_O que vai querer? – o barman me perguntou e eu abri a boca pra falar, mas falaram por mim.

_Nada, sua cota já deu hoje. – Zayn disse e grudou no meu braço, me arrastando pra saída.

_PERA LÁ, O QUE VOCÊ PENSA QUE ESTÁ FAZENDO? – eu consegui me desvencilhar dele.

_Vou te levar pra casa antes que você caia de bêbada. – ele disse e voltou a grudar no meu braço e eu tentava puxar.

_Eu não estou bêbada seu idiota, só porque eu bebi algumas doses de vodka você acha que eu estou bêbada? – eu disse e parei de me debater vendo que continuar fazendo isso seria inútil.

_Não discuta comigo. – ele disse e me puxou pra fora, onde tinha alguns fotógrafos com suas super câmeras digitais que tiravam 23163154 fotos por segundo.

Zayn me levava até o estacionamento e eu confesso que não estava vendo tudo em linha reta e dei um passo em falso, entortando o pé e quebrando o salto do meu sapato. Eu devia chorar com o que aconteceu, mas eu me soltei do Zayn e comecei a rir feito uma lunática na entrada do estacionamento e eu vi um risinho nos lábios do Zayn.

_Se a situação fosse diferente eu ia rir da sua cara. – ele disse e pegou o salto quebrado que estava no chão e veio ao meu lado. Eu parei de rir e me apoiei nele pra poder tirar meu sapato. O segurei nas mãos e seguimos rindo para o carro. Zayn abriu a porta pra mim porque estava achando que eu era uma burra que não sabia abrir a porta de um carro, só porque eu estava cambaleando UM POUCO.

_Direção e bebida não combinam sabe Zayn... – eu disse quando ele ligou o carro e deu partida.

_E quem disse que eu bebi? – ele perguntou, mas não tirou os olhos da rua.

_E você acha que eu não vi. Nossa, ta calor aqui. – eu disse e tirei minha jaqueta.

_É melhor você colocar essa blusa ou você vai pegar um resfriado. – ele disse me olhando pelo canto de olho.

_Não vou. – eu disse e seguimos o caminho em silencio.

_Isso está um silencio completamente ridículo. – eu disse e liguei o rádio que primeiro fez um barulho de interferência e depois começou a tocar Don’t Cha, o que fez com que eu começasse rir. Zayn me olhou estranho e depois voltou a prestar atenção na rua.

Eu comecei a cantarolar a musica e olhar “disfarçadamente” para o Zayn. Ele estava tão sexy com aquele cabelo perfeitamente espetado, perfeitamente concentrado dirigindo aquele carro e perfeitamente perfeito ali comigo.

Antes que eu pudesse perceber o que estava fazendo, eu estava na ponta do meu banco, quase sentada no colo do Zayn e com uma mão no pescoço dele, sentindo ele completamente arrepiado. De primeiro eu queria tirar a mão e parecer uma pessoa sensata, mas não consegui, eu continuei com a minha mão no pescoço dele e passei a arranhar lentamente a nuca dele, descendo até as costas por debaixo da blusa.

Quando a música disse “Você não gostaria que sua namorada fosse gostosa como eu?” eu sussurrei isso lentamente no ouvido de Zayn e vi ele respirar fundo várias vezes seguidas.

_Ela não é minha namorada. – ele disse depois de várias respirações ofegantes e eu tive que rir com o que ele disse.

_Não, ela é sua noiva. – eu disse e mordi o pescoço dele e ele freou o carro na rua deserta.

_Onde você quer chegar? – ele soltou do volante e me segurou forte pela cintura.

_Na sua cama. – eu disse com um sorriso maroto no rosto e ele pareceu assustado com a minha resposta. Até eu fiquei assustada com o que eu disse, mas não consegui dizer desculpas e voltar a sensatez e, não me julgue, eu estava fazendo e dizendo coisas que eu não faria normalmente, eu não estava pensando nas conseqüências e iria me fuder, mas eu não pensava isso, eu não pensava nada.

_Não será hoje. – ele disse e me soltou, mas eu coloquei meus braços em volta do pescoço dele.

_Amanhã? – eu disse ainda sorrindo.

_Paloma, eu estou tentando me controlar e você me provocando desse jeito fica difícil. – ele disse ficando com a respiração pesada e olhando para todos os lados, menos pra mim.

_Pra que se controlar? – eu disse e subi no colo dele, colocando uma perna em cada lado da cintura de Zayn e ele prendeu a respiração.

_Eu estou falando sério... – Zayn disse e me olhou e eu o encarei, então ele me puxou pra ele e grudou nossos lábios, iniciando um beijo rápido e quente. Zayn apertava minhas coxas e eu tinha minhas mãos dentro da blusa dele. Eu estava prestes a tirar minha blusa quando ele se separou bruscamente de mim e me empurrou de volta pro meu banco.

_Amanhã você não vai lembrar de nada, então por favor, fica sentada aí. – ele disse e retomou a direção e eu tinha um sorriso no rosto que eu não conseguia fazer desaparecer.

O caminho até meu apartamento foi silencioso.

Zayn abriu a porta do apartamento e eu me joguei no sofá, olhando maliciosamente pra Zayn.

_Podemos começar a preliminares aqui se você quiser. – eu disse e Zayn girou os olhos e foi pra minha cozinha e eu me levantei e fui atrás dele. Me sentei no balcão e o observei em silencio. Ele encheu a chaleira de água e esperou ferver, colocou em um copo grande e colocou três colheres cheias de café e um pouco de açúcar e me entregou.

_Eu não vou beber isso. – eu disse quando ele colocou o copo no balcão, na minha frente.

_Vai sim. – Zayn disse sério e parecia não aceitar um não como resposta.

_Não vou não. – eu empurrei o copo pra longe e Zayn o colocou na minha frente de novo.

_Você quer fazer o favor de beber logo essa merda? – ele disse com o tom de voz mais alto que o normal e eu abaixei a cabeça.

Por que ele estava sendo grosso comigo? O que eu tinha feito pra ele? Tudo bem que eu tinha falado que queria ir pra cama dele e tudo o mais, mas isso não devia render grosseria comigo.

_Por que você esta sendo grosso comigo Zayn? – eu disse com os olhos cheio de lágrimas.

_Eu não estou sendo grosso com você, eu só quero que você beba logo isso e vá tomar um banho gelado pra recobrar a consciência. – ele disse sério e foi pra sala.

_Eu não vou tomar banho gelado, ta louco? E eu não sou uma louca bêbada que não sabe o que está fazendo! – eu disse e me sentei no sofá.

_Você vai. E você pode não estar totalmente bêbada, mas admita, você não está em sã consciência.– ele disse girando os olhos e pegando meu copo, o deixando em cima da estante.

_Você vai comigo pro banho? – eu disse maliciosa, pela 1210314 vez na noite, ignorando tudo o que ele disse sobre minha sanidade.

_Não, você vai sozinha. – ele disse e cruzou os braços. Então era isso, Zayn não me achava bonita, nem linda, nem gostosa e nunca iria pra cama comigo. Agora eu estava com a noite fudida. E depressiva. E começando a me achar bêbada.

_Você não me acha gostosa, é isso? – eu disse e quando vi já tinha falado, não consegui controlar minha língua.

_O que? Não te achar gostosa? O que você esta falando? – Zayn pareceu completamente confuso e eu comecei a chorar.

_Você nunca iria pra cama comigo porque não me acha bonita. Pode falar ok? – eu disse chorando e Zayn se sentou ao meu lado.

_De onde você tirou isso?

_De você. Eu tentei de todas as maneiras fazer você ficar comigo hoje e de todas você fugiu, não quis, saiu. E agora eu sei que é porque você não me acha atraente. Pode falar pra mim Zayn, eu posso ouvir um “não te acho atraente e não vou pra cama com você” ok? – eu disse e tentei limpar as lágrimas idiotas.

_Você precisa do seu banho logo, você esta completamente bêbada. – Zayn se levantou e me puxou, fazendo com que eu ficasse em pé.

_Então olha pra mim e fala que não me acha atraente que eu vou tomar banho. – eu queria ouvir da boca dele que eu era feia, ridícula e que ele não me achava gostosa o suficiente pra ter uma noite com o Senhor Zayn Fodão Incrível Malik.

Zayn ficou me encarando durante alguns segundos e eu fiquei esperando ele falar alguma coisa.

_Eu te acho atraente. – ele disse por fim, mas eu não acreditei.

_Não acha, se você achasse estaria comigo na minha cama agora, ou até mesmo em cima desse sofá idiota. – eu disse com raiva.

_Eu te acho gostosa ok? Mas eu não vou pra cama com você hoje, amanha você não vai lembrar de nada,  não vai lembrar dessa sua crise de eu te achar gostosa ou não, não vai nem lembrar que a gente teve essa conversa e se lembrar, vai se arrepender amargamente. Por isso que eu te peço pra parar de me provocar, porque eu estou tentando me controlar, eu juro que estou tentando, mas com você me provocando eu tenho vontade de te carregar no colo e te fazer minha agora, depois e amanhã, e depois de amanhã até o resto das nossas vidas. – ele disse e eu tinha um sorriso no rosto. Então ele me achava gostosa. Eu comecei a rir e Zayn ficou me encarando.

_Obrigada Zayn. – eu disse o abracei. Me separei dele e fui cambaleando tomar banho. Não tomei banho gelado que ele falou, coloquei no quente, óbvio.

_BANHO GELADO! – eu ouvi Zayn gritar e deixei a água ficar um pouco gelada. Fiquei tempos debaixo da água, até que as coisas começaram a ficar mais claras na minha mente, como se eu tivesse acabado de me dar conta das coisas que eu tinha dito e feito. Não era como se eu realmente estivesse bêbada e não me lembrasse de nada. Era só que... agora eu podia ver o tamanho das conseqüências. Vesti um short curto e uma camiseta enorme e fui pro meu quarto, que era quase em frente ao banheiro.

Entrei e aquilo estava uma bagunça, mas eu não me importei, sentei na beirada da cama e comecei a sentir minha cabeça latejar. Inferno.

_Oi. – Zayn entrou no meu quarto com um copo de café nas mãos.

_Isso deveria ser uma xícara. – eu disse baixo.

_No seu estado não, precisa ser um copo mesmo. – ele disse rindo e se sentou ao meu lado e eu bebi um gole daquilo. Era café puro, puro, puro.

_Não adianta fazer careta. – Zayn disse e eu bebi outro gole. Aquilo era horrível. Imagens começaram a passar na minha cabeça, parecia que eu tinha vivido outra vida, ou um sonho, mas não era, eu sabia que não era e sabia que tinha feito aquelas coisas em menos de uma hora.

_Zayn, me desculpa. – eu disse depois de vários minutos em silencio.

_Pelo que? – ele perguntou me olhando.

_Eu te disse que não estava completamente bêbada. – eu disse e sorri um pouco.

_Mas também não estava completamente sã. – ele disse e eu não discordei.

_Eu, talvez, não devia lembrar, mas eu lembro. Lembro do meu salto quebrando, do que eu fiz com você no carro e por favor, me desculpa por isso. Eu fui uma puta. – eu disse e senti vontade chorar. Sim, eu tinha sido uma puta. – Eu sei que logo menos você vai casar com a Rebecca e eu me oferecendo aqui pra você, eu fui uma vadia, uma puta e tudo o mais que você tiver achando agora. E eu já te dei muito trabalho hoje, se quiser pode ir embora. – eu disse e terminei de tomar meu café puro e Zayn ficou em silencio. Eu me levantei e fui até a cozinha querendo sair de perto de Zayn, eu não queria ver ele indo embora. Coloquei o copo vazio em cima do balcão e quando me virei, Zayn estava na minha frente, a poucos centímetros de mim.

_Eu não estou mais noivo. – ele disse e eu senti como se alguma coisa muito boa estivesse inundando todo meu ser.

_Ah, hm... bom. – eu disse.

_Não vai perguntar nada? – Zayn disse e riu.

_Não quero parecer intrometida. – eu disse sorrindo  sincera.

_Eu cancelei o casamento, cancelei tudo. Eu meio que terminei com ela. – Zayn disse.

_Meio? Como assim meio que terminaram? Isso existe? – a coisa boa não me inundava mais. Meio que broxou.

_Meio porque a Rebecca não aceita o fim do nosso relacionamento, ela me liga, manda mensagens e tudo o mais, eu já disse pra ela que é oficial, mas não adianta. – ele disse e pareceu impaciente com ela.

_Então por você, SÓ por você, é oficial? Acabou, já era...? – eu tinha que ter certeza.

_Com certeza, e já estava mais do que na hora.

_Bom. – eu disse e não sabia mais o que falar, eu só tentava disfarçar meu sorriso. Eu sei que não devia ficar feliz com o sofrimento dos outros, nesse caso o da Rebecca, mas agora o Zayn estava solteiro. E vamos combinar que a Rebecca era uma insuportável, por favor.

_Você precisa dormir. – Zayn disse me repreendendo e eu fui pro meu quarto sem nem reclamar, com apenas um sorriso bobo no rosto. Peguei meu travesseiro e edredom e deitei na cama.

_Está com fome? Se quiser eu faço alguma coisa pra você comer. – Zayn disse preocupado, o que era muito fofo.

_Não, obrigada. – eu disse e sorri.

_Ok, vou ficar por perto caso você precise de alguma coisa. – Zayn apagou a luz e eu achei que ele fosse sair, ir dormir no sofá ou em algum lugar confortável, mas ele se sentou na poltrona e ficou ali.

_Zayn? – eu chamei.

_Hm? – ele murmurou.

_Você vai ficar aí?

_Vou. – ele respondeu simplesmente.

_Você vai acordar cheio de dor.

_Não se preocupe comigo, se preocupe com você que vai acordar com uma dor de cabeça fudida.

_E você com dor no corpo. Vem cá, pode dormir aqui na minha cama.  – eu disse e me lembrei dele falando que me achava gostosa. Toda aquela cena voltou na minha mente, todas as palavras e TUDO, até a “pequena declaração” de que ele queria me fazer dele todos os dias, pra sempre.

_Tem certeza? – Zayn perguntou quando se sentou ao meu lado.

_Por mim tudo bem. Tudo bem pra você? – eu perguntei. Se ele achava que eu estava sendo “provocativa” então ele iria ficar na poltrona, mas eu só estava tentando ser gentil.

_Tudo bem. – ele disse e se deitou, pegando um travesseiro que eu tinha derrubado no chão quando peguei o meu. Zayn se deitou, mas não ficou perto de mim, a gente manteve uma distancia razoável. Eu tentei fechar os olhos e dormir, mas foi impossível com ele ali do meu lado e ao mesmo tempo tão longe.

Percebi que Zayn tentava disfarçadamente se aproximar de mim e colocar o braço em cima da minha cabeça, o que me fez sorrir.

_Zayn, pode se aproximar, eu não vou quebrar seu braço e nem nada disso. – eu disse e ri.

_Fico aliviado em ouvir isso. – ele riu e se virou pra mim, se aproximando e eu ergui a cabeça e ele colocou o braço em cima do meu travesseiro e eu deitei em cima do braço dele, me aproximei mais e me aconcheguei no peito dele e Zayn me abraçava carinhosamente pela cintura.

_Obrigado por cuidar de mim hoje. – eu disse e comecei a mexer nos cabelos dele.

_De nada. – Zayn estava indo com o rosto em direção a minha testa, mas bem nessa hora eu levantei a cabeça pra olhar pra ele, então nossos lábios se encontraram mais uma vez naquela noite.

_Desculpa. – eu disse e me separei rápido, mas não me afastei. Zayn continuou me olhando no escuro e juntou nossos lábios mais uma vez, iniciando um beijo calmo. Eu passava as mãos nos cabelos já bagunçados de Zayn e ele me segurava pela cintura. Quando precisamos de ar, Zayn passou a dar vários beijos por todo o meu rosto.

Eu estava mais do que feliz. Agora eu podia ficar com ele sem culpa alguma, ele não estava mais comprometido. Ele estava solteiro, eu estava solteira, nada mais iria nos impedir de ficarmos juntos. Só a nossa teimosia, mas isso a gente podia resolver com o tempo.

Zayn retomou nosso beijo e eu não conseguia parar de sorrir durante o beijo. Zayn me deu um selinho e afastou seu rosto do meu.

_Você parece feliz. – ele disse sorrindo.

_Eu estou, acredite. – eu disse e juntei nossos lábios mais uma vez, mas apenas em um selinho demorado. Me aconcheguei mais uma vez ao peito dele e disse com um sorriso nos lábios:

_Boa noite Zayn.

Anna POV’s

Eu estava dançando Buttons com o álcool correndo no meu sangue. Eu sabia que eu estava alterada, eu sentia isso, mas o que eu podia fazer? Vi a Paloma dançando com um cara e depois não vi mais ela, comecei a dançar sensualmente com um loiro de olhos claros.

Depois da nossa dança, ele tentou me levar pra um local “mais calmo”, mas eu não estava completamente bebada pra aceitar e nem pra ser levada forçadamente.

_Mais um copo de Vodka com energético, por favor. – eu pedi ao barman e Harry apareceu ao meu lado. Sim, o Harry, o de cachos definidos e sorriso perfeito.

_Não acha que já bebeu demais? – ele disse e se encostou no balcão.

_Bebi nada. Hoje eu vou beber até esquecer meu nome. Não, vou beber até esquecer alguém. – eu disse e ele entendeu a super direta, porque se endireitou e ficou na minha frente, impedindo minha passagem com a minha bebida.

_Você tem que me desculpar, Anna! Eu não quis dizer aquilo, eu fiquei com ciúmes, eu fiquei com MUITO ciúmes. – ele disse tentando fazer com que eu o perdoasse. Estava difícil.

_E o ciúmes fez você me dizer que eu não significava nada pra você? Conta outra Harry. – eu disse e tentei passar por ele, mas ele grudou no meu braço e começou a falar no meu ouvido.

_Você precisa me perdoar. Você sabe que eu gosto de você, mesmo depois de todo esse tempo e de tudo que aconteceu.

_Gosta de mim, mas está com a Flácida. Engraçado não, acha? – eu disse bebendo metade da minha bebida de uma vez e começando a chorar.

_Se você ficar comigo eu termino com ela. – ele disse numa tentativa desesperada e eu chorando, terminei de beber minha bebida.

_E se eu não ficar com você? – eu disse e coloquei o copo em cima do balcão.

_Eu estou te implorando Anna... – ele realmente estava, mas não adiantava. Eu estava magoada, com o coração totalmente destroçado e não era com desculpas e palavras que ele iria concertar isso.

_Você me machucou demais, Harry. – eu disse e sai correndo da boate. Eu já não estava andando direito por conta das altas doses de bebidas, as lágrimas também dificultavam a visão, então boa coisa não podia acontecer.

Eu continuei correndo e Harry vinha gritando meu nome atrás, até que quando eu sai da boate, eu ouvi: “ANNA CUIDADO” e depois estava caída na rua, com um corpo em cima do meu.

_ALÉM DE QUEBRAR MEU CORAÇÃO QUER ME MATAR! – eu disse e empurrei Harry de cima de mim enquanto o motorista do carro passava xingando.

_Eu acabei de salvar sua vida, sua ingrata! – Harry disse e eu comecei a chorar loucamente, de soluçar. Ótimo, eu era uma bêbada chorona.

_Vem, eu vou te levar pra casa. – Harry disse e me estendeu a mão, e eu dei um tapa na mão dele que ela quase saiu voando.

_Eu não quero ir embora com você.

_Mas você vai. – Harry disse e me colocou no ombro, e eu me debatia, mas ele não me soltava, não importava o quanto eu batesse e chutasse, ele só me segurava mais forte.

_ME COLOCA NO CHÃO AGORA SEU MANÍACO, SOCORRO, HARRY CAIPORA, ME COLOCA NO CHÃO!! – eu gritava e até que finalmente ele me colocou no chão, mas foi só o tempo dele abrir a porta do carro e me jogar lá dentro.

_Onde vamos? – eu perguntei.

_Pro meu apartamento. – Harry disse e depois disso ficamos em silencio até chegar no apartamento dele. O silencio só era quebrado algumas vezes pelas minhas risadas de bêbadas de quando eu lembrava de algo e começava a rir.

_Chegamos, deita ali no sofá. – Harry disse e eu obedeci. Harry foi pra cozinha e eu fui pra sala, mas eu estava indo me apoiando em tudo que é lugar que eu via, em uma dessas minhas apoiadas, eu bati a mão em uma caixa que tinha na estante do Harry e ela caiu no chão abrindo e derrubando tudo que tinha dentro. Eu só ergui a mão e gritei :EU NÃO FIZ NADA. E o Harry veio correndo ver o que tinha acontecido.

_Pode deixar aí, depois eu recolho essas coisas. – ele disse e eu me sentei no sofá, me concentrando em ver tudo o que tinha caído daquela caixa. Papéis, pareciam bilhetes, algumas pulseiras, e fotos... epa, fotos. Eu as peguei do chão e comecei a vê-las. Eu reconheci uma, era uma em que nós estávamos lá no Rio de Janeiro.

_HARRYYYYYYYYY... – eu gritei e ele logo correu até mim. Bitch, I’m fabolouis. Sim, Louis mesmo.

_Tudo bem? – Harry me perguntou e eu o puxei, fazendo com que ele se sentasse ao meu lado.

_Tá vendo essa foto? Você esta vendo direito? Seu cabelo estava voando por causa do vento. Eu me lembro desse dia como se fosse hoje. Ual, você estava tão gostoso aquele dia. – eu disse e comecei a rir. – e eu lembro que na noite desse mesmo dia eu fui pro seu quarto e a gente teve uma pegação bem quente. – eu disse e olhei maliciosa pra ele, que sorria com o que eu falava.

_Eu lembro. – ele disse sorrindo.

_E agora a culpa é toda sua que a gente não esteja fazendo tudo isso aqui em Londres. – eu disse e joguei a foto no chão, abaixei a cabeça e comecei a chorar.

_Anna, me perdoa. Eu peço quantas vezes for necessário, me perdoa, me perdoa. Você precisa me perdoar, é uma questão de necessidade pra mim. Eu fui idiota ontem, eu sei que eu fui, mas eu fiquei com ciúmes e não consigo me controlar perto de você. Eu quero te abraçar, te beijar, te fazer minha, mas eu sei que nós não podemos. Eu sei que a culpa é minha, que eu não posso e sei também que sou um burro e não mudo isso. Mas eu vou mudar e te fazer minha, você vai ver... e eu sei que você nem vai lembrar de tudo que eu te falei agora, mas é verdade cada palavra. – ele disse e acariciou meu rosto e eu o beijei. Era um beijo calmo, doce, cheio de amor... e eu comecei a rir.

_Você me fez sofrer Harry, você ainda me faz sofrer continuando com aquela velha... – eu disse e ia começar a chorar quando Harry me empurrou até o banheiro.

_Banho gelado pra voltar a ser uma pessoa normal. – ele disse e me colocou dentro do boxer, ligando o chuveiro e colocando minha cabeça em baixo.

_HARRY CAIPORA, TA GELAAAAAAAAAADO ME TIRA DAQUI. – eu gritava e chutava, eu tentava de todos os jeitos sair de lá, mas não conseguia. Então eu comecei a chorar e Harry não me deixava sair, ele estava sendo mal.

_Harry, eu estou com frio... – eu disse batendo o queixo e chorando. Harry me soltou e eu sai debaixo da água gelada, ainda chorando e Harry colocou uma toalha em volta do meu ombro e me abraçou.

_Me desculpa por isso, mas você precisava. – ele disse e passava as mãos freneticamente pelos meus braços, tentando me esquentar.

_Você é um puto. Minha cabeça está doendo e eu estou com sono. – eu disse e ele me abraçou de lado e me levou até o quarto dele.

_Você não devia ter abusado da bebida. – ele disse e eu sequei meu cabelo com a toalha.

_Pode usar aquela roupa, a mesma que você usou aquele dia. A camiseta do Ramones, que você sabe o que significa. – ele disse e sorriu. Então ele era apaixonado por mim? Eu sorri com aquilo e Harry saiu pra que eu pudesse me trocar. Me trocando, eu lembrei da “declaração” que o Harry me fez achando que eu não lembraria daquilo e ri. Terminando de me trocar e já com a camiseta aconchegante do Ramones eu me deitei na cama e Harry bateu na porta.

_Pode entrar. – eu disse e ele entrou.

_Tudo bem? Precisa de alguma coisa? – ele perguntou todo atencioso.

_Não, estou bem. Você pode dormir na sua cama se quiser. – eu disse.

_Pode dormir aí, eu não me importo. – ele disse e sorriu, se sentando na beirada da cama e eu percebi que ele tinha se trocado.

_Eu não disse que ia sair daqui. – eu disse e Harry riu.

_Está me convidando pra dormir aí com você? – Harry perguntou e ergueu uma sobrancelha.

_Se a resposta for sim, então eu estou te convidando. – Harry riu e se levantou, apagou a luz e se deitou ao meu lado. Quando ele se deitou, eu devia manter distancia, mas não consegui e me aproximei dele, o abraçando pela cintura.

_Você está bem? – ele perguntou e passou a acariciar meus cabelos.

_Sim. – eu respondi e fechei os olhos.

_Se eu te disser algo agora você lembra amanhã? – ele disse e eu ri.

_Lembro.

_Acho que continuo apaixonado por você. – ele disse e eu não conseguia diminuir o tamanho do meu sorriso.

_Acha? – eu disse, mas estava sorrindo como a muito tempo na fazia por causa desse puto.

_Não, eu tenho certeza.  – ele disse com certeza do que estava falando.

_Então porque continua com a Flack? – eu perguntei me lembrando da flácida.

_Eu sinceramente não sei. No começo foi porque eu queria te esquecer, eu não queria mais ter meu coração partido e ela estava atrás de mim, então eu aceitei. Mas agora você esta aqui e eu quero você agora, amanhã, depois e depois e depois... – Harry disse beijando meu rosto e eu só sorria.

_Eu quero você Harry, mas você ainda está com ela. – eu disse.

_Eu não estarei mais, só vou estar com você. – ele disse e me ROUBOU um beijo. Quero dizer, ele juntou nossos lábios, mas eu não o empurrei, nem bati, nem tentei “não querer”, eu só aceitei de bom grado e retribui o beijo carinhoso que ele estava querendo e eu também estava.

_Você foi malvado comigo debaixo daquele chuveiro. – eu disse quando nos separamos.

_Eu sei, mas você precisava. – ele disse culpado, mas não arrependido.

_Obrigado por cuidar de mim. – eu disse e dei um selinho nele, que como é guloso e não se contenta com pouco, me puxou pra mais perto iniciando um beijo.

_Por mais que eu queira mais, já chega por hoje. Quando você estiver livre, leve e solto a gente conversa. – eu disse e dei mais um selinho e Harry e me virei, então ele me abraçou e nós dormimos de conchinha, como nos velhos tempos em que a gente era feliz e não sabia.