Teresa

Depois que Annabeth deu a luz aos gêmeos Zöe e Luke, e foi transformada em imortal meus dias simplesmente entraram em uma vertiginosa pista de corrida descontrolada.

Meu serviço de quase um ano estava aculmulado e eu tinha dois deuses no meu pé.

Com Heféstos as coisas foram complicadas e até perigosas.

Principalmente por que eu não estava nem um pouco afim de falar com ele, mas depois de muita insistência por parte de Easley acabei tendo uma conversa monitorada com o cabeça de bigorna.

Ainda assim não foi um dialogo agradavel de manter com o homem que apesar de ser pai do meu filho mais velho não confiou em mim e me chamou de prostituta na cara dura anos antes.

Precisamos de mais de seis horas para esclarecer todos os assuntos pendentes desde que fui intimada pelo Olimpo a ficar depois do solstício.

No fim depois de consegirmos trocar uma dúzia de palavras sem irritarmos um ao outro Heféstos finalmente perguntou algo que sempre achei saber a resposta.

—Teresa, volte a viver comigo. Vamos ficar juntos e continuar de onde paramos, por que se demos certo no passado podemos dar certo agora também. Podemos reconstruir o que tinhamos e ignorar o resto.

Ouvir aquelas palavras era como a realização de um sonho, o qual sempre pensei que terminaria comigo dizendo “Sim” e vivendo séculos e mais séculos ao lado dele com uma dúzia de filhos e filhas.

Mas me deparei com um sentimento totalmente diferente.

Pensar em tudo aquilo de repente não me animou ou causou a sensação de quando havia acabado de ser abandonada por ele. De quando Heféstos me jogou nos braços de Apolo sem pensar. Das suas acusações sobre minha fidelidade a ele quando estavamos juntos.

Era como se aquela proposta não pudesse mais me deixar feliz ou fosse aquilo com que sonhei por um século.

Percebi que meus sonhos e o amor que senti por Heféstos a tanto tempo havia terminado um pouco depois de nossa última discução.

Agora eu tinha outros sonhos. Um homem que me amava e que eu também amava, ainda que nosso relacionamento fosse de uma forma um pouco torta. Meus três filhos me apoiavam indepêndente do que eu fizesse e eu tinha quatro semi-deuses para supervisionar. Minto, eu tinha muitos semi-deuses para supervisionar pessoalmente.

—Não. Não posso aceitar isso. Nós dois erramos e mudamos, ao menos eu mudei. Eu não posso ignorar o que aconteceu e fazer de conta que não sinto nada por Apolo ou que ele não significou e significa algo para minha vida. Além disso depois de tanto tempo te amando e sendo completamente humilhada, acusada e ignorada notei que não sinto mais o mesmo por você. Não tem como voltarmos ao que eramos.

Depois disso quase brigamos novamente, mas meus filhos e Apolo nos levaram para outros lugares.

Apolo...

Bom, com Apolo as coisas foram fáceis, simples e terrivelmente quentes.

Como havia promeido Apolo realmente me deu uma noite tão incrivel em todos os sentidos possíveis e impossiveis que tive sérios problemas para acreditar que era tudo real.

Além de que com isso não consegui dizer um não para ele. Não só naquela noite em particular, mas durante quase um mês inteiro não conseguia discordar dele para nada. Aceitei convites para jantares, passeios, viagens de dois dias pelo mundo, presentes e outros que nem me lembro ao certo mais.

Só sei que foi bom, agradavel e incrivelmente prazeroso.

A única coisa que fez Apolo dar uma pausa em seu roteiro de entretenimento avançado foram as reuniões com outros deuses. Reuniões essas que eu teria ignorado por completo.

Mas precisava falar com Ártemis e Thalia sobre todo aquele tormento recente.

No dia da reunião Ártemis explicou em detalhes sua história de amor platonico éons atrás.

Como o mortal permaneceu dormindo para sempre tendo seu tempo congelado e sendo tão belo quanto Ártemis jamais se esquecerá, enquanto ela se contentou em admira-lo dormindo por tanto tempo quanto podia se lembrar de fazer parte da caçada. Mas ignorou a paixão por Orión para não criar o clima pesado que eu não queria ver.

Depois foi minha vez de ser menos romantica e platonica. Nossa, foi muito divertido ver Thalia passar de branca para roxa de tanta coisa que joguei na cara dela sem nenhum pudor.

Ok. Admito que queria torturar ela um pouco.

Depois falei das duas escolhas que ela e Nico tinham: abandonar tudo e ficarem juntos agora ou dentro de alguns anos para ajudar com a última “Coroa”, ou desistirem do que sentiam para tentar evitar sofrimentos.

—Se eu abandonar tudo dentro de alguns anos, quem me garante que ele fará o mesmo?

—Ele quer ficar ao seu lado e decidiu que vai passar todo o tempo possível até a próxima “Coroa” no Lotús. -Falei um pouco sarcástica admito, mas ainda não acreditava que ele havia escolhido aquela opição.

—Ele odeia aquele lugar, por que passaria anos enviado lá perdendo mais tempo da sua vida?

—Por você. Ele disse que não vai te abandonar e que não vai abrir mão de outra pessoa importante para seu coração. Devo admitir que fiquei admirada. -Ártemis parecia tão descrente quanto eu.

—Quantos anos até tudo isso acabar de vez? -A voz de Thalia saiu em um sussurro.

—Não posso afirmar com certeza, mas talvez uns dez anos e tudo se normalize. Dizer isso não depende únicamente das minhas visões, mas de quando as pessoas decidem agir. -Não podia simplesmente falar que quando Galatea e Rigardo resolvessem encerrar o assunto ela deveria se preparar. Até por que se alguém resolver fazer isso antes eles não vão ter chance e eu sei que existem semi-deuses mais poderosos e perigosos que eles pra assumir essa função.

—Certo. Vou ficar na caçada por enquanto, cuidando e vigiando tudo o que eu puder ao lado da senhora, lady Ártemis. Se até lá eu ainda me sentir assim e for correspondida sairei da caçada com a autorização apropriada, mas não deixarei de segui-la. Por que a senhora já me deu muito e não teria como agradecer. -Thalia ainda parecia em dúvida, mas havia tomado sua decisão.

Devo admitir que o que mais me impressionou foram suas palavras, tão parecidas com as que ouvi Nico dizer dias antes.

Depois disso eu comecei a supervisionar o aprendizado de Annabeth em sua nova condição.

Era algo fácil e agradavel já que nos conheciamos a um tempo, além de nossa hirtória por conta das “Coroas”. O que não muda o fato que tenho um trabalho extra além da rotinha no Hades.

Também passei a fazer visitas frequêntes ao acampamento para ver Zoe, Luke, Charlie e Silena. Além de instruir Galatea e Rigardo, que estão cada dia piores em termos de teimosia. Mas acho que já era esperado.

Os bebês eu tiro de letra e ainda me sinto muito relaxada cuidado deles. Mas os dois meis velhos...

Galatea e Rigardo estão cuidando de Edward e Melisa mais do que nunca, além de estarem em contato constante com Miria e Ísis que estão dando diversas dicas para eles sobre auto-controle e sobre seus poderes em geral.

Percy está cuidando dos poderes relacionados a Poseidon e eu fiquei encarregada dos treinos de Rigardo sobre os mortos.

Meu maior problema com os dois é que eles estão vendo mais do que eu gostaria. Embora suas visões de futuro não alcançem mais do que seis meses não posso garantir que isso permaneça assim.

Os poderes de ambos também estão em um nivel de crescimento absurdo que me deixam preocupada. Apesar de já imaginar que isso iria acontecer depois que Tea teve acesso ao “Livro de Batalhas”, não pensei que o aumento seria tão vertiginoso.

Fora essa tensão por conta dos dois eu tinha mais quatro semi-deuses potencialmente problematicos. Três no acampamento e um fora. Além de toda uma família pra ficar de olho ou meu trabalho no Hades seria brincadeira perto dos problemas que teria que resolver com eles.

Mesmo assim agora estou mais calma e certa que podemos terminar o que eu comecei.

Continnua...