Do You Have A Gun? escrita por Beatriz Amorim


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

logo a fic será excluida.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/244800/chapter/1

10:21... Constei ao olhar pela milésima vez para o relógio na cansativa aula de matemática. Nada muito construtivo em planos cartesianos, linhas paralelas e diagonais. Procurei por ele na sala de aula, meu irmão... O cara que eu mais amo no mundo. E ele estava lá, se encontrava algumas cadeiras ao lado, uma fileira à frente... Lindo como sempre, perfeito como sempre! Deslumbrei-me por alguns segundos com a incrível visão que era ele, e logo passei a rolar os olhos pela sala de aula branca e monótona... Duas cadeiras à minha frente, lá estava ela... A garota drogada da sala, sem pudor algum e admiradora assídua daquele cultivador de maconha qualquer... Bob Marley. Eu poderia matá-la só por usar aquele brinco enorme em forma de uma folha de maconha, que parecia ser feito com restos de metais duvidosos, mas esse não era o caso... O caso era que eu não gostava muito da forma como ela olhava para Tom, de forma tão maliciosa e nojenta. Tom me contara que ela já o havia encurralado no chão, deitando-se sobre ele e dito a seguinte frase fofa: “Você só sai daqui quando me der um beijo.”, e meu irmão, simpático como sempre, levou na esportiva e deu um jeito de sair de lá sem ter que beijá-la. Nem fiquei surpreso quando ele me contou, porém, agora não havia mais como caracterizar aquele maldito olhar como “algo entre amigos”, pois já não o era. Olhei no relógio novamente... 10:47! Eu havia fantasiado por vinte e seis minutos... Do que a professora estava falando mesmo? Olhei ao redor e notei que parte dos alunos estava começando a se levantar... Mas ainda não era o final da aula... Os alunos checavam seus cadernos com a professora baixinha ou entre si... Hey, lá vinha Tom em minha fileira, sorri para ele, que fez o mesmo junto com um sinal de paz com os dedos, agitando-os. Seus dreads presos num rabo de cavalo alto, com a faixa rotineira na testa deixavam seu rosto iluminado. Como poderia ser tão lindo?! E quando eu ia verificar mais, me aprofundar nos detalhes, ele parou na mesa dela. Senti meu rosto ferver, assim, instantâneo. O caderno em sua mão como pretexto para um bate papo qualquer. Ele continuava de pé diante da mesa de Angela - sim, este era o nome dela - que colocou uma mão de cada lado da cintura de meu irmão e disse algo que eu não pude ouvir devido à grande conversa na sala de aula. Tom riu do que a biscate falou e permaneceu lá, conversando com ela enquanto a vadia o olhava com tanta admiração que só faltava babar ali mesmo. Ela acariciava a cintura dele sutilmente, e isso estava me irritando... Eu parecia mais uma ave de rapina, observando sua presa, prestes para dar o bote... Não aguentei, eu tinha que acabar com aquilo!

- Tom! Você pode vir aqui, por favor? – dei meu melhor sorriso e ele assentiu com a cabeça, logo se desvencilhando dos braços da garota qualquer e vindo até minha mesa.

- Fala aí, Billy! O que manda? – Ele falou com seu jeito de mano, o que me fez rir muito! Tentei me fazer de sério para intimá-lo, mas não consegui... Droga!

- Estou de olho em você, ouviu Sr. Kaulitz? – Fiz minha voz mais autoritária, fiz o que pude, sério! Mas logo ele começou a rir, e eu não aguentei, rindo junto com ele.

- Do que você está falando, Bill? – Ele balbuciou em meio as risadas e eu coloquei minhas mãos em sua cintura e estufei minhas bochechas:

- “Ah Tommy, você só vai sair daqui quando me der um beijo! Mimimimimimi...” – desfiz minha imitação se Angela enquanto Tom ria de minha paródia barata. – É sério Tom! Eu não gosto dela! – eu disse emburrado... dessa vez não era fingimento.

- Eu sei, ela também não gosta de você! – Ele riu mais um pouco. – Ela pediu pra namorar comigo, de brincadeira hoje... – sorriu sapeca

- E vocês estão namorando de brincadeira? – Sorri meio cínico, ficando sério novamente, esperando pela resposta, já sabendo qual era... Toda maldita brincadeira, no fundo, tem um pouco de verdade... o problema de tom era que ele levava TUDO na brincadeira de mais, e quase nunca via o real interesse das pessoas por trás delas... Ele estava sempre brincando com todo mundo e todos sempre eram amigos dele e ele, sempre muito amigo de todos, levando toda e qualquer malícia na esportiva.

- AHAM! – ele murmurou em tom divertido e eu fingi um risinho.

- Boa sorte com isso... – Ri da cara dele e o mandei ir sentar... Ele o fez e quando passou pela mesa de Angela, a vadia não deixou de passar a mão na bunda do meu irmão, “de brincadeira”. Bufei e me afundei em minha cadeira. Andreas, meu melhor amigo, que sentava em minha frente, virou-se em minha direção.

- Você a odeia, né? – riu

- Total! O que o tom vê de legal nela? Ela sisma em usar esse brinco de maconha, com essa mochila escrota do Bob Marley, com essa rasteirinha rosa fluorescente... E pra melhorar o visual, a roupa amarela com listras pretas que faz a biscate parecer uma abelha gorda! Sério, Andy! Qual o problema dela com as cores? O que é aquela tornozeleira de pano gigante com as cores do reggae? Ela nunca tira aquilo?

- Billy, tira essa expressão de nojo da cara e não aumenta mais nem um tom de voz, ela já olhou pra cá três vezes e você tá todo esbaforido. Respira! – Andy ria do meu desespero e eu provavelmente estava com a maior cara de bunda do mundo. Só bufei mais uma vez e sosseguei minhas mãos em minha mesa. – Sim, eu concordo com tudo que você disse, mas não acho que todo esse ódio seja pelas roupas horríveis que ela usa... Por que odeia tanto a garota, Bill?

- Eu.. han... sei lá, Andy... Olha! Mensagem pra mim! – meus olhos brilharam e eu peguei meu celular que acabara de vibrar no bolso do meu casaco, logo vendo que era uma mensagem do Tom.

“Você já me soltou, mas eu ainda posso te dar um beijinho! Hahah

Vai embora comigo hoje ou com o Andreas?”

Ri com a mensagem dele e logo me coloquei a responder.

“ Não sei ainda, então te falo depois... E vamos deixar o seu beijinho pra mais tarde, ok? ;D”

- Bill! Não muda de assunto! – Andreas estava impaciente e ficou realmente vermelho quando o sinal tocou. Nossa próxima aula era história, e Andy não a teria comigo... E nem Angela! Ri com isso e me dirigi a Andreas

- Opa, troca de sala, hein? – Sorri vitorioso jogando meu caderno na bolsa e em seguida o estojo com minhas coisas, para só depois levantar-me e ir até a porta para então me dirigir pelo corredor já tão conhecido para a velha e sonífera sala de história.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Do You Have A Gun?" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.