Shadow Touch escrita por Lady TMS


Capítulo 5
Nasce a ideia




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–Todos sabem que as maiorias das pessoas não ligam mais para o que está acontecendo- gritou um homem alto e que se distinguia dos demais pela sua barriga gorda que constantemente batia na mesa quando falava- mas o fato é que quando tudo parece ir bem é que se deve temer, isso é evidente para a maioria aqui suponho-continuou- todos recebem alimento, trabalho, mas as pessoas não parecem ligar que não tenha mais partidos políticos, nem votação. Ninguém liga mais para a democracia.

–E quem ligaria quando tudo está indo tão bem?- gritou outro do lado da mesa oposta- não há motivo para partidos. A forma como está indo o governo agora é perfeita. Não parece haver conflitos mais no país. Há algo parecido com a igualdade pela primeira vez na história da humanidade. Não há corrupção e a violência diminuiu drasticamente. Quem vai querer outros partidos quando este parece ter resolvido os problemas que nos afligiam?

O senhor com a barriga gorda ficou vermelho e parecia querer gritar quando outro falou:

–E quem garante que está tudo perfeito quando a mídia pode ter sido silenciada? E as pessoas que não querem saber de nada a não ser o "N.Y.C" ? Se me lembro bem, ano passado o próprio governo surgiu com essa ideia de um conjunto de programas em um só. As pessoas ficam seis horas em um só dia para acompanhar o programa. E se não estão assistindo, estão fofocando sobre ele durante a semana.

E ainda outro falou:

–Alguém mais inteligente poderia ver que O Governo está tentando tirar a atenção da política.

A gritaria começou novamente.

Johana não conseguia mais ouvir os lados. Mas era claro que havia duas partes. A que concordava com o novo governo, autoritário mais aparentemente perfeito, e a outra parte...

Johana preferiu pensar estava com a outra parte. Embora ambos os argumentos fossem bom o bastante para a manter neutra.

–Certo, certo. Se acalmem! Precisamos ouvir os dois lados para chegar a uma conclusão- gritou por cima das vozes. Estava sentado na cabeceira da mesa. E pareceu sábio a Johana quando viu seus olhos brilharem. Ele gostava da discussão- Fale duque Rebert.

–Senhores cavaleiros vocês parecem ter perdido o foco da conversa. Pensem. Quando o ano do governo acabar seremos obrigados a votar finalmente se queremos ou não o governo assim como definitivo- A sala ficou de repente em silêncio - Só que o problema é : E quando o Governador morrer? O seu sucessor ao qual não poderemos escolher, vai fazer um governo igual ao que estamos vivendo? Um governo perfeito como o de agora?

–Mas essas não são as perguntas que devemos ter na cabeça agora - gritou outro -e sim se o restante da população já se fez essa pergunta. O que eu acho que não, visto que estão alienados por causa do "N.Y.C". No final, no plebiscito, dirão que sim, que querem o governo como está definitivamente, porque se divertem com o programa, porque vem à questão superficialmente. Sem pensar que ele pode mudar, uma vez que ganhe a votação no final do ano.

–Mas como fazer as pessoas se interessarem novamente pela politica?- indagou um cavaleiro a direita de Johana.

–Digo que devemos por fim ao "N.Y.C" - bateu os punhos na mesa enchendo a sala com a voz grossa- Devemos também colocar propagandas que fazem as pessoas se interessarem e pensarem na política.

Todos ficaram em silêncio aspirando as palavra e complicações, mas só Johana falou engrossando a voz:

–Aqui é suficiente seguro para se falar de uma revolta? -afinal, se uma garota como ela sabia sobre essa reunião podia ter alguém do governo participando e observando. Não sabia ao certo como os homens pensavam, mas a ela não parecia prudente falar disso abertamente.

Perguntou se com tantos pares de olhos em cima dela agora, alguém descobriria que era uma mulher afinal. Perguntou-se se tinha engrossado a voz suficiente.

Começou a ficar com o rosto corado e se assustou quando alguém quebrou o silêncio.

–O garoto está certo. Aqui não é o lugar. Não é seguro. Não quando a policia prende qualquer um que tenha opiniões fortes demais sobre a política- disse ao cavaleiro loiro do seu lado, o duque Rebert.

Antes que voltassem a discussão ouviu-se uma comoção vindo de fora.

–Policia! -alguém berrou.

E logo o que se seguiu foi uma manada de homens com testosterona gritando e levantando-se.

–Acalmem-se! Não fizemos nada de errado!- tentaram falar.

Mas Johana não estava tão certa disso. Precisava sair dali. Era uma mulher e não podia ser vista por ninguém, sabe-se lá o que aconteceria se fosse pega.

A única coisa que passava em sua cabeça era que se continuasse imóvel, no calor do momento, seu disfarce poderia ser descoberto. Se fosse presa podia ter certeza que ficaria na cadeia por muito tempo. Não haveria ninguém para tira-la de lá. E iria perder sua casa no mesmo instante.

Procurou em volta por onde pudesse sair, mas ficava difícil fazê-lo quando havia tantos homens mais altos e fortes que ela a empurrando. O que a deixava ainda mais irritada.

Não era respeitada nem mesmo quando parecia um homem...

A porta foi aberta com um chute e policiais uniformizados de azul entraram com armas na mão.

Homens! Nunca se via mulheres em problemas assim. Tinha certeza que o problema de tanta violência no mundo era os homens, não as mulheres. Devia ser culpa da testosterona.

Percebeu, de repente, que ela era uma mulher, e que estava envolvida tanto quanto os homens que estavam ali.

Não pôde deixar de rir de si mesma.

Amadora...


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