- O pessoal da Grifinória e sua bagunça de sempre... -disse Lizie sentando ao meu lado na escada da torre da Grifinória. Não me pergunte como ela conseguia entrar lá.

–E não pense que não notei você chegando com o Carter e também trocando olhares no dia do jantar inicial. –Ela piscou pra mim e sorriu.

- Ah, cala a boca! –ri dando um leve tapa no ombro dela.

- Lilian... -disse ela com aquele sorrisinho e uma bela cara de safada. -Você ta gostando do Carter... –e dizendo isso me deu um leve empurrãozinho rindo. Eu me levantei me fazendo de ofendida e subi as escadas e me joguei na cama apagando.

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- Bom dia, Lillys... – disse Lizie quando me sentei à mesa da Grifinória para tomar meu café da manhã. As aulas já haviam começado fazia uma semana, e ela ainda insistia em me perturbar por causa de Carter. Ela normalmente me pegava no corredor e começava a falar auto. Melhores amigas são terríveis quando querem.

 Era mais um dia em que ela sorria pra mim de um jeitinho... E ainda não tinha me importunado no corredor.

- Tá bancando a boazinha só pra me irritar? –Disse erguendo uma sobrancelha olhando pra ela –É sério...esse sorrisinho...dá medo! –Peguei uma torrada e me levantei revirando os olhos. “Tudo o que é bom, dura pouco Lillys”, lembrei-me em pensamento. Lizie não perderia a oportunidade quando ela viesse...

Ela se levantou e foi comigo enquanto jogava sua mochila sobre o ombro. A primeira aula seria de Transfiguração. Estávamos em silêncio à caminho da sala da professora quando ela chamou um conhecido garoto de cabelos cor de palha...

-Leo!- ele se virou e olhou pra mim por um momento, depois desviou o olhar para Ellizabeth e veio para nossa direção.

- Oi Lizie. - ele a abraçou e me olho de cima a baixo. Depois desviou o olhar num sorrisinho que de começo não notei ser malicioso.

Enquanto eu examinava inutilmente minhas roupas sem cair em mim procurando o que ele achara engraçado ele se virou para Lizie.

- Que foi?

- Meu sorriso dá medo? –Perguntou ela e eu não pude deixar de dar uma risadinha sufocada.

- Não sei... –disse Leo um pouco confuso –Sorria aí.

Ela deu aquele sorrisinho malicioso e Leo recuou um pouco.

- Dá... Um pouco... Tenta ser um pouco menos psicopata... - disse ele rindo e eu só podia estar sobre efeito de drogas porque ri também. Ri de uma piada do Leo. Fala sério, Lillys!

-Seu bobo... –resmungou Lizie dando tapas no ombro dele que recuou sorrindo e ele se virou e foi para seu grupinho de amigos do outro lado. Chegando lá foi abraçado por uma conhecida ruiva...

Senti uma onda de algum sentimento não identificado percorrer o meu corpo. A garota era nada mais nada menos que Alexia Campbell. Ela era um pouco mais alta que eu e tinha cabelos ruivos e brilhantes na altura do ombro. Era minha companheira de quarto e estava no mesmo ano que eu na Grifinória. Mais ela era diferente dos outros Grifinorianos. Ela se divertia atormentando as pessoas e sempre andava com o pessoal da Sonserina, apesar de ter algumas amigas na Grifinória, ela nem usava as cores da casa.

Era uma enorme confusão. Eu sentia raiva dela e sentia raiva de mim por estar com raiva dela que me fazia raiva estando com ele.

Meu rosto deve ter me denunciado, pois Lizie abriu um largo sorriso e me cutucou.

- Oh, céus... Lilly Potter Poison está com ciúmes! O mundo vai acabar! Vamos todos morrer! AH MEU MERLIN! –Ela começou a fazer um drama terrível. De repente todo mundo que passava por ali estava olhando-nos. Eu tinha passado de furiosa para envergonhada. Ela simplesmente começou a gritar como se estivesse estrebuchando ou em pleno parto!
Puta merda!

Puxei Lizie dali e rapidamente fomos para o banheiro onde eu estava parada olhando-a de braços cruzados enquanto ela se desmanchava de tanto rir.

Quando finalmente ela parou, eu já estava furiosa novamente.

-Você está maluca??!!! –gritei.

-Lillys! Ver você com a cara de E-N-C-I-U-M-A-D-A, olhando para nada mais nada menos que L-E-O-M-A-L-F-O-Y: N-ÃO-T-E-M-P-R-E-Ç-O!!! –Riu-se ela. Ela praticamente dava pulinhos de tanto que gargalhava. Ela parecia prestes a explodir em um milhão de cores como um fogos-de-artíficio.

-Eu não estava com ciúmes, ok? Eu só... Eu só... Estava com DESPRESO por que até a nojenta não merece aquele idiota. –disse revirando os olhos. Eu não estava com ciúmes... Ou estava?

- Quem não te conhece que te compre. Até um cego conseguiria “ver” que você estava com ciúmes, mocinha. –disse Ellizabeth sendo bem sarcástica. –E outra -continuou ela tirando um pedaço de papel amassado do bolso –Eu achei isso na sua cama de manhã. –ela desdobrou o papelzinho – Ele, quer te encontrar hoje à noite... “na torre de astronomia, querida Lillys.” –Ela riu terminando de ler o bilhete. Fala sério. Eu nunca recebi um bilhete na vida e quando recebo é Lizie quem abre e rele várias vezes.
Eu mereço.

- Ele quem? –disse num sussurro. A gente estava do lado de fora da porta da sala de Transfiguração.

-Eu não sou adivinha, mais... – ela deu aquele sorrisinho que me tirava fora do sério. – É óbvio, não é? Claro que foi Leo Malfoy.

- Não viaja. –Peguei o bilhete e dei as costas para ela entrando na sala. É claro que não era ele.

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- ME PÕE NO CHÃO, MALFOY! –Eu estava lendo um livro na floresta proibida quando ouvi um grito familiar e próximo. – ME PÕE NO CHÃO E EU QUEBRO SUA CARA! –Era Carter. Eu tinha certeza. Levantei-me correndo com meu livro seguindo a voz. Leo e seus amigos estavam rindo na orla da floresta proibida. Ele e os amigos dele haviam colocado (sabe-se lá como Deus como) Carter pendurado por um pé só em um pinheiro. Um GIGANTESCO pinheiro. Ele estava á pelo menos7 metros de altura.

- Não é tão valente aí em cima, não é mesmo Scamander? –Ria Leo. A raiva percorreu o meu corpo e eu atirei o meu livro na direção dele. Mais acabou acertando o garoto da Sonserina. Um tal de Hans...

Puxei minha varinha e apontei em direção ao coração de Leo bem na hora em que ele se virou perguntando “Que diabos fora aquilo”.

- Solta ele, Leo. –Disse com a voz firme. Ele olhou pra minha varinha e curvou uma sobrancelha.

- Lillys... – ele tinha um tom amargurado na voz –O que você está...
Mais eu não o deixei terminar.
- Se não o soltar eu juro que eu...- O olhar dele recaiu sobre minha varinha e foi a vez dele de não me deixar terminar.

- Tá protegendo ele? –disse com um desprezo em sua voz que me assustava. É claro que eu estava. Ele tava achando o que? Que eu queria que ele retirasse o feitiço para eu colocar fogo no Carter logo depois?

-Não é da sua conta –Disse rudemente e Carter olhou para baixo e me viu.
Então disse algo tão estranho a minha própria boca que percebi que eu “soltei o meu veneno.”

-Solta meu namorado, Malfoy! –Eu mantia o tom sério em minha voz.

- Na... -Mais ele fez um gesto com uma rudeza e Carter despencou de 7 metros de altura.

-Arestum Momentum!- ergui a varinha e Carter parou a alguns centímetros do chão.

Enquanto eu corria para ele Leo se virou e saiu pisando fundo e empurrando quem estivesse na frente.

-Você está bem?- eu o levantava abraçando-o. Ele levou uma mão a minha cintura e a outra ao meu rosto.

- Obrigado... Eu... Eu não gosto de altura. - disse ele e eu fiz um gesto afirmativo com a cabeça. Ele aproximou o rosto do meu devagar.
Fechei os olhos e esperei.
Mais um pouquinho e...

- Lillys! –Ellizabeth chegou e eu recuei. Porra, Lizie!

- Ahn... Encontro você mais tarde, Lilly... –Carter se virou e seguiu apressado para o castelo. Eu o segui com o olhar. Ellizabeth se virou pra mim e cruzou os braços.

-Que história é essa de estar namorando o Carter? – disse ela num tom sério e se eu não a conhecesse bem diria que ouvi uma pontada de ciúmes em sua voz.

-Como você... –Mas ela não me deixou falar.

-Como eu soube? Simples. Perguntei onde você estava e simplesmente alguém me disse que você estava com o seu namoradinho Scamander. –Eu tive a nítida impressão que sabia quem era esse alguém...

-Eu não estou namorando o Carter... Só disse isso para o Malfoy solta-lo –E no mesmo momento notei o quanto aquela desculpa parecia esfarrapada...

- Jura? –Eu não pude deixar de notar a ironia em sua voz. –Porque quando eu cheguei aqui vocês estavam quase se beijando... –E ela me olhou como se fosse pular no meu pescoço. Eu não esperei.

- Eu já disse que não tenho nada com ele porra! –Suspirei e segurei no braço dela a arrastando de volta ao castelo.

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A noite chegou e eu estava deitada na cama tentando decidir o que eu ia fazer. Lizie tinha ido jantar, junto a todos os outros alunos de Hogwarts com a exceção de alguns que incluía a mim.

No que acreditar?

Pra mim ficou óbvio que se aquele bilhete fosse verdadeiro foi Carter quem o mandou...

Mas e se fosse alguém me pregando uma peça? Valia a pena correr o risco?

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Todos estavam dormindo quando me levantei no meio da noite. Olhei no relógio e vi que já era tarde e provavelmente eu estaria muito encrencada se me pegassem e pior se fosse alguém querendo me ferrar e me levasse direto para o zelador.
Que se dane, pensei. Olhei-me no espelho e penteei o cabelo. Não me dei o trabalho de tirar a camisola. Caso me pegassem tentaria dar a desculpa que sou sonâmbula. É certo que não ia pegar mais eu tinha que tentar.

Andei em direção a Torre de Astronomia tentando não fazer barulho. Por sorte, muuuita sorte, não encontrei o zelador em lugar algum.

Cheguei a porta da sala de Astronomia e pensei em bater. Mais ao em vez disso apenas a empurrei e entre devagar.
Na janela havia a sombra de uma pessoa um pouco mais alto do que eu, com o cabelo cor de palha iluminado pela luz das estrelas.

- Oi. – Ele sorriu e se virou para mim e eu soltei um suspiro arregalando os olhos. Era ele. Mas... –Você veio... –sussurrou ele me olhando de cima a baixo com aquele sorrisinho de canto.

Eu não podia acreditar. Só podia ser pegadinha. Ele estava ali pra me ferrar.

- Você... –Sussurrei recuando um pouco.