O Diário de Minha Vida

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Prólogo

 

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Naquela noite a lua cheia estava alta no céu incrivelmente negro, quase totalmente encoberta pelas espessas nuvens. O assovio do vento remexia as folhas das arvores outonais e com elas os longos cabelos negro-arroxeados de uma jovem que com as suas pequenas mãos tentava retirar as mechas revoltas do seu rosto de porcelana. Sentava-se sobre a soleira da janela de seu quarto toda noite para admirar incessantemente a enorme lua, sentir o vento gélido bater contra sua pele alva e para escutar as folhas amarelecidas coalhando no chão do imenso jardim.

Levantou-se não contendo uma careta desgostosa ao sentir os músculos de seu corpo doloridos pelo longo tempo que permaneceu naquele lugar. Caminhou a passos lentos em direção da cômoda rústica de mármore branco abrindo a ultima gaveta. Retirou de dentro um diário de capa avermelhada com estrelas douradas em volta do nome "Hinata Hyuuga". Virou-se e andou até a escrivaninha de madeira recostando-se na cadeira e abrindo o diário, folheou algumas paginas até chegar a uma folha branca. Pegou uma caneta de dentro do estojo ao seu lado e começou a preencher o espaço vazio.

12 de Fevereiro – Sábado ás 11h53min.

Querido Diário

Hoje meu dia foi normal como todos os outros que tive nos meus últimos 16 anos de vida. Passei a tarde toda no colégio com os membros do meu clube de ciência preparando as rifas para serem vendidas. Foi muito cansativo, mas estou confiante que isso possa melhorar a situação do nosso clube que a cada dia tem menos participantes e verbas. Os alunos não estão interessados em temas ambientais e humanos da sociedade, tudo o que importam para eles são o time de basquete do colégio que esse ano competirá no campeonato estadual. Fiquei tão feliz ao saber disso, não pelo time... Quero dizer, fico feliz por eles também, mas o que me deixa imensamente feliz é saber que nesse momento ELE está na barraquinha do Ichiraku com o sorriso mais lindo que eu possa imaginar estampado em seu rosto, comemorando com os amigos de time.

Minha alegria se torna em dobro, ao me lembrar que daqui a dois meses e quinze dias, fará oito anos que eu amo incondicionalmente Naruto Uzumaki. E eu prometi a mim mesma que esse ano eu irei declarar meus sentimentos para ele, o que eu não sei ainda como farei, já que só de pensar nesse momento milhões de borboletas invadiram meu estomago e meu rosto começou a queimar como brasa de vergonha. Mas eu preciso fazer isso, esse amor que eu sinto está grande demais para que continue guardado em meu coração.

Hoje quando eu e os meus melhores amigos Shino Aburame e Kiba Inuzaka estávamos indo embora eu vi o Naruto na quadra de basquete, ele estava lindo não consegui parar de olhá-lo e foi nesse exato momento que nossos olhares se cruzaram e as duas safiras imensamente azuis que são os olhos dele recaíram sobre mim. Meu coração disparou dentro do peito e o ar me faltou, me deu uma súbita vontade de gritar para todos: "Naruto eu te amo... Sempre te amei... E para sempre te amarei"... Mas eu não consegui, não pude... Não tive coragem. E num segundo tudo escureceu e só me lembro de acordar com os lambidos do Akamaru o cão de estimação do Kiba em meu rosto.

Katherine Anne escreveu:

Faça um pedido e coloque no seu coração. O que você quiser, tudo o que você quiser. Você tem? Que bom. Agora acredite que pode se tornar realidade. Nunca se sabe de onde o próximo milagre vai vir, o próximo sorriso, o próximo desejo tornado realidade. Mas se você acreditar que está bem ali na esquina. E abrir seu coração e mente para essa possibilidade, para essa certeza... Você pode acabar conseguindo aquilo que deseja. O mundo é cheio de mágica, você só precisa acreditar nela. Então faça o seu pedido. Você tem? Que bom. Agora acredite nele, com todo o seu coração.

O que eu mais desejo é que: Naruto Uzumaki me ame, pelo menos a metade do que o amo! E quero acredito... Eu preciso acreditar... Eu vou acreditar nisso com todo o meu coração!

Uma vez Naruto me disse: "Hinata você é muito tímida... Mas eu gosto disso numa garota". Eu nunca me esqueci dessas palavras.

Fechou os grandes e amendoados olhos perolados e suspirou pesadamente riscando um sorriso nos lábios rosados. Fechou o diário com delicadeza abrindo os olhos e observando o relógio em cima da cômoda "12h17min" – murmurou num fio de voz melodioso. Era tarde para que ainda estivesse acordada, no dia seguinte teria que acordar cedo para ir à igreja onde cantaria no coro. Levantou-se da cadeira e se espreguiçou seguindo para a confortável cama, onde se acomodou por debaixo do pesado cobertor rosa. Ficou fintando o teto branco por um tempo a espera que o sono viesse e a levasse para o lugar mais lindo do mundo... O reino dos sonhos onde ela sonharia com... Naruto.

***

As paisagens eram mudadas a todo o momento com à medida que o automóvel continuava se movimentando. Do lado de dentro, olhos incrivelmente negros como o céu daquela noite observava atentamente as ruas escuras e completamente vazias da pequena cidade do interior do Japão. "Vim parar numa cidade fantasma" – pensou abrindo um sorriso cínico em seus lábios.

- O que achou da cidade? – perguntou uma mulher de cabelos curtos e olhos castanhos que dirigia o carro. - É pequena mais muito bonita, não acha?

- Hum. – foi tudo o que o garoto respondeu. "Para pessoas que gostam de viver isoladas do mundo, essa cidade está perfeita". – pensou não ouvindo o que a mulher lhe falava.

- ... – olhou para a face bonita e inexpressiva do garoto ao seu lado. - Estou falando com você.

- O que? – indagou com a voz rouca.

- Eu disse – começou ela parando o carro a frente de uma enorme casa amarela, com janelas brancas grandes e um bonito e bem cuidado jardim cheio das mais diversas flores. - Que você deve estar com saudades de sua mãe. – completou desligando o motor do automóvel.

- Eu não tenho mãe. – disse ele com a voz ríspida. - Ela morreu para mim há dez anos atrás. – completou pegando a mochila preta no chão do veiculo e saindo batendo a porta com força.

***

O som da campainha sendo tocada invadiu todo o recinto acordando a mulher de cabelos longos que abria seus olhos negros com dificuldade. Ligou a luz fraca do abajur ao lado da cama e virou-se para acordar o homem que adormecia ao seu lado.

- Querido. – chamou colocando as mãos esbranquiçadas no ombro do homem. – Acorda tem alguém lá fora.

- O que? – indagou sentando-se na cama e passando as pontas dos dedos sobre os longos cabelos castanhos na tentativa de ajeitá-los. - Mas há essa hora. – completou olhando no relógio em seu pulso.

- Será que aconteceu alguma coisa? – perguntou a mulher preocupada.

- Não sei. – respondeu o homem levantando-se e vestindo o roupão azul em cima da cadeira. - Mas irei ver.

- Vou com você. – disse seguindo o marido.

***

Observava a face do garoto atrás de si, seus olhos estavam fechados e uma veia de expressão saltava eu sua testa demonstrando nervosismo. Ela não sabia se era pela demora de serem atendidos, ou por estarem naquele lugar. Escutou a fechadura da porta a sua frente ser destrancada e em seguida aberta revelando a figura altiva de um homem de olhos perolados.

- Boa noite senhor. – cumprimentou estendendo a mão a sua frente. - Eu sou a assistente social Anko Mitarashi.

- Boa noite. – respondeu segurando a mão que lhe estava estendida. - Hiashi Hyuuga.

- Muito Prazer em conhecê-lo senhor Hyuuga. – começou Anko. - Me informaram que eu poderia encontrar a senhora Mikoto Uchiha nesse endereço.

- Mikoto é minha esposa. – os olhos do garoto que permaneciam fechados até então, abriram e fintaram a figura do imponente Hyuuga. - O que deseja com ela?

- Querido está tudo bem? – indagou a mulher surgindo na porta. Sua face ficou surpresa ao olhar para o garoto. - Sasuke? O que está fazendo aqui filho?

- Senhora é justamente pelo seu filho que eu estou aqui. – explicou a assistente social olhando para Sasuke. - Podemos entrar?

- Claro! Entrem. – convidou Mikoto.

- Obrigada. – agradeceu Anko adentrando sendo seguida pelo Uchiha.

- Sasuke você está tão lindo. – disse a Sra. Uchiha, olhando o filho dos pés a cabeça com um olhar coruja cheio de orgulho. - Como está? E o seu irmão? Meu Deus não sabe o quanto senti saudade de você. – completou aproximando-se de Sasuke e entrelaçando seus braços em seu pescoço num abraço apertado e amoroso o que não foi correspondido.

- Me larga. – repreendeu ele com a voz ríspida afastando-a bruscamente. - Pare com essa frescura. – um silencio constrangedor manifestou-se no recinto.

- Bom... – começou Anko tentando dissipar aquela tensão. - Precisamos conversar senhora Uchiha...

- Hyuuga. – interronpeu Mikoto. - Estou casada com Hiashi faz cinco anos.

- Olhando para o tamanho dessa casa, dá para entender o porquê se casou com ele não é mesmo Mikoto? – alfinetou Sasuke riscando um sorriso nos lábios.

- Como ousa falar com sua mãe desse modo. – ouviu-se a voz autoritária de Hiashi.

- Está tudo bem. – Mikoto amenizou a situação. - Vou preparar um café para tomarmos enquanto conversamos.

***

O hall de entrada estava suntuosamente decorado, um magnífico tapete vermelho cobria todo o piso de Porcellanato. A enorme pista de dança estava revestida de papéis salpicados prateados e dourados, os refletores faziam jogos de luzes com cores fortes em formatos geométricos e a neve artificial que caía no local fazia com que o baile de inverno do colégio se tornasse ainda mais romântico.

Adentrou no recinto roubando os olhares de todos. Vestia-se com um vestido tomara-que-caia azul que marcava a região do busto farto e se alargava chegando aos joelhos; as sandálias brancas eram revestidas em pedras de strass e o cabelo estava preso em um coque deixando que a franja farta e algumas madeixas ficassem soltas. De braços dados com ela estava um elegante e sorridente loiro com terno laranja berrante que o deixava lindo.

Caminharam para o centro da pista de dança, todas as luzes recaindo-se sobre eles e os músicos começando a tocar. Ele posicionou as mãos na cintura delgada da garota que enroscou seus braços em seu pescoço. Começaram a mover-se lentamente, ela recostou sua cabeça no peito másculo sentindo a fragrância deliciosa que exalava daquele corpo.

- Hinata. – chamou ele fazendo-a levantar a cabeça para encarar as duas safiras azuis. - Eu não queria estar com mais ninguém aqui, só com você.

- Eu tam...também Na...Naruto. – gaguejou ganhando a coloração avermelhada nas bochechas.

- Eu te amo Hinata. – declarou o Uzumaki. - Sempre te amei. – completou aproximando-se dos lábios de Hinata.

- Também te...te amo mu...muito Naruto. – respondeu fechando os olhos e esperando os tão desejados lábios de Naruto sobre os teus.

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- Nii-san! Nii-san acorda. – chamava insistentemente a voz infantil.

- Hum? Na...ru...to. – balbuciou Hinata abrindo lentamente os olhos e visualizando a garota de cabelos castanhos e olhos perolados sobre sua cama.

- Hanabi? O que está fazendo aqui? – indagou olhando confusa para a irmã.

- Hinata-nii-san quem é esse Naruto? – perguntou riscando um sorriso sapeca nos lábios.

- Não é ninguém. – mentiu Hinata corando. - E você ainda não me respondeu o que faz aqui?

- É que eu ouvi a campainha... – começou Hanabi. - Então sai do meu quarto e vi o otou-san e a Mikoto-chan descendo as escadas e...

- Você ficou curiosa e veio aqui me chamar para irmos ver quem está lá embaixo. – Hinata conhecia a irmã caçula muito bem e um dos grandes defeitos de Hanabi era a sua grande curiosidade. - Você sabe muito bem que o otou-san não gosta que fiquem espionando os assuntos dele. – disse a Hyuuga maior olhando para a face tristonha da irmã. - Mas se for rapidinho. – completou piscando.

- Nii-san você é a melhor. – comemorou Hanabi abraçando a irmã mais velha.

***

A sala era ampla e confortável, com quadros de belíssimas obras de artes nas paredes creme, o lustre no teto era grande mas simples e os sofás brancos tornavam o ambiente agradável e aconchegante.

- O café está delicioso. – elogiou Anko.

- Obrigada. – agradeceu a Sra. Hyuuga olhando para a face inexpressiva de Sasuke.

- Então vamos ao assuntou. – iniciou a Mitarashi colocando a sua xícara sobre a mesa. - Senhora Hyuuga há duas semanas Sasuke foi detido pela policia numa tentativa de assassinato.

- Detido? Assassinato? – indagou Mikoto incrédula. - Desculpe mais eu não estou entendendo.

- Há dois anos atrás uma organização que se intitulava Akatsuki, começaram a se movimentar em Tóquio. Eram responsáveis por entrada ilegal de armas no Japão, venda de drogas e por diversos assassinados. – explicou. - A policia começou uma investigação secreta para descobrirem os lideres da organização. – continuou Anko.- Então há alguns meses Sasori no Danna um dos integrantes da Akatsuki foi preso e concordou em ajudar a policia em troca que sua prisão fosse reduzida para a metade. Ele contou que a Akatsuki preparava o assassinato do primeiro ministro japonês Jiraya e a...

- Espera um pouco! Você está dizendo que meu filho fazia parte de uma organização de criminosos? Matando pessoas? – interronpeu nervosa. O que aquela mulher está querendo lhe dizer? Que o filho dela tinha se transformando num delinqüente?

- Mikoto acalme-se. – tentou Hiashi sem sucesso.

- Me acalmar? Você não escutou o que essa mulher acabou de falar sobre meu filho.

- Senhora eu sei que deve ser muito difícil para uma mãe ouvir algo desse tipo de um filho. – disse Anko com a voz ponderada .

- Mas e Fugaku? Onde ele está? – indagou nervosa.

- Era isso que eu tentava lhe explicar. A policia conseguiu capturar os lideres da organização criminosa. - respondeu olhando para Sasuke que parecia não se interessar e muito menos se preocupar com a conversa. - Um deles era Pein que acabou sendo morto e o outro... Fugaku Uchiha.

- ... – um silêncio invadiu o ambiente o tornando insuportável. E por um longo tempo nada foi dito.

- Eu não posso acreditar. Nunca iria passar pela minha cabeça que Fugaku se tornaria um... Criminoso. – disse Mikoto demonstrando toda a sua perplexidade diante do que estava ouvindo.

- Mas ainda não acabou. – recomeçou a assistente social. - Seu filho mais velho Itachi Uchiha juntamente com mais três membros da Akatsuki conseguiram fugir e estão foragidos da policia.

- Itachi? – nesse momento os olhos negros da Hyuuga encheram-se de lagrimas. - Meu Deus eu...

- Por que não para de fingir-se de: "A mãe sofrida". – Sasuke pronunciou-se pela primeira vez naquela sala. - Quando nos abandonou há 10 anos atrás você não fez esse teatro todo.

- Filho naquela época eu e seu pai não estávamos bem, você sabe como Fugaku era agressivo e...

- Não preciso de suas explicações esfarrapadas. – gritou Sasuke. - E não me chame de filho.

- Mas você é muito prepotente. – urrou Hiashi.

- Vamos tentar nos controlar. – Anko tento acalmar a todos.

- Porque você não para de enrolar e fala para eles de uma vez por todas o porquê me trouxe aqui. – disse Sasuke rápido e direto para a assistente social.

- Acho melhor. – concordou Hiashi.

- Bom a policia analisou o caso do Sasuke e chegou a uma decisão. – disse retirando alguns papeis de dentro da maleta marrom.- Como ele ainda tem 16 anos, não possuía nenhum registro criminal anterior e era um ótimo aluno no colégio. - continuou Anko entregando os papeis para o Senhor e Sra. Hyuuga. - Resolveram entregar a guarda dele para a senhora Mikoto Uchiha agora Hyuuga.

- Responsável pelo... Sa... Suke – balbuciou Mikoto.

- Eu sabia que você iria fazer essa cara quando soubesse. – começou o Uchiha. - Deve ser difícil para você se livrar de mim uma vez e depois ter que voltar a cuidar da carga da sua vida que sou eu. Não me surpreenderia que você e seu maridinho me enxotasse dessa casa como um cão sarnento. – completou olhando para Mikoto e Hiashi com seu olhar gélido.

- Isso não é verdade Sasuke. – discordou Mikoto sentindo-se ofendida. Como seu filho poderia falar assim? Ela nunca que iria enxotá-lo daquela casa, muito pelo contrario estava tão feliz de receber aquela noticia, que não soube como expressar-se muito bem, talvez demonstrando que não tinha gostado da presença dele naquela casa.

- O que Mikoto precisa fazer, para que seu filho fique nessa casa. – indagou Hiashi olhando para a esposa que lhe respondeu com um radiante sorriso.

- Só precisa assinar esses papeis que estão em suas mãos. – apontou para os papeis. - E a guarda de Sasuke será a partir de agora sua. – completou observando os papeis serem assinados.

***

Dois pares de olhos perolados arregalados estavam sobre a escada, tentando visualizar quem eram os desconhecidos que estavam na sala conversando com Hiashi e Mikoto.

- Nii-san! - chamou Hanabi sussurrando. – Vamos chegar mais perto não estou vendo nada.

- Eu acho que isso não é uma boa idéia. – respondeu Hinata num fio de voz. - É melhor voltarmos para o nosso quarto, antes que otou-san nos pegue aqui.

- Mas já estamos aqui. – começou fazendo beicinho. - O que custa chegarmos só um pouquinho mais perto.

- Está bem. – concordou revirando os olhos. - Mas só mais um pouco. – conclui descendo alguns degraus cautelosamente, sendo seguida por Hanabi.

***

Levantou-se e seguiu em direção da assistente social lhe entregando os papeis que estavam em suas mãos. Observou ela os pegar os guardando de volta na pasta marrom.

- Isso é tudo então? – perguntou a Sra. Hyuuga.

- Sim. Bom agora que está tudo resolvido eu vou embora. – respondeu levantando-se mas antes de seguir para a saída Anko fintou Sasuke.

- Não faça besteiras. – aconselhou retirando-se da sala sendo seguida por Mikoto que a acompanhou até a porta.

- Muito obrigada por trazer meu filho aqui. – agradeceu sorrindo gentilmente.

- Não precisa agradecer só cumpri com meu trabalho. – respondeu. - Mas eu queria lhe perguntar uma coisa.

- Que coisa? – indagou deixando que seu sorriso se dissipasse.

- Tem certeza que quer ser responsável pelo Sasuke?

- Com assim se tenho certeza? É claro, ele é meu filho.

- Mas já parou para pensar que ele não é o mesmo Sasuke que você deixou há dez anos atrás? – perguntou a assistente social observando a Hyuuga fechar a porta atrás de si.

- O que está tentando me dizer? Sasuke é um bom garoto se ele se meteu com esse tipo de... "Coisa" foi culpa de Fugaku que deve ter o obrigado. Meu ex-marido não foi um modelo de pai perfeito.

- Me escute. – começou aproximando-se. - Vejo que a senhora reconstruí sua vida muito bem, com um ótimo marido ao seu lado. – continuou Anko. - Sasuke é rebelde e chego a dizer perigoso. E eu duvido muito que Fugaku Uchiha tenha precisado obrigá-lo a entrar na Akatsuki.

- Olha eu conheço muito bem o filho que tenho. Não preciso que uma estranha me venha falar coisas que não são verdade sobre ele.

- Tudo bem senhora Hyuuga. Mas quero que saiba que eu fui contra a decisão de trazê-lo para essa casa, acho que o melhor para o Sasuke era ser enviado a uma instituição para jovens.

- Sasuke ficará nessa casa comigo. Isso é tudo o que tenho a lhe dizer. – concluiu Mikoto abrindo a porta.

- Muito bem, venho aqui depois das ferias de verão para ver como está indo a vida do Sasuke com a sua família. Boa noite. – disse a Mitarashi virando-se e indo para direção do carro.

- Boa noite. – respondeu Mikoto num fio de voz.

***

Não estendiam o que estava acontecendo. Quem era a mulher que Mikoto acompanhou até a porta? O que ela queria? Se esconderam quando avistaram Hiashi vir de encontro com a esposa.

- Tudo bem querida? – ele lhe perguntou após notar o semblante serio da mulher.

- Claro. – assentiu riscando um sorriso nos lábios.

- Fico feliz. – respondeu. - Mas não ficarei feliz com as minhas filhas que deviam estar dormindo e não espionando assuntos que não as lhe dizem respeito. – disse olhando para a escada de onde as duas Hyuuga desciam os degraus lentamente com as cabeças baixas.

- Desculpe otou-san. – disseram fazendo reverencia.

- Quantas vezes terei que dizer para não espionarem os outros. – urrou o Sr. Hyuuga.

- Hiashi não seja tão severo. – defendeu Mikoto olhando para as duas garotas. - Tenho certeza que Hinata e Hanabi não farão mais isso, não é mesmo meninas? – piscou ela para as Hyuuga.

- Sim. – as duas assentiram.

- Muito bem, hoje as duas livraram-se de um bom castigo. – disse Hiashi vencido. Escutando as filhas comemorarem.

- Obrigada otou-san.

- Eu tenho uma surpresa para vocês.

- Surpresa? O que é Mikoto-chan? – perguntou Hanabi curiosa como sempre.

- Vamos para a sala. – respondeu Mikoto seguindo em direção a sala.

- Será que é um pônei? – sussurrou a pequena Hyuuga para Hinata.

Chegaram a sala e Hanabi percebeu que não havia pônei algum. Mas sentado no sofá e com os braços cruzados estava um bonito garoto de olhos ônix e cabelos arrepiados.

- Essa é a minha surpresa. – anunciou Mikoto ficando ao lado do Uchiha. - Eu quero que vocês conheçam meu filho Sasuke Uchiha. – apresentou. - Sasuke essas são as filhas de Hiashi, a pequena é a Hanabi e a outra Hinata.

Sasuke olhou para Hanabi, essa tinha um sorriso bobo no rosto e depois parou se olhar em Hinata que ao perceber que ele a olhava abaixou a cabeça ficando levemente corada.

- Mikoto-chan seu filho é alguma espécie de príncipe? – perguntou a ingênua Hanabi.

- Príncipe? – repetiu o Uchiha sarcástico. - Era só o que me faltava.

- Ora Sasuke não seja grosso. – repreendeu o filho.

- Ele irá morar aqui, Mikoto-chan? – perguntou Hanabi.

- Sim Hanabi. A partir de hoje Sasuke se torna membro da nossa família.

- Não me importa em ser membro dessa família. – disse pegando a mochila em cima do sofá, a colocando no ombro e andando até chegar a escada. - Hei Mikoto, onde é que eu vou dormir?

- Bom já que não tínhamos a mínima idéia que você iria morar conosco. – começou aproximando-se. - Por hoje você dormirá no quarto de hospedes e na Segunda-feira o arrumaremos do jeito que você desejar.

- Não precisa, eu não vou ficar por muito tempo nessa casa. – respondeu subindo as escadas, seguido pela mãe para o quarto onde a partir daquele dia seria dele.

- E vocês duas voltem para seus quartos e vão dormir. – ordenou Hiashi para as filhas. - A partir de hoje vamos precisar de boas noites de sono. – concluiu ele olhando em direção da escada.

***

Adentraram no amplo e confortável quarto de paredes verde limão, as cortinas de sedas eram brancas, o guarda-roupa; a cômoda e a escrivaninha eram de cor marfim. No centro havia a enorme cama.

- Espero que fique confortável. – disse Mikoto.

- Hum. – foi o que ele respondeu.

- Filho eu quero dizer que eu estou muito fe...

- Estou cansado. – interroupeu ríspido a mãe que dizia estar feliz por está com ele.

- Claro deve ter tido uma viagem cansativa de Tóquio até aqui. – respondeu um pouco sem jeito. - Bom vou deixá-lo descansar, tenha uma boa noite.

- Ta. – disse observando a mãe se retirar do quarto.

Deixou a mochila no chão e seguiu em direção da cama. Suspirou pesadamente sentando-se e olhando ao seu redor. Milhões de pensamentos vinham em sua cabeça como um turbilhão. "Que droga, onde você está Itachi? Precisa me tirar daqui." – pensou jogando-se na cama. Fechou os olhos lembrando-se das palavras que seu pai um dia lhe disse:

"O tempo leva tudo. O que você quer e o que não. O tempo leva tudo. O tempo arrasa tudo. E, no final, só resta a escuridão. Às vezes, encontramos outros nessa escuridão. E outras vezes, perdemos eles de novo."

***

A luz do abajur estava acesa iluminando a garota de olhos perolados que sentava sobre a cama com o diário em suas mãos. Ela preenchia as outras linhas em branco que deixará.

13 de Fevereiro – Domingo ás 03h18min.

Querido Diário

"Eu me perguntou: Quanto tempo demora para mudar uma vida? Quanto tempo é o bastante para alterar uma vida? Uma vida pode mudar em um mês? Em uma semana? Ou em um único dia?. Tenho o pressentimento que nossas vidas mudaram no instante em que... Sasuke Uchiha adentrou em nossa casa".

***