Nas Mãos Do Destino escrita por fdar86


Capítulo 6
Capítulo 6 - ... Mas e agora?




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Passam-se meses, e nenhum contato. No início era doloroso, elas choravam, sofriam, sentiam falta, e a medida que o tempo vai passando, as recordações vão ficando menos frequentes, e consequentemente, a saudade vai diminuindo, até adormecer completamente.



No decorrer do tempo, elas mudaram em muitas coisas.



Luka, por exemplo, decidira até mesmo não fazer mais Administração. Trocara de curso para Letras Vernáculas e Língua Estrangeira, onde fizera vestibular na mesma faculdade que já estudava, perto do parque. 2 anos depois, se mudara, e precisou trocar de faculdade, por questões relacionadas à distância de deslocamento, e a dificuldade em distribuir os horários. Assim, Luka fora para a Faculdade José Gabriel Rocha, cujo campus era mais próximo da sua casa.





Chega o primeiro dia de aula.



Luka entra na sala, arfando e toda suada, por ter se atrasado no primeiro dia de aula. Teria vindo correndo de casa. Balbuciou qualquer desculpa para a professora, que lhe encara feio ao entrar, e se senta no primeiro lugar vago que conseguira avistar.



No meio da aula, ela procura por uma caneta em sua mochila. A professora iria dizer algo importante, e pediu a todos os alunos que anotassem, que seria digno de avaliação. Passara quase 2 minutos procurando, enquanto a professora tirava dúvidas de outros alunos, entretida, por sorte. Quando já tinha desistido de encontrá-la, deu um longo suspiro, em desaprovação. Sua correria em sair de casa foi tão grande, que esquecera até mesmo de sua caneta.



De repente, sentira um objeto fino encostar em seu ombro. Olhara, meio sem jeito, para o objeto, que por acaso, seria uma caneta esferográfica preta. Alguém percebera sua situação de desespero, e decidira ajudá-la. Sentiu-se tão aliviada, que levantou o olhar para agradecer o(a) colega de classe salvador(a).



–- Obriga... - sua voz simplesmente foi interrompida pelas fortes batidas do seu coração.



Luka empalideceu. Olhou para o misterioso colega salvador, que na verdade, era a Jen, que retornara das tumbas, e agora sorria, satisfeita, por ter reconhecido a garota.



Jen sempre soube lá no fundo que algum dia iria reencontrar Luka, e nunca deixou de desejar isso, embora sua vida tivesse mudado muito nesses dois anos. A morena, no entanto, após três meses esperando, voltou a ser incrédula das coisas, e passara a desacreditar em destino por não ter voltado à encontrá-la, e até a odiá-lo. Sentira tanta falta, e tudo que conseguia lembrar era das palavras de Jen sobre deixar tudo nas mãos do destino. Odiava aquele destino que teria afastado-a da mulher que mais amou na vida, mesmo que em uma relação de apenas algumas horas.



E, de repente, todos aqueles fantasmas, voltaram à sua vista. Em choque, Luka engolia em seco a falta de palavras. Após quase dois minutos se olhando, em silêncio, Jen dissera.



–- Me encontra lá fora. - disse, saindo da sala, em um pulo.



Luka, ainda paralizada pela emoção de reencontrar o amor de sua vida, ficou alguns minutos ponderando se conseguiria se levantar ou não. Suas pernas tremiam, e sua voz com certeza não sairia, se precisasse dizer alguma coisa. Conseguiria levantar? Embora com dúvidas, ela tentou levantar. Embora as pernas não reagissem aos seus comandos, seu corpo seguia movimentos automáticos até o corredor, em busca de seu eterno objeto de paixão.



Assim que saiu da sala, Luka foi surpreendida por Jen que pulou sobre ela, jogando-se em um abraço apertado. Jen a encarou emocionada, enquanto os olhos de Jen se encheram de lágrimas. Seu peito parecia que ia explodir de tanta felicidade.



–- Destino existe. Ele existe, ele existe... - exclamou Jen, repetidas vezes, radiante de felicidade


Luka puxou Jen para outro abraço, dessa vez mais longo. Sentiu o perfume da garota, que não mudara... Continuava o mesmo perfume que lhe atraía profundamente. Após sair do abraço, as duas continham lágrimas que desciam incansáveis pelos seus rostos. Como era de costume, Luka riu de nervoso, e colocou as mãos trêmulas no bolso da calça. Jen a observou fazer isso com uma incrível sensação de "déjà vu" misturado com uma grande fonte de felicidade.



Luka respondeu.



–- É, e parece que eu faço parte do seu mesmo.



Jen sorriu, e passou meio minuto assim. Mais uma lágrima desceu da sua pele rosada, embora aparentasse estar feliz, leve e tranquila, como se houvesse tirado um grande peso de suas costas. Foi então que, de repente, se tornara séria, e inexpressiva.



2 anos se passaram, e ela esperou por Luka incessantemente. Até mesmo tentou ir na casa dela, um dia, encontrá-la, por não aguentar mais a saudade, e decidida a não esperar mais pelo destino, mas a jovem havia se mudado. E nunca mais soube notícia dela. Pensou até mesmo que ela havia se mudado de estado. Teria chorado muito por tudo isso. Se arrependeu tanto por tê-la deixado escapar, a pessoa que ela mais amou na vida, por mais que tivesse sido muito pouco tempo. Nunca se sentiu assim com mais ninguém.



Mas e agora? O destino finalmente havia lhe dado a mãozinha que tanto esperara, confirmação de que seria ela o seu verdadeiro amor, como suspeitava. As duas enfim se reencontraram. Mas há algumas semanas, ela estava ficando com uma colega de sala, chamada Ju, que por coincidência assistia toda a cena à distância. Jen sentira-se mergulhada em sensações de impotência e dúvida.



Ju assistiu a cena toda. Havia se atrasado para a aula. E quando chegou, avistou Jen tensa, do lado de fora da sala, como se esperasse alguém. Até pensara que fosse ela a razão da espera, mas logo percebera que não. Quando alguém saiu da sala, Jen pulara em seus braços, em quase desespero. Começou a observar a rival, e logo descobriu de quem se tratava. Jen já teria falado muito sobre a famosa "Luka" que ela não conseguia esquecer, por mais que tentasse, que teria se tornado o pior arrepedimento da sua vida (ter deixado ela escapar). Pontadas de ciúme invadiram seu coração, e cortaram-lhe o peito.



Luka estava tão feliz, que nem notara a mudança na expressão de Jen. Segurou a mão da garota, que involuntariamente, sentira os pelinhos do corpo se arrepiarem. Ela ainda sentiam a mesma coisa nos toques. Como seria possível?! Luka sentiu um desejo subindo por sua garganta, forçando-lhe a pronunciar as seguintes palavras:



–- Eu preciso te dar um beijo... - logo após dizer isso, Luka invadiu o espaço de Jen apressada, agarrando-a para perto de si, em um beijo apaixonado. E, diga-se de passagem, novamente desesperado, extravasando do corpo de cada uma delas a sensação de URGÊNCIA.



De fato, Jen nem tivera tempo de compreender a mensagem verbal passada, e devido à necessidade que elas sentiam uma pela outra, nem esteve em condições de pensar em Ju, naquele momento. Se entregara completamente. E, afinal, Jen e Ju não estavam namorando. Eram só ficantes. Uma relação aberta. Não precisava ser fiel.



Ju, que presenciara a todo o reencontro, sem que as outras vissem, saíra da faculdade aos prantos.


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