Meu Amado Inimigo escrita por Lady Pontas


Capítulo 6
5 - Do céu ao Inferno


Notas iniciais do capítulo

A aventura começa. Uma maldição se repete. Como Lillys poderá escapar disso?



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E foi assim que meu sonho começou.

Eu estava na floresta proibida. A noite estava gélida e sombria e estava nebuloso a minha volta. Eu corria de algo. Até que um grito cortante atravessou minha mente e eu parei. Aprofundei-me na floresta proibida. Minha mente estava a mil, e meu vestido azul esvoaçava a minha volta.


Fraca... Vai afundar... Outra vez... Morte... Vou matá-la assim como ele fez comigo... Matar... Fraca... Vou te atormentar até implorar por sua morte. – Uma voz gélida murmurou em meu ouvido. – Ande heroizinha... Aprofunde-se no seu destino... É a sua vez de pagar pela geração anterior... Sua vez. –A voz me hipnotizava. Era como ar para meus pulmões. Instigava-me a seguir em frente. Eu estiquei os braços. Os olhos vazios sem expressão. Toquei em uma árvore. Era cinza como a lua que iluminava meu caminho. Eu a toquei e uma onda de energia entrou em meu corpo. Uma luz cinza como fumaça. Comecei a ver imagens. Passado. Presente. Futuro. Um grito cortante saiu de minha própria garganta inundando a noite.

Lillys! O que foi?! – Charlene, que dormia ao lado acordava assim como todas as outras garotas e a Verruguenta abriu a porta. Sua camisola era macabra, assim como sua verruga enorme no nariz. Seu verdadeiro nome era Constancie

O que foi isso? Alguém pode me explicar??? – Perguntou a mulher olhando para mim de olhos arregalados. Apesar da implicância e do sarro que todos tiravam dela, ninguém questionava sua bondade e preocupação.

Eu estava sentada na cama e nem percebera. Assim como também não percebi que estava suando frio e o quanto estava pálida e dava pra ver isso pela expressão de minhas colegas. Prendi meu cabelo num rabo de cavalo suspirei fitando o chão. Pela confusão que se formara eu nada consegui me lembrar do sonho. Apenas o grito ficou ecoando em minha mente. O grito.

Enquanto minhas colegas respondiam a professora por mim, me levantei sob olhares de todas. Fui para o banheiro e entrei de baixo do chuveiro sem tirar minha roupa. Minha camisola, meias e cabelo. Tudo grudado na pele. E meus olhos vazios. O que eu havia sonhado?

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Um grito? Olha, esse sonho deve ter sido realmente muito apavorante pra você estar assim. Mais vamos nos concentrar na maravilha que é esse dia. – Lizie arrumava meu cabelo num penteado meio alto. Minha maquiagem estava feita, por ela claro, mais feita e pra mim isso não melhorava nada. Eu estava terrivelmente distraída. Voltei a mim quando percebi que ela estalava os dedos na frente dos meus olhos para chamar minha atenção.

Desculpe. É que isso foi... Perturbador... – Disse. Perturbador. Era exatamente isso.

É, mais foi só um sonho, Lillys. Vamos ao que interessa... – Ela colocou um par de brincos em mim. Fiz uma careta. – Ah o que foi? Você está linda.

– É que eu to me perguntando se passou pela sua cabeça que eu não gosto de ser boneca de modelar...

–Ah, Lillys... Não enche. Vamos, onde está o seu vestido? – Ela se virou pra mim examinando minha cara de tédio e eu indiquei com a cabeça o malão ao lado de minha cama. Ela foi até ele, saltitando. Ela estava perfeitamente linda e já usava seu vestido. Abriu o meu malão e tirou um vestido curto a altura do joelho. Era azul-celeste. Ela abriu a boca. – Ai meu Merlin... É lindo... – Ela viu as luvas brancas ao lado do vestido e sorriu. Ela tinha pequenas pedrinhas de brilhante.

Não exagera. – Eu revirei os olhos. Aliás, fora ela quem o escolhera. Era ridículo essa expressão de surpresa em seu rosto. Eu o vesti num instante e coloquei meia calça branca e as luvas brancas. Olhei-me no espelho e suspirei – Eu não tinha intenção de parecer uma...

–Cinderela? –Completou minha frase sorrindo.

Idiota. – Revirei os olhos novamente e ela riu me fazendo rir com ela. Saímos juntas.

O céu já havia escurecido e uma lua prateada surgira. Eu achava que nada poderia dar errado aquela noite. Eu não fazia idéia de como estava errada.

Encontrei Leo na porta do baile. Ele olhava para as mãos quando eu me aproximei. Ele levantou o olhar e por um longo momento nos fitamos. Ele era o homem mais lindo que eu já havia visto na vida.

Você está linda... – Ele murmurou me beijando. Eu deixei seus lábios macios e suaves se unirem aos meus num movimento maravilhoso. Ele interrompeu nosso beijo para que pudéssemos tomar nosso lugar na fila para abrir o baile. O sorriso em meus lábios era intenso.

Em algum lugar dentro do baile, Ellizabeth estava com seu par misterioso. Vaca. Nem me contou quem era.

Entramos ao som de uma valsa e abrimos o baile. Eu só me concentrava em seus olhos e ele nos meus. Seus cabelos estavam naquele jeito rebelde que dava a ele um ar de criança e, vestia um smoking preto.


Dançamos cinco músicas. Duas delas lentas. Eu não tirara os olhos dele por nenhum momento, mesmo sentindo uma imensa curiosidade para ver quem era o par de Lizie. Quando por fim me dei por cansada fomos sentar ao lado da pista em uma mesa desocupada.

– Então, dancei bem? – Disse puxando assunto enquanto meus olhos esquadrinhavam o salão a procura de Lizie.

Claro, como não... – Ele não teve tempo de terminar. Um de seus amigos, um mais baixo, aproximou-se com os olhos assustados e sussurrou algo a ele que não entendi. Ele se levantou no mesmo momento e olhou para mim em seguida, seus olhos aflitos de preocupação.

– Volto logo. – Leo disse num tom de voz meio seco. Ele me deu um beijo na bochecha e seguiu o amigo, porta a fora do salão. Eu me intriguei com isso, mais dei de ombros voltando a observar o salão. Até que a encontrei e fala sério. Puta que pariu. Eu sorri. No centro do salão, Ellizabeth dançava graciosamente uma música lenta com nada mais nada menos que Carter Scamander. Por que simplesmente ela não me contara?

Ela me viu e sorriu. Eu balancei a cabeça sorrindo de volta. Ela estava corando.

Fiquei ali sentada e já havia se passado meia hora que Leo havia saído. Onde ele tinha ido?
Levantei-me e sai do salão o procurando. Subi a escada e olhei no primeiro corredor. Nada. No segundo corredor a mesma coisa. Já quando chegava a metade do terceiro percebi que havia uma porta aberta. Na verdade, entreaberta. Vozes saiam de lá e eu a reconheci facilmente, a voz adocicada que me causava náuseas.

Por quanto tempo vai ter que bancar o namoradinho dela, amor? Juro que já estou com ciúmes... – Eu olhei, sentindo a frase perfurar meu coração, mais não tanto quanto a cena: Os dois ali. Abraçados. Cúmplices. Amantes. Ela estava com os braços a volta de seu pescoço e o beijou. Um beijo que foi correspondido. As lágrimas escorriam pelo meu rosto antes que eu me desse conta.
Como pude ser tão idiota?

Virei-me e sai correndo. Meus saltos fizeram barulho no chão e eu ouvi a porta ser aberta.

Não! Lillys! Você... –Era a voz de Leo. Mais eu não fiquei pra ouvir o resto. Sai correndo com a perfeita consciência que ele me seguia e ao chegar ao jardim não sabia se ele ainda corria atrás de mim.

Só sei que deixei meus sapatos pra trás, meus passos abafados pela grama, assim como os de qualquer um que pisassem ali. Corria como nunca. Como se minha vida dependesse disso. Meu penteado fora arruinado e agora meus cabelos estava soltos e meu rosto provavelmente todo borrado de maquiagem.

As lágrimas escorriam soltas e grossas. A dor perfurava-me e novamente me perguntei:

“Como pude ser tão idiota?”


Ao chegar à orla da Floresta Proibida sentia que não devia parar. E não hesitei ao entrar na floresta e sentia perfeitamente meu vestido ser arruinado pelos galhos das árvores espinhentas. Foi quando me senti tonta. Tudo rodava ao meu redor e de repente, eu não era mais eu. Foi aí que eu ouvi. “Ah, mais que merda...”, pensei. Mais era tarde. Eu já estava entorpecida.

Fraca... Vai afundar... Outra vez... Morte... Vou matá-la assim como ele fez comigo... Matar... Fraca... Vou te atormentar até implorar por sua morte... – Uma voz gélida murmurou em meu ouvido. Eu conhecia aquela voz. Era a mesma.

Ande heroizinha... Aprofunde-se no seu destino... É a sua vez de pagar pela geração anterior... Sua vez. –A voz me hipnotizava. Era como ar para meus pulmões. Instigava-me a seguir em frente. Eu tentei resistir. Mais como poderia? Era como se minha mente pertencesse à voz e eu tinha pavor do que viria a seguir.

Eu estiquei os braços para tocar em uma árvore. Era cinza como a lua que iluminava meu caminho. A lua. Eu a toquei e uma onda de energia entrou em meu corpo. Uma luz, cinza como fumaça saiu do tronco da árvore e entrou pela minha boca aberta até penetrar dentro de mim. Comecei a ver imagens. Passado. Presente. Futuro. O futuro. Eu tentei gritar. Som nenhum saiu da minha garganta. Caiu de joelhos. Foi ai que o vi. A morte. A morte inevitável em minha visão. Minha visão. Minha garganta ganhou a potencia de um alto-falante.

– AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAHHHHHH!


Cai ao solo e tudo se escureceu. E somente o grito ecoava no escuro de minha mente e eu sabia que dali para frente, tudo iria mudar.



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Notas finais do capítulo

O.O AAAMORES!
Baixou a inspiração e eu criei esse capitulo lindho. Leiam sem moderação e postem Reviews para eu saber como ficou!



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