um patético mesmo.

Olhar aquele homem logo me fez lembrar de Emmett. Com seu 1,90 de puro músculo e aquela cara de retardado que só ele tinha. Sorri levemente. Todos tinham medo dele por causa de seu porte físico. Todos o zoavam, dizendo que bomba e anabolizantes faziam mal e o matariam. Ele apenas ria.

Decidi tomar conta da minha vida e fui para dentro de casa. Arrumei todas as compras no armário e, ao olhar para a cozinha e a sala bagunçadas, veio uma energia de não sei aonde e decidi arrumar aquela bagunça. Ok, eu não era nenhum profissional, mas daria meu jeito. Pelo menos colocar as roupas para lavar e abrir aquelas janelas, já que eu não sabia nem segurar uma vassoura direito.

Em menos de duas horas eu consegui botar a máquina para lavar minhas roupas, sacudi os tapetes para tirar a poeira (e quase morri de tanto espirrar) e abri as janelas da casa, deixando um ar entrar.

Ouvi o telefone tocar e corri para atender.

– Alô.

– DESNATURADO! ANIMAL!

Alice.

– Oi, maninha.- falei, risonho.

Alice ficou muda do outro lado da linha, mas logo se manifestou.

– O que aconteceu com você?- ela perguntou.

– Por que?

– Você não desligou o telefone na minha cara até agora, e está rindo. Mamãe te ligou hoje cedo e disse que você ainda estava super mal!- ela disse.

Antes que eu pudesse responder, Alice já foi tirando suas conclusões precipitadas.

– AH, JÁ SEI! Traçou alguém, né?! Safado!- ela disse, fazendo-me rir.

– Alice, diz logo o que você quer.

– Eu quero te visitar, poxa. Faz tempo que não nos vemos!

Suspirei, olhando a sala. É, estava apresentável. Talvez ela nem percebesse um pouco da sujeira e não reclamasse.

– Ok, Allie. Pode vir.- falei.

Ouvi seus gritinhos e milhões de “Eu te amo”.

– Chego aí em 40 minutos então! Beijo!

E desligou.

Sorrindo, fui até a cozinha e coloquei uma lasanha pronta no micro-ondas. Coloquei o tempo e deixei ela sendo feita e fui para o banheiro. Precisava de um banho e de barbeação. Se Alice me visse daquele jeito, iria me chamar de mendigo e iria querer tirar a barba esfregando minha cara no asfalto.

Eu retirava a lasanha do micro-ondas quando a campainha tocou. Deixei a lasanha sobre a bancada e fui atender a porta. Devia ser Alice.

Mas não era. Era Bella.

Prendi minha respiração ao vê-la ali, molhada da cabeça aos pés. Ela pareceu surpresa ao ver que era eu.

– Edward? Nossa!- ela disse.

– Oi, Bella.

– Er... desculpe te incomodar, mais uma vez! É que eu estou de mudança para essa casa amarela aqui ao lado da sua.- ela disse, apontando para a casa.- E um dos canos... bem, estourou.

Ri ao ver sua cara de desgosto. Sua roupa e cabelos estavam encharcados.

– E você precisa de algo? Tenho algumas ferramentas.- falei.

Bella sorriu.

– Sim! Jacob está lá com os homens da mudança tentando consertar, mas ninguém tem ferramentas para isso.

– Bom, estão no porão. Vou lá pegar. Se quiser entrar, fiquei a vontade.- ela negou, apontando para si mesma.- Não tem problema se molhar, Bella. Entre.

A deixei na sala enquanto ia até o porão pegar a caixa de ferramentas. Logo a achei e, quando voltei, vi Bella observando os porta-retratos que haviam sobre a estante. Ela sorria levemente enquanto olhava uma foto minha abraçado com a minha mãe.

– É a sua mãe?- ela perguntou, quando me pus ao lado dela.

– Sim.- respondi.

– Ela é linda.- logo ela percebeu a caixa prateada em minhas mãos.- Ah, as ferramentas. Obrigada mais uma vez, Edward! Já é a segunda vez hoje que você me ajuda. Como posso te recompensar?

Deus, mesmo encharcada da cabeça aos pés, Bella era linda. Devo ter parecido um idiota enquanto a olhava.

– N-nada!- gaguejei.- Está tudo bem, mesmo. É um prazer te ajudar, Bella.

Ela sorriu, as bochechas corando levemente.

– Gostaria de jantar lá em casa hoje?- ela perguntou.

Engoli em seco. Jantar com ela? Na casa dela?

– Mas não quero incomodar você e seu marido e...

– Que marido?- ela pareceu estranhar o que falei.

– O tal Jacob. Deduzi que ele era seu marido. Não é?

Bella riu.

– Claro que não! Jacob é meu primo! Ele é casado sim, mas não comigo. Além de primo, ele é meu melhor amigo.- ela falou, ainda rindo.

Me senti um idiota. Mas um idiota sortudo. Sorri, passando a mão pelos cabelos.

– Bom, se é assim... aceito o convite.- falei.

Bella mordeu o lábio inferior, sorrindo levemente.

– Pode ser às sete, então?- ela perguntou, enquanto íamos para a porta de entrada.

– Às sete estarei lá.

Quando abri a porta, vi Alice saindo de seu carro amarelo-canário nada chamativo. Estava sorrindo, e quando viu Bella, sorriu ainda mais. Retirou o óculos-escuro, guardando-o em sua bolsa, e veio até nós.

– Eddie!

Alice se pendurou em meu pescoço, enchendo meu rosto de beijos. Ri, dando um beijo estalado em sua bochecha.

– Minha pequenininha!- eu disse, soltando-a e apertando suas bochechas.

Alice revirou os olhos e riu. Olhou para Bella e depois para mim, sorrindo.

– Ah, Bella! Essa é Alice, minha irmã mais nova.- as apresentei.

Bella suspirou, parecendo... aliviada? Alice a abraçou apertado, toda risonha. Alice sempre seria... bem, Alice.

– É um prazer te conhecer, Bella!- Allie falou, soltando Bella, que sorria também.

– Bella é minha nova vizinha.- falei.

– Hm...- Alice disse, sorrindo maliciosamente, olhando de mim para Bella, que corou fortemente.

– Er... eu tenho que ir, gente. Jacob e os rapazes devem estar quase morrendo afogados!- ela disse, parecendo um tomate ambulante.- Te vejo mais tarde, Edward.

Assenti, sorrindo. Bella deu um beijo na bochecha de Alice e se foi. Eu e Allie ficamos observando Bella praticamente correr até a casa ao lado. Quando sumiu de nossas vistas, Alice virou-se para mim, rindo.

– “Te vejo mais tarde”, né?

– Alice, não enche.

– EU SABIA que tinha acontecido algo. Olhe só para você! Nem parece a mesma pessoa desde que... aquilo aconteceu.- Alice disse.

Suspirei, sentindo um aperto no peito. Mas não tão doloroso quanto antes.

– Não tem nada a ver, Alice. Uma hora eu tinha que me recuperar.- falei, entrando em casa com Alice em meu encalço.

– Mas tão rápido assim? Mamãe te ligou hoje cedo, e eu ouvi a conversa. Você tava uma bosta.

Virei-me para Alice, arqueando uma sobrancelha.

– Obrigada por me comparar à uma bosta.- falei.

Allie revirou os olhos.

– Deixa de ser idiota. Sinto cheiro de lasanha.

Sorri.

– Eu fiz lasanha. Mas você não via comer tudo como da última vez!- falei para o vento, pois Alice já havia voado para a cozinha.


Já eram 18:00 da tarde. Às 19:00 eu tinha que estar na casa de Bella.

– Alice, já está na hora de você ir. Tchau.- falei, desligando a tv.

Alice estava toda esparramada em meu sofá, agarrada num pote de pipoca e assistindo, pela oitava vez, o filme Um Amor Para Recordar.

E pela oitava vez, chorando.

– C-como você pôde?! Logo na parte em que eles estão casando!

Revirei os olhos.

– O filme já estava no final, e eu tenho que me arrumar para jantar com Bella. Via embora logo.- falei, cruzando os braços.

Alice parou de chorar na hora e sorriu maliciosamente.

– Hm... vai jantar com a Bella. Na casa dela.

– Alice, tchau!

Alice pegou suas coisas e saiu rindo da minha casa. Não aguentei e acabei rindo também. Arrumei a bagunça que Alice havia feito e subi para me arrumar.

Eram 18:50 quando terminei de me vestir e desci para a sala. Peguei meu relógio em cima da mesinha de centro e, enquanto o colocava no pulso, meu olhar pousou sobre uma foto minha com Emmett que havia sobre a estante. Me dirigi até lá, observando nós dois com uma latinha de cerveja na mão. Emmett quase subindo nas minhas costas, rindo, com aquela cara de bozo de sempre.

Sorri, me sentindo triste e feliz ao mesmo tempo.

– Me deseje sorte, cara.- murmurei, saindo de casa em seguida.

Cheguei à casa de Bella e, quando ela abriu a porta, senti o ar faltar. Ela estava extremamente linda em um vestido tomara-que-caia colado ao corpo, azul, que fazia um contraste maravilhoso com sua pele branca.

Meu Deus... faça com que eu tenha controle.

Ela sorriu abertamente ao me ver.

– Edward!

Sorri, a cumprimentando com um beijo no rosto. Logo ela me puxou para dentro de sua casa.

– Bom, o jantar ainda não ficou pronto. Quer conhecer a casa enquanto isso?- ela perguntou.

– Claro.- respondi.

Logo ela foi me mostrando cômodo a cômodo até que chegamos ao seu quarto. Olhei tudo ao redor e notei um porta retrato em cima de sua mesa de cabeceira.

Me aproximei para ver melhor. Bella, no meio de seus pais. Rennée e Charlie. Sorri levemente.

– Você os conheceu?- ela me perguntou.

Assenti.

– Eram pessoas maravilhosas. Sua mãe sempre que fazia aquele bolo de chocolate separava um pedaço para mim.- falei, lembrando-me do bolo de chocolate que apenas Rennée Swan sabia fazer.

Bella sorriu, observando a foto também. Passou levemente os dedos sobre o rosto de seus pais.

– Sinto falta deles.- ela murmurou.

Logo lembrei-me de Emmett. Sorri amargurado. Ambos havíamos perdido pessoas importantes. Abracei Bella pelos ombros, e a vi sorrir.

Seus olhos encaravam os meus, e eu... eu me sentia estranho. Era como se eu a conhecesse há tempos, e isso era reconfortante. E eu quase podia sentir, aos poucos, aquele buraco que a perda de Emmett abriu em meu coração fechar-se.

– É tão estranho...- Bella murmurou, olhando-me profundamente.

– O que?- perguntei.

Ela ia responder, quando sentimos um cheiro forte de queimado. Bella arregalou os olhos e saiu correndo em direção às escadas.

– AI MEU DEUS, O JANTAR!- ela gritava, desesperada.

Comecei a correr em direção à cozinha e, quando cheguei lá, Bella havia desligado o forno e tirava uma coisa preta do fogão. Seus olhos estavam chorosos, e um bico de insatisfação enfeitando seu rosto.

Encantadora. Linda.

– Eu não acredito... Que droga!- ela disse, e pude ver que estava quase chorando.

Não resisti, comecei a ir descontroladamente. A cozinha estava toda infestada de fumaça, mas eu não aguentei, apesar de mal conseguir respirar direito. Bella foi até a janela que havia no cômodo, abrindo-a enquanto tapava o nariz e me olhava estupefata.

– Isso! Ria da minha incapacidade de fazer uma comida decente!- ela falou, colocando as mãos na cintura.

– Eu não estou rindo da sua incapacidade! É só que... sua cara foi hilária!- eu dizia, ainda rindo.

Bella revirou os olhos e logo começou a rir também. Foi até a coisa torrada não-identificada em cima do balcão e cutucou com um garfo, suspirando.

– Não dá para comer.- ela disse, fazendo aquele biquinho lindo novamente.

– É, percebi.- falei, sorrindo.

Bella me olhou com os olhos crispados.

– Você está achando tanta graça do frango queimado! Talvez queira comê-lo!?

Sorri, dando um passo para trás.

– Não, muito obrigada!- falei.

Bella riu, passando a mão pelos cabelos e apoiando-se na bancada.

– O que iremos comer agora?- perguntou.

Veio uma coisa à minha mente... que pelo menos eu poderia comer. Mas não pode ser dito aqui. É meio impróprio.

Tentei afastar esses pensamentos e peguei o meu celular eu estava no bolso da calça. O mostrei para Bella.

– Pizza sempre resolve.- falei.

Bella sorriu, pegando a bandeja com o frango tostado e jogando-o no lixo, abanando as mãos em seguida.

– Pede de calabresa?- perguntou, fazendo uns olhinhos pidões iguais aos de Alice.

Ri, já discando os números.

– Seu desejo é uma ordem.



Era incrível. Realmente, era como se nos conhecêssemos há tempos. A nossa conversa fluía, não parávamos de falar e rir nem por um minuto. A caixa da pizza estava aberta na mesinha de centro da sala de Bella, a pizza já quase no final. Acabamos de comer, cada um, a fatia que havia na mão e, quando olhamos para a caixa da pizza para pegar outra, vimos que havia apenas uma. Nos olhamos rapidamente e Bella fez um movimento ninja e pegou o último pedaço.

– AH, NÃO!- falei, levantando e tentando roubar o pedaço de pizza dela.

Bella ria, correndo de mim pela sala. Subiu em cima do sofá rapidamente e comeu um pedaço da pizza, fechando os olhos e saboreando.

– Nossa, essa parte... é a melhor! Nunca comi uma fatia de pizza tão saborosa!- ela dizia, rindo da minha cara.

– Isso não é justo, sabia?- falei, rindo junto com ela.

– É mais do que justo! Sou uma mulher, tenho privilégios. “Primeiro as damas”, sempre!- ela disse, tentando me enrolar.

Não resisti e, quando ela mordeu mais um pedaço da pizza querendo me provocar, puxei suas pernas e a fiz cair deitada no sofá. Aproveitei seu susto e roubei a pizza dela, enfiando tudo na boca em seguida.

Sim, eu era uma criança implicante.

Bella abriu a boca, surpresa, e começou a rir.

– Eu não acredito nisso! Que falta de cavalheirismo!- ela disse, jogando-se no sofá.

Me sentei no chão ao seu lado, nossos rostos ao lado um do outro.

– É, estava muito boa mesmo.- falei.

Bella revirou os olhos e ficamos nos olhando.

Nossos rostos estavam próximos demais, eu sentia sua respiração bater levemente contra meu rosto. Eu beijava ou não? Apesar de ficarmos próximos de repente, nos conhecemos hoje...

– Você irá me achar atirada demais, ou fácil, se eu te beijar agora?- ela perguntou, a voz rouca.

Sorri, levando minha mão até sua face, acariciando-a.

– Eu posso te beijar primeiro, se quiser.- murmurei.

Bella sorriu, colocando uma mão na minha nuca. Acariciou o local, fazendo eu me arrepiar todo. Ela pareceu perceber e sorriu levemente, aproximando o rosto do meu.

Logo acabei com a distância e me afundei naqueles lábios rosados que eu tanto desejei por horas.

All About Us – He is We ft. Owl City:

(http://www.youtube.com/watch?v=O3Z03HT1Xjo)


Lembro até hoje de quando Emmett conheceu Rosalie. Ele a conheceu numa lanchonete, quando acidentalmente (ou não) acabou derrubando um copão de Coca-Cola no vestido da loira exuberante que estava sentada, sozinha, na mesa ao lado da dele.

Rosalie surtou, quis matar o infeliz que fizera aquilo com seu vestido... quando olhou o rosto do infeliz. Emmett estava quase que desesperado, pegando vários guardanapos na mesa, tentando consertar a besteira que havia feito. Rosalie, como num passe de mágica, parou de surtar e sorriu para Emmett.

– Está tudo bem.- ela disse.

– M-mas você ficou tão nervosa, e eu sujei seu vestido inteiro e...

Rosalie interrompeu Emmett, colocando um dedo em seus lábios.

– Ei... está tudo bem.

E PRONTO! A partir desse momento, os dois começaram a sair e, bom... Um ano de namoro mais tarde, Emmett a pediu em noivado.

Sorri com a lembrança de Emmett todo nervoso antes de fazer o pedido. Encomendou uma mesa de um restaurante que ela adorava, encomendou flores, e a pediu em noivado na frente de todos que estavam no local.

Se Rosalie surtou? É claro que não! Quero dizer, ela só ficou estática, completamente surpresa. E quando Emmett perguntou se estava tudo bem, ela começou a dar gritinhos e a beijá-lo. Arrancou o anel da mão dele e colocou no próprio dedo, babando em cima da joia. Disse 1001 “Eu te amo” e falou pra todo mundo que “Havia encontrado o amor da vida dela e ninguém tirava ele dela”.

Emmett a amava. Mais do que tudo, talvez. Rosalie Hale era tudo para o meu amigo. E tudo o que Emmett sentia por Rose, ela sentia em dobro por ele. Era visível o quanto eles dois se amavam. Emmett tinha encontrado o amor de sua vida, e sonhava com uma garotinha de cachos loiros como os de Rose e olhos verdes como os dele.

Ele dizia que eu encontraria o amor um dia. Emmett poderia ser grandão, fortão e botar medo em algumas pessoas. Mas ele era um palhaço, e um amigo maravilhoso. Ele sempre dizia que eu acharia uma mulher ainda mais maravilhosa do que a que ele achou. Dizia que poderia demorar, mas que quando ela aparecesse, quando nos olhássemos nosso olhos... eu saberia que era ela. Aquela que eu amaria, que eu faria de tudo para ver sorrindo. Aquela que me faria feliz só por respirar.

– Edward? Está tudo bem?- ouvi minha garota perguntar.

Olhei para baixo, vendo seu rostinho encostado no meu peito, olhando-me curiosa. Involuntariamente sorri, beijando-lhe na testa.

– Sim.- respondi.

Bella sorriu, levantando-se rapidamente e me puxando pela mão.

– Vem, vem! Está na hora!- ela dizia, sorrindo feito uma criança.

Olhamos juntos, de cima da montanha, o Sol se pondo à nossa frente. Tudo estava em tons alaranjados, e aquilo deixava minha Bella ainda mais linda.

Ficamos de frente um para o outro. Bella pegou minhas mãos e as colocou em sua cintura, rodeando meu pescoço com seus braços macios em seguida. Rodeei sua cintura com meus braços, apertando-a contra mim. Pude ouvi-la suspirar contra meu pescoço, depositando um beijo no local.

– “Estamos indo certo, pois amantes dançam quando estão apaixonados.”

Esse era um trecho de uma música que ela adorava. E, bom, a cena que fazíamos agora era exatamente a que aparecia algumas vezes no clipe da música. E Bella chorava, dizendo que a música, o clipe e a história do clipe eram emocionantes.

Mas sempre após dizer isso, me olhava carinhosamente e dizia que a história de amor dela era simples, mas era a melhor, pois era nossa.

Sorri com essa lembrança e senti seus lábios em minha orelha.

– Eu te amo.- ela sussurrou.

Levei meus lábios até sua orelha e sussurrei:

– Eu te amo mais, minha menina.

Sorrimos, cúmplices, e juntamos nossas testas, enquanto o Sol se punha ao nosso lado.


Obrigada, Emmett. Você se foi... mas enviou o amor para mim. E eu só tenho a agradecer por você continuar sendo meu amigo mesmo após sua ida.

Sempre sentirei a sua falta... Seu gay.





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Notas finais do capítulo

Awn, é isso!
Para quem quiser saber, a música da qual Edward se refere, sobre o clipe e tal, é a música All About Us, essa que tocou por último. Para quem quiser, vai aí o link do clipe OFICIAL:
Link: http://www.youtube.com/watch?v=R7Gf2SOmz5Q
Bom, quem aí gostou?
Passei o dia fazendo. Era uma ideia que já estava na minha cabeça há um tempo, iria ter mais capítulos, mas aí ouvi a música How To Save a Life, do The Fray e decidi passar a ideia para o PC logo em forma de One-Short!
Comentem dizendo o que vocês acharam! *-*
Mil beijos!