Peguei minhas malas, o que restava para levar, pois na semana passada já mandamos levar a maioria das coisas, só restou roupas, sapatos, acessórios... Essas coisas.

Sai e POR SORTE, já tinha um táxi vazio que tinha acabado de estacionar. Entreguei o endereço ao motorista e partimos em direção a minha nova casa. A minha nova vida.

Cheguei e dei uma olhada no apartamento TOTALMENTE BAGUNÇADO. Várias caixas amontoadas em cima da outra, móveis fora do lugar. Eu precisava organizar aquilo, REALMENTE PRECISAVA, mas não agora. Agora eu precisava encontrar o Liam.

Com esse pensamento feliz, sai e tranquei a porta e segui em direção ao Starbucks.

Abri a porta e tocou um sininho que tinha em cima da porta e tocava toda vez que alguém entrava. Não tinha muita gente e eu comecei a procurar Liam com os olhos e logo ao fundo do Starbucks, vi uma pessoa levantando e com um sorriso no rosto.

Era ele.

Abri o maior sorriso que podia existir no mundo e praticamente corri até o fundo, onde Liam estava e me joguei nos braços dele.

—Ai meu Deus, eu não acredito que eu estou te vendo de novo, depois de tanto tempo. – eu disse e me separei do abraço. Sim, tanto tempo. Ou vai me dizer que três anos é pouco tempo?

—Nem eu. – Liam riu e depois começou a me encarar, me olhando dos pés a cabeça. – Você.. tipo... Ual. – ele disse me olhando e riu, eu fiquei envergonhada e ri também.

—O que? Estou do mesmo jeito. – eu disse e me olhei também.

—Não, não está. Ual, você definitivamente não está do mesmo jeito. – ele disse rindo. Ok, aquilo estava me deixando com vergonha. Mas era o Liam, então eu fiquei de boa.

—Você também está diferente, mas continua esbanjando quentura por aí. – eu disse e enrosquei a alça da minha bolsa na cadeira e me sentei. Liam se sentou na minha frente.

—Hm... Obrigada? – ele perguntou e riu.

—Ah, eu sinto muito por você e Danielle. – Sim, eles tinham terminado fazia uma semana. Liam havia me contado isso e ele parecia arrasado.

—Ah, sabe... Eu estou melhor. Era o melhor a fazer, não era como antes. Muita coisa mudou entre a gente. E não digo que foi pela falta de tempo, porque isso a ente sempre lidou bem. – ele disse e eu me lembrei do meu “lance” com o Zayn. A falta de tempo tinha contribuído para nossa separação. Eu pelo menos achava isso.

—Entendo... Agora você está na pista pra negócio. – eu disse e ri, e Liam me acompanhou.

—É, vamos ver o que acontece. Pedidos? – ele perguntou. Verdade, eu tinha até esquecido que estávamos numa cafeteria.

—Ah, sim. Um Cappuccino. – Liam ergueu a mão e uma garçonete veio nos atender e ele pediu dois cappuccinos.

—E a Anna? – Liam perguntou quando a garçonete anotou os pedidos e foi embora.

—Era pra ela estar aqui agora, mas como é a lerdeza em forma de gente e demorou pra tirar o passaporte, vai chegar amanhã a noite.

—Hm... Que horas? – ele perguntou como quem não quer nada.

—Umas nove da noite, se o vôo não atrasar. – eu disse simplesmente.

—Talvez eu de uma passada amanhã com os meninos. – ele disse e deu uma piscadinha. OS MENINOS >Niall>Louis>Harry>Zayn. >ZAYN<, uma coisa que eu não queria, não agora.

—Ah, hm... – eu não sabia o que falar, então por sorte, nosso pedido chegou.

—Eu pago o meu. – eu disse quando ele foi pegar a carteira.

—Não, eu convidei, eu pago. – ele disse sorrindo.

—Liam, que droga, você nunca me deixou pagar nada. – eu disse emburrada e já pegando minha bolsa.

—Então da próxima você paga. – ele disse e entregou o dinheiro pra garçonete.

—Certo então. – eu disse meio contrariada, mas ok.

Bebi um gole do meu cappuccino e Liam fez o mesmo.

—Quando começa as suas aulas na faculdade? – Liam perguntou enquanto se aproximava mais de mim e eu olhava atentamente pro meu copo, tentando me lembrar.

—Setembro, dia primeiro. Até lá, vou ter muito tempo livre pra torra a paciência de alguns ingleses e talvez de um irlandês. – eu ri e pisquei, Liam começou a gargalhar.

—Claro, ainda estamos no final de julho e eu vou ter que aturar você. – ele disse e girou os olhos.

—Como se fosse algum sacrifício.. – eu disse e bebi outro gole do cappuccino e Liam riu. Olhei no relógio e já passava das onze da manhã.

—Liam, amor da minha vida, eu vou voltar pra casa porque aquilo está uma bagunça e eu preciso arrumar. – eu disse já me levantando e pegando minha bolsa.

—Ah, certo. – ele disse e se levantou também. Fomos juntos até a saída.

Quando ele abriu a porta, VÁRIOS fotógrafos e pappazaris estavam ali na espera. Colocamos o pé pra fora e aquele bombardeio de flashes me deixou cega.

—HEY, VOCÊ NÃO É A EX DO ZAYN? AMIGO DELE? – um cara o fundo gritou e minha vontade foi de mostrar o dedo do meio pra ele, mas eu me controlei e vi Liam rindo atrás de mim.

—Não é engraçado. – eu disse séria.

—Talvez eu te veja amanhã então. – PUTS, ELE QUERIA MESMO IR.

—Aham. – eu resmunguei com um sorrisinho no rosto. Ele veio e me abraçou.

—Tchau Liam. – eu disse e acenei quando nos separamos. Eu segui pela esquerda, onde era meu apartamento e Liam foi pela direita, e eu não fazia a menor idéia de onde ele iria.

Cheguei ao apartamento e dei uma organizada e fui a um mercado que tinha na rua de trás comprar o básico, ia esperar a Anna chegar pra podermos comprar tudo e terminar de organizar.

Fiquei o dia inteiro trancada naquele lugar, arrumando meu quarto ou arrumando a casa, colocando porta retratos e tudo mais.

Quando chegou a noite eu fui dormir, mas antes entrei um pouco no Fã Clube, que estava com mais de 80.000 seguidores. Sim, nós ainda tínhamos fã clube e ainda éramos fãs loucas e alucinadas por One Direction. Problem?

Quando acordei, peguei meu celular e vi uma nova mensagem da Anna, as 10 da manhã, no horário de Londres “Acabei de embarcar”. O vôo era de 11 horas, então ela chegaria as 9pm.

Fiquei o dia todo em casa, olhando o movimento pela janela do 7º andar. Carros indo e vindo, pedestres atrasados ou adiantados. Faróis vermelhos e motoristas irritados pelo transito. Da janela da sala também podia se ver o topo do Big Bem e o topo da roda gigante, a London Eye.

Fiquei durante horas sentada na sacada, apenas vendo e relembrando o quanto eu sonhei em estar em Londres, o quanto eu sonhei em ir parar naquele lugar e lá estava eu, em Londres, começando a construir uma vida naquele lugar.

Fiquei tanto tempo sentada lá que perdi a noção do tempo, quando vi já passava das sete da noite. Comi cookie e chocolate quente, então fui assistir TV e ver o que os canais britânicos tinham a me oferecer.

Quando era quase 08h30minPM, a campainha tocou.

—Já vou. – eu disse e me levantei. Estava simples de tudo. Um short curto e uma camiseta gigante de manga, bem quente. Cabelo preso em um coque.

—OLÁÁÁÁÁ- Liam gritou e já me abraçou. Tipo... Eu tinha esquecido que eles iam lá. Quer dizer, esquecido eu não tinha, eu só não acredita que eles iam MESMO. E SIM, ELES. ZAYN TAMBÉM ESTAVA LÁ.

Liam me abraçou e Niall e Louis estavam ao lado dele, e Zayn e Harry mais afastados, com mais duas pessoas. Opa, corrigindo: duas mulheres. Sim, mulheres. Quem são? Quem são? Harry abraçado com Caroline Flack e Zayn de mãos dadas com Rebecca Ferguson. ISSO MESMO, ZAYN DE MÃOS DADAS COM REBECCA FERGUSON!

—Hey meninos. – eu sorri pra eles enquanto dava espaço pra Liam entrar.

—Oi Niall, loirinho dos olhos claros. – eu disse e Niall veio me abraçar.

—Desculpa se eu meio que sumi e ... – ele já tentou se explicar, e só de ver aqueles olhos azuis, eu já o tinha desculpado por tudo, qualquer coisa que ele tinha feito, que nem eu sabia direito.

—Esquece isso. Eu senti sua falta – eu disse e ri, e ele também entrou.

—Louis, meu homem melancia. – eu disse e o abracei forte.

—Hey, quanto tempo. – ele disse e separou o abraço, ficando sério. – faço das palavras do Niall, as minhas.

—Não se preocupe com isso. Entre aí. – ele sorriu e entrou. Então ficaram aqueles casais que estavam me dando nojo.

—Oi. – eu disse com um sorriso que eu tenho certeza que saiu como uma careta sinistra.

—Hey. – Harry se separou da Flack e me deu um abraço rápido.

—Entre. – eu disse e ele sorriu agradecido, e então a Flack foi atrás.

Zayn e Rebecca.

Ele se separou dela e veio até mim, e ele meio que veio me abraçar, mas na hora não saiu. E eu queria abraçar ele, apesar de tudo. Eu ainda sentia falta dele, das conversas, dos abraços, dos carinhos. Mas eu não podia mais sentir nada disso. Ainda mais agora que ele tinha outra.

Eu fiquei encarando ele e estendi a mão. Ele olhou meio decepcionado e apertou minha mão, formalmente.

—Entrem. – eu disse e abri espaço para os dois passarem. É, os dois, quando ele passou ela grudou nele e nem olhou pra minha cara. Vadia.

Eu tinha ouvido falar que os dois estavam juntos, mas nada tinha sido confirmado e ver isso ali, ao vivo e em cores, machucou.

—E então...? – eu perguntei indo pra sala.

—Eu disse que viríamos. Anna ainda não chegou? – Liam disse e se acomodou no sofá.

—Não. Acho que vai chegar umas oito e meia, nove horas... por aí. – eu disse e encostei-me à estante, onde estavam os porta retratos e onde Harry estava em pé, com Caroline jogada em cima dele.

—Quem é esse? – Harry perguntou e apontou pra um porta retrato que estava ao meu lado. Eu olhei e sorri.

—É o Victor. Um... – eu pensei na palavra que usar – amigo.

—E porque ela tirou foto com ele assim? – ele perguntou meio irritado e Caroline o olhou fuzilando, apenas com aqueles olhos de velha dela.

Na foto estavam Anna e Victor na praia. Era uma foto em que eles estavam um ao lado do outro. Anna estava com uma perna na cintura dele e outra no pescoço, o beijando no rosto, enquanto ele segurava a perna dela que estava erguida e tinha a outra mão na cintura dela. Ele sorria pra foto.

E essa foto era do tempo que eles eram apenas bons e velhos amigos... Depois disso aconteceu um lance não um romance, mas logo terminou e os dois ficaram apenas na amizade.

—Por que... – eu ia responder, mas fui impedida pelo meu celular. “Anna”. Atendi.

—Oi. – eu disse.

—PALOMA SUA CAIPORA BISCATE LAZAREEEENNNTAAAA.... – Anna gritava e tinha voz manhosa. – EU ACHEI QUE VOCÊ VIESSE ME BUSCAR AQUI NO AEROPORTO SUA VAAACAA. NOSSA, QUE RAIVA QUE EU TO DE VOCÊ.

—AAAAAH, EU VIM SOZINHA, PORQUE VOCÊ NÃO PODE? É SÓ DAR O ENDEREÇO PRO TAXISTA. SÉTIMO ANDAR, APÊ 27. ESTOU TE ESPERANDO, BEEEEIJOS. – eu disse e desliguei.

—Ela já chegou. – eu disse e sorri para os meninos.