Zack acordou com uma terrível dor de cabeça, quase pior do que a de sábado ou sexta. Era domingo e isso de ficar até tarde em qualquer balada estava acabando com o mesmo, mesmo que não afete muito seu desempenho no palco. Como Marcus disse, eles iriam apenas fazer uma entrevista domestica, com uma revista local que não se lembrava do nome depois teriam o dia inteiro de folga, isso significava claramente que ele iria dormir a tarde inteira e depois quem sabe ligar para a garota da noite anterior. Levantou-se e coçou os olhos, estava tudo fechado e se a cortina não fosse um pouco clara a luz do tempo ruim do lado de fora do quarto não entrariam e tudo sim estaria escuro, ele suspirou jogando sua cabeça no travesseiro novamente. Por alguma razão, que ele não queria definitivamente descobrir, a garota de NY não saia de sua cabeça, e agora que sabia que ela estava li tão perto dele parecia que seus pensamentos vagavam ainda mais. Foi zoado pelos amigos na noite passada quando olhou uma garota e jurou ser ela, não estava apaixonado. Longe disso! Tinha se apaixonado uma única vez em toda sua vida, e antes de sua carreira e sabia que isso não era nem de longe amor. Mas podia ser paixão, ou até mesmo saudade, porque querendo ou não aquela garota sim era boa. Não que ele não já tenha pegado algumas mulheres bem mais velhas e mais experientes, e era desse tipo que ele mais gostava, mas de alguma forma Victória o havia conquistado com o jeito debochado que ela carregava. Ontem mesmo, ele podia ter certeza que ela havia se esquecido dele, quando ele virou e ela o chamou pelo nome, do mesmo jeito que ela chamou na noite que eles se provocavam ou na manhã que ela fugiu quase correndo dele. Não tinha tanta certeza assim em relação se ela sabia quem ele era, por mais que seus amigos e colegas de bandas afirmarem que ela só estava tentando confundir com a cabeça dele, Zack sabia quando uma garota estava fingindo para conquistá-lo, e já a descartava na hora. Tinha certeza de quem quer que ela fosse ela não mentiu em momento alguém pra conseguir levar ele para cama, ou pra conquistá-lo sabe se lá como ela conseguiu isso tão rápido.

– Ei Zack. – Elliot entrou no quarto com a touca permanente na cabeça e uma xícara na outra mão. – A entrevista foi adiada. – falou e pulou na cama em seguida em cima do garoto.

– Por quê? – perguntou sem querer, estava rouco o que era muito normal.

– Por que... Eu não sei por quê. – White pareceu intrigado e Zack o viu se levantar e caminhar de volta da onde veio. – Vou descobrir. – Donovan somente riu do amigo e colocou a cabeça novamente por baixo do travesseiro, agradecendo assim podia dormir mais um pouco. Mas Elliot havia esquecido a porta aberta, o que deixava um barulho insuportável entrar.

– Ei, Adriane. – Zack gritou para assessora de imprensa do grupo que passou por ali, achou estranho ela está no apartamento deles a essa hora, sem nem saber que horas eram, mas deu ombros. Já estava acostumado com a garota quase sendo mãe deles. – Fecha a porta, por favor?

– Nada disso Zack. – em vez de fechar ela entrou e abriu a cortina do quarto, fazendo um Zack molengo gemer de dor nos olhos por culpa do claro. – Vamos levantar, já são 12h. Você precisa aprender a acordar cedo, e o café já vai esfriar. – ela puxou seu cobertor, deixando o mesmo somente sendo coberto pela boxer vermelha, suspirou de alivio agradeceu por ele não estar nu como sempre dorme. – Tem Starbucks! – ela avisou antes de sair do quarto.

– Vá encher o saco do Joseph. – Zack resmungou e puxou o cobertor novamente se cobrindo feito um bebê. Sabia do romance secreto de Adriane e Joseph, mas que ninguém sabia também, ou eles achavam que não. Estava tão na cara, quanto estava na cara que Zack queria ver Victória novamente, bateu em sua própria cabeça. – Mais que merda! – indagou para si mesmo, porque tinha de pensar naquela garota idiota quase vinte e quatro horas por dia?

– Você precisa comer Vick. – Giovanna gritava com a amiga, que estava sentada já com o telefone em mãos para ligar para Robert. – Não vai ficar forte por muito tempo.

– Vá comer você, Giovanna. – gritou discando o número do chefe. – Agora cale a boca. – mandou abanando a mão e contrariada Wicthoff saiu do cômodo com um prato de panquecas em mãos. – Bom dia, Robert.

– Bom dia Goularth. – seu chefe, bondoso falou e ela pode o ouvir respirar. – Que bom que retornou meus telefonemas, pensei que tinha morrido com essa nevasca. – ele acrescentou a menina sentiu um calafrio por sua espinha.

– Não, ainda estou bem.

– Pois bem... – falou já retomando o ar de superior que sempre teve, não que ele fosse um chefe detestável ou algo assim. Mas Robert amava Vick, não somente pelo trabalho da mesma porque ela conseguiu mesmo a distancia fazer uma de suas melhores matérias, e ainda o juntar com o amor de sua vida, Brian. Mas ele ainda precisava ser mais chefe que amigo da garota. – Tinha uma entrevista domestica para fazer, no condomínio London Elite, e perto de onde você mora não é?

– E sim, dois quarteirões se não me engano. – falou cutucando as unhas.

– Então, a neve alojada nas estradas não vai deixar que meu repórter escalado para essa entrevista passasse. Como você é a única desse lado da cidade pensei que pudesse fazer isso por mim, e pelo seu trabalho. Sei que hoje é domingo e é sua folga, mas lhe deixo folgar dois dias seguidos se quiser. – Robert sabia do estado deplorável de Victória, e por isso a deixava trabalhar com matérias em casa mandando por e-mail, mas já estava tempo de mais longe da revista e precisava voltar, o que era amanhã, mas pelo visto vai ouvir um pequeno contratempo.

– Tudo bem Robert. Só preciso do endereço e do cronograma da entrevista no meu e-mail em vinte minutos, caso não baixar a neve ainda hoje, lhe mando por e-mail amanhã cedo.

– Está certo, mandarei tudo pelo seu e-mail agora mesmo. E, obrigada Vick. – a garota se despediu e desligou o telefone, suspirando. Então quer dizer que mesmo depois de tanto tempo longe ainda tinha confiança, isso era bom. Melhor do que ela pensava, desde ontem depois de tomar um vomitório e colocar tudo para fora não tinha mais dores nem enjoado tanto, somente uma vez e não foi tão forte, se sentia melhor e estava pronta para a vida finalmente. Tomou um banho rápido depois de abrir o e-mail da revista e colocou uma roupa bem quente. Giovanna tinha ido ao supermercado e a casa de Nathan resolver algo da faculdade, por isso Goularth se encontrava sozinha. Foi fácil achar o endereço, mesmo a pé e naquele frio de abaixo de zero, e foi mais fácil ainda estar no condomínio com o porteiro afirmando já estarem à espera da garota. O prédio onde era o local da entrevista era um pouco afastado da entrada do condomínio, mas não se importou ali dentro de alguma forma mesmo a céu aberto já estava mais quente, e enquanto andava ela pensou quem iria entrevistar. Tinha tudo anotado mentalmente, mas mesmo assim na bolsa carregava seu notebook para alguma dúvida, mesmo o cronograma completo – e mal feito, coisa que ela reclamaria com Robert depois – não sabia quem era o entrevistado, e isso a deixou mais nervosa. Era sua primeira entrevista depois de um ano, quando a ultima vez foi até a frança entrevistar um trio de cantores de Opera, que rendeu boa repercussão. Entrou no prédio onde dizia o e-mail e subiu de elevador até o último andar onde deveria ser a entrevista. De tudo o que havia estudado, entrevista domestica era de longe a preferida de Vick, adorava invadir o espaço alheio, e adorava digitar isso depois, sorriu abobalhada olhando seu reflexo – quase normal – no espelho.

– Olá, você deve ser a repórter? – uma garota, com cabelos medianos loiros em cachos muito bem arrumados sorriu de lado e deu passagem para Victória entrar, a mesma sorriu como resposta assentindo e tirando seu casaco e o cachecol.

– Sim. Cheguei um pouco atrasada, mas vim andando já que não tem taxi circulando lá fora. Sou Victória.

– Prazer, Victória. Sou Adriane. – as duas trocaram um aperto de mãos e logo após um homem mais velho apareceu. – E esse é Marcus.

– Olá Victória. Acabei de desligar com Robert e ele lhe encheu de elogios, acho que temos alguém aqui que trabalha bem. – Goularth sorriu encabulada e os três trocaram mais algumas palavras, depois Marcus levou Vick para a cozinha afirmando que estavam todos em um café da manhã e aquela era uma boa maneira de começar uma entrevista, pegou seu gravador e falou com o mesmo testando em seguida. Quando ela, Marcus e Adriane entraram na cozinha os cinco meninos que tomavam café riam de alguma coisa e bagunçavam o cabelo de um garoto loiro, Vick suspirou olhando ao redor da mesa e conhecendo três garotos sentados, um em especial fez com que seu coração se acelerasse de maneira completamente infantil.

– One Direction! – sussurrou para si mesma e viu Adriane a olhar e sorrir em seguida, os garotos pararam a bagunça e voltaram seus olhos para Victória, que fora analisada por cinco pares de olhos dos pés a cabeça.

– Wow! – um dos garotos se levantou e cumprimentou Vick com dois beijinhos. – Então hoje não vai ser um domingo tão chato assim? Prazer gata, sou Sam Evans a sua disposição. – e uma nova onda de gargalhadas inundou a cozinha, Vick tinha seus olhos fixos em Zack que somente sorriu de lado, mas parecendo sorrir para ela do que da piada do amigo, ela observou o menino em sua frente e depois todos os outros vieram a cumprimentar, deixando assim Donovan por último.

– E muita coincidência. – ele falou baixo perto do ouvido dela quando a beijou quase em seu pescoço, Vick não queria, mas sentiu toda sua nuca arrepiar e a espinha tremer. Que merda era aquela?

– E então por onde começamos? – Joseph perguntou olhando Victória que passou seus olhos pelos cinco.

– De preferência podemos fazer a entrevista em um lugar da casa que vocês gostem de ficar juntos. – eles riram e todos foram para a sala, entrando em uma grande varanda depois, Marcus e Adriane pegaram cadeiras depois, somente três e quando chegaram à varanda Goularth viu os cinco espremidos em um médio sofá marrom e riu da cena, eles agiam tão naturalmente que Vick se perguntou mentalmente se eram assim mesmo ou se estavam treinados para aquilo. A entrevista começou, e Goularth perguntou algumas coisas já prontas para eles, sobre tornes, shows e fãs. Projetos e família queria pular algumas perguntas, mas sabia que Robert cobraria mais tarde. – E qual é o estado civil de vocês? O coração de alguém aí já foi pego? – ela perguntou de uma forma engraçada com o gravador perto da boca e depois virou para os cinco que riram da pergunta, mas o ambiente ficou igualmente tenso. – Tudo bem, David primeiro...

– Eu estou namorando... – todos olharam estranhos para ele. – Com todas as kryptoners. – eles riram por fim. – Afinal, sem elas eu não estaria na capa dessa revista.

– Eu vi uma garota ontem... – Elliot começou encarando o chão e depois olhou para Vick. – Não sei o nome, não tenho telefone, nem nunca ouvi a voz dela. Mas ela tem um sorriso muito bonito, não estou dizendo que estou apaixonado, mas gostaria realmente de conhecer aquela garota. Porque depois que terminei com Eleanor nunca mais tive relação com outra garota. – Goularth o olhou receosa e desligou o gravador por alguns instantes.

– Tem certeza de que...

– Tudo bem Victória, as nossas meninas entendem como Elliot está sempre apaixonado. – Foi à vez de Zack falar e a garota deu ombros ligando novamente o gravador. – Eu estou com o David, sou das kryptoners. Por enquanto. – Vick sentiu os olhos dele sobre ela e ficou desconfortável, limpou a garganta e passou os olhos do papel em seu colo para Sam.

– Ah, acho que aqui estamos todos na mesma posição. Altamente apaixonados pelas nossas fãs, no momento nenhuma garota especificamente mexeu com o meu coração. – ele falou em alto e bom som, e Goularth sentiu com seu bom talento para isso que ele estava tentando convencer a si mesmo de algo, não falando a verdade.

– Eu estou com os meninos, mesmo achando que fui fisgado por uma garota. – A entrevista no ponto de vista de Vick ficou ainda mais interessante quando Joseph sem querer deu uma boa olhada em Adriane, ela sentiu de longe que era ela a garota da frase, mas pareceu não perceber porque somente trocou as pernas cruzadas, fazendo Vick bufar de irritação.

– Bom meninos, descrevam para mim uma garota perfeita. A garota ideal para cada um...

– Ela tem que entender nosso sonho, acima de tudo, tem que ser companheira. – David explicou tomando a frente.

– Pequena, olhos castanhos, cabelo encaracolado e um lindo jeito de sorrir. – Donovan se pronunciou e Vick se sentiu novamente desconfortável quando percebeu que ele havia a descrito.

– Uma garota perfeita? Qualquer uma das directioner. – Sam encerrou a pergunta e foi agradecido mentalmente por Goularth, que fez algumas outras perguntas a respeito da família deles e encerrou a entrevista dando uma boa olhada no apartamento que descobrirá depois pertencer a Elliot e Zack, que a olhava sem nem ao menos se constranger, Victória ficava irritada às vezes e rolava os olhos, mas ele nem se quer percebia. Depois de encerrar realmente a entrevista se despediu de todos, inclusive de Zack para seu desastre mental quando o perfume do garoto entrou pelas suas narinas e percebeu que enquanto não tinha outro trunfo, o perfume dele seria a nova desculpa por ter se deitado tão rapidamente com o garoto.

Estava já quase na saída do condomínio quando ouviu uma buzina atrás de si e olhou o carro, um Audi A8 e ela morria de amores por aquele carro, ainda mais preto reluzente. A silhueta que saiu de lá de dentro era reconhecida de longe, Zack andou em direção da menina que parou um pouco mais a frente por conta da buzina e ele chegou com as mãos nos bolsos da calça e com um sorriso radiante no rosto.

– Vai a pé para casa? Não posso te dar uma carona? – ele perguntou e ela olhou para o carro novamente, quase correndo para entrar ali dentro, parecia tão quente e... Confortável.

– Zack a passagem pra...

– Eu sei. – ele a cortou dando um chute no vento e a encarando sério. – Vou somente até a farmácia comprar remédio de dor de cabeça pra Mason. – dei ombros e dei um passo à frente na direção do carro, mas em vez disse Zack levantou seu olhar a prendendo ali, os dois que estavam com apenas centímetros de distancia e Donovan que respirava com a boca aberta por conta do frio podia deixar o ar quente que saia de sua boca bater na de Victória um pouco mais baixa, ele sorriu de lado novamente se virou em direção ao carro. Depois de se recompor Vick fez o mesmo.

Indicou o caminho para Donovan que fazia o mesmo sem questionar, Vick tentava desviar das ruas congestionadas, o que fazia muito bem mesmo não conhecendo aquela área quando Zack parou em um farol e ela abriu a janela somente para olhar o nome da rua sentiu um cheiro ruim de peixe invadir o carro, fechando a mesma facilmente. O farol abriu e Zack disparou, Vick sentiu que iria vomitar, mas não podia dentro do carro de Donovan.

– Zack encosta o carro, por favor. – ela pediu já com a mão na maçaneta do carro.

– Mas...

– Por favor. – ele encostou do lado de uma ponte que tinha um enorme lago congelado fora, Goularth somente abriu a porta e colocou sua cabeça para fora segurando seu cabelo e vomitando ali mesmo. Colocou seu pequeno café da manhã para fora e estava com até dificuldade de respirar.

– Vick? – Zack altamente preocupado se esquivou para ele. – Você está bem? Você não quer...

– Não, está tudo bem. – ela fechou a porta quando sentiu que o enjoo já tinha passado, abriu a bolsa pegando uma de suas balas pra garganta lá dentro e colocando na boca imediatamente. – E só uns enjoos que eu venho dentro desde que cheguei aqui. Passa logo.

– Por isso você estava na farmácia ontem? – ele perguntou fazendo a garota assentir, ainda com o carro parado. – Olha, posso lhe fazer uma... Uma pergunta, sei que é meio pessoal para o nível de intimidade que nós temos, mas...

– Pode falar Zack.

– Você está grávida? – ele perguntou, fazendo uma Goularth o olhar incrédula. De onde ele havia tirado aquilo? – Ontem, Sam voltou na farmácia depois que nós saímos porque ele tinha se esquecido de pegar o remédio pra dor de David, ele viu você pedindo um teste de gravidez pra moça e até chegou zoando no carro “Sua amiguinha vai ter um filho, Zack.” De primeiro eu não sabia de quem ele estava falando, e aí me lembrei de você na farmácia, achei que era para a sua outra amiga. E agora...

– Era para mim. – Victória concluiu ainda com tudo confuso na cabeça. – Eu fiz o teste e deu negativo, não achei ser possível. Depois disso os enjoos tinham parado, só quando eu sinto algum cheiro forte que eles voltam. Acho muito pouco provável eu estar grávida agora. – Eles se entre olharam e Donovan somente assentiu e ligou o carro novamente, depois de longos cinco minutos já estavam na frente do prédio da garota. Vick fitou Zack que fitava seu volante quando ele deu um pequeno tapa no mesmo e a olhou quase rindo.

– Tem alguma hipótese, de se realmente você estiver esperando um filho... Ele ser... Ele ser meu? – ele riu após, mas fechou a cara quando Victória suspirou. – Tem? Mas foi só uma vez e...

– E eu não sei Zack. Eu não posso estar grávida de jeito algum, mas você foi o último com quem eu dormi. – ela falou e percebeu um sorriso se erguer no rosto do garoto orgulhoso, como se aquilo fosse motivo de se orgulhar.

– Você está maluca. Eu que não posso de jeito algum ter filhos agora...

– Ótimo, bom saber que se eu estiver mesmo não vou nem ao menos poder contar com você. – Goularth fez menção de sair do carro, mas Donovan segurou seu braço a fazendo voltar a se sentar, o mesmo abaixou o volume de sua voz e o nível de cinismo.

– Não estou dizendo isso. Só vai ser difícil... E eu nem ao menos sei quem você é. Foi tudo muito rápido pra der repente eu ser pai do seu filho. E uma piada! – Zack a encarou, foi essa vez de Goularth rir se desvencilhando da mão que a segurava.

– Siga sua vida Zack Donovan, meu filho não precisa de um idiota igual você como pai! Que o acha uma piada. Piada e você se acha mesmo que se eu fosse escolher entre todos os homens do mundo, você pra ser pai de meus herdeiros. – a garota agora falava com tanta convicção, como se tivesse certeza que estivesse esperando mesmo um bebê.

– Me procure se... Se souber de algo. – ele recuou e voltou-se a sentar novamente como motorista ligando o carro em seguida.

– Espere sentado! – Victória falou antes de sair do carro e bater a porta, vendo o mesmo cantar pneu e virar a próxima rua. Subiu correndo prédio adentro e deu graças a Deus de estar sozinha. Fechou a porta atrás de si e escorregou de costas na mesma, na mesma hora em que seus olhos arderam até não aguentar mais e um líquido quente já se espalhava por todo o seu rosto. Ela não podia estar grávida, isso acabaria com tudo, acabaria com a sua vida até o fim de seus dias. Era muito jovem pra se submeter aquilo, e não traria uma criança ao mundo sem um pai. Não tinha uma casa própria, morava em um apartamento de quatro cômodos com a melhor amiga, e um bairro qualquer de Londres e não tinha um salário assim tão bom que sustentaria uma criança. Que futuro aquela criança teria com uma mãe daquela? Ninguém mereceria isso, e ela não faria o que fora feito com ela quando era mais nova. Chorou até sentir que nada mais sairia e então levou as duas mãos as duas mãos para a barriga cobrindo a mesma em seguida. Como pode? Foi só uma vez, um deslize e o estrago estava feito... Agora mais que nunca tinha certeza de que estava sozinha, não culparia a criança que nada tem haver com aquilo, mas sim a si mesma... E ao Donovan, maldito seja aquele garoto que fez isso com ela também, maldito seja por toda a vida. Desejou sozinha que ele caísse de um palco no próximo show e morresse para o alivio dela. Mas retirou o desejo quando percebeu que mesmo se essa criança for mesmo filho dele, iria nascer órfã de pai e isso não seria bom para ela. Riu sozinha, já estava se preocupando, como era ridícula.

Ergueu os olhos para a janela que tinha somente o vidro fechado e já estava escurecendo, sentiu algo se mexer dentro dela e levou um susto. Suspirou cansada e fechou os olhos.

– Isso não pode estar acontecendo! – falou sozinha e voltou novamente a chorar.