Afterlife escrita por Ana Sabaku no Gaara


Capítulo 13
Zacky Vengeance


Notas iniciais do capítulo

Oiiiiiiiiiiii, por favor nao me matem! toh demorando demais, mas eh pq minha beta tah ocupada e eu nao gosto de postar assim, alem disso eu quero um capitulo perfeito pra vc´s! XDD
Entao nao vou escrever muito aqui, so agradecer por tudo, pelas lindas recomendaçoes, pelas reviews e mesmo tendo alguns fantasminhas por ai, eu aguento! usahhauhsuahushauhs
Mas apareçammm, viu!
Naara minha beta sem pudor, te amo! sakasksasksakska
Meninas espero que gostem e amo vcs tbm viu?!!!! tao no meu coração vermelho cheio de veias e sangue! sksakksksska
Vou para de escrever se nao eu morro antes mesmo de postar!mas antes so tenho que dizer q teremos um pouco de Bacon, opa, Baker, O Porpeta part. 1 rsrssrs ------------bjinnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnnn--------------



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Por sorte, fui logo liberada para sair daquele bendito hospital. Na verdade, eu sempre tive terror de hospitais. Claro que eu tive que seguir todas as indicações do médico, mas se não fosse pelas meninas e Peter, com toda certeza eu não faria nada. Não que eu quisesse ficar doente, mas eu sabia o motivo do que havia acontecido e não tinha nada a ver com o calor ou a falta de alimentação saudável, talvez um pouco por causa do calor, mas um calor diferente.

– Agora você irá ficar de repouso, mocinha! – disse Paris, me colocando na cama. Contra a minha vontade, é claro.

– Eu não vou dormir agora...

– Pode ficar aqui quietinha que eu e o maninho vamos comprar algumas coisas bem saudáveis para você. – não pude deixar de revirar os olhos e sorrir com o jeito atencioso de Paris. Ela poderia ser uma boa mãe. Poderia. Se não fosse tão desmiolada.  – Aproveita e conversa com a quatro olhos... – sussurrou a última parte sorrindo e piscando, apenas para que eu escutasse.

– ‘Tá bom, mamãe. – respondi, vendo Peter sorrindo encostado na parede.

Era difícil não babar por sua perfeição. Não demorou e eu senti meu rosto corar ao lembrar que talvez ele quase fosse me beijar no hospital, se não fosse... Se não fosse um quadro cair do nada. Isso eu teria que descobri a verdade, porque no fundo eu sabia que aquele quadro não caiu do nada.

– Quem disse que eu tenho uma filha tão feia?

Todos caímos na gargalhada no quarto e eu xinguei Paris até sua ultima geração.

Acabei ficando sozinha junta de uma Lizz calada e estranha. O silêncio que se instalou no local já me fazia sentir péssima.

– Lizz... – ela não me respondeu. Continuou olhando para o livro que lia sentada no sofá – Lizz... Fala comigo!

Lizz suspirou e fechou o livro.

– O que você quer? – ela não me olhou, apenas se sentou na cama parecendo realmente desconfortável. Então imagine eu, que de fato, tinha culpa nisso tudo.

– Eu... Eu quero pedir desculpas... – sussurrei, mas ela parecia realmente não me escutar ou não querer me escutar. – É sério, Lizz. Eu me sinto mal pelo que te aconteceu... O Jimmy não tinha o direito... Ele...

– Qual é Louise? – finalmente ela me olhou. – Esse cara é uma tremenda chave de cadeia, pode te meter em confusões!

– É... – sussurrei sem ânimo.

– Ele pode te machucar, Loui... Você pensa que eu sou idiota? Cara... Você poderia ter morrido hoje!

Revirei os olhos com o exagero de minha amiga.

– Eu apenas passei mal por causa do calor! – respondi e ela me olhou incrédula.

– Calor? Sei... – ela abaixou a cabeça, sussurrando logo em seguida. – Eu sinceramente não estou pronta para ver minha única irmã morrer...

Suas mãos já estavam vermelhas de tanto que ela as apertava uma contra a outra.

– Sua boba... Eu não vou morrer! Ainda vou atormenta muito sua vida pacata. – ela sorriu e eu também não pude deixar de sorrir. Talvez eu não a tivesse perdido.

– Eu só queria que você não se metesse em confusões. Ontem... Ontem eu quase morri de preocupação, e não sei como consegui achar aquele bendito bar... Acho que foi o idiota! – ela suspirou e me olhou nos olhos. Eu sabia que ela falava do Jimmy. – Quando eu entrei naquele lugar... Eu sabia que tinha alguma coisa de errado, eu sabia! Eu não quero ver a Louise de dois meses atrás. Não aquela Louise!

Assim como os dela, meus olhos estavam se enchendo de lágrimas. Eu sabia o que ela queria dizer. Eu sabia sobre o que ela queria dizer.

Dezembro nunca foi um mês bom para mim, e ano passado eu fui uma adolescente mimada e irritante. Eu havia me tornado algo que eu nunca quis ser, mas que eu queria mostrar. Senti Lizz me abraçar e a abracei também. Logo ambas estávamos chorando como duas idiotas.

– Me desculpe... Eu não sabia que isso te atingiu assim...

– Sua idiota! Você é minha amiga! E aquela loira burra lá também! – ri junto dela no meio do choro. – E tudo que acontece com vocês, me atingi também! Vocês são minhas irmãs e eu amo vocês...

– Eu também te amo, sua mula!

Soltamos mais gargalhadas e depois de alguns minutos chorando e rindo, finalmente estávamos conversando sobre tudo o que aconteceu. E eu queria entender como ela me achou e o que ela sentiu quando o Jimmy se tornou parte dela.

– Foi estranho... Era como se eu estivesse ali também... Não consigo lembrar de muita coisa, mas eu sabia que estava ali... Junto dele! Na verdade, eu acho que as lembranças dele se misturaram com as minhas... E isso me deixou tão estranha!

– E como você me achou? – perguntei ainda incomodada com o que Jimmy havia feito.

– Eu acho que ele também me ajudou. Ele meio que... Falava para mim...

– Então você o viu? O escutou? Então eu não sou a única! – me senti feliz por não ser diferente, mas isso durou apenas alguns segundos.

– Não, Loui! Eu não o vi... Eu apenas senti. Mas não o vi e nem o ouvi. Foi quase como um sexto sentido.

– Ah... Hum... Eu passei mal por causa dele hoje.

Ela não parecia surpresa, mas quando falei, percebi que alguma coisa mudou em seu semblante.

– Eu não acho isso certo, Loui. Você deveria pedir para que ele não use sua energia... Eu me senti tão mal depois que ele me usou. Mas com você parece bem pior! – balancei minha cabeça negativamente.

– Não... Agora eu vejo que o Jimmy é inofensivo. Talvez eu apenas tenha que me acostumar com ele... Não acho que ele possa me machucar.

– Eu não sei...

– Lizz, se tem uma coisa que minha mãe me ensinou sobre esse assunto, era que devemos temer os vivos e não os mortos.

– Qual é Louise! Ele pode muito bem usar um vivo para te machucar.

– Deixa disso, Lizz. Com toda certeza ele é inofensivo. Não é nenhum espírito maligno. E o que mais pode me acontecer de ruim do que uma falta de energia?

Lizz deu de ombros e logo nosso assunto foi interrompido por um moreno irritado.

– O que houve? Cadê a loira burra? – perguntou Lizz, assim que ele se jogou no sofá ao meu lado enquanto eu tentava comer aquelas coisas verdes, salada, que ele havia me entregado.

– Olha, eu sinceramente gostaria de saber como vocês agüentam aquela coisa... Ô menina que não para quieta!

– Ela é sua irmã, Peter. Quem deveria responder isso é você e não nós.

Caímos na gargalhada juntos e eu não pude deixar de notar como Peter era ainda mais lindo sorrindo.

– Ok. Mas ela passa boa parte do tempo com vocês.

Depois de o moreno comer quase todas as minhas cenouras, o que eu não liguei nenhum pouco, ele explicou que Paris estava dando em cima do garoto ruivo que trabalha no restaurante aqui perto e que ele teve que deixa-la lá, já que a mesma parecia empolgada com uma festa que rolaria daqui algumas horas na praia.

– E você a deixou com um estranho? – perguntou Lizz irritada com o garoto de olhos azuis.

– E você queria que eu fizesse o que? A arrastasse pelos cabelos? – perguntou incrédulo.

Eu via a cena hora rindo, hora comendo. Na verdade, mais rindo do que comendo, mas também preocupada com a loirinha.

– O cara pode ser um tarado? Pior, pode ser um assassino?

– Talvez seja fã daquela banda brasileira... Restart? – falei, percebendo a calma de Peter. Com toda certeza o garoto não deve ser nenhum e nem outro, deve ser no máximo inofensivo.

– Deixa de brincadeira, Loui. Eu vou atrás dela!

– Eu vou com você. – falei me levantando e logo sentindo um braço me puxar para baixo, me fazendo sentar novamente no sofá. – Hey!

– Você fica. Não comeu nada!

– Ele está certo. Fui... – vi a morena sair como um furacão. Com certeza iria ter mais um round daquelas duas.

Suspirei irritada e comecei a brincar com a comida.

– E ai? – olhei para o lado e vi Peter sorrindo ao comer um sanduíche que não sei de onde ele tirou. – Tudo bem? – perguntou com a boca cheia.

Ótimo. Ele fala da irmã, mas é muito parecido com ela. Tem até a mania de fazer inveja para os outros.

– Me diga Peter... Você ainda quer viver? – perguntei colocando o prato de comida no sofá e sorrindo de forma assassina.

– Hãm...? – ele me olhou confuso, mas logo entendeu. – Você não teria coragem...

Joguei-me em cima dele, arrancado o que havia sobrado do sanduíche e comendo de uma única vez.

– Ah, mas isso não vai ficar assim!

Logo estávamos como duas crianças jogadas no chão. Eu quase morrendo de rir enquanto o moreno a minha frente me atacava com cócegas.

– Isso é o que você merece por comer algo que não era seu e que nem podia!

Estávamos sorrindo como bobos sentados no chão e encostados ao sofá. Olhei o relógio em seu pulso, que marcava três da tarde e lembrei que tinha uma ligação a fazer.

– Merda! – me levantei rapidamente e fui ao banheiro, sendo seguida por Peter que parecia preocupado.

– O que foi? Aconteceu alguma coisa? Eu fiz alguma coisa? – perguntava ele enquanto eu pegava minha calça e arrancava do bolso de trás um cartão.

– ACHEI! – falei sorrindo para ele com o cartão em mãos.

Ele me olhou não entendendo nada e quando iria perguntar, o mandei ficar quieto. Disquei o número e chamou três vezes até que uma voz um pouco rouca, como se tivesse acabado de acordar, atendeu.

– Zachary James Baker? – Vi Peter arregalar os olhos e tentei não rir ainda mais da cara de bobo dele.

– Sim... Quem fala?

– Louise Dawson. Nos conhecemos no bar do Johnny ontem. – ouvi ele suspirar, e ficar calado por alguns minutos como se tentasse se lembrar de mim. Ou estava pensando em desligar, já que o assunto que iríamos tratar não seria um assunto normal.

– Sim... Eu lembro. É que eu ainda estava dormindo. – eles suspirou novamente.

– Mas você disse...

– Eu sei... – me interrompeu. – Onde você mora? Se é que você é daqui.

– Não. Sou de L.A. Estou hospedada em um hotel próximo ao Central Park...

– Certo. – ele me interrompeu novamente. – Você sabe onde é a praia principal de H.B.? É próxima do hotel onde você está hospedada.

– Não, mas eu descubro. – respondi já um pouco ofendida com sua forma rude de responder. Ontem ele estava até legal, mas hoje... Com toda certeza deve ser por causa da ressaca.

– Certo. Vai haver um Luau lá, então me encontre em frente ao Píer. Esteja lá as 17h30min.

– Certo. Vou... – antes que eu pudesse terminar, ele desligou o telefone. – Mas que filho da...

Fitei Peter que ainda me olhava e agradeci por não terminar a frase.

– Me diga que eu não estou ficando louco e que você não falou com Zacky Vengeance e quase o xingou!

Fiz uma careta e depois sorri.

– Sim, eu estava falando com ele.

– Caralho, Louise! Você sabe que eu sou louco por Sevenfold!

– Sei sim... – sorri ao perceber que poderíamos usar palavrões como algo normal.

– Como você o conheceu? De onde? Você vai encontrá-lo? Vai me levar...

– Calma, calma! – disse sorrindo e colocando minhas mãos em seus braços para acalmá-lo.

Achei estranho que ao tocar em sua pele fosse algo normal. Diferente de tocar em Jimmy, que me trazia sensações estranhas e boas.

– Você vai comigo...

– VALEU!

– Hey, hey! Calma! Eu levo você, mas se você prometer não surtar.

– Eu prometo! – disse atropelando suas palavras.

– Certo. Esteja pronto às 16h30min. Temos que estar na praia principal de HB as 17h30min... E eu nem sei onde fica.

– Deixe comigo. Isso eu descubro em um instante. – ele beijou minha bochecha e já ia saindo pela porta, mas deu meia volta. – Ah! Quero saber todos os detalhes de como você o conheceu.

Peter saiu do quarto aos saltos e gritando o quanto ele iria realizar um sonho. Sorri, mas logo meu sorriso sumiu ao perceber que a parte difícil ainda estaria por vir. Claro que contaria apenas o necessário e nada mais. Já basta eu mesma me chamando de louca, não quero que Peter pense da mesma forma.

“– Quantas vezes eu tenho que dizer que você não está louca?”

Senti um arrepio subir pela minha espinha, ao mesmo tempo em que uma sensação de euforia e ansiedade me atingiram. Sorri e me virei, encontrando um olhar frio e estranho, o que fez meu sorriso morrer no mesmo momento.

– Oi... – foi à única coisa estúpida que eu consegui dizer e me xinguei mentalmente por ser tão idiota.

“– Você está bem?”

– Sim... Não foi nada. Só uma queda de pressão.  – Jimmy suspirou derrotado, e nessa hora eu gostaria que ele não lesse meus pensamentos.

“– Nós dois sabemos que isso não é verdade...”

Sentei-me no sofá, mas alguma coisa dentro de mim parecia querer correr até ele e abraça-lo sem se importar com as conseqüências. Ele sorriu levemente enquanto se sentava ao meu lado.

“– Eu... não...”

– Jimmy... A culpa não foi sua... Foi apenas...

“– Um acidente?” – ele riu sem humor e se levantou bruscamente. – “– Eu sinceramente gostaria de saber o que você fez comigo...”

– Como?

“– Deixa pra lá. Você ligou para o Zacky, certo?”

Assenti. Havia algo de muito estranho ali e eu iria descobrir o que era. Não sei se é normal espíritos terem mudanças de humor, mas com certeza esse aqui na minha frente é bipolar. Jimmy soltou uma gargalhada que me fez pular do sofá.

– Que foi? – perguntei inocente.

“– Nada. Só lembrei de uma piada...” – ele abriu um sorriso ainda mais encantador e disse: “– Quando você se encontrar com Vengeance... Pergunte se ele ainda chora vendo O Rei Leão.”

– Eu não vou fazer isso! – respondi incrédula.

“– Você quem sabe... Nos vemos no píer.”

– Mas... – segurei seu braço, mas ele logo tratou de se soltar.

“– No píer, Louise, no píer.”

E lá se foi a minha chance de ter uma conversa sensata com um espírito bipolar.

X.X

– Então eu entrei nesse bar onde ouvi falar que eles costumavam ir, e de repente lá estava ele! – eu tentava convencer Peter com a minha mentira esfarrapada, que não deixava de ter verdades.

– Mas o que ele quer com você? – perguntou ele concentrado nas ruas à frente.

– Acho que... Conversar. Sabe como é... Tem a história do baterista e tudo mais.

– Hum... Sei sim. Só que isso tudo parece tão impossível e estranho. – um sorriso se formou no rosto de Peter enquanto o nervosismo me atingia a cada rua.  No momento em que a praia se tornou visível, eu quase cuspi meu coração para fora.

Era possível ver que haviam muitas pessoas e um pequeno palco improvisado. Haviam barracas e uma fogueira central apagada, o Sol se pondo tornava a imagem ainda mais linda com suas rajadas de laranja em meio às nuvens. Logo a noite cairia e com ela muita coisa viria, com toda certeza.

– É o seguinte, Peter... Eu preciso conversar com ele. Apenas eu e ele.

– Mas...

– Eu não acho que ele vai gostar de saber que eu trouxe alguém que também é fã... Pode não querer conversar e...

– ‘Tá. Entendi. – ele parecia desanimado, mas era o único jeito de despistá-lo para que eu pudesse falar com o Zacky.

– Mas eu prometo que você vai conhecê-lo ainda hoje.

– Okey... – ele fez um bico fofo e eu não resisti em abraçá-lo e beijar sua bochecha. Por um momento poderia jurar que ele corou violentamente.

– Fica de olho no celular.

– O que? Aonde você vai?

– Não se preocupe... Apenas confie em mim.

Antes de esperar sua resposta. Fui direto ao píer onde poucas pessoas estavam, já que boa parte parecia ocupada demais se embebedando antes do luau.

O Céu parecia menos alaranjado e aos poucos as estrelas apareciam na parte já escura. Uma imagem linda e que com certeza seria guardada na minha memória para sempre. Nunca pensei que praias fossem tão lindas, e agora eu sabia.

– Louise Dawson? – avistei um rapaz não muito alto com uma roupa bastante chique para o momento.

Senti-me uma esfarrapada quando o avistei com uma calça social preta, uma camisa de botões branca e com as mangas enroladas até os cotovelos e com um colete preto por cima e um tênis que não deixava de ser tão formal.

– O-oi... – gaguejei ao fitar aqueles olhos extremamente verdes, mas pareciam cansados.

O vi arrancar do bolso da calça um maço de cigarros e logo acender um. Seus cabelos estavam levemente bagunçados e se não fosse pelas tatuagens e os snakebites, eu diria que ele era uma pessoa comum e normal.

– Vem comigo.

O segui até o final do píer, ainda desconfortável. Olhei cada detalhe a procura de Jimmy, talvez se ele estivesse ali eu me sentiria mais confiante.

– Então... Me convença.

Realmente, se Jimmy estivesse ali e Lizz pudesse oferecer seu corpo de novo, tudo seria muito mais fácil. Porque olhar para aquele homem ali na minha frente, passando a língua nervosamente sobre seus piercings labiais, não estava me ajudando em nada.

Contei toda a historia, desde a primeira vez em que eu vi Jimmy, até o momento em que vim parar em HB com meus amigos por causa dele. Zacky parecia atento a tudo que eu dizia, e vê-lo sentado no chão ao meu lado fitando o Mar com aquela roupa de engomadinho, era estranho.

– Agora chegamos à parte mais difícil... – eu disse, sentindo meu coração apertar. – Jimmy queria que... Vocês da banda, continuassem.

Não consegui fitar aqueles olhos verdes e me mantive presa à onda que batia nas rochas mais adiante. Eu sentia um turbilhão de dúvidas passando por cada um de meus neurônios, mas a principal e a mais gritante delas, era se ele me chamaria de louca.

– Eu posso ser sincero com você? – ele perguntou tranqüilo.

– Claro.

– Eu vejo muito do Jimmy nessa historia... E posso dizer que gosto do assunto. Pós-vida, essas coisas. Acho fascinante. – eu sabia que tinha um porém. – Mas eu não sei se posso acreditar. Louise, o que vem de gente doida até nós... É um absurdo! Claro que boa parte das pessoas que vem até nós, são pessoas que realmente se importam. Que tem um carinho incrível pela banda, mas mesmo assim, ainda tem aquela minoria que não aceita a morte do Jimmy... Que nos culpa. – ele suspirou pesadamente fitando o Céu estrelado. – Que pede para desistirmos da banda. Eu não quero isso... Eu sei que o Jimmy não iria querer... Mas é difícil acreditar em você. É difícil continuar sem ele... Mesmo não parecendo certo desistir.

Suspirei derrotada.

Eu já sabia que essa guerra estava perdida bem antes de começar, mas ainda tinha esperanças de que ele pudesse acreditar em mim.

“– Fale para ele do filme.” – senti um vento frio soprar e tentei avistar Jimmy em algum lugar, mas nada dele.

– Sabe... Eu não esperava que você acreditasse mesmo. Na verdade, você foi bem... Receptivo. Mas eu sinceramente peço que me dê uma chance. Eu sei que é absurdo e que vocês querem apenas um pouco de privacidade agora, mas... Eu sei que posso ajudá-los de alguma forma. – suspirei ao perceber seu silêncio. Me virei para ir embora, mas voltei logo em seguida para chamar a atenção do rapaz. – Só me responda uma coisa. – ele assentiu. – O Jimmy mandou perguntar se você ainda chora quando assiste “O Rei Leão”.

Ele arregalou os olhos assustado e vi seu rosto ficar vermelho. Ainda não acredito que disse isso a alguém que eu nem conhecia. Realmente, James Sullivan, você me deve muito agora se eu apanhar. Mas foi engraçado quando senti braços me envolverem e um cara que deveria ter quase trinta anos desabar no meu ombro como uma criança.

Sinceramente não sabia como agir. Eu senti a dor dele uma vez e sei que o fim de muita coisa, inclusive o fim de uma vida, é como perder uma parte de si. Retribui o abraço da mesma forma, sem ligar se éramos ou não conhecidos.

– Eu sinto tanta falta daquele mané... Eu só... Eu só queria saber o que se passava na cabeça dele naquele momento. – tentei acalma-lo, mas era difícil quando o homem a sua frente chorava horrores.

“– Diga a ele que eu sinto muito.” – fitei Jimmy em pé a nossa frente.

Era a primeira vez que ele demonstrava naqueles olhos azuis sua tristeza. Não como antes quando ele queria esconder a verdade, agora era diferente. Ele parecia realmente sem chão.

– O Jimmy pediu para que eu dissesse que sente muito por tudo que causou, Zacky. – O moreno se soltou dos meus braços e me fitou com os olhos vermelhos.

– Ele está aqui? – assenti, sorrindo fraco.

– Diga àquele idiota que ele ainda me deve uma garrafa de Daniel’s! – falou ele sorrindo.

“– Fala que eu escuto esse mané” – Jimmy revirou os olhos, sorridente. – “– E que eu sei disso, assim como ele me deve muitos pacotes de salgadinhos.”

– Ele pode te ouvir... – falei fitando Zacky, que enxugava as lágrimas com as costas da mão. Com toda certeza aquele homem ali não era o mesmo de horas atrás. – E você deve pacotes de salgadinhos para ele.

Levei um susto ao ouvir a gargalhada de Zacky e Jimmy em sincronia. Esses dois juntos deveriam ser uma palhaçada só.

– Briana, senti sua falta! – Jimmy ficou sério, mas ainda com um sorriso nos lábios. – Aquela puta parece uma bomba relógio.

Olhei confusa para Jimmy, que sorria ainda mais.

“– Novidade... Diga a ele que eu vou visitá-lo no nosso parte-hotel. Aquela Puta Louca sem mim fica muito irritada.”

Fiz uma careta não entendendo nada.

Quem diabos era Briana? Uma puta?

“– É o Brian.”

– Ah, tá! O estressado do bar.  – Zacky me olhou ainda mais feliz. – Ele disse que vai visitá-lo no parte-hotel deles. – fiz outra careta.

– Eu sabia que vocês dois me traiam. – depois dessas, percebi que Jimmy era gay, assim como seus amigos.

Tanto homem bonito desperdiçado. Balancei minha cabeça em negação, mas ainda assim sorria.

“– Eu não sou Gay!”. – respondeu Jimmy irritado. – “– Talvez o Gates e o Zee V., mas eu não!”

Ri ainda mais.

– O que foi? – perguntou Zacky, olhando na mesma direção que eu.

– Ele te chamou de gay. Você e a tal Briana.

– Agora ele foge... Tudo bem.

As gargalhadas cessaram aos poucos e logo o silêncio absurdo e pesado nos atingiu.

– Por que você fez isso, cara? – Zacky poderia não ver Jimmy, mas naquele momento, parecia que ambos olhavam um no olho do outro. – Você desistiu...

Como assim ele desistiu?

“– Eu não desisti.” – Jimmy me fitou suplicante e depois voltou a olhar para Zacky – “– Eu não sei o que aconteceu... Eu tomei uns remédios e tinha bebido muito... Eu não sei! Me desculpe, Zee, por favor!”

Jimmy se jogou de joelhos na frente de Zacky e implorou seu perdão.

As lágrimas em seus olhos desciam como cachoeira. Eu queria dizer para Zacky perdoa-lo, para ouvi-lo e ter certeza de que ele não desistiu. Eu queria abraçar Jimmy e aconchega-lo em meus braços. Mostrar para ele que não estava sozinho. Mas era como se a dor que ele sentisse passasse para mim. Era como se meu coração estivesse sendo pisoteado várias e várias vezes.

Nem percebi que chorava compulsivamente e que Jimmy havia sumido do meu campo de visão, enquanto Zacky estava me sacudindo e me chamando desesperadamente.

– Hey, você está bem? – ele perguntou assim que eu o fitei.

– Sim... Eu só... Ele se foi e... – eu me sentia confusa e perdida.

– É melhor eu te levar para casa. Acho que tudo isso foi demais...

Apenas assenti, sabendo que demoraria a raciocinar de novo e sentindo uma dor no peito, e uma vontade louca de que Jimmy pudesse estar aqui do meu lado, me abraçando e cuidado de mim como Zacky estava fazendo.

Seria muito pedir a Deus que ele não estivesse morto?


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Notas finais do capítulo

E ai gostaram?
Sim?
Nao?
Apareçam, digam "OI" falem que me odeiem, mas apareçam!
Enfim, to indo e volto logo se tudo de certo! XDDD