Estava frio naquela tarde, os ouvidos zuniam com os ventos fortes que levantavam folhas do chão. Mas Gray não se importava, frio para ele era algo passivo. Ele seria capaz de tirar suas roupas ali mesmo, que não se importaria. Uma garotinha de cabelos trançados passava no parque, um pouco abaixo dele, que estava numa das pontes da grande rua principal, ela dava uma vista esplendida da lua que como cheia, iluminava a cidade.

Ele estava pensando em tudo, sua vida, seu passado, seus amigos, mas havia uma coisa que há muito tempo ele não havia parado de pensar, era apenas uma pessoa, mas que conseguia bagunçar todos os seus pensamentos, Erza.

Ela conseguia fazer algo com ele que nem Juvia, que vivia correndo atrás dele, jamais conseguira fazer, mas como ele era sem percepção! É claro que Erza nunca sequer pode pensar que eles poderiam ter algo. Ela estava com certeza apaixonada por aquele mago, o da mesma guilda de Ultear, Jellal. E pelo que ele sabia, eles tinham algo muito forte.

Ele pensava também em quando eram crianças, ele havia brigado com ela logo no inicio. Era um tolo, ela sempre fora mais forte que ele. Mas agora ele sabia, Wakaba tinha razão, ele estava apaixonado por ela. Só não sabia disso. Ele ainda está.

Será que Juvia seria alguém capaz de fazê-lo esquecê-la?Não. Eles estavam na mesma guilda, ele nunca a esqueceria, mas ele podia deixar de ama-la. Agora sim, ele parecia um tolo, falando que a ama, ele já é um adulto, deve parar de pensar em suas fantasias de amor com alguém que já ama alguém, que deve retribuir seus sentimentos.

Fora Jellal quem fez Erza chorar, mas Gray devia agradecê-lo por isso, se ela não estivesse chorando naquele dia, ele nunca poderia tê-la aceitado, mesmo que todas as vezes que ele a vira chorar fora por ele, isso o fez bem, o aproximou dela.

Agora era apenas seguir em frente, vencer os Jogos Mágicos. Quem sabe o que aconteceria se eles vencessem? Só saberiam se ele se esforçasse, se ele lutasse por todos aqueles que ama.

Estava tarde, ele deveria voltar para casa, antes que algo acontecesse, mas tinha alguém vindo em sua direção, ele viu os longos cabelos vermelhos, Erza?

-Gray! –Ela chegou ofegante, estava correndo desde aquele bar? – O que esta fazendo aqui? Todos estão preocupados! Vamos.

-Eu só estava... Pensando. Não se preocupe.

Ela lhe deu um sorriso e pegou sua mão, o puxando para o caminho que havia percorrido. Não era como um sinal de amor, mas ele sabia que apenas o seu toque o fazia bem. Ele queria que ela fosse feliz, não importava a sua infelicidade, desejar o melhor para aqueles que você ama lhe da uma alegria muito maior.