– Tá bom mãe! – afastei a mão dela do me cabelo. Não acredito o quanto as mães podem ser impossíveis. Minha mãe adorava fazer o famoso penteado “Maria Chiquinha” no meu cabelo. E como ele era grande o bastante ela simplesmente fazia a festa.

– Pegou tudo amor? Qualquer coisa é só mandar uma coruja que eu mandarei na hora e...

– Já sei mãe, já sei. – Sorri e fiz um carinho no cabelo dela. Despedi-me num abraço e segui em direção ao expresso de Hog...

– Lillys!– gritou Lizie como se não me vê-se há anos e se jogou nos meus braços. Éramos melhores amigas e Lizie era mais velha que eu um ano.

Lilly é meu nome.
E sim, sou bruxa.

– Lizie, você esta me sufocando...! –reclamei mesmo gostando do abraço. Ela sorriu e foi só quando nos soltamos do abraço que vi um conhecido cabelo cor de palha. Um pouco atrás dela estava meu inimigo nº1: Leo Weasley Malfoy.

– Oi Lilly... – Disse ele com um sorrisinho debochado no canto da boca.

– Oh Leo, você está vivo... –suspirei de desgosto.

– Dragões não são tão ruins assim. –Disse ele sendo muuuito modesto...

– Eu torci tanto para um deles te achar um belo pedaço de carne, mais enfim... Acho que eles viram que você não valeria o preço de uma indigestão. –sorri debochando.

Leo fez uma careta como se tivesse levado um soco no estomago.

Incrível. Não era hábito de ele suportar uma resposta minha. Ele tem um ego maior do que o do Ministro da magia.
– Vamos Lillys –me puxou Lizie e saímos de perto do Leo que acompanhou-nos com o olhar.

– Você é impossível, Lilly Poison!– Disse Lizie quando entramos no Expresso de Hogwarts e ela ainda me arrastou pelo corredor até enfim se virar pra mim e cruzar os braços.

– Que é? – Disse eu levantando uma sobrancelha para ela. – Você sabe muuuito bem que eu o odeio.

– Olha Lillys, ele é descendente dos Malfoy mais e daí? Ele é bonitinho e...

– Sem chance – Coloquei um tom que significava que a conversa estava terminada mais Lizie aparentemente não entendeu, pois continuou:
–Você já tem 15 anos e ainda não beijou ninguém, Lilly. Poxa, você bem que podia dar uma chance pra El...

– Esquece Lizie! –Me virei para ir embora dali e dei de cara com nada mais nada menos do que meu inimigo nº1 o senhor sabichão Leo Malfoy Sonserino-loiro-azedo.

Ele estava com aquele sorrisinho e eu soube na mesma hora que ele tinha ouvido toda a conversa. 
Empurrei-o e entrei na minha cabine.

Bem... E agora, as apresentações.

Meu nome completo é Lilly Potter Poison. Tenho o mesmo nome que minha mãe por isso gosto de ser chamada de Lillys ou mesmo Lilly (mais Lilly soa ‘angelical’ demais).
Meu visual não é do tipo: Meias brancas, sapatilha, saia rodada, blusas e moletons rosas, rostinho corado e cheio de maquiagem como o de Lizie, por isso sou caracterizada como estranha.

Nesse momento, estou sentada na ultima cabine do Expresso e meu visual padrão como estou vestida agora é o seguinte:

Cabelos loiros na altura da cintura, olhos verde-água, rosto pálido e sem muita maquiagem além do delineador preto e o brilho para lábios sem cor. Blusa de manda longa cinza e moletom preto com capuz. Calça jeans preta e pra completar:Coturnos pretos.

– Graças a Merlin, achei você garota–Disse Lizie entrando na cabine já com o uniforme.

– Lizie, se você ainda tiver com aquela idéia maluca...

– Fica calma Lillys. O Leo gama em quem fica fazendo cu doce. – Essa era minha amiga e o lindo linguajar dela.

– Ellizabeth! –Repreendi-a.

– Tá bom, tá bom. Leo é meu melhor amigo depois de você e ele também não quer falar muito de você...

– É óbvio. Somo inimigos. 

– Tá... Eu acredito –Disse ela lançando um sorrisinho e não pude deixar de notar o tom sarcástico em sua voz.

– Vá se trocar. Já estamos chegando –Ela se virou e saiu da cabine fechando a porta.

Alguns dados sobre Ellizabeth: 

Ellizabeth era tudo o que a maioria das garotas queria ser:
Popular, bonita, alegre, divertida, inteligente, charmosa, elegante, atraente...

O que eu me perguntava era o porque, aquela que tinha tudo queria ser amiga de um completo nada como eu ?

Duvido que seja por causa do meu avo Harry Potter, mas quando ela se aproximou de mim na aula vaga me disse:

– Você tem potencial. Eu acredito em você.

E isso bastou para eu aceitar a amizade dela.

Saí da minha cabine por ultimo. Os corredores estavam silenciosos e lá fora se ouvia risos se distanciando. 
Suspirei e caminhei tranquilamente pelo vagão em direção a saída e...

– Oi Lillys –Cumprimentou o “ruivo-Jack”(como eu havia apelidado carinhosamente Carter Scamander quando criança).

– Oi Ruivo-Jack –Cumprimentei-o sorrindo. Virei-me para sair, mas ele me segurou pela mão. Sua mão era quente e aconchegante...

– Ei Lillys...Não me chame mais assim... –Disse ele e seus olhos azuis se demoraram em meus lábios. Nossos rostos estavam próximos e eu podia sentir seu hálito de hortelã...

– Quer que eu te chame como, Ruivo-Jack ? –Insisti desviando o olhar para minha mão que ele segurava.

– “Futuro Marido” talvez –Brincou ele num sorriso.- Ok... –Disse ele por fim.- Posso me juntar a você nas horas vagas?

– Acho que sim, Carter... 

– Desculpe pela piadinha... –Disse ele fofamente e olhou para nossas mãos soltando a minha devagar – Acho que eu quero andar com gente mais legal como você daqui pra frente...

– Tudo bem... –Disse hesitando um pouco e soube que eu havia corado. 
Ele sorriu calorosamente e nós dois seguimos lado a lado para fora e chegamos no castelo pouco depois que a seleção já havia acabado.
Típico da minha parte.

1º Regra quando se é um João-(no meu caso Maria) Ninguém:

Nem se você chegar pegando fogo as pessoas larga um bom pudim para olhar pra você.

Sentei-me na mesa da Grifinória entre suspiros. Somente Lizie e Nikki levantaram o olhar pra mim. O salão estava silencioso e soube na hora que o nosso querido e amado vice–diretor havia dado uma bronca dura em todos. Ele era um completo tirano. Depois que Minerva saiu, entrou esse vice-diretor temporário que de alguma forma se manteve na diretoria.
Por simpatia aposto que não foi.

Olhei para a mesa da Corvinal onde peguei Carter olhando para mim. Quando nossos olhares se cruzaram ele sorriu e de um aceno discreto que eu retribui com outro aceno e um breve sorriso.

Algumas informações sobre Carter Jack Scamander:

Carter é um ano mais velho que eu e tem cabelos vermelho-vivo.
Seus olhos são de um azul-mal brilhante e tem um sorriso encantador.
Tem um físico de tirar fôlego e é o atual apanhador da Corvinal.

Eu e ele sempre fomos amigos por nossos pais serem amigos. Vejo-o como um bom amigo, gostoso, mais um bom amigo, já que crescemos juntos e desde criança eu o apelidei carinhosamente de Ruivo-Jack o que certamente o irritava. Mas ele nunca “andou” comigo. O máximo que fazíamos éramos estudar juntos.

Olhei um pouco para o canto e vi que da mesa da Sonserina, Leo alternava seu olhar de Carter para mim e de mim para Carter novamente onde fixou seu olhar. O desprezo em seus olhos era tanto que me assustou.

Quando o seu olhar se cruzou com o meu ele desviou rapidamente para a conversa com seus amigos.

Tenso.

Incrível como os garotos podem confundir a mente da gente mais do que um “zomzóbulo” não é mesmo?
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