Spell The Most escrita por Angel Salvatore


Capítulo 9
Capítulo 8




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Capítulo 8

Sam, a raposa do meu sonho estava bem ali na minha frente.

Assim que terminamos de nos emocionar e invocar nossos animais elementares, o professor Nage nos dispensou,mas com um último aviso.

“Se lembrem que eles são animais elementares e que vieram de vocês”, seus olhos azuis se estreitaram e sua boca ficou em linha reta. “Então, consequentemente, eles se alimentaram de sua energias. Por isso, eu aconselho a vocês que só os chamem quando estiverem carregados e por pouco tempo. Muitos bruxos já perderam seus poderes por causa do amor por seus animais elementares”, sua expressão agora era triste. “Esse é outro motivo por não acharmos muitos outros bruxos elementares”, ele deixou que absorvêssemos as palavras e sorriu esticando seu braço para que Luir voltasse e pousasse em sua mão. “Sei que esse é um momento muito importante da vida de vocês, mas quero que o aproveitem com consciência. Entenderam?”

Nós três assentimos ao mesmo tempo.

Nage sorriu de novo.

“Podem ir. Estão dispensados. Aproveitem o restante do almoço”

Eu, Suzy e Nick saímos em silêncio do auditório seguidos por nossos animais elementares. Sam ao meu lado, Frances um pouco na frente e Chelsea ainda no ombro de Suzy. Ainda bem que não tinha mais ninguém no corredor. O que as pessoas pensariam quando vissem um tigre branco, uma raposa vermelha e uma coruja selvagem em terreno escolar? Pirariam, com certeza.

Cogitei por um momento a ideia de deixar Sam “livre” até a hora de dormir e o apresentar a Lana. Seria engraçado. Será que eles eram imunes aos encantos das sereias? Não sabia, mas era melhor não arriscar. Acho que se um dia eu perdesse Sam por qualquer motivo, estaria matando uma parte de mim. Uma parte bem preciosa de mim.

“Bem, é aqui que nos separamos”, eu disse quando chegamos na entrada do lobby do dormitório feminino. Do outro lado do corredor ficava a entrada do lobby masculino e se seguissem o corredor estariam indo para o pátio e o refeitório.

“Tem certeza?”, Nick perguntou, seus olhos encarando-me com tanta intensidade que eu fui obrigada a dar um passo para trás e desviar os olhos para Sam.

“Sim”, eu disse. Sam me encarava com um ar de arrogância quase palpável. “Vamos”, eu virei as costas e entrei no lobby seguida por Sam.

Só consegui respirar de novo quando estávamos em meu quarto e a porta estava trancada. Minhas costas se pressionaram ali e eu fui escorregando lentamente até sentar no chão. Sam me ignorou e deitou na cama de Lana, bagunçando seus lençóis. Eu poderia ter expulsado ele dali, mas estava muito confusa, abatida.

“Você gosta dele”, a voz de Sam ecoou no fundo da minha cabeça. Quando o encarei ele estava me estudando deitado na cama de Lana e com a cabeça por cima das patas brancas.

Abri minha boca para negar, mas depois me lembrei que Nage disse que ele era um pedaço de mim, e, naquele momento, cada parte de mim estava gritando que eu era uma idiota por tentar negar aquilo mais uma vez. Não sabia ao certo o que eu sentia, mas certamente sentia algo.

“Eu acho que sim”, respondi me levantando de me jogando na cama pela segunda vez naquele dia. A cabeça de Sam se levantou um pouco para que ele pudesse me olhar com aqueles olhos escuros e profundos.

“Então, por que não fica com ele?”, ele perguntou e revirou os olhos como se fosse a primeira coisa que eu deveria ter feito.

“Por que todo mundo fica me perguntando isso?”, eu gemi e virei meu corpo de forma que pude afundar meu rosto no travesseiro. “Eu não sei o porque. Eu sei que deveria. Eu SINTO que deveria, mas não consigo.”

Sam ficou em silêncio depois disso. Eu me senti um pouco mais aliviada por ter conseguido me abrir com alguém. Mesmo que esse alguém fosse uma raposa falante que tinha saído de mim. Minha cama conseguiu um peso novo quando Sam subiu nela e sentou em minha costas, deitando a cabeça na parte de trás do meu ombro, exatamente no local onde minha marca elementar estava.

Ele era tão quente e macio que eu me deixei confortar ali por um momento, imaginando se poderia dormir depois daquele dia tão absurdo. Comecei a ouvir a respiração de Sam ficar suave e lenta e me perguntei de ele já estava dormindo. Seria uma pena ter que tirá-lo de cima de mim daqui a pouco quando o sinal tocasse. Talvez eu faltasse a aula de espanhol. Como se eu fosse precisar de uma segunda língua pra alguma coisa?!

“Vocês, humanos são tão complicados”, a voz de Sam surgiu do nada.

“Como assim 'complicados'?”, perguntei levantando a minha cabeça. Não queria me matar daquele jeito. Sam suspirou e bufou ao mesmo tempo.

“Sabe, vocês querem ficar uns com os outros e não ficam”, conseguia imaginar Sam revirando os olhos de novo. “É complicação sem motivo”

“Tem certeza que você é o meu reflexo como bruxa e não o de Lien?”, perguntei de repente. “Tenho certeza que não sou tão debochada como você”

“Tem certeza?”, ele perguntou misterioso.

Isso me fez pensar por um minuto.

“Não”, respondi e ri.

Sam riu comigo.

Nessa hora bateram na porta. Antes de me levantar pensei se Suzy tinha esquecido alguma coisa e tinha vindo pegar. Sam saiu de cima de mim para que eu tivesse espaço para atender a porta e deitou novamente na cama de Lana ganhando um estalar de língua meu. Ele me ignorou e voltou a deitar sua cabeça em suas patas, como quando eu estava encostada na porta.

“Suzy, o que foi dessa –“, minha voz morreu quando eu vi quem era, na verdade.

Nick.

Sem Frances e nem ninguém.

Perfeitamente parado na minha frente e me encarando.

Eu desviei meus olhos dos seus e murmurei rapidamente. “O que você quer?”

“Precisamos conversar”, ele disse e parecia decidido de forma que qualquer possibilidade de expulsá-lo estava fora de cogitação.

Dei lhe espaço para que ele passasse e fui me sentar na minha cama de novo. Ele se sentou na cama de Luen de forma que nossas pernas ficaram bem próximas. Eu encarava minhas mãos, mas sabia que seu olhar estava em mim.

“Você quer realmente que eu escute isso?”, Sam perguntou de repente.

Levantei meu olhar para ele e o vi nos encarando com um sorriso arrogante no rosto. As vezes ele parecia tanto com um humano que chegava a me dar medo. Por um lado, queria ter o apoio dele, mas por outro, sabia que teria que fazer aquilo sozinha.

“Não.”, eu balancei minha cabeça corada. “É melhor você ir, Sam”

Ele sem levantou da cama de Lana e parou no centro do quarto, ainda sorrindo. Então o calor começou a encher o ambiente e uma bola de energia se formou em volta de Sam, segundos depois o fazendo desaparecer. Se eu não estivesse presa naquela situação, não teria deixado Sam ir embora daquele jeito, ou melhor, não o teria deixado ir embora.

Voltei a minha posição inicial encarando minhas mãos, então senti a mão de Nick em minha coxa.

“Por favor, olhe para mim”, ele pediu, sua voz suplicante.

“Não posso”, eu disse e me odiei. Eu tinha prometido a Suzy que daria uma chance a ele e era exatamente o que eu estava fazendo.

Fui surpreendida quando ele se ajoelhou na minha frente e levantou meu queixo para que eu o encarasse. Então aconteceu duas coisas.

A primeira foi a sensação do seu toque. Quente no frio. Era inebriante, maravilhoso e eu pude notar o quanto tinha sentido falta daquilo. Era uma emoção de estar em meio ao mar, o céu azul e respirando ar limpo de novo. Logo em seguida veio seus olhos nos meus. Aquele feitiço de novo. Atração maluca de elementos parecia um nome vulgar para mim naquele segundo. Poderia a ver tantos nomes para aquela sensação nova, pena que eu não conseguia pensar em nada que não fosse os seus olhos.

Tão azuis e lindos.

“Não sabe quanto tempo eu senti falta disso”, ele sussurrou com medo de que quando falasse alto, aquele encanto se perdesse.

“Eu também”, eu disse e sorri.

“Não pareceu.”, sua voz era dura e brincalhona ao mesmo tempo. “Você me enganou, ignorou, evitou e confundiu, Senhorita Night.”, ele sorriu também. “Sabe quanto isso me machucou? Você já faz parte do meu ser. Não pode me evitar de um dia para o outro depois do que tivemos no primeiro dia”

“E o que tivemos?”, eu provoquei.

“Não sei, mas foi tão especial que nem tenho palavras para descrever. Ver seus olhos tão de perto, sentir sua pele macia contra a minha, foi como estar no paraíso. E quando perdi”,e ele balançou a cabeça e voltou a sorrir. “Não vamos falar mais disso.”

“Não vamos”, eu me sentia como um eco de suas palavras. Mas fazer o que? Todas as palavras que ele dizia, expressava o que eu sentia naquele instante.

Ele tirou uma de sua mãos das minha e a colocou em meu rosto corado. Ainda com o sorriso estampado em seu rosto, ele se moveu para mais perto de mim e deixou que sua testa descansasse na minha. Eu me sentia totalmente congelada naquele segundo.

Minha respiração ficou cada vez mais pesada, assim como as minhas pupilas que logo se fecharam. Meu coração parecia que iria atravessar o meu peito a qualquer momento com a força com que estava batendo. Imaginei se Nick conseguia escutá-lo por tão alto que estava batendo, mas não consegui tempo para pensar em uma resposta.

Porque Nick me beijou.

E todas aquelas sensações anteriores não se compararam com o sentimento que seus lábios por cima dos meus traziam-me. Demorei apenas um segundo para reagir e entrelacei minha mãos em seus cabelos negros, aproximando ainda mais seu rosto do meu.

Senti seu corpo se levantando e sentando ao meu lado na cama, então ele entrelaçou seu dedos em meu cabelo, como um espelho do que eu tinha feito com ele. A outra deslizou pelas minhas costas e, parando em minha cintura, me puxou totalmente para perto dele. Senti seu peito quente pressionado contra o meu corpo e sorri mentalmente. Aquele era um dos melhores momentos da minha vida. Se não o melhor.

Mas acabou cedo demais.

Nick se separou de mim segurando-me pelos cabelos e juntando nossas testas novamente. Eu conseguia ouví-lo respirando pesadamente, assim como eu e quando abri meus olhos, vi um sorri satisfeito em seus lábios.

“Isso”, ele disse depois de uns bons segundos em silêncio, então abriu seus olhos azuis. “deveria ter acontecido a muito tempo”

Eu não tinha argumentos contra isso. “Mas chegou em boa hora”

Nick começou a soltar o meu cabelo e a se levantar, se livrando das garras de ferro que eu fiz no seu escuro e macio cabelo. “Temos que ir. A aula já vai começar”

Eu fiquei ali, parada, apenas observando a sua mão se estendendo na minha direção e me ajudando a levantar. Mas tinha certeza de uma coisa:

Agora não tinha mais como voltar atrás.


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