Small Bump escrita por seaweedbrain


Capítulo 22
Capítulo 22


Notas iniciais do capítulo

- Vocês lembram se da música de Zick? Q. Então, coloquem Glad You Came na versão acústica para tocar quando eu avisar no meio da história. http://www.youtube.com/watch?v=pqgZCjpxP6s
- E bom... Preparem os corações.



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– Não vai me convidar para entrar? – Sam a fitou depois de longos minutos dos pés a cabeça, a garota não estava nem de longe arrumada, mas mesmo assim conseguiu fazer com que Sam perdesse sua voz por alguns instantes, ela lhe deu espaço para passar assentindo, ele percebeu de longe que ela estava tremendo. Ele sorriu entrando no apartamento de Victória, se não fosse pelo papel do endereço dela que Giovanna o entregou, ou a sua lábia boa para convencer o porteiro a deixá-lo subir sem interfonar, com toda certeza ele nem ao menos estaria ali. E agora o que mais queria era poder tomar em seus braços a mulher que amava, mas ainda sim não era tempo. Tudo agora tinha de ser calmamente calculado, porque um passo em falso e toda aquela viagem iriam para o espaço em segundos. – E então...

– O que está fazendo aqui? – Victória foi seca ao olhar Donovan pela segunda vez, ele engoliu a mudança repentina da menina como nada bom.

– Eu vim... Vim ver Emily. Já estava na hora. – “Eu vim ver você, vim te pedir de volta, vim me ajoelhar e lhe beijar até que o dia amanheça” era isso o que ele queria falar, era isso que Victória queria ouvir, mas nada mais foi dito ou ouvido.

– Ela está dormindo, e está meio tarde para uma visita, Donovan. – Goularth deu ombros e fechou a porta, não esperava que ele ficasse, mas não iria expulsá-lo de sua casa. No fundo, ela o queria ali mais que tudo. – Chegou agora?

– Acabei de desembarcar. – Ele deixou sua mala próxima à porta, tendo certeza de que sairia dali logo, e foi atrás de Goularth que caminhou até a cozinha enchendo uma xícara de café, quebrando completamente as regras do médico de não poder beber muita cafeína, já que mesmo assim era sua décima xícara no dia. Ela encheu outra e deu para Donovan, com sorte tinha sua cafeteira que ajudava no processo de aquecimento. – E noite aqui é tão... Quente.

– Inacreditável não é? Lembro-me de que essa hora em Londres tínhamos que ficar perto de uma lareira, ou em um lugar com aquecedor elétrico, se não congelávamos.

– Está nevando lá. – eles sorriram um para o outro, e por um momento conversaram sem magoa, sem lembranças, como se nada tivesse acontecido. Mas claro, momentos assim não duram muito com Victória Goularth.

– Então... Você pode voltar amanhã, antes deu sair com Emily, porque vamos às compras cedo. – Sam assentiu encostado no balcão e bebericou seu café, seus olhos com os de Goularth se encontraram e era como se um questionário mudo fosse feito “Porque você nunca voltou?” os olhos de Sam diziam, “Porque você nunca veio me procurar!” e Goularth o respondia. As palavras ali eram tão desnecessárias quanto qualquer outra coisa no mundo.

– Mamãe? Com quem a senhora está... – uma pequena coisa se moveu para a cozinha, vestia um macacão lilás e calçava pantufas de um porco rosa, os cabelos encaracolados estavam bagunçados e ela coçava os olhos, mas quando suas mãos se abaixaram e ela olhou diretamente para Sam os mesmos se arregalaram como se ela tivesse ganhado o melhor presente do mundo. – Papai! – ela gritou e correu para o mesmo, Sam conseguiu deixar a xícara no balcão antes de pegar Emily no colo, a menina abraçou seu pescoço fortemente e ele retribuiu a abraçando forte, Victória só observou de longe e quando percebeu que sorria discretamente colocou mais café na boca. – Como você apareceu papai? Achei que estava em Londres, não é longe do Brasil? Mamãe porque não acordou-me assim que papai chegou? Ah papai, que saudades que eu tive da sua pessoa, chegava a me corroer. – Emily falava muito rápido e abraçou Sam novamente, ele olhou para Goularth confuso de como a filha falava extremamente rápido e diferente das outras crianças e Victória deu de ombros se divertindo com a situação.

– Papai acabou de chegar princesa. – Donovan falou calmo tirando os cabelos da menina de seu rosto, ela sorria. – E você estava dormindo pelo visto.

– Estava sonhando com você. – ela olhou para sua mãe do outro lado da cozinha. – E com mamãe também. Você veio sozinho papai? Veio para ficar? Pra sempre?!

– Não, hum... Filha! – Sam a colocou no chão e a menina bocejou. – Porque não vai dormir? Amanhã conversamos mais.

– Jura? Promete? Você vai dormir aqui não vai? Ele vai dormir aqui não vai mamãe?! – Emily meio que gritou enquanto pulava, mas era nítido estar cansada porque ela parou segundos depois com o pequeno ataque de felicidade. – Você pode dormir no quarto que tia Letícia dormia antes, ele fica ao lado do meu, agora é de hospedes. Vem papai eu vou lhe mostrar...

– Não, princesa eu...

– Pode ir Sam, vou arrumar uns lençóis limpos. – Victória falou e sorriu breve depois, não sabia como faria aquilo, porque ter Sam por perto era completamente fora de contexto, mas esperava que o garoto ficasse poucos dias, e ainda sim ele não tinha vindo a trabalho. Tinha vindo somente para ver a filha, merecia passar bastante tempo ao lado dela.

Sam apareceu na sala depois de uma hora mais ou menos, tinha conhecido todos os brinquedos de Emily e a coleção de bonecos que ela fazia e ainda sim, a coleção sobre One Direction que ela fazia, ele achou incrível tudo aquilo que ela fazia tudo como se fosse uma fã de verdade, não filha de uns integrantes. Tudo que ele mandava para ela, brinquedos, roupas, pequenos utensílios e até mesmo as coisas de seu grupo ficavam guardadas em um armário separado de tudo, ele gostou ainda mais daquilo. E um mural que a pequena filha montou, certamente com a ajuda de Victória estava atrás da porta, tinha fotos de Sam da ultima vez que viu Emily, mas a menina estava tão pequena, tinha somente três anos. Culpou-se, deveria ter a visto crescer como todos os outros pais. Mas aquilo não era sua culpa, e anotou mentalmente de culpar Victória assim que possível. A garota estava na mesa da sala de jantar ao lado da sala digitando em seu notebook e lendo algo ao mesmo tempo, Sam somente se encostou a divisória de vidro e ficou a fitar Goularth que não notou a chegada dele por alguns segundos, mas depois o olhou e suspirou.

– Eu já arrumei tudo. Terceira porta do corredor, levei sua pequena mala para lá também. A segunda parte do guarda roupa está livre, e a terceira gaveta também. A primeira parte tem toalhas, chinelos e algumas coisas que talvez você vá precisar. Desculpa se não posso ir te acomodar mais...

(N/A: Toquem Glad You Came, now)

– Porque você me ligou ontem? – a voz de Sam saiu um pouco mais confiante do que o “Quanto tempo, Victória” que ele tinha dito assim que chegou, e ele até mesmo se sentiu confiante.

– Porque Emily queria falar com você. – ela deu de ombros e voltou a digitar sem prestar atenção em Donovan, mas ele via que ela soava.

– Você sempre faz uma integração quando Emily quer falar comigo, a faz falar com um dos meninos ou com a madrinha antes de passar para mim. E assim há cinco anos, a não ser que algo tenha realmente acontecido. Mas é muito raro.

– Bobagem, Donovan. – ela suspirou e fechou o notebook se levantando em seguida. Caminhou para fora da pequena sala de jantar pelo outro lado da abertura da divisa de vidro e foi até a sala colocando o telefone no lugar e algumas coisas que estavam fora de seus respectivos lugares. – Porque não vai dormir? Deve estar cansado.

– Porque você ainda foge de mim Victória? – ele perguntou um pouco mais direto agora, e Goularth ainda não tinha parado para ouvi-lo ou olha-lo. – E porque você não olha nos meus olhos por muito tempo?

– Porque você... – ela cerrou os punhos e se aproximou dele. – Porque você voltou? Pra me fazer acreditar naquela maldita história de ameaça da Larissa novamente? Perdeu seu dinheiro e seu tempo Donovan. Eu não vou acreditar. – ela quase soletrou as palavras, cuspindo tudo na cara de Sam que por um instante se abalou, mas já estava recuperado e sem medo. Não podia esquecer seu foco que era estar ali.

– Porque eu preciso de você. – aquilo com toda certeza deixou Victória assustada e confusa, ela não podia ouvir aquelas coisas... Não da pessoa que ela mais queria ouvir. – Preciso do seu beijo. Do seu carinho. Do seu conforto. Preciso de você do meu lado. E eu demorei duros cinco anos pra perceber disso.

– Não se aproxime mais que isso Donovan, ou sofrerá as consequências. – ela o advertiu, mas Sam somente sorriu divertido e colou seu corpo no da garota que não se moveu, e já estava com a respiração acelerada.

– Porque eu te quero comigo Vick, te quero ao meu lado. E eu sei que você também quer... – Donovan passou os braços em volta da cintura de Victória que cambaleou para trás encostando suas costas na madeira do criado mudo perto do sofá. – Podemos dar uma chance para nós dois.

– Isso é loucura Donovan! – ela conseguiu mumurrar finalmente.

– Não se nós dois queremos. Não me diga o que é loucura, eu vim de Londres para o Brasil, vim para te buscar. E você vai voltar comigo!

– Não podemos discutir isso amanhã? – Victória passou as mãos pelo pescoço de Sam, cedendo.

– Claro. Aliás temos coisas mais importantes para fazer agora. – Os dois sorriam e selaram os lábios. Como Donovan tinha saudades daquilo, não que ele não tenha se divertido com outras garotas nesse meio tempo, mas nenhuma era definitivamente igual à Victória. E ele chegou a fazer uma teoria de que quando você ama uma pessoa, ninguém nunca vai ser realmente igual a ela. Ninguém vai ser melhor que ela, então para ele Victória era essa pessoa. E agora eles estavam juntos, era difícil pensar no futuro, mas era fácil pensar no passado. Mesmo assim os dois escolheram pensar no presente, no que estava acontecendo ali. Era incrível a maneira como sempre tiveram sincronia tanto em pensamento como no mundo real. Goularth passou as pernas pela cintura de Sam e o menino a segurou, tentando inutilmente ir para o quarto sem romper o beijo e sem fazer barulho para não acordar Emily, queria que aquela fosse uma longa noite. Ou talvez que a mesma nunca acabasse estar com Victória em seus braços era um desejo abafado, que estava sendo realizado novamente depois de longos anos. Anos esses que provavelmente seriam esquecidos a partir dali, para uma nova vida ser reconstruída. Bom, esses eram os pensamentos de Donovan.




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Notas finais do capítulo

- UMA PERGUNTA: Vocês gostam de história sobrenaturais? Tipo, essas coisas de poderes especiais, entre outros? Bom, não tem haver com Small Bump, é só uma pergunta.
- Me respondam com reviews, xx