Triple Love escrita por Hilla Fox GM


Capítulo 3
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Bommmmm dia! Mais um capítulo aqui *-* Eu sei que os capítulos são meio curtos então juntei o dois e o três, ok? :D
Então, eu esqueci de dar alguns avisos sobre a fic: eu comecei ela em 3ª pessoa, mas em algum ponto (eu não sei exatamente onde) eu comecei a narrá-la em 1ª pessoa. Ela é dividida em quatro narrações: Narrador, Rose, Scorpius e James. Obviamente quando é a narração por Narrador ela é em 3ª pessoa.
Espero que não tenha deixado tudo mais confuso, mas vocês vão ver como é HAHAHAH
Espero que gostem desse capítulo *-*



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Narrador


Rose corria inutilmente atrás de James tentando fazê-lo parar.


– James, por favor! Ele não fez nada! A gente caiu, James!

James a ignorou.


Quando chegou embaixo da árvore, sem dizer nada, James simplesmente deu um soco na cara de Scorpius.


– JAMES! – Rose berrou tentando se jogar em cima dele, sendo impedida por Luke e Matt.


– AUTCH!- Scorpius berrou – Tá maluco, Potter?!


– Maluco?! Não! Mas obrigado por se preocupar com minha sanidade mental! – respondeu com fúria.


– Por que você me bateu? – berrou de volta.


– Por que você se jogou em cima dela? – James urrou, ignorando a pergunta.
Scorpius olhou para Rose, que se debatia tentando se livrar dos braços de seus amigos e que olhava assustada para os dois.


– A gente caiu, Potter! – Scorpius voltou a berrar com James – Nunca que eu me jogaria em cima de uma Weasley traidora do sangue e adoradora de trouxas! Eu me mataria mil vezes antes!


A garota parou de se debater imediatamente e olhou diretamente nos olhos de Scorpius. Seus olhos ficaram marejados e James deu outro murro na cara de Scorpius. Ela soltou-se bruscamente dos braços de Matt e Luke.


– Menos 50 pontos e detenção para cada um, falem com o Prof. Longbotton – disse, antes de sair correndo para esconder as novas lágrimas que saltavam de seus olhos.


– Rose...! – James olhou desolado para a garota. Mas nesse momento de distração, Scorpius lhe acertara um soco no rosto.


– DROGA, MALFOY! – e saiu correndo atrás da prima.
Scorpius observou-o ir embora.


– PORRA, SCORPIUS! – o loiro chutou a árvore. – Como você pôde ser tão burro?! Matt, Luke, me matem!


O garoto sentou-se no chão e encostou-se no tronco da árvore atrás de si.


– Hey, Scor, tudo vai dar certo! – Luke tentou consolá-lo.
– Ah, é? Como? Porque se você sabe um jeito, por favor, me fale, porque eu não sei! - enterrou o rosto nas mãos – Eu estraguei tudo!


– Acho que não... – Matt comentou com a cara pensativa. - Você pegou pesado com essa coisa de ‘traidora do sangue’ e ‘adoradora de trouxas’, mas acho que tem conserto – completou apesar do olhar de advertência de Luke e do olhar mortífero de Scorpius. – Ela é monitora, e como foi ela que passou a detenção, é provável que se encarregue da sua. Vocês vão passar um bom tempo juntos e sozinhos pra fazer o que quiserem... Sem ninguém por perto. Se é que me entende.


De certo modo ele tem razão, talvez eu possa consertar as coisas, o loiro pensou. Sorriu levemente com o pensamento, fazendo seus amigos se tranquilizarem.



James


James alcançou Rose facilmente e quando chegou ao seu lado, virou-a e a abraçou. Ela soluçava para que ele a soltasse e dava socos em seu peito, até que desistiu e se agarrou ao rapaz como se sua vida dependesse disso.


Ele acariciava seus cabelos, acalmando-a e falando palavras de consolo. Quando ela finalmente estava mais calma, ele a afastou gentilmente, mas só o suficiente para que ela pudesse ver seu rosto, já que Rose era baixinha.


– Me desculpe Rosie. Eu... Não sabia que ele era tão importante. Eu não sabia que você gostava... Tanto assim... Dele.


– Jay, do que você ‘tá falando?


– Que você... Ama... Ele – ele pronunciou as palavras com dificuldade.


– Você está drogado? – perguntou preocupada.


– Ah... O quê? Não! Eu não estou drogado.


– Tem certeza? – ela fitou-o nos olhos. – Eu não o amo, Jay! Ele não significa nada para mim! Você sabe disso, é meu melhor amigo! Só não queria que você o machucasse: vai acabar se metendo em confusão! Nós já conversamos sobre isso. E eu não amo ninguém. Não se preocupe.


James suspirou. Em parte por estar aliviado por ela não amar Scorpius, mas apreensivo por dizer que não amava ninguém. Ninguém.


– Rosie... Eu... – ele olhou tão fundo nos olhos da ruiva que ela sentiu como se estivesse olhando dentro de sua alma. – Eu te amo.


– Eu também te amo, você é minha família, meu melhor amigo!


– Não. Eu te amo, mesmo. Eu não paro de pensar em você, em como eu queria poder te chamar de minha, beijar teus lábios. Queria poder dizer o quão apaixonado que estou. Na frente de todos. Sempre tive inveja do Malfoy, porque achei que você gostasse dele; e então hoje, pra mim, tudo tinha ficado claro: você o amava.


Rose olhava petrificada para James. Todos os seus pensamentos vazaram do seu corpo e todos os músculos viraram pedra e gelatina ao mesmo tempo.


– Rose – James inclinou-se para frente -, eu vou beijá-la. Se você não quiser, me fale. Não vou te obrigar a nada.


Mas como a garota continuou calada, ele fechou a distância que os separava. O toque dos lábios macios e quentes dele nos dela a fez despertar.Como Rose não protestou, ele aprofundou o beijo, fazendo suas línguas dançarem em sincronia. Gosto de chocolate e morango se misturaram, dando um sabor exótico ao beijo.Rose passou os braços por trás do pescoço de James, enfiando as mãos em seus cabelos negros. Ele enlaçou as pernas dela em sua cintura, empurrando-a contra a parede. Era um beijo apaixonado e ao mesmo tempo quente.


Os dois se separaram depois de alguns minutos, ofegantes. Rose fechou os olhos e encostou a cabeça na parede. James dava pequenos beijos intercalados entre sua orelha e a base de seu pescoço.


– Rose... Jane... Granger... Weasley... – falou, pontuando cada palavra com um selinho. – Quer namorar comigo?
Ela abriu os olhos imediatamente, a boca entreaberta. Não sabia o que fazer. Nunca a tinham convidado a namorar, além disso, acabara de dar seu primeiro beijo; o beijo de minutos antes, ou quando ela e Albus eram mais novos e deram um selinho, não contavam exatamente.


– Ah, James! Eu... Eu não sei o que...


– Ah, tudo bem! – ele a pôs de volta no chão, se afastando alguns passos. – Você... Pode pensar.


– James... – a garota se sentia desesperada: não queria magoá-lo. – Me desculpe... mas eu não sei se eu... se a gente... pode! Nós somos primos! Eu realmente gosto muito de você James, mas... não sei.


O garoto tinha um olhar de mágoa o que deixou a garota desesperada. Não gostava de magoar as pessoas, principalmente as que amava tanto. Agora pensando melhor... Será que o seu amor por James não era algo além de amizade?


– Tudo bem – ele desviou o olhar. – Você não precisa responder agora. Pode pensar. Quando... Estiver pronta... Você me fala.


– Me desculpa, Jay! – a garota correu a abraçá-lo e começou a chorar em seus braços.


Ele não a abraçou de volta. Só apoiou o queixo em sua cabeça e fechou os olhos, deixando escapar uma lágrima. Deu um beijo no topo de sua cabeça e então bruscamente se virou e foi embora.



Rose


Rose estava em seu dormitório, deitada na cama e olhando para o teto. Sua amiga, Amanda, fazia carinho em sua cabeça enquanto a ruiva relatava o que havia acontecido nas últimas horas. Mandy era uma boa ouvinte, ficava quieta escutando atentamente o que a outra falava.


Quando terminou de falar, a loira deu seu veredicto:


– Acho que você está certa em pensar a respeito do pedido de James, afinal vocês são primos, e seria meio estranho. Mas ele parece gostar realmente de você, coisa que eu sempre desconfiei. Talvez você devesse dar uma chance a ele. Mas seu irmão iria brigar feio com James. Ele é muito ciumento. E não seria bom começar uma guerra na família. Sem falar que tem outra pessoa que gosta de você. E você ainda não percebeu, e obviamente eu não vou falar. Ele que venha se declarar! Um já se declarou. Faltam dois. Quem sabe três... Não tenho certeza – Falou tudo num fôlego só e muito rápido. Rose teve que fazer um esforço muito grande para entender tudo que a garota tinha falado.


– Do que é que você tá falando? Até a hora em que James falou comigo, eu não fazia a menor ideia de que alguém gostava de mim. Depois você fala que outra pessoa também gostava. E depois aumente pra três ou quatro! E como você iria saber? Não sei por que as pessoas gostariam de mim. Desculpe-me, Mandy, mas acho que você está enganada.


– Para de pedir desculpas, Rose! – comentou a outra rindo. – E você é tão inteligente, como não percebe? Acho que você nunca reparou o quanto é bonita Rose. E eu tenho absoluta certeza de não estou enganada.


A ruiva decidiu não discutir, mudando de assunto.


– Mas, e aí! Como está o seu coração?


Mandy fingiu que não ouviu; simplesmente se virou e entrou no banheiro. Depois de um tempo Rose ouviu o som do chuveiro. Não acreditando na cara de pau da amiga, sentou na cama de pernas cruzadas esperando que saísse do banheiro. Mais ou menos depois de meia hora começou a esmurrar a porta alegando que precisava usar o banheiro.


– Então! Vai me contar ou não? – perguntou com um ar irritado.


– Pensei que você queria usar o banheiro – Mandy respondeu, se esquivando da pergunta.


– Mandy! Eu te contei tudo que eu estava sentindo e tudo que aconteceu comigo! Você poderia, por favor, me falar pelo menos isso?


Finalmente a outra se virou e encarou Rose. Soltou um suspiro de rendimento e se sentou na cama.


– Ah, Rosie, é tão difícil! Eu tenho certeza de que ele gosta de mim também, tá na cara, mas eu tenho medo, então finjo que não noto. Você tem que me ajudar!


– E quem é? – perguntou docemente, se sentando ao lado da amiga e passando o braço por seus ombros. – Se eu soubesse seria mais fácil de ajudar.


– É o... É o Albus! – e se abraçou a menina. – Eu gosto tanto dele, mas não quero estragar a amizade! E se for só atração física? O que aconteceria? Eu não conseguiria mais olhar pra cara dele nunca mais!


Rose estava em choque. Nunca iria imaginar que seu primo, Albus, gostasse dela, e muito menos que ela gostava dele.


– Se você quiser, eu posso perguntar pra ele. Discretamente. – acrescentou sob o olhar que a garota lançou. – Eu posso ir lá mais tarde. James me passou a senha da sala comunal de Gryffindor.


– Você faria isso por mim? – seus olhos brilhavam.


– Claro que sim! Só não entendo porque você não me contou isso antes. Desde quando você gosta dele?


– Ah, já faz uns dois anos. Foi quando a gente tava naquela aula dupla de DCAT com a Gryffindor, no terceiro ano, e eu cheguei atrasada e tive que sentar com Albus. Aí eu percebi que ele gostava de mim, e também percebi o quanto ele é bonito, charmoso, e como aqueles olhos verdes são intensos.


Rose concordou intimamente, Albus era realmente muito bonito. Não que ela gostasse dele desse jeito, mas não podia negar. Era um rapaz alto e com alguns músculos, os cabelos negros rebeldes e os olhos como os de seu pai.


– Você já fez o dever de Runas? – a loira perguntou, despertando a outra de seus devaneios. - Queria conferir uma coisa.


– Ah, claro – entregou um pergaminho a ela e se virou para sair.


– Onde você vai?


– Tenho que falar com o Prof. Longbottom sobre as detenções. E também tenho que ir conversar com o Al – terminou com um sorriso, e saiu correndo antes que a amiga falasse alguma coisa.



Rose


Estava andando pelo corredor do quarto andar, voltando da sala do Prof. Longbottom, para ir para a torre de Gryffindor. Muitas coisas passavam pela minha cabeça nesse momento. Meus pensamentos estavam fora de ordem, não conseguia pensar direito. Pensava muito avidamente sobre tudo o que tinha descoberto hoje. James me amava; Malfoy me odiava mais do que pensei que ele já odiava; minha melhor amiga gostava de meu primo e ele dela, e nenhum deles nunca me contou, será que eles não confiavam em mim? E tinha eu. Eu estava confusa, indecisa; não sabia o que eu estava sentindo no momento.


Acho que estava em estado de choque.


Os corredores passavam por mim e eu nem percebia. Já estava a um corredor de distância da torre de Gryffindor, quando senti um braço me puxar e eu quase cai no chão com a força, o que me impediu foi o próprio corpo da pessoa que me puxou.


– E aí, Weasley? Está mais linda que nunca. Como foram as férias? – pude ver seu rosto e percebi que era Thomas Hudson, um septanista da Lufa-lufa, muito popular, um dos garotos mais gatos da escola com seus cabelos loiros dourados e seus olhos cor de mel, jogador do time de quadribol como apanhador.


– Ah... Foram... boas – respondi olhando para meu braço onde ele me segurava. Ele estava apertando muito forte, me machucando. – Se você não se importa... Eu preciso ir andando.


– Não... Vem comigo vamos fazer umas coisinhas. Tem uma sala vaga aqui do lado. O que me diz? – e sem esperar resposta ele me beijou.


Sim! Me beijou! Ele andou bebendo porque senti gosto de álcool. Ele forçava a passagem de sua língua para minha boca. Eu me debatia mas não consegui me soltar. E era meio difícil berrar com minha boca ocupada.Ele me segurou mais forte para que eu não me soltasse e me arrastou até a sala ao lado. Entramos e ele fechou a porta com um chute. Ele me prendeu contra a parede e rasgou a minha capa. Então ele começou a rasgar minha blusa e logo em seguida minha saia, me deixando só de roupa íntima. Não importava o quanto eu me debatia eu não conseguia me soltar. Desesperada. Era assim que me sentia.


Comecei a chorar.


Ele desceu os beijos para meu pescoço, deixando minha boca livre.


– SOCORRO! POR FAVOR! ALGUÉM ME AJU...! – mas ele tapou minha boca com uma mão.


– Calada! Ou você vai se arrepender! – e me deu um tapa na cara.


Quando ele começou a desabotoar meu sutiã, alguma coisa pulou em cima dele fazendo-o cair no chão.



Scorpius


Andava pelos corredores lentamente. Luke e Matt tinham insistido em vir comigo, mas eu disse que se viessem iriam se arrepender.


Meus pensamentos vagavam pelos jardins, nos acontecimentos de hoje cedo. Não conseguia acreditar no quão estúpido tinha sido. Rose, o amor da minha vida, provavelmente me odiava. Até eu me odiaria. Aliás, eu me odeio, sim.


Mas fui acordado de meus devaneios por um grito abafado.


– SOCORRO! POR FAVOR! ALGUÉM ME AJU...! – mas de repente o grito parou.


Então a realidade veio a mim: cara, tem alguém em perigo! E desembestei a correr. Até que ouvi ruídos numa porta no corredor perto da torre de Gryffindor. Abri a porta silenciosamente e a cena que ela guardava me chocou: Thomas Hudson estava em cima de Rose, que parecia desesperada. Vendo essa cena fiz a única coisa que me ocorreu no momento.


Pulei em cima dele.



Rose


Havia levado um belo de um susto quando Thomas foi arremessado ao chão. Ainda não conseguia ver a cara de Meu Salvador, pois os dois rolavam por entre as carteiras se chutando e se socando.
Me lembrei que minhas roupas estavam no chão e que eu estava seminua. Me agachei para ajuntar minhas vestes, que agora eram só um monte de trapos.


Continuava a chorar descontroladamente e, sem perceber, me sentei no chão encostando-me na parede e pus a cabeça em meus braços.


Os garotos berravam e as carteiras faziam estrondos ao se chocarem ao chão.


– SEU FILHO DA PUTA! - Thomas berrou e logo em seguida ouvi o barulho de algo muito pesado caindo no chão.


Levei um susto enorme quando mãos tocaram meus ombros e pude ver quem era Meu Salvador. Ah, não! Isso só pode ser brincadeira!



Scorpius


Eu e Thomas rolávamos pelo chão nos chutando e socando. Bati as costas em uma carteira; levei alguns socos no rosto, que provavelmente está sangrando, pela sensação que sinto; e um chute muito bem direcionado no meu ponto fraco. Thomas não estava muito diferente.


– SEU FILHO DA PUTA! - ele berrou, avançando pra cima de mim.


Ah, não. Ninguém xinga a minha mãe.


Dei um soco no estômago dele, fazendo-o se curvar e o empurrei com a maior força que consegui reunir - o que, cá entre nós, não é pouca coisa.


Quando percebi que ele havia desmaiado – provavelmente em decorrência do excesso de bebida conbinado aos socos e tombos – me levantei e andei em direção a Rose, não percebendo suas condições físicas no momento. Me aproximei dela e toquei levemente seu ombro, mas mesmo assim assustou-se. Ela levantou o rosto e pude perceber que, obviamente, ela estava chorando. Sua expressão foi tomada por choque quando percebeu que era eu na sua frente. Então ela fez o inesperado: me abraçou e se debulhou em lágrimas, molhando minha camiseta.


A abracei de volta, fazendo carícias em sua cabeça e falando palavras de consolo até que se acalmasse. Estendi a mão para ajudá-la a ficar de pé finalmente reparando em suas roupas – ou na falta delas. Ela usava suas costumeiras sapatilhas com um pequeno salto; suas meias sete oitavos – que sempre jurei serem meia-calça, diga-se de passagem – deixavam expostas suas coxas perfeitamente tonificadas e bronzeadas; sua calcinha era preta e tinha um laço na frente, que não chegava nem na metade do caminho ao umbigo. O resto de seu corpo estava à mostra – menos pelo sutiã, que fazia conjunto com a calcinha -, ela tinha uma cintura perfeita.


Sua face – manchada pelas lágrimas – estavam coradas até a cor de seus cabelos. Notando seu constrangimento, tentei não encarar seu corpo. Foi realmente muito difícil.


– Tome, vista isso – disse tirando minha camiseta e entregando a ela. Me virando de costas para tentar dar alguma privacidade à ela, perguntei: - E então, o que aconteceu?


– Eu... Eu estava indo para o salão comunal de Gryffindor para falar com meu primo sobre... Desculpe... Não devia falar disso com você... – do nada fiquei irritado. Ela não vive sem esse James Potter. Afinal o que ele tem que eu não tenho?


– É. Não devia mesmo. – disse com a voz dura, me virando. – Não tenho nada a ver com você e o seu querido James Po... – mas me perdi no meio da frase. Minha camiseta não chegava nem a metade da coxa dela. Mas já era alguma coisa, já que eu sou quase duas cabeças mais alto que ela, e essa camiseta fica meio curta em mim.


– Você não teria sua capa aí, não? – perguntou-me com sua habitual timidez, escondendo o rosto entre suas madeixas, muito desconfortável com o que vestia.


– Não. Eu só uso ela nas aulas. Mas então... O que aconteceu com você e o Thomas?


– Ah! Eu estava vindo pelo corredor e ele simplesmente me beij... – mas o resto da frase ficou perdido quando ela levantou o rosto para – finalmente – olhar para mim. Mas seu olhar se perdeu na metade do caminho; mais precisamente no meu tórax bem definido. Soltei uma risadinha em escárnio, o que a fez voltar a si. – Ele simplesmente me beijou. Então ele me arrastou pra essa sala e... E... – ela começou a chorar de novo.Eu praticamente corri para abraçá-la; era muito doloroso a ver nesse estado, ainda mais depois de tudo que o Thomas fez... O que o Thomas fez... Será que ele...? Não! Ele não teria... Ou será que teria?


– Rose! – minha voz saiu meio descontrolada pela raiva contida, assustando-a, mas nem me preocupei em me desculpar. – Ele não chegou a...? – não consegui pronunciar o resto da frase. Só a idéia de que ele teria feito isso já era repugnante.


Rose não entendeu imediatamente, mas então voltou a ficar muito corada quando compreendeu o que eu não havia dito.


– Não! Não... Você... Você chegou antes de... Acontecer.
Soltei um suspiro de alívio. Se esse sujeitinho tivesse feito isso ele estaria muito encrencado.


– Rose – disse delicadamente -, você tem que contar à McGonagall.


– Não! – respondeu se desesperando. – Ele não fez por mal!
– É claro que ele fez por mal! Você é linda e tem um corpo lindo, não tem desculpa! – me arrependi de pronunciar a última frase. Suas bochechas enrubesceram mas ela ignorou o comentário.


– Ele estava bêbado e as pessoas bê...


– Ele sempre está bêbado e fazendo besteiras! Se você não contar eu conto!


Ela me olhou incrédula.


– Essa decisão é minha! Você não tem que se meter! – começou a elevar a voz, tirando as mãos que estavam em meu peito por causa do abraço. – Se alguém tem que contar à McGonagall sou eu! E afinal, por que você se importa tanto? Ainda mais depois de tudo que você disse hoje a tarde pensei que não se importaria com nada que acontecesse comigo! – ela já estava praticamente berrando, mas não havia ódio em seus olhos ao terminar a frase, mas sim algo como... Tristeza?


Seus olhos estavam marejados novamente. Por incrível que pareça, essa combinação de inocência e tristeza a deixavam ainda mais linda. Seus lábios estavam entreabertos e eu pude sentir seu hálito fresco devido a proximidade de nossos corpos. Tive vontade de beijá-la. Não que nunca tivesse sentido isso antes, mas agora, vendo-a assim, quase não aguentei.


Inclinei minha cabeça lentamente em direção a ela. Como não se manifestou, continuei a aproximação.


Mas que diabos eu ‘tô fazendo? Eu não posso beijar ela! Não agora, com ela nesse estado emocional. Eu estaria me aproveitando dela.


Afastei-me bruscamente dela. Atrás de mim, a ouvi soltar o ar que estava preso.


– Vamos, eu te acompanho até seu dormitório – falei ainda sem me virar para ela, e saí andando pela porta.


Os corredores estavam vazios e não tivemos nenhum encontro desagradável. Às vezes tinha que olhar para trás e me certificar de que ela ainda estava lá, pois não fazia barulho ao andar.


– Ahn... Obrigada, Malfoy – ela me disse quando chegamos na porta de seu salão comunal. – Eu não sei o que teria acontecido se você não... Você sabe.


Ela tinha uma expressão de dor em sua linda face. Vendo-a assim, desfiz minha carranca.


– Está tudo bem agora – disse colocando uma mexa de seus cabelos atrás de sua orelha e em seguida acariciando sua bochecha com o polegar..


– Como posso te agradecer? – disse, enrubescendo com o contato.


– Me devolva a camiseta – respondi com um sorriso brincalhão nos lábios. – Eu gosto dela.


Ela soltou uma risadinha.


– Amanhã, então – e se esticou nas pontas dos pés para me dar um beijo no rosto. – Boa noite.


– Boa noite – minha voz saiu em um fio.


Um sorriso bobo nasceu em meus lábios e inconscientemente levei meus dedos ao lugar onde ela tinha me beijado.



Narrador


Rose entrou em seu dormitório com um leve sorriso nos lábios.


Estava assustada com o que havia acontecido minutos atrás, mas não pode deixar de agradecer ao loiro por livrá-la de Thomas.


Encontrou Mandy deitada em sua cama de dossel lendo um livro, o resto do dormitório estava vazio, assim como o salão comunal em baixo.


– Ah! Oi, Rose. E aí, falou com o... – começou a falar, mas assim que viu o estado da amiga arregalou os olhos e saiu correndo de sua cama ao encontro da outra. – Por Merlin, o que aconteceu com você?


Rose contou todos os detalhes da noite, chorando novamente ao narrar a hora em que Thomas a despiu; mas logo foi trocado por uma expressão confusa ao contar que Malfoy quase a beijara mas que simplesmente se afastou; e o leve sorriso reapareceu em seu rosto ao contar o diálogo em frente a porta de Ravenclaw.


Mandy ficou encarando o sorriso bobo da amiga.


– Pelas roupas íntimas de Merlin! – disse de repente arregalando os olhos. – Rose, você está apaixonada por Scorpius Malfoy!


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Notas finais do capítulo

Entãaaaao, o que acharam? $:
Espero que tenham gostado!
Pois é, o James ainda não teve um POV dele em primeira pessoa, mas no próximo capítulo tem! *-*
Pleeease, deixem reviews, nem que seja pra me xingar e me mandar parar de escrever!
Beijocas!