Todo dia depois das aulas sou arrastada pelas minhas amigas, para ver o treino dos garotos do clube de futebol. Não que eu não gostasse de futebol, mas minha mãe sempre me dá bronca quando eu chego tarde.

O pior de tudo que eu já tentei falar com elas sobre isso, mas essas garotas não entendem nunca meu ponto de vista; e isso me frustra profundamente. Porque elas não podem ter um pouquinho de consideração sobre isso?Jin já pediu para fazer novas amizades, mas nessa altura os grupinhos de amizade já estão todos formados.

A propósito JinYoung participa desse clube, só que hoje ele não veio a escola.Está doente porque empurrei ele na piscina de sua casa,enquanto distraidamente admirava seu reflexo na água.Pura maldade, já que o frio havia chegado faz um tempo,mas em vez de ficar bravo ele riu junto.Eu confesso que agi como criança,mas foi divertido.

Levanto rápido da arquibancada as garotas olham para mim como se tivessem visto um fantasma. Meu rosto está com uma expressão séria, mas por dentro estou rindo como uma criança; aquelas expressões lívidas estavam engraçadas.

–Aonde você vai Fran?-Perguntou uma das meninas.

– Vou visitar uma pessoa. –disse tranquilamente enquanto juntava minhas coisas.

A segunda menina se levanta, e olha pra mim com um sorriso no rosto.

–Você vai visitar aquele teu amigo gato o JinYoung?-pergunta ela. -Podemos ir junto?

–Sim...e não,pois o médico recomendou que só as pessoas com vínculo podem visitá-lo.-Menti. Jin não gostava nem um pouco delas. E eu estava quase concordando com ele. -Bem...então até amanhã meninas.-Começo a andar em direção a saída da quadra.

–Até!-As duas dizem em coro, e deu pra sentir uma ponta de chateação no tom de voz das duas.

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Entro no quarto do Jin. Basicamente no começo não vejo nada no meu caminho, o quarto está completamente escuro. Passando-se alguns segundos começo a me identificar no meio de tanta bagunça, conseguindo ver uma ponta do cabelo vermelho para fora das cobertas que o cobriam até a cabeça. Eu sabia que ele estaria dormindo, mas mesmo assim eu precisava vê-lo mesmo que fosse apenas por alguns segundos, e depois saísse sem fazer o mínimo barulho sequer para não acorda-lo.

Chegando perto da sua cama eu tiro devagarzinho o cobertor de seu rosto. Ele parece um anjo dormindo, seus lábios estão curvados num pequeno sorriso. Não resistindo à tentação, deposito um beijo em sua testa e saio do quarto o mais depressa e silencioso possível. Eu estava muito envergonhada com o que eu tinha feito, não queria que ele acordasse e me visse depois disso.

Pensando no que fiz por impulso, não presto atenção em mais nada no meu caminho. Sem querer quase esbarro com um rapaz que está agachado na varanda molhando algumas flores no canteiro da família. Ele olha pra mim. Abre a boca pra falar algo, se calando em seguida. MEU DEUS ISSO É UM DEUS OU UM HUMANO?ELE É MUITO LINDO!Penso

–M-me desculpe não vi você aí!-digo ficando corada.

–Tudo bem. -Ele fala com uma voz suave. -A propósito, sou primo do Jin. Meu nome é DongWoo,mas todo mundo me chama de CNU.-Dentre isso ele deu um sorriso.

–O meu nome é Francielle, mas pode chamar de Fran. -digo retribuindo o sorriso. -Então até outro dia CNU. -digo isso abanando já de longe.

Ele vai até mim.

– Já vai?Tão cedo!-CNU fala num tom de desapontamento.

–Minha mãe deve estar preocupada comigo. -digo tentando focar naquilo,mas meu outro lado dizia mim ficar.

–Hum...talvez devêssemos marcar qualquer coisa um dia.-Ele olha para o chão envergonhado.-Claro só se você aceitar sair com um cara sem graça como eu.

–Eu adoraria-disse sorrindo para ele.

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As semanas haviam passado, já havia perdido as contas de quantos encontros havia tido com o CNU. Estava completamente apaixonada por ele, Para falar a verdade desde o primeiro dia que o conheci fiquei caída por ele. Não posso negar esse fato.

O problema era o Jin que não estava gostando nada do que estava acontecendo, ele parecia um pouco ciumento em relação. Pensei que talvez pudesse ser só minha imaginação, ou talvez ele queira proteger sua maninha aqui. Eu nunca consigo entendê-lo. Desde a época do fundamental ele é já era indecifrável, mas ultimamente ele anda mais estranho do que já é.

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Desanimada e sem ter o que fazer. Fico pensando no que estava acontecendo com o Jin ,até que ouço a campainha. Quem poderia ser uma hora dessas?Não chamei ninguém aqui, e minha mãe tem a chave.

Ao abrir a porta me deparo com um CNU irreconhecível, seu rosto está pálido e as lágrimas cobrem seus miúdos olhos. Eu começo a imaginar várias coisas terríveis quando vejo o rosto dele, me arrisco a perguntar.

–Aconteceu alguma coisa?-Digo atropelando as palavras com uma expressão de terror com medo do que viria.

– O Jin...ele...-sem deixar ele completar a frase, eu o interrompo.

–O que tem ele?!-digo quase gritando.

–O Jin...você sabe...ele não aceitava a ideia de “nós dois”-CNU fala hesitante.Meu coração começa a acelerar.-Ele tentou se suicidar...está agora no hospital,mas não sei se vai sobreviver.-CNU me pega rápido vendo que eu ia cair.

–Mas por quê?Eu nunca o entendi. – digo entre soluços.

–Fui eu o causador de tudo isso!Quando Jin estava no fundamental, me falava de uma garota que ele gostava. Eu não sabia que essa garota era você!-ele começa a chorar, e eu o beijo suavemente para tentar conforta-lo.

–Não foi culpa sua. -digo um pouco surpresa com o que ele havia dito.

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Com muita reza e fé depositada na recuperação dele, Jin já estava bem novamente. O problema é que eu não tinha cara pra poder visitá-lo novamente, já que nas duas vezes que ele tinha ficado doente havia sido minha culpa. Confesso que estava com muita vontade de abraça-lo e conversar sobre bobagens ; mas minha vergonha não deixava. Sempre perguntava por ele quando o CNU aparecia aqui,aumentando um pouco mais minha vontade de ir vê-lo.

Depois da escola, e de fugir uns dois quarteirões das minhas amigas. Chegando ao portão de casa dou de cara com o Jin.

–O-o que você tá fazendo aqui?-Perguntei um pouco assustada.

Ele não falou nada só chegou perto de mim e me abraçou como se o mundo fosse acabar naquele momento. Alguns minutos depois, ele se afasta dos meus braços e olha pra mim.

–Você sabe que eu te amo Frann...não só como amigo...-ele hesita por um tempo procurando palavras, ou com medo de dizer algo-....então é por isso que vou dar carta branca pra vocês dois...eu...eu não vou mais cometer nenhuma loucura por você.

Eu sabia que ele não estava mentindo, confiava mais nele do que confiava em mim. O que mais me assustava não era o que tinha acontecido, mas a tristeza que ele despejava nas palavras. Que nas quais me deixava triste também.

–Você sabe que eu também te amo, mas só como amigo. -digo dando um meio sorriso.

–Eu sei!-ele se aproximou de mim depositando um beijo na minha testa, e logo depois se despediu com um breve aceno.

Mais tarde descobri que aquele papo todo era uma breve despedida. Ele não queria que eu chorasse por ele, preferia chorar sozinho.Mas na hora que eu descobrisse?ia chorar não é?Dito e feito. Chorei por meses, pelo fato de me sentir frustrada por ele não ter se aberto comigo.

CNU me disse que ele havia ganhado uma bolsa de estudos numa universidade nos EUA, ele disse também que era para nosso próprio bem. Não achava isso, mas aceitei. Porque mesmo um partindo, o outro havia ficado; e o segundo havia conquistado meu coração.