Distrito 5 - A Força Da Inteligência escrita por BelleJRock


Capítulo 30
Capítulo 30


Notas iniciais do capítulo

Ooo gente! Sei que dessa vez demorei absurdos para postar, mas uma série de problemas ocorreu: primeiro a escola, depois meu pc pifou e mandei para o conserto.Depois quando vi, só uma pessoa havia comentado! :/ Fiquei meio desanimada sem saber o paradeiro de vocês, mas espero que continuem com a fic e que continuem gostando! Esse capítulo não tem muita ação, pois estou guardando para o próximo, e também ja estamos quase no fim do cap :/ Ai que triste! Boa leitura.



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                            Sinto a água gélida percorrendo meu corpo fraco e magro. Olho para cima e vejo o céu acinzentado, a chuva cair sem diminuir o volume, as copas das árvores maiores tomarem vida, um traço leve e quase imperceptível do horizonte.

                          Jogo água calmamente em meu corpo e tiro qualquer resquício indesejado. O som contínuo da chuva acalma meus nervos, e fico imaginando o quão bom seria ficar ali.  Não é algo que devo penetrar em meus sentimentos tão profundamente.

                           Saio quando ouço um farfalhar maior nas plantas á minha esquerda. Adentro na floresta e vou até minha mochila. As roupas que estavam úmidas e geladas continuam assim, porém meu bom humor fez-me ter a impressão de estar numa situação melhor. Depois recostei-me num tronco e fiquei olhando para o rio no fundo da mata, quase coberto pela névoa que está se formando.

                            Míseros pingos de chuva que atravessam a copa da enorme árvore caem no meu rosto dando uma sensação de passividade. O momento relaxante é interrompido quando sinto minha barriga roncar. Depois de jogar tudo para fora, meu estômago estava somente com ar.

                                Primeiramente, pego o resto de água que tem numa das garrafas e bebo tudo. A ardência que cai em minha garganta deixa-me incômoda, mas depois comi umas das bolachinhas açucaradas para amenizar. Sem ficar satisfeita, decido comer mais quatro bolachinhas e tomar um gole da outra garrafa de água.

                              Minha verdadeira fome, na verdade, é de carne, arroz, feijão e alguns legumes. Mas tento me conter somente com os biscoitinhos. O pior não é ficar sem comer, mas também saber que a única lembrança dessas comidas em abundância e de boa qualidade foi vivida na capital.

                              O irônico é que eu nunca sentia um gosto de estar na capital, de saborear a bela comida de lá, afinal nada daquilo é produzido naquela podridão de mundo. Lembro-me quando comia as que se originavam da terra e que, se me lembro bem das aulas de geografia, vinham do distrito 11. Começava a imaginar como seria viver lá. Apesar de ser um distrito que também sofre grande opressão, sempre penso em gigantescos pomares e plantações com um cheiro agradável de agricultura e com as paisagens verdes ainda preservadas. Talvez eu esteja certa... Ou totalmente errada.

                           Quando começava a saborear carnes que jamais vira na vida, eu lembrava do distrito 10. Podia até ver as grandes planícies de gado. Tudo ao meu redor que via na capital lembra-me os distritos, mas o que me deixava mais irritada naquilo tudo era ver o quanto eles zombam indiretamente de nossas caras, massacram diretamente seus próprios trabalhadores e são eles que mais dependem de nós. E, claro, não tem o mínimo respeito pelo que nós damos à eles.

                                  Vejo-me perdida no tempo e volto à vida real. Lembro que ainda estou na Arena e preciso agir. Eu até fico com um pensamento ativo, mas com esse temporal não podemos fazer mais do que esperar.

                                Guardo tudo dentro da bolsa, cavo novos buraquinhos ao redor de onde dormirei e deito no solo úmido e fofo. Fico remexendo até achar uma posição agradável e agora era somente tentar pegar no sono. Mas não consigo escapar da ansiedade que leva a insônia.

                                 O resto da noite fiquei pensando se estão entrevistando minha família. Fico imaginando os tipos de perguntas arrebatadoras que eles fazem. Principalmente com a recente morte de Thresh, minha recuperação e, óbvio, os sérios riscos de morte que estou correndo nesse Jogo. Acredito que essas perguntas não são somente para divertir-se à custa do sofrimento dos indivíduos, mas para deixa-los mais vulneráveis para a opressão.

                                   Enquanto milhares de pensamentos atravessam minha cabeça, vou sentindo minhas pálpebras mais pesadas. Finalmente consigo achar uma posição estável e, deitada, fiquei observando a paisagem de lado e via as pequenas gotas que caíam do céu se dissiparem no chão em milhares de gotículas, umedecendo-o. 

                                       Foi esse momento, que pela primeira vez, eu sinto confiança dentro de mim, com a certeza de que o amanhã será satisfatório. E é a primeira vez que sinto que realmente tenho uma chance de ganhar isso.

                                      Deve ter passado somente três horas quando meu relógio biológico me acordou. Não estava cansada, não sentia meus olhos inchados ou algum sinal de sonolência. Simplesmente acordei.  Estava animadíssima para começar esse dia, pois finalmente a chuva ficara mais fina e agora poderia enxergar a linha do horizonte sem muitas dificuldades.

                                       Por curiosidade e como um sinal para pedir comida, levanto minha blusa mostrando toda minha barriga, que agora podiam ser visíveis as grandes costelas de meu corpo. Meus pulsos fecham em minha mão, meus dedos estão afilados e longos e minhas pernas bem mais magras. Só não pude ver meu rosto ainda, e isso me deixa agoniada. Não ver seu reflexo em qualquer lugar me deixa nervosa.

                                   Porém, antes de decidir que caminho tomar, pego minha segunda garrafa e continuo á tomar até mais que sua metade. Depois fui até o riacho para reabastecê-las e coloquei uma das minhas milagrosas pílulas em cada uma. Enquanto esperava meia hora para minha partida, fiquei pensando em alguma estratégia para poder comer carne. E para sair daqui de uma vez.                        


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Notas finais do capítulo

E aí gostaram? Odiaram? Algum erro? Não custa nada mandar review, me motiva muito e me ajuda com os errinhos. Se você gostou muito, então recomende para ajudar a mostrar mais minha fic. Bjinhos.



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