Nossos encontros no parque se tornaram cada vez mais frequêntes, até que um dia ela me convidou para tomar chá na sua casa. Eu não vi problema, então aceitei o convite.

Caminhamos um pouquinho num trilha que havia no meio da floresta, enquanto andava-mos nós cantamos nossas músicas favoritas (as que nós dois gostavamos). Até que chegamos num chalésinho pequeno, pintado de azul com uma estrela na ponta do telhado.

-Entra Léo, espero que goste de Chá de Raivera porque é o que eu vou fazer!

Eu não fazia idéia o que era Raivera, mas não queria fazer uma disfeita, então fingi que conhecia.

-Ah, Chá de Raivera... Hum, quem não gosta né?

Lua sorriu e foi preparar o chá, enquanto eu sentei no sofá com uma estampa de flores azuis que havia na sala. 

Depois de uns minutos Lua troce o chá, num bule branco com uma linda flor azul pintada à mão.

-Foi você que pintou?

-Foi sim! Bonita não?

-Sim, muito bonita?

Enquanto ela servia o chá nas xicaras expostas na mesinha de sentro eu resolvi tocar num assunto que nunca tinhamos conversado.

-Ãn... Lua, você.... assim, você já namorou?

O sorriso costumeiro que vivia estampado na sua linda face desapareceu intantaneamente.

-Não, nunca.

-Hum... Eu também não.

Lua apoiou o bule na mesa e me olhou no fundo dos meus olhos, tive a sensação que ela olhava diretamente para a minha alma, então, ela disse:

-Léo, eu nunca te falei nada porque não gosto de tocar no assunto, mas eu tenho apenas 13 anos, porfavor não me pergunte nada sobre porque moro sozinha, ou porque tenho mais conhecimento do que as outras meninas da minha idade.

Meu cérebro congelou quando eu ouvi essas palavras, eu tentei entender o que ela me dizia mas nada mais fazia sentido. Então ela suspirou e disse:

-Eu te amo muito, e eu sei que você também me ama, eu não sabia até quando nós iriamos esconder a verdade um do outro, mas...

Não deixei ela concluir o que falava, então a cortei.

-Lua, eu também te amo muito, e eu não ligo quantos anos você tenha mas eu quero, eu preciso, estar ao seu lado, mas não só como amigo mais que isso.

-Eu não sei o que dizer...

-Então não diga nada.

Nessa hora eu não sei o que me deu, mas uma sensação incontrolável tomou meu corpo, e eu peguei Lua pelos cabelos e lhe dei um beijo. Eu estava esperando que ela recuasse, mas não ela se jogou em meus braços e disse ao pé do meu ouvido.

-Meus pais não vão aceitar.

-Eles não precisam saber.

-Mas e se eles descobrirem?

-Nós fugimos.

-Pra onde?

-Pra bem longe daqui.

-Promete que nunca vai me deixar?

-Prometo que viverei cada dia da minha vida em função do nosso amor.