Uma criatura urra em meio a uma noite fria, uma lamina prateada sai de seu peito fazendo seu sangue escorrer por seu corpo humano, a criatura é um minotauro, possui o corpo de homem e cabeça de touro que rapidamente é arrancada pela mesma lamina que lhe atravessou o peito.

O corpo decapitado caiu inerte no chão frio coberto de folhas umidas e logo foi deixado para traz por aquele que tirou a vida, ou melhor, aquela.

Seu nome é Kira, em seu estado natural se pareça com uma adolescente de 15 anos, seu longo cabelo ruivo vai até a cintura, lugar onde, ela guarda suas adagas de sai cujo estavam manchadas com o sangue da criatura morta no caminho, seus olhos verdes que muitas coisas já virão apesar da sua idade agora tinham um ar de satisfeitos, ela veste um manto rubro que cobre seu belo corpo junto a sua armadura.

Agora era sua hora de partir em direção a próxima fera que deverá enfrentar, ela continua sua caminhada pela selva úmida com gigantes arvores cobertas de musgo, agora se dirige ao norte para a cidade das águas, lugar onde havia boatos de algo estar atacando os pescadores locais.

Depois de dois minutos de caminhada Kira percebe uma presença mágica já muito conhecida por ela e para:

-Sei que está ai... Arella!

Logo a sua frente em um galho grosso e baixo surge um gato preto, com um sorriso presunçoso e pelo liso e macio:

-Não devo negar princesa, suas habilidades melhoram a cada dia que passa.

            A garota já se cansara do bom humor do animal por isso tratou de lhe dar uma resposta rápida:

-Não são minhas habilidades que melhoram é você que é um péssimo gato!

            Mesmo com a grosseria de sua companheira Arella não deixa de sorrir e de fazer piadas:

-Gata, diga-se de passagem, mas pelo menos não sou eu que vaga por ai com essas espadas cheias de sangue, melhor você limpar isso se não vão pensar que você é psicopata ou algo do tipo princesa...

            Nesse instante Kira se enrijesse como se puxasse alguma lembrança antiga mas quase que instantaneamente possa a mão sobre sua própria cabeça e esboça um olhar de sofrimento:

-Por que me chama de ´´princesa´´?

            Diz a jovem num sussurro:

-No momento certo você saberá o motivo.

            Kira se ajoelha no chão e coloca as duas mãos sobre sua cabeça, a dor aumentará.

-Sua cabeça ainda dói?

-Sempre que tento me lembrar de meu passado essa dor volta.

            A voz firme da garota agora esta tremula, a dor que sentia era quase insuportável como se uma flecha perfurasse seu crânio, a felina percebendo sua agonia tenta descobrir o que ela vê:   

-E os seus sonhos, pararam?

            Ela apenas balança a cabeça negativamente.

-O que você vê neles?

-Nada de nítido, só o que posso perceber são pessoas gritando por socorro, fogo, e uma mulher desesperada fala comigo, mas nessa hora sinto uma dor aguda no peito e então acordo.

            Kira levanta e põe a mão em seu peito, logo tira um colar feito de metal no formato de circulo.

-Isso é tudo que tenho, essa é a única coisa que pode me dizer qual o meu passado. Apesar de que tenho a impressão de que você sabe mais do que diz...

            Ela se levanta e se coloca mais próxima a gata, um dos muitos dons de Kira era se acostumar rápido a dor para assim mesmo ferida nunca ser pega com a guarda baixa, Arella percebendo a recuperação  recua para assim não ser pressionada:

-Sinto muita princesa, eu não posso...

            A garota odiava aquela falta de resposta por parte do animal e ela não fazia questão de esconder isso...

-Porque não? Seria mais fácil se eu soubesse o motivo pelo qual eu sou obrigada a caçar essas criaturas!

            Apesar do tom raivoso o felino ficou calmo.

-Eu já expliquei a você, esse é o seu destino e também a sua missão.

-Destino, missão! Porque eu?

            A garota pega o pequeno animal e o segura acima de sua cabeça:

-Me diga Arella, eu sei que você sabe quem sou eu?

            A gata não gostava de mentir para sua protegida mas sabia que haviam assuntos que no momento não deveriam ser comentados.

-Me desculpe princesa, ainda não é a hora.

            Como que por magia o felino desaparece. Kira se encontra sozinha novamente, ela pensa um pouco sobre aquela situação e então continua percorrer seu caminho.