CAPITULO 11

Ichigo estacionou em frente a mansão, incrivelmente, ainda não tinha se acostumado com aquilo. Rukia já ia abrindo a porta quando teve o pulso segurado, virou e se deparou com Ichigo mais próximo do que deveria, podia sentir a respiração quente dele no seu rosto.

– Desculpe... – Rukia se afastou mas deixou que ele observasse sua mão direita, o ruivo não entendeu.

– Devo te levar para a escola amanhã? – Disse já querendo outra chance.

– Não é preciso, meu namorado vai me levar, só tem que me  levar na mecânica depois. Até amanhã. – Disse fechando a porta do carro.

– Namo...rado? – Ichigo balbuciou e então a imagem da mão direita de Rukia lhe veio a mente, com aquele lindo anel prateado com dois ‘R’s gravados. Suspirou. – Mas que merda... – Acelerou o carro.

            Rukia entrou correndo em casa com as pernas um tanto moles, se sentou na primeira coisa que achou, no caso, o encosto do sofá, pôs a mão no peito, podia sentir o coração descontrolado, se jogou para trás caindo com as costas no assento, precisaria de um banho, um banho bem frio, e depois, um pó de amnésia.

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            A pilha de papéis amassados ao lado do lixo estava um pouco grande, o lápis na mão corria por folhas e folhas sem nunca conseguir o resultado desejado. Precisava se inspirar, mas sabia que pouca coisa conseguia fazer isso. Já eram cinco e meia, podia sair mais cedo, não? Era a segunda vez que fazia isso, e dessa vez esperava não atropelar ninguém.

 Sorriu um pouco, o jeito que ela entrara na vida dele, foi tão repentino, sabia que sentia algo, mas que teria que esquecer, afinal aquele anel ainda estava na mão dela, não que esperasse que els terminassem, mas era algo a lamentar, talvez ela não sentisse o mesmo que ele, não é? Voltaria pra casa e desenharia, queria esquecer muita coisa, talvez... talvez desenhar ajudasse.

            Logo estava bocejando dentro do carro, aquele ronco estava mais fraco doq ue costumava, afinal, seu pé estava leve sobre o pedal. Em casa tomou um banho e logo foi para o quarto afastado, adorava aquele lugar, pouco a pouco, com o dinheiro que tirava do trabalho foi contruindo aquele lugar, seu ‘estúdio’. Gostava de desenhar lá, duas da paredes era apenas uma grande vidraça que dava para um campo que tinha atrás de casa, era bonito, podia ver de longe a luz avermelhada batendo na sua árvore, uma grande e frondosa árvore. Podia ver a rasa vegetação envolta dela brilhar na luz vermelha, sorriu, começou seu desenho, já sentia o estresse fugir.

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            A morena conversava com a amiga no Skype, riam e conversavam, ao mesmo tempo Rukia pesquisava algo no seu site de buscas favorito. Se despediu e logo sorriu. Iria a cidade vizinha, o único lugar com uma bela estrutura para praticantes de patins, pena que só poderia ir no sábado, e com Renji, já que o irmão estaria ocupado com uma série de reuniões.

            Se jogou na cama e ligou o rádio, agora iria dormir, afinal, teria uma mecânica pra visitar amanhã, com um ruivo, um ruivo que estava na cabeça dela mais do que deveria. Logo estava ali, ressonando na sua camisola branca, o irmão teve que, mais uma vez, desligar tudo o que ela deixara ligado.

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Já estava de pé e esperando Renji para que fossem à escola. Logo a moto apontou na rua e Rukia acenou.

– Bom dia! – Os dois disseram ao mesmo tempo, trocaram um beijo e logo Rukia já estava montada na moto e se segurando em Renji. – Vamos nos ver hoje depois da escola? – perguntou o ruivo.

– Não dá, vou ver o Grimm e o Toshirou...

– Não acha que está dando à eles mais atenção do que à mim? – Disse um pouco irritado.

– Renji, não vamos discutir, okay? Pra escola, por favor. – Rukia disse num suspiro, há tempos que Renji tinha parado com o ciúme exagerado, porque agora de novo?

            Agora em frente a escola Renji continuava resmungando algo sobre, logo Rukia querer ir pra escola com o ‘Grimm e o Toshirou’.

– Renji! – Rukia berrou com ele, mas logo diminuiu o tom – Parou, okay? Não vem com essa de “Me sinto excluído!”. Já tinhamos conversado antes, não é? Mas que droga.

– Não vem com essa você Rukia! Acha que pode ficar assim? Eu gosto de você e você fica com o Gri---

–Calado, Renji! Isso é egoísta! Não posso andar com meus amigos quando os seus enchem o saco o tempo todo, além do mais, a Harley está sobre cuidados do Grimm e Toshirou! – Cantarolou provocante – Querendo ou não, vou vê-los quando eu quiser! – A morena saiu pisando duro para longo e Renji suspirou.

            Rukia correu para as amigas com uma expressão nada contente.

– Brigaram? – disse Tatsuki já sacando.

– Ciúmes ridículos, já tinhamos conversado...

– Já contou pra ele? – Rangiku indagou.

– Nem pense nisso, do jeito que está---

– Você devia ter contado! – declararam as três em unissono e Rukia suspirou.

– Me desculpem, eu não vou fazer isso. Posso estar muito, muito errada, eu não vou contar. Não toquem no assunto, é só isso que peço, podem me culpar depois, se algo ruim acontecer, mas não vou falar uma palavra sequer!

            Mesmo relutando as meninas continuaram ali, aceitando as palavras da amiga, mesmo que não fosse o certo, era a decisão dela.

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            Ichigo estava em sua sala cheio das idéis, pena que logo logo teria uma reunião e depois de levar a Srta. Comprometida para a mecânica teria outra, depois pilhas de documentos para assinar e então, casa finalmente. Queria visitar a árvore, queria se lembrar de coisas que viveu lá, queria esquecer a paixão platônica que estava vivendo, ela não ia correspondê-lo. Então, tentaria desistir dela, não importaria o quanto tentasse.

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            A semana passou rápida e desagradável para Ichigo a para Rukia. A morena tinha discussões diárias com o namorado por causa do ciúme deste, e a pressão das amigas não aliviava, além de que cada dia a mais que via aquele ruivo no Audi vermelho, sentia-se bem, como num porto segura durante aquela tempestade, apesar de que ele se afastara um pouco desde a última tentativa que teve. Talvez ele realmente tivesse parado de tentar. Estava estressada e a única coisa que a faria ficar bem seria o patins no sábado, já tinha comunicado Ichigo, que relutou mas enfim teve que levá-la. Esse estava mais calmo, não tinha com o que se preocupar, apesar de não frequente, sempre tinha novas idéias, mas nada parecia agradá-lo, sentia um aperto no peito, claro, mas era algo que ia sumir com o tempo, sabia que tinha se apaixonado por aquela baixinha, mas sabia também que ela nunca irira ficar com ele.

            A semana passou rápido, já era sexta e Rukia não via a hora do dia acabar. Chegou na escola com o irmão e, estranhamente, após entrar viu as amigas um tanto amuadas e Renji quase explodindo de raiva.

– Porque não me contou? – Disse ameaçador o ruivo, Rukia não acreditava.

– Sobre o que? – Tentou desviar do assunto.

– Sobre o cara que te atropelou... Suas amigas, que graças a Deus tem amis juízo que você, me contaram.

– Renji, olha, eu sei que---

– Sabe o que?! Que você estava errada?! Então porque simplesmente não me contou para concertar o erro?!

– Renji... Eu... – Rukia não queria admitir que a verdade mesmo, seria pior, pior pra ele, que era a vítima da história, e pior pra ela, que não queria admitir.

– Porque não em contou de um cara que só te leva pra alguns lugares de vez em quando?

– Porque ele não é só isso! – Gritou, sem nem perceber o que tinha gritado, Renji se afastou um pouco incrédulo.

– Então é isso, Kuchiki Rukia. Ele não é só isso. – Repetiu com nojo. – Acabou. – Rukia só pode ver o maior se afastando, não choraria, sabia que estavam em maus lençóis mesmo. Apenas aceitaria, e continuaria, mais rápido do que ela podia imaginar