Shadow Touch escrita por Lady TMS


Capítulo 33
Sala de treinamento 2




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–O que você mais quer nesse mundo? – Jonh perguntou.

Há até alguns dias atrás ela poderia ter respondido facilmente a essa pergunta. Mas agora, ela se pegou demorando a falar. Simplesmente, porque ela mesma não tinha certeza do que queria.

Mordendo o lábio inferior ela murmurou hesitante:

– Eu nunca pude ter um gato...

Ele franziu o cenho, mas depois voltou a sorrir.

–Sério? Isso é o que você mais quer no mundo?

–Bem... Está na lista. Ele seria um bom companheiro.

–Um cachorro seria melhor para esse propósito.

–São muito barulhentos e dependentes – ela deu de ombros – quase iguais aos homens.

–Qualquer uma pediria uma joia você sabia?

Ela deu de ombros novamente antes de se lembrar das regras de Mary e decidiu se manter atenta.

–Não preciso de joias.

–Não – ele sorriu – você precisa de um gato.

Jonh murmurou palavras que ela não entendia e uma luz começou a brilhar no seu colo de leve. O canto dos seus olhos brilhavam divertidos enquanto ela olhava surpresa pelo pequeno gato branco em seu colo.

Ela o pegou olhando o seu rosto de perto.

–É de verdade?

Antes que Jonh respondesse o filhote protestou miando.

–Own, é a coisa mais fofa do mundo – ela acariciou sua barriga - Como você fez isso?

–Eu o imaginei.

–Quanto tempo ele dura? – perguntou.

–Não muito, já que ele não existe.

Ela sentiu seus ombros caírem.

–Mas você conseguiria materializar um real?

– Ele também não ficaria por muito tempo e sumiria do local em que estava.

Ela continuou brincando com o gatinho enquanto ele arranhava o tecido do vestido.

–É incrível – ela disse por fim ainda sorrindo – criar uma coisa fofa assim...

–Porque você nunca teve um gato? – ele perguntou depois de um tempo.

–Eu não sei – ela suspirou – eu sempre quis um... Só não sei por que nunca tive...

Ela ficou passando a mão sobre o seu pelo até que ele subiu no seu colo preguiçosamente e adormeceu.

–Você quase não usa seus poderes... – ela comentou voltando sua atenção para ele.

–Na maioria das vezes não há necessidade.

–Você consegue criar armas, fogo e essas coisas?

–Quase tudo que você possa imaginar.

E então ele voltou à atitude séria de tutor lhe passando a bola.

–Tente criar um gato igual ao que está em seu colo. Mas em vez de colocar toda a sua atenção em mudar o objeto, tente mexer com os meus sentidos para que acredite que a bola é um gato.

Ela acenou e se obrigou a encara-lo. Tinha a oportunidade perfeita, que era ele a ensinando a manipula-lo, mas estava com medo de tentar. Não sabia se queria ter esse tipo de poder ou ter tamanha influência sobre Jonh.

Com sua atenção focado nele, ela tentou envolve-lo com sua aura como se pudesse cobri-lo com suas mentiras. Mas isso não ajudava, especialmente quando a luz suave amarela repelia a dela.

–Não está funcionando – ela disse retrocedendo.

Ele suspirou como se estivesse cansado o que a fez se sentir culpada.

Johana sabia que Jonh era muito ocupado. Mary havia comentado superficialmente como quase ele não ficava em casa e agora ela estava sendo mais uma das responsabilidades que resultavam em problema para ele...

–Ouça, você já deve ter sentindo que conseguia ler facilmente a maioria das pessoas... – quando Johana acenou ele continuou – Isso é parte do seu poder. Use ele comigo, tente entender o que eu estou sentindo e ai você terá melhor controle sobre meus sentidos e poderá fazer o que quiser com eles.

Como se ele não estivesse pedindo a coisa mais complicada do mundo...

Se fosse fácil entendê-lo ela não estaria metida em tudo isso para começo de conversa...

Respirou fundo. Ela sentia que ele estava cansado...

Pegou-se olhando pra sua barba bem feita, seu cabelo claro e seus ombros tensos...

Fechou os olhos com força. Desse jeito nunca iria conseguir nada.

Ele esta cansado...

Seus olhos ardem porque ele não dorme bem há algum tempo...

Ombros rígidos, desconforto.

Respiração lenta e tranquila. Confiante.

Ela sabia que o melhor jeito de confundi-lo seria através da visão. Mas a intrigava que ela não conseguisse desconfiar quem era ele, ou seus motivos.

Abriu os olhos e se aproximou tocando em sua mão. Se conseguisse baixar a sua guarda...

Ela queria provar um ponto.

Olhou em seus olhos e pensou vê-los ficar mais escuro e isso a intimidou, mas ela procurava por outros tipos de sinais. Sentir o momento exato em que ele caísse.

O gatinho em seu colo sumiu, e ela nem teve tempo de sentir o vazio quando ele puxou uma mecha para tira-la do seu rosto. O contato morno a fez estremecer como se nunca tivesse o sentido antes.

Sua própria respiração já estava desiquilibrada.

Ela não sabia se queria continuar a provar o seu ponto...

E então Mary abriu a porta...


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