Era uma manha de verão, o céu estava completamente azul e apenas algumas nuvens passavam por ele. Acordo com o cheiro de marisia, me levanto e me dirijo a janela. O oceano estava refletindo o azul do mar, e o infinito parecia o encontro entre ele e o céu. Era o dia da colheita no distrito 4, porem eu estava completamente calmo, eu já era um vitorioso. Desço as escadas e ouço o som das empregadas preparando meu café-da-manhã. Corro silenciosamente em direção a porta, saiu e vou correndo em direção ao mar.

Piso na arena e sinto a energia do mar, era como se eu o atraísse. Dou alguns passos, e o mar se agita. Ele estava sentindo minha presença e precisava de mim. Olho para os lados e vejo uma praia completamente vazia, corro em direção ao mar e no momento em que toco a superfície da água me transformo da minha forma divina.

Sinto a água me invadir, ela passa por todo meu corpo, enche meus pulmões da mesma. Fecho os olhos e apenas sinto as correntezas me levando. Chego ao lugar no qual eu deveria estar porem lá havia apenas um grande circulo de perola, com um único foco de luz do sol no meio. Aproximo-me e toco o foco de luz. Imagens passam na minha cabeça, mil coisas porem apenas algumas palavras.

“A filha de Apolo as lutas deve ganhar

Se não por ela, o mundo em guerra acabará

Com a ajuda de Zeus no final ela triunfará

Porem pelo que ela lutou, não mais restará “

Desmaio.

            Acordo com uma doce voz. Abro os olhos e vejo uma Naiade, um espírito da água.  Ela me ajuda a levantar, e com uma pequena conversa sobre meus deveres me leva de volta a praia. No ultimo segundo ela apenas diz: Cumpra o seu dever, Sr.Poseidon.

            Piso em casa e a empregada me a avisa que eu deveria me arrumar para ir a colheita, e diz que havia separado uma roupa pra mim. Era uma linda roupa, uma bermuda branca de tecido, uma camisa de botão em verde alga. Tomo um banho rápido, coloco a roupa e uma sandália.

            Era mais ou menos duas da tarde quando vou andando em direção ao centro da cidade, varias pessoas acenavam pra mim na rua, algumas com um sorriso frio e calculista, outras chorando. Chego ao centro, e os coordenadores me dirigem ao centro da multidão. Numa arena reservada aos vitoriosos, lá estavam todos os antigos vitoriosos do distrito 4. Perto de mim estava ela, Annie, seus cabelos castanhos resplandeciam ao sol, e seus olhos azuis eram profundos, ela parecia encarar o nada. Me aproximo e a abraço, continuo abraçado a ela ate começarem os anúncios da capital. Eles comentam que o segundo massacre quartanário seria diferente, ao invés de sortear novos tributos eles iriam sortear tributos já vitoriosos. Meu mundo cai, eu pensava apenas em Annie, e se ela fosse sorteada, e se ela morresse.

                Saffra se aproxima da primeira bola de cristal, olho para o lado e vejo os olhares de alivio dos moradores do distrito, porém os vitoriosos estavam perplexos. Então Saffra pega o primeiro nome, se aproxima do microfone em fala no sotaque da capital:

                - Annie Cresta.

                Um silencio se estende por todo o distrito, nem o som do mar era podia ser ouvido. Annie começa a andar em direção ao palco, olhando pro nada. Perco todas as minhas forças, olho em direção a Mags, minha antiga mentora, e no ultimo segundo ela grita:

                - Eu me Voluntario.

                A energia volta ao meu corpo, e o som do mar pode ser ouvido novamente, o canto das Náiades começa, e um som de calmaria se estende pelo distrito. Saffra se dirige em direção a outra bola de cristal, pega o papel e grita em alto e bom som:

                -Finnick Odair.