Shadow Touch escrita por Lady TMS


Capítulo 19
Desorientação




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Era insano que tivesse deixado às coisas chegarem a tal ponto. Tinha prometido não se deixar levar. E agora estava ruborizando como uma menina apaixonada, imaginando os dedos dentro de sua pele...

Estremeceu.

Estava com medo de não ser forte o suficiente para mantê-lo longe. Era desesperador na verdade, querer tanto uma coisa e ao mesmo tempo não querê-la.

Às vezes, passava pela sua cabeça só deixar as coisas fluírem e não ligar. Porque só o fato de deixá-lo permanecer tanto em seus pensamentos já era uma alerta.

Tinha tomado à decisão de deixa-lo longe e desejou que alguém apenas estivesse ali para dizer a ela que estava certa. Não podia deixa-lo pensar que tinha controle, ou no pior dos casos, ser dependente dos sentimentos dele. As coisas já eram complicadas o suficiente sem essa coisa que tinha acontecido.

Além disso, não precisava ficar o tempo todo se lembrando de que ele era inimigo, mesmo com essa temporária oferta de paz.

Mas então, ele era terrivelmente lindo, e sem querer seus hormônios a faziam sentir coisas... Era difícil se culpar por ter caído uma vez.

Tinha sido tão fácil, com um sussurro ele tinha-a feito perder a cabeça. Esfregou a cara envergonhada. Ela tinha praticamente o agarrado. Ele devia estar rindo da sua inexperiência ou como tinha pulado em cima dele como se passasse fome.

Gostaria de ter esse poder sobre ele também. Jogar em uma área em que não tinha conhecimento era quase uma desvantagem. Pela primeira vez se sentiu fraca para enfrentar tudo o que tinha pela frente. Porque mesmo sem saber o que esperar, sabia que não acabava quando voltasse para a Nova Inglaterra.

Felizmente seus pensamentos foram calados devido ao assombro com o tamanho do muro de concreto que circuncidava o que poderia ser uma cidade. Elevando-se a metros dela.

Do outro lado do muro ouvia sons que só podia descrever como sinais de vida de uma população. Ficou ansiosa como que poderia encontrar. Talvez um pouquinho de normalidade. Talvez tudo acabasse bem e as coisas voltassem ao normal.

Passou a mão por inscrições antigas pequenas que estavam marcadas por toda a parede, escondidas pelas sombras. Levou um pequeno choque e se afastou.

Percebeu uma gaiola metálica sendo baixada do alto da muralha e gritos vindos do outro lado dando ordens. De repente então, o som cessou.

Olhou sobre o ombro com medo de que o motivo que tivesse feito uma população enorme ficar quieta em segundos, pudesse estar atrás deles. No entanto, só a floresta divida pelo rio podia ser avistada.

A gaiola finalmente chegou ao chão e ela se apressou a subir.

Quando esta começou a subida novamente não parecia rápido o suficiente. Tinha a sensação de que a qualquer hora elas apareceriam e a pegariam. O que era ridículo considerando que a cada minuto eles ficavam mais longe do solo. Logo, ela não conseguiria distinguir os borrões que havia lá embaixo. Já no horizonte, podia enxergar a quilômetros e só conseguir ver copas de árvores e grandes montanhas de casaco branco. Às vezes podia jurar ver algumas casas na árvore, mas quando apertava os olhos não podia ter certeza.

A gaiola dava algumas travadas que quase a fazia pular, ou então, os braços de Jonh forneciam momentaneamente o calor que tanto queria, mas ai ela pensava no motivo de estar em uma gaiola há metros de altura e sentia capaz de acabar com o qualquer coisa que estivesse sentindo.

No entanto, o passeio demorava tanto que os sentimentos oscilavam e os pensamentos mudavam com frequência.

Foi quando percebeu que estava mordendo a borda de seu polegar e que estava em carne viva.

Assustada ficou vendo o sangue escorrer. Quando tinha feito isso?

Olhou para ver se Jonh tinha visto, mas ele estava concentrado no horizonte. Ela não precisava de ninguém a achando louca ou algo do tipo.

A gaiola passou pelo final do muro e depois começou a descer pela cidade. Tentou prestar atenção nas construções verticais que pareciam quase cair para fora do muro. Mesmo sem o sol, ela poderia dizer que não chegava calor no solo. Havia uma construção oval acima cheia de janelas que parecia receber toda a luz e em sua base começava pequenas casas e prédios sem formato que se esparramavam tentando ocupar a maior parte do local.

Inúmeros pares de olhos cautelosos acompanhavam a descida da gaiola que rangia, sem saber se ambos os passageiros representavam perigo. Suas expressões sombrias eram iluminadas apenas por fogueiras pequenas que soltavam fagulhas no céu. Johana viu mais de um rosto curioso ser arrastado pelos pais para o labirinto da cidade sólida. Uma velha sem dentes sorriu.

Fora isso, o lugar parecia morto e muito silencioso. Por isso, não foi tão difícil ouvir gritos femininos provindos do outro lado. Ela podia ver os contornos ardendo por debaixo da sua blusa. Queria ter a habilidade de esconder e nunca mais ter que olha-las.

Os gritos começaram a perturba-la ficando mais altos, desafinados, raivosos, que penetravam no mais profundo do seu corpo, deixando mais uma cicatriz. Elas paravam antes de começar novamente. Às vezes os gritos duravam segundos, outras, minutos.

Ela podia sentir sua respiração escapar fracamente e tentou lutar contra o pânico. Suas mãos ficaram suadas quando ela não conseguiu parar de esfregar uma na outra. As unhas raspavam pela pele, mas não estava ligando se ao menos conseguisse se livrar dos sentimentos que a ameaçavam perder o controle.

Poderia ter passado por sua cabeça que talvez outras pessoas estivessem sendo atacadas se não sentisse de alguma forma que era culpada pelos gritos. De repente ela só queria se esconder em um buraco escuro até terminar ou sofrer um acidente para finalmente poder parar de escutar.

–Faça as parar – choramingou baixinho tentando cobrir os ouvidos – Por favor, faça elas pararem de gritar.

–Elas quem? – Jonh a ouviu.

Então ela percebeu que talvez elas estivessem dentro da sua cabeça. E pela segunda vez ela desmaiou.


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