O Pacto escrita por MalfoyAndGranger


Capítulo 3
Caso Encerrado


Notas iniciais do capítulo

Essa estória não me pertence e sim a Gabione.
Todos os créditos pertencem a ela.



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Não sei onde estou com a minha cabeça! Não dormi por causa da Granger. Passei a noite tentando esquecer a boca, o corpo e tudo mais dela, mas foi em vão. Nunca imaginei que beijasse tão bem. Tive sonhos que me atormentaram. Tomei dois banhos frios. Não que haja algum problema, afinal eu sou um homem e ela uma mulher muito, mas muito atraente mesmo. No entanto, eu fiz uma proposta para ela, e essa proposta incluía não envolver sentimentos. Tudo bem que logo terei que conquistá-la, mas então quem se envolverá será ela e não eu.
Tenho que me concentrar em ganhar o meu pai, preciso me casar. Conquistar Hermione será mera conseqüência, e de quebra ganho a aposta, até porque posso simplesmente mentir para o Blaise que ela está apaixonada por mim. Mas a quem eu penso que estou enganando? Ela me desafiou, nunca uma mulher havia me dito não antes, tampouco me provocado e depois tirado o corpo fora. Começou um novo jogo e, como sempre, eu não quero perder para a Granger. Dessa vez, contudo, alguma coisa me diz que a vitória será doce.
Preparei-me como nunca para o julgamento, tinha que deixá-la sem opções, e isso implicava em lhe mostrar que eu tinha pleno controle da situação, o que não seria tão fácil dessa vez, já que minha tia realmente excedera o limite do razoável. No entanto, eu podia contar com o senso de justiça dela; se estivesse em suas mãos impedir que minha tia ficasse impune, ou tivesse a pena abrandada, ela certamente interviria para impedir essa situação.
Tratei de combinar com o representante do júri, um homem que sabia convencer as pessoas, os fatos que eram do meu interesse e que deveriam ser levados em consideração, e ele resolveria o meu problema com o resto dos jurados. Ele deveria deixar em aberto o veredicto do caso e, dependendo do que acontecesse, deveriam condená-la à pena de morte ou mandá-la para o sanatório. Estranhou a princípio, pois já nos conhecíamos e estava acostumado a "me ajudar" a vencer e não a me "fazer" perder, mas eu não devia satisfações a ele.
Cheguei cedo ao Tribunal e a aguardava. Estava ansioso, embora não quisesse admitir. Ela chegou imponente como sempre. Não me olhou, parecia disposta a me ignorar, mas aquilo era um jogo, não? E eu ainda estava disposto a vencer, nem que para isso tivesse que perder o caso.
Me aproximei dela sem chamar a atenção, não seria conveniente que me vissem flertando com a minha oponente.
- Como vai, dra.?
- Não é da sua conta.
- Está azeda hoje? – perguntei sorrindo, sabia que ela ficaria mais irritada ainda.
- Me deixe em paz, Malfoy!
- Deixo, basta dizer sim.
Me fulminou com os olhos e, por algum tempo, fiquei ali, preso naquele olhar. Mais uma vez, ela era a primeira e a única mulher a fazer com que eu me perdesse em um olhar.
O primeiro dia correu todo a meu favor, pois, para ajudar, minha tia se portava como uma louca. Não que eu duvidasse que realmente fosse uma, mas de fato havia perdido a pouca sanidade que tinha. Em seu depoimento, deixou bem claro que faria tudo de novo, porque acreditava que todos os judeus mereciam a morte, e se isso fosse doloroso para eles, melhor ainda. Sem que soubesse, naquele momento Bellatrix tinha facilitado tudo para mim. Convencer todos de que ela era desequilibrada seria como lhes dizer, que dois mais dois é igual a quatro. Ao mesmo tempo, seria um prato cheio deixar a vitória para Hermione, que, por sinal, tinha bons argumentos e teria grandes chances caso eu não tivesse molhado a mão de algumas pessoas. Faltavam apenas algumas horas para a última parte do julgamento começar, e Hermione ainda não havia cedido. Já estava começando a perder as esperanças. Estava no gabinete do juiz quando ela entrou desnorteada, parecia estar indo para a forca. O juiz estava passando recomendações aos jurados.
- Você venceu, Malfoy, simplesmente não deixe esta mulher impune.
Ela tremia e estava vermelha de raiva, certamente estava indo contra todos os seus princípios para aceitar a minha proposta e assegurar a pena de morte para minha tia. Me contive, não queria que soubesse o quão desesperado eu estava para que dissesse sim. Apenas sorri de lado e a congratulei:
- Fez a escolha certa.
Ela olhou para o chão, provavelmente tentando se controlar, conseguia sentir seu ódio à distância.
- Podemos jantar juntos para definirmos alguns "detalhes" do nosso casa... acordo?
Ela respirou fundo e respondeu, contendo a raiva.
- Está bem.
- Posso confiar na sua palavra? – perguntei mais para irritá-la do que por dúvida.
- Eu não sou como você, Malfoy, é claro que pode. – respondeu ofendida.
- Sabe, acho que está na hora de nos chamarmos pelo nosso primeiro nome, ou será difícil convencer alguém do quanto nos amamos.
Tenho certeza de que se o juiz Rickman não tivesse entrado em seu gabinete naquele momento, eu seria um homem morto.
No final, o julgamento correu como eu havia planejado, permiti que a Promotoria crescesse nas acusações e não usei toda a minha dramaticidade nas alegações finais. Evidentemente, o júri já sabia o que fazer. Ela venceu, e seu rosto não trazia nenhum brilho de vitória, mas sim, pura revolta. Combinamos de nos encontrarmos num restaurante afastado, para não correr o risco de encontrarmos ninguém conhecido. Ela demorou um pouco a chegar. Parecia estar pronta para ir a um velório. Esperei que se sentasse e, antes que perguntasse se ela queria algo, disse:
- Sem enrolação, Malfoy, eu não vou jantar com você. Vamos direto ao assunto, ok?
Não discuti e fiz o que ela queria.
- Bem, como já te disse, será um acordo comercial, nada de sentimentos envolvidos. Temos que ficar casados por um ano...
- UM ANO?
- Sim. – respondi calmamente.
- Mas é muito tempo! – ela estava em pânico, e me deu muito prazer vê-la tão desesperada.
- É pegar ou largar! Não se esqueça de que eu ainda posso recorrer da decisão do júri.
Ela respirou fundo.
- Continue.
- Temos que parecer um casal perfeito na frente dos outros. Um típico casamento para "inglês ver", com direito a carinhos e beijos, dentre outras coisas.
Ela fez uma cara de nojo que me deu raiva. Quem era ela para sentir nojo de mim?
- E, por fim, não quero que você se envolva com outro homem nesse período, não curto muito a perspectiva de ser corno.
Ela estalou dedo por dedo das mãos, provavelmente procurando se acalmar, e, se não conseguiu, enganou bem, porque sua voz saiu mais calma do que de costume.
- Bem, eu tenho as minhas condições também.
Ela ficou me olhando, esperando que eu dissesse alguma coisa, mas não falei nada.
- Teremos um "casamento perfeito" para quem vir, mas eu juro que se você tentar me tocar quando estivermos sozinhos, mato você.
- Isso é uma ameaça? – perguntei irônico.
- Apenas um aviso. Também quero um tempo para que esse compromisso seja assumido, porque se for agora, além da minha vida, você destruiria a minha carreira. Ficará óbvio que você não perdeu por acaso.
Sorri vitorioso, ela havia levantado o meu ego deixando claro que sabia que perderia para mim se eu não interviesse.
- Tudo bem, um mês é o bastante?
- Dois.
- Como quiser. – respondi impaciente.
- Não vou me casar na igreja com você, nos casaremos apenas no civil.
- Você está muito exigente, mas eu aceito, acho muita babaquice esse lance de igreja.
- Teremos que seguir algumas tradições judaicas, meu pai não me perdoaria se eu não o fizesse.
- Você só pode estar louca! Meu pai vai me deserdar se eu fizer isso, e não o contrário!
- Escute bem, se você quer que isso pareça real, então dê um jeito no gênio do seu pai!
Bufei!
- E, para completar, é bom você não "me trair" também, ou eu pagarei na mesma moeda, deixando claro a quem quiser saber que você é péssimo na cama e, por isso, tive que arrumar outros meios para me satisfazer.
Fiquei atônito, aquela insolente estava me ameaçando!
- Você está sugerindo que quer que eu fique na seca por um ano? Só pode estar louca!
- Sim, e só para ressaltar, nós dormiremos em quartos separados.
- Nós dois poderíamos fazer esse acordo valer a pena, não acha?
Novamente me olhou como se eu fosse um verme. Eu estava perdendo a paciência.
- Isso é pura hipocrisia, Granger, nós poderíamos muito bem nos divertirmos juntos nesse período, já que ficou comprovado que temos química.
Ela levantou para avançar em mim e eu segurei seu punho com força.
- Nem pense nisso!
Ela estava ofegante, a ira estampada em seu rosto. Fitou-me com nojo mais uma vez e sibilou com raiva.
- Se você tiver amor a essa sua vida inútil, não chegue perto de mim quando não for necessário.
Estávamos muito próximos, e em qualquer outra situação, o perfume cítrico que ela usava faria com que eu a agarrasse, mas me contive.
Sorri enviesado, ainda me sentia vitorioso, estava 1 a 0 para mim.
- Bem, sendo assim. – tirei uma caixinha do bolso do terno e entreguei a ela.
- O que é isso?
- Abra!
Ela bufou, mas obedeceu. Tinha um anel de ouro e brilhantes, uma jóia rara.
- Mas... como? O que significa isso, Malfoy?
- Costumam dizer que é algo simbólico para uma união, algo como uma aliança. – respondi a provocando.
- E por que você estava com isso aqui?
- Eu sabia que você aceitaria, nenhuma mulher resiste a mim! – sorri mais ainda, eu a estava deixando louca.
- Imbecil! – retrucou com desprezo. – Eu não vou usar isso agora, caso você não se lembre não vamos assumir compromisso algum por dois meses.
- Então use apenas como um anel, nada mais. – respondi arrogante.
Ela olhou para o anel novamente como se não acreditasse naquilo e então esticou a mão, pronta para devolvê-lo.
- Nesse caso eu não aceito!
- Você está louca? Isso custou uma nota. – não estava acreditando.
- Dinheiro mal gasto. Eu não vou ficar com isso, não vou aceitar presentes seus Malfoy.
- Como você quiser querida! Só mais uma coisa... será um segredinho só nosso, estamos entendidos?
Riu amargurada.
- Você não achou que eu contaria a alguém o quanto me rebaixei para colocar aquela mulher atrás das grades, não é mesmo?
Não falei nada, percebi que ela havia falado sem pensar e que se sentia extremamente constrangida com aquilo. E, pela primeira vez na vida, senti-me culpado.


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