1968 escrita por laraestrela


Capítulo 8
Capítulo 8 - Hero? Kind of...


Notas iniciais do capítulo

Então gente, desculpem a demora! Eu abandonei pq pensei que ninguém lia... até ver os reviews! Muito obrigada a todas que leem, e agora eu prometo que vou me empenhar mais em escrever! Espero que gostem, beijos beijos.



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- E agora? Aonde nós vamos? – Perguntei depois de um tempo. Marty e eu vagávamos sem rumo pelas ruas de Hill Valley.

- Vamos para a Praça do Relógio. Deve haver algum restaurante lá ou algo do tipo. – Ele respondeu e eu apenas assenti.

Em pouco tempo chegamos à lanchonete e entramos. Aquilo era... Fantástico!  Estava exatamente igual, porém com um toque de anos 50. Estava lotada e nós nos sentamos numa mesa do fundo.

- Aqui está muito cheio, o garçom nunca vai nos ver! Vou até o balcão pegar uma Pepsi. – Marty disse e saiu. Eu nem percebi que ele havia me deixado, estava muito absorta observando as pessoas. Por todo o tempo que estou em 1968, eu nunca havia me sentido em um filme antes. Agora eu me sentia em um. Beatles tocava ao fundo e eu estava me segurando para não levantar e começar a dançar loucamente. Antes que eu pudesse sequer piscar, uma pessoa sentou ao meu lado.

Era um menino, devia ter a minha idade porém era muito grande. E quando eu digo muito, eu quero dizer “extremamente, absurdamente e assustadoramente grande”. Era loiro de olhos azuis, mas sinceramente? Eu não pegava. Não pegava MESMO, principalmente depois que ele abriu a boca.

- E AI GATA? – Ele disse enquanto me abraçava. Dude, nem te conheço, vaza!

- Amigo, você deve estar me confundindo com alguém. Eu não te conheço.

- Nós podemos mudar isso... – Ele disse e tentou fungar no meu pescoço. Tentou, porque eu meti um tapa em seu rosto, que instantaneamente ficou ardendo de raiva. Eu podia ver a marca de minha própria mão, e teria sido uma cena um tanto cômica se o psicopata dos anos 60 não tivesse agarrado meus pulsos com toda força.

- EI! Me solta, ta machucando! – Protestei. Eu tentava me mexer, mas era impossível. Estava a beira de lágrimas quando ouvi uma voz familiar:

- Biff, solta ela. Agora. – Pera ai, era o McFly? É isso mesmo? Eu nunca havia visto Marty tão bravo, nem mesmo quando eu desliguei seu microfone durante o show de talentos da escola.

- Eu não te conheço cara, vai cuidar da sua vida! – Biff disse e se virou para mim. E esse foi seu maior erro, pois McFly deixou sua Pepsi na mesa e o agarrou pelo colarinho, deixando-o de pé e encarando-o nos olhos com os punhos cerrados.

A cena até seria extremamente heroica e faria as garotinhas suspirarem, se Biff não fosse 20 centímetros mais alto que Marty. Eu estava começando a rir quando McFly acertou um soco de direita em Biff, fazendo-o cair no balcão da lanchonete. Eu estava levantando para pegar Marty e dar o fora dali quando Biff pulou em cima do mesmo e eles começaram a rolar pelo chão da lanchonete. Era impossível saber quem estava ganhando. Eu levantei para apartar a briga, mas um funcionário da própria lanchonete foi mais rápido e começou a bater nos dois com o esfregão. Espera ai, esse é o prefeito Goldie Wilson?

- EI! VÃO BRIGAR LÁ FORA! – Ele gritava exasperado e a cena era muito cômica. Bem, pelo menos para mim, já que ninguém estava rindo.

- Eu é que não vou perder meu tempo com esse babaca – Marty disse enquanto se levantava. Ele passou por mim e me deu um leve toque na cintura, assim caminhamos juntos para a saída.

E é ai que você pensa: “Que lindo jeito de uma briga acabar!”. É, eu pensei isso. Mas não havia acabado.

- Hey, seu covarde! – Biff gritou.

Ao meu lado, eu quase pude ouvir os músculos de Marty contraindo de raiva. Ele se virou lentamente, e tudo o que eu pensava era:  “PORQUE, Ó DEUS, PORQUEEEEE??”

- Ninguém. Me. Chama. De. Covarde. – Marty disse enquanto lentamente caminhava até Biff, ignorando o prefeito, digo, funcionário da lanchonete que tentou impedi-lo.

- Hey, o que é aquilo? – McFly disse e Biff caiu nessa. Então, tudo o que se pode ouvir foi a cabeça do loiro batendo em uma das mesas. Marty virou-se com um sorriso no rosto e se dirigiu até a saída, pegando sua Pepsi na mesa e em seguida me abraçando pela cintura. Até que eu protestei.

- Você por algum acaso acha que nós estamos em um filme medieval, no qual o mocinho mata o vilão e fica com a princesa? Sai fora!

Eu e minha delicadeza. É, fazer o que.

- Ah, sai fora Lara! – Ele disse e me soltou.

Ao passar pela porta, eu trombei em uma menina que vinha entrando com suas amigas. Ela conversava freneticamente e por isso não me viu. Quando me abaixei para pegar os livros que derrubei do colo dela, nossos olhares se cruzaram.

SANTA MÃE DE DEUS, ERA A MÃE DE MARTY!

Ela estava muito mais magra e mais jovem (obviamente), mas ainda assim tinha o mesmo rostinho. Eu devo ter feito a pior cara possível, porque ela disse:

- O que foi, perdeu o cu na minha cara? Eu hein! – E assim tomou seus livros da minha mão e saiu rebolando. Marty me puxou e eu fiquei de pé, e a cara dele não devia estar muito diferente da minha.

- Aquela era... – comecei e ele terminou:

- A MINHA MÃE! Ela era uma patricinha mal educada! E TINHA BOCA SUJA! – Acho que ele ficou mais assustado com  sua mãe falando palavrões do que com o fato de que nós a encontramos no passado.

- Vamos logo antes que a gente encontre o seu pai – Tarde demais. Um George McFly esbaforido passou correndo por nós e gritando “LORRAINE, ME ESPERA! EU QUERO TE FALAR UMA COISA!”.

- Encontrar seus pais com 17 anos... Acontece, né? – Marty disse e nós resolvemos sair de lá antes que uma reunião da família McFly começasse.

Andamos por um bom tempo até chegar na casa de Doc. Nos certificamos que ele já dormia e então cada um foi para seu quarto. Eu não estava com cabeça para ouvir bronca dele.

Antes de dormir, fiquei um bom tempo pensando em como Marty me defendeu hoje. Em seguida lembrei que era feminista, virei para o lado e dormi.


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