Cemetery Drive escrita por whatserfuckingname


Capítulo 1
Único


Notas iniciais do capítulo

Bem, é minha primeira fic. Espero que gostem e comentem suas opiniões sobre a estória.
As partes em negrito são trechos da música Cemetery Drive do My Chemical Romance, minha inspiração pra essa fic.
A parte em itálico é uma memória.
Bem, é isso. Enjoy (:



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/244990/chapter/1

I miss you

I miss you so far

Mais uma vez, as lágrimas escorriam sobre sua face e caindo sobre o papel que se encontrava em suas tremulas mãos, manchando novamente as palavras que lá foram escritas e que foram tantas vezes lidas, que praticamente fixou-se em sua mente e em momentos como esse, apesar da visão embaçada que seus olhos cheios de lágrimas proporcionavam, conseguia ler com exatidão aquelas palavras cortantes e que traziam consigo uma enxurrada de lembranças e sentimentos.

Ás vezes ele perguntava a si próprio o porquê de se torturar desta maneira, lendo e relendo esta carta que o deixava em um estado ainda mais frágil do que já se encontrava. Mas ele precisava daquelas palavras, precisava constatar ali que o seu amado dizia: que apesar de tê-lo deixado, o amava. Precisava sentir, de alguma forma, a presença ou uma proximidade dele com o seu amor.

Por isso, quando a saudade insistia em apertar seu peito, dirigia-se até a o criado mudo ao lado de sua cama, pegava a carta que fora guardada no fundo da gaveta, guardava-a no bolso do casaco e caminhava novamente pelas ruas frias de New Jersey, fazendo o mesmo trajeto tão conhecido, principalmente ultimamente, no qual sempre acabava na lápide de seu amado.

This night, walk the dead

In a solitary style

And crash the cemetery gates

Estar naquele cemitério também era nostálgico, trazia milhões de lembranças que não sabia se estava pronto pra esquecer. Não sabia se queria esquecer a única pessoa que ele amou durante toda sua vida, e muito menos achava que conseguiria isso. Mas não passava muito tempo questionando-se sobre o fato de esquecê-lo ou não. Isso não importava, não agora. Agora ele só queria estar, ao máximo possível, próximo do seu amado, seu pequeno, seu grande amor. Então, por mais que doesse, por mais que chorasse e derramasse suas lágrimas de novo e de novo naquela carta, a leria, a abraçaria, a beijaria, pensando que Frank estava presente ali com ele pelo menos mais uma vez.

Apesar da dor que sentia ao ler cada palavra que seu amado escrevera naquele papel, ele guardava e protegia aquele frágil papel como ouro, pois para ele, era tão precioso como um. Era uma memória viva, palavras escritas, não simplesmente os murmúrios do qual ele se lembrava de que saiam da boca de Frank. Não, aquilo, de certa forma, era a prova viva do amor que Frank tinha por ele. E naquele momento, o que ele mais queria era não se sentir só. Por isso, mesmo sabendo que mais tarde a dor da perda voltaria, nesse momento ele só gostaria de se perder nas memórias com Frank, se perder nas palavras de Frank, ficar próximo do corpo de Frank, mesmo que este estivesse em um caixão abaixo da terra.

Toda nostalgia do lugar em que se encontrava o atingia como choques em sua mente, acordando todas as memórias das noites em que os dois amantes caminhavam juntos pelo cemitério. Esse comportamento era claramente visto como estranho para qualquer um, mas desde a primeira vez que adentraram numa noite qualquer no cemitério, junto de outros amigos por causa de uma brincadeira estúpida, vinham visitar os mausoléus e as lápides toda semana.

Eles, quando mais jovens, achavam aquele cemitério um ótimo lugar para fugir e se esconder do mundo. Um lugar onde ninguém nunca os encontraria, onde eles poderiam ficar, finalmente, em paz.

Way down, mark the grave

Where the search lights find us

Drinking by the mausoleum door

E as lembranças voltavam. Eram como cenas de um filme repetindo em sua mente. O filme da sua vida. O filme da sua vida com seu amado Frankie. Naquelas horas Gerard ficava imensamente feliz com as memórias que voltavam. Todo canto daquele cemitério guardava uma história. E enquanto ele caminhava por lar, as memórias voltavam claramente.

Então Gerard passou inconscientemente na porta de, para algumas pessoas somente mais um simples mausoléu, mas para ele era um lugar importante na sua história com Frank.

- Geraaaaaaaaaaaaaaaard – Isso deveria ter sido somente Frank o chamando, mas como o pequeno, de tão bêbado que estava, caiu no meio do cemitério, ficou mais para um grito desesperado.

- Ai meu Deus Frank! – Gerard correu em encontro do menor ajudando-o a se levantar. – Vem, vamos sentar naquele mausoléu antes que você faça mais alguma coisa estúpida.

- Eu não estou fazendo nada de estúpido Gee – Frank balbuciou rindo, mas acompanhando o maior e sentando-se na porta do mausoléu.

- Maldita hora que fui te deixar beber – resmungava Gerard.

- Gee. – murmurou Frank encostando a cabeça no ombro de Gerard.

- O que é? – Gerard falou impaciente.

- Posso fazer só mais uma coisa estúpida? – Frank o olhou com cara de criança inocente.

- O que é? Quer dizer, não Frank... – Gerard respondeu sem o olhar. Já estava cansado de Frank sempre beber mais do que o limite e ele ter que cuidar do menor.

- Pooooooor favor, vai. – Frank fez um biquinho. – Por favorzinho. – insistiu. – Gee, olha pra mim.

- O que é? – Gerard o encarou.

Frank simplesmente sorriu e foi se aproximando de Gerard, até que tomou o maior pelos lábios.

And the collision of your kiss, that made it so hard

Gerard tocou em seus lábios e fechou os olhos quando a lembrança do seu primeiro beijo com Frank veio em sua mente. Uma lágrima escapou de seus olhos molhando sua face e um sorriso triste tomava conta dos seus lábios. E a saudades apertou mais uma vez e nessa hora, nem mesmo a carta era o bastante. Como viveria sem sentir os lábios rosados de Frank contra o seu? Como viveria sem ao menos ver um sorriso surgir daqueles lábios finos? Como Gerard gostaria de vê-lo mais uma vez, mas isso era impossível.

Continuou a caminhar pelo cemitério. Mas dessa vez as lembranças que invadiam a sua mente eram muito mais dolorosas. Não era de Frank bêbado o agarrando, não era deles correndo pelo cemitério, não era dos lábios de Frank. Era de seus últimos dia de vida. Quando a doença estava no seu ultimo estagio e não havia mais nada a se fazer a não ser esperar que o amor de sua vida morresse.

And they found you on the bathroom floor

Lembrava-se de quando encontrou o seu amado caído e desmaiado no chão do banheiro. E, para aumentar a sua preocupação, havia sangue espalhado pelo chão, pois ele havia machucado sua cabeça. Depois daquele dia, nada foi o mesmo para os dois. Fora descoberta a maldição de suas vidas. Frank fora diagnosticado com leucemia em um estado avançado. E apesar da insistência em tratamentos, quimioterapia e todas as coisas possíveis a se fazer para cura-lo, o corpo frágil dele não aguentou. A doença só piorou, só se espalhou, matando-o aos poucos. Dia antes de morrer, Frank escreveu, com dificuldade, uma carta para seu amado. Aquela que ele manchava constantemente com suas lágrimas derramadas no fino papel.

- Ah Frank, como eu sinto sua falta. Queria estar contigo, meu amor – Gerard murmurou pra si mesmo com uma voz fraca. Daria tudo para estar com seu baixinho novamente.

Back home, off the run

Singing songs that make you slit your wrists

Cansado, Gerard decidiu ir para casa. Gostaria tomar seus calmantes e dormir. A dor da perda voltara e carta nenhuma substituiria a presença de Frank naquele momento. Ele só gostaria de dormir. E quem sabe, nunca mais acordar.

Voltando para casa, uma maldita musica pareceu fixar-se na sua cabeça, uma vez que se lembrara dos gostos do seu amado. Cantava-a baixinho e sem animo, derramando lágrimas ao lembrar de que ele e Frank a escutavam juntos sempre que podiam. Lembrando-se de que fora com aquela musica que invadira seus pensamentos, que ele declarou para Frank sentimentos que não sabia colocar em palavras.

Chegara a casa, não podia mais chama-la de lar, pois sua felicidade estava onde Frank estivesse, mas agora ele se foi e o mínimo lugar que parecia aconchegante era aquele cemitério que agora visitava todos os dias.

Entrando na casa, dirigiu-se imediatamente ao banheiro procurando os remédios que o faria dormir e não ter sonhos, mas não os encontrou. Então suspirou cansado.

Estava cansado, cansado de viver. Nada tinha sentido depois que ele se foi. Nada tinha graça, parecia tudo preto, escuro, e ele sentia medo. Já havia tentado algo com aqueles benditos remédios, mas nada pareceu funcionar. Ele apenas dormira durante dois dias sem intervalos para acordar. E cortar os pulsos não adiantava, nunca conseguia cortar fundo o bastante. Estava cansado de tentar qualquer coisa. Até o simples fato de respirar o cansava.

Suspirou e foi procurar os benditos remédios. Revirou todo o banheiro e foi para o quarto. Procurou em todas as suas coisas e nada. Só faltava um lugar a procurar, as coisas de Frank na qual ele havia mexido mais cedo. Mas agora temia mexer lar e sentir o cheiro dele e saber que nunca mais o veria, nunca mais aspiraria aquele cheiro de seus cabelos ou de sua pele, que teria que contentar-se apenas com roupas.

Suspirou pesado fechando os olhos, e sentiu mais uma vez as lágrimas quentes descerem de seus olhos. Mas tomou coragem e abriu o armário do amado se deparando com milhões de lembranças, principalmente dos últimos meses em que Frank estava doente, pois lá havia muitos matérias médicos.

Não encontrava nada no armário então partiu pra cômoda. Mesmo sabendo que nada encontraria ali, pois não mexera nela desde que o seu pequeno se fora. Mas agora, queria ter contado com as coisas dele novamente, mesmo que isso o martirizasse.

Abriu algumas gavetas e nada encontrou. Mas na terceira gaveta de meias, sentiu algo estranho dentro delas e o segurou, tirando-a da gaveta e encarando o objeto que encontrava em suas mãos surpreso.

Isn’t that much fun, staring down a loaded gun.

So I won’t stop dying

Uma arma. Não acreditava que agora tinha uma arma, ainda por cima carregada, em suas mãos. Desde quando Frank a mantia ali? Não sabia. Estava surpreso. Mas de certa forma, agora estava... tranquilo.

Ele queria acabar com tudo, não queria? Então, por que não? Um tiro, e tudo estaria acabado. E poderia abraçar, tocar e sentir o cheiro de Frank novamente. E isso era tudo o que ele mais queria, ele daria tudo, inclusive a própria vida, para estar com o amor de sua vida novamente.

Então, por que não? Foi o que ele pensou. Motivos ele tinha, e como fazer também. Respirou fundo e murmurou baixinho “Logo nos veremos meu amor”. Então fechou os olhos e direcionou a arma para sua cabeça, apertando o gatilho sem hesitar.

Agora, finalmente, toda dor estaria acabada. Encontrar-se-ia com Frank e os dois viveriam toda a eternidade juntos enterrados naquele mesmo cemitério.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado e que comentem se ficou ruim ou não. A opinião de vocês é muito importante para mim (: E obrigada a quem teve a paciência de ler isso. Beijos *-*



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Cemetery Drive" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.