An Unbreakable Connection escrita por MissyD


Capítulo 1
Capítulo 1 - Não é culpa sua...


Notas iniciais do capítulo

Oi gente...
Espero que gostem e n esqueçam de deixar a sua opiniao



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Capítulo 1 - Não é culpa sua...

  A noite já começava a despontar lá fora, fazendo com que as pessoas recolhessem aos seus lares. Eu e a Amber, encontrávamo-nos na cozinha do nosso pequeno e modesto apartamento, fazendo o jantar, ou melhor, eu fazia o jantar, enquanto ela estava empoleirada na mesa, conversando animadamente comigo.

  Fechei um pouco mais a janela, devido a brisa que começava a aumentar de intensidade, fazendo-nos arrepiar ligeiramente.   

  - Mamãe, você sabe que eu faço anos daqui a dois dias? – Perguntou Amber abanando delicadamente o seu rabo-de-cavalo feito no cimo da cabeça, fazendo os seus cachos castanhos-claros se movimentarem docemente.

  - Como eu poderia esquecer se você não fala de outra coisa nas últimas semanas? – Perguntei com um sorriso na cara, enquanto experimentava um pouco da comida que estava no fogão. – Precisa de mais sal. – Falei para mim mesma, indo até ao saleiro e deitando um pouco no tacho.

  - Eu já sei o que quero de presente. – Declarou ela.

  A olhei tentando sorrir, mas estava meio difícil, pois eu já tinha feito as contas e o presente não poderia ser muito caro. Tinha receio que ela pedisse algo acima do meu orçamento, sendo que ela sempre foi uma boa menina e merecia pelo menos algo bom no seu aniversário de 5 anos.

  - Não se preocupe, não é nada caro. Para falar a verdade não custa nada, MESMO!

  - O que é? – Perguntei genuinamente curiosa, procurando na minha mente uma coisa que encaixa-se nesses critérios.

  - Eu quero passar todo o meu dia com você e o papai, e ele terá que dormir cá.

  Deixei cair a colher de pau no chão com a surpresa em ela ter feito aquele pedido. Rapidamente, a apanhei e limpei o chão sujo, levando a colher até ao lavatório e lavando-a com detergente.

  - Amber…

  - Mamãe, eu quero tanto. Eu nunca estou com vocês os dois ao mesmo tempo! Só no meu dia de anos. Por favor! – Pediu ela com carinha de cachorro, fazendo-me desviar o olhar com um sorriso.

  - Não é justo pedir algo assim sabendo que eu tenho dificuldade em negar-lhe coisas.

  - Então aceite. Eu não quero mais nada. SÓ ISSO!

  - Minha linda, eu já falei para você um montão de vezes que eu e o papai não estamos juntos e que apesar de te amarmos muito, preferimos não nos relacionar diretamente.

  - Você não prefere…papai ainda te ama. – Falou ela muito convencida que isso era verdade.

  - Ai é?

  - Sim, dá para ver pelo jeito que ele olha para você. E no outro dia, o tio Emmet disse que você estava muito gostosa e papai parecia que o ia espancar. – Apesar do meu esforço, não consegui deixar de ficar atingida com aquilo.

  - Mas mamãe, por favor! Deixa. Você sempre diz que tudo o que estiver ao seu alcance para me fazer feliz, você faz! – Acabou dizendo ela, usando uma carta bem suja. Às vezes, me impressiono com a maneira como ela consegue ser persuasiva. Meu deu! Ela só tem 4 anos, quase 5.

  - Ok…

  Me virei derrotada, continuando a fazer o nosso jantar.

  - Então, vamos ligar para ele para perguntar.

  - Agora?

  - Não…daqui a um mês! – Disse ela, revirando os olhos verdes da mesma maneira que Edward, fazendo-me rir.

  Fui até ao meu telemóvel e disquei o número de Edward, pondo em alta voz na mesa da cozinha. Eu me virei de novo para o fogão, fingindo estar atenta no jantar, quando na verdade, estava com toda a minha atenção direcionada no telemóvel em cima da mesa.

  - Bella? – Ouvi a voz dele do outro lado da linha, fazendo meu coração bater rápido como sempre acontecia.

  Ok! Eu vou pôr as cartas na mesa. Eu e Edward geramos a Amber quando tínhamos 16 anos, e na altura permanecemos juntos. Quando Amber nasceu, Edward não estava nem aí para cuidar dela. Eu sabia que ele a amava, mas ele era uma criança e eu fui obrigada a crescer e a amadurecer, por isso, como quase o que acontece a todos os casais adolescentes com filhos, nos separamos.

  Isso não quer dizer que não o ame, ou que não doeu para caramba acabar tudo entre nós. Muito pelo contrário. Me dilacerou, mas na altura eu tinha algo mais importante em que pensar, ou seja, minha filha. Porque eu não queria que ela cresce-se vendo-nos discutir…não mesmo.

  Eu na altura pensava que seria fácil esquecê-lo mas olha bem para mim! Tenho 21 anos, uma filha de 5 e ainda sinto coisas pelo idiota do Edward Cullen que é o maior mulherengo da zona, indo para a cama com todas. Isso fazia com que o odia-se, mas eu sempre fui muito boa em esconder isso de Amber.

  - Sou eu papai!

  - Oi, minha princesa linda.

  - Sabe quem faz anos daqui a dois dias? – Perguntou com um sorriso estampado na cara.

  - Quem? O cachorro do vizinho? – Perguntou completamente irónico, fazendo Amber se levantar e ficar a olhar para o telemóvel estupefato, dizendo “PAPAI!”.

  - Eu estou zoando! Claro que sei. Acha que eu iria esquecer do dia mais feliz da minha vida? Apesar de naquele dia, a sua mãe ter ficado com um aspeto horrível. Você foi bem mazinha. – A última frase fez eles os dois rirem em conjunto.

  - Eu estou ouvindo… - Comentei eu, fazendo ele parar de rir.

  - Me desculpe aí.

  - Não quer saber porque telefonei?

  - Me conta, linda.

  - Eu consegui convencer a mamãe a deixar você passar o dia connosco e pode até dormir cá em casa. Não é bom?

  Peguei no telemóvel tirando da alta voz, indo em direção do meu quarto, dizendo a Amber que precisávamos de acertar coisas de adultos.

  - Oi, é Bella.

  - Oi…

  - Como Amber disse, eu aceitei, mas se estiver ocupado não faz mal.

  - Pelo jeito até parece que está desejando que eu não possa ir.

  - Eu? NÃO! – Mas era mentira, pois tudo dentro de mim estava gritando para que ele não fosse. Poderia acabar muito mal e toda esta fachada que existe para Amber achar que nos gostamos minimamente poderia acabar. – É só que se tiver melhores planos, nós entendemos.

  - Melhores planos que passar o dia com as mulheres mais importantes da minha vida?

  - Que engraçadinho…isso deve-se a quê? Hoje comeu mais garotas que o usual?

  - Porquê? Isso incomoda você? – Perguntou divertido, fazendo com que o sorriso na minha cara morre-se na hora. Bufei furibunda.

  - Me poupa…adeus e não se esqueça que tem que ir buscar Amber amanhã.

  - Adeus linda.

  Desliguei o telemóvel ficando a olhar para o nada. Eu estava tao feita. Eu sabia que aquilo poderia correr tao mal. Mas o que eu não faria pela minha menina?

***

  Já tinha saído do escritório de advogados onde trabalhava como secretaria, indo em direção da casa de Edward, ou seja, da casa dos pais deles. Pois, porque ele é tao responsável que ainda nem se deu ao trabalho de arranjar um espaço para ele…

  Hoje estava particularmente mal disposta. Sabia que a mínima coisa por parte de alguém me poderia fazer explodir, fazendo com que mais tarde me arrepende-se.

  Após sair do autocarro comecei a andar apressadamente pelas ruas de Seattle, rezando para que o meu temperamento fica-se um pouco melhor. Odiava estar assim perto de Amber pois ela era muito perspicaz e notava tudo.

  Quando estava chegando perto da moradia de tamanho medio, vi Edward também ir nessa direção, estando com mais dois amigos que eu conhecia particularmente bem. Emmet e Jasper.

  - Você não devia estar tomando conta de Amber? – Perguntei de sobrolho franzido sentindo que eu estava ainda mais perto de explodir.

  - Eu sai um pouco com eles. Minha mãe, ficou com ela, esta descansada. – Respondeu de forma despreocupada, pretendendo andar e abrir o pequeno portão, mas eu pus-me a frente dele e eu soube naquele momento que o que vinha dali iria ser feio, muito feio.

  - O QUÊ? VOCÊ ESTA GOZANDO COMIGO CERTO?

  - Bella?

  - Você só fica dois dias por semana com ela e ainda tem o descaramento de sair? Não o poderia fazer noutro dia, um dia em QUE NÃO ESTEJA COM AMBER? – Perguntei incrédula.

  - Eu não opino como você trata a sua vida, por isso não faça isso comigo.

  - Você não opina, porque não há nada opinar. Eu não sou como você!

  - O que quer dizer?

  Naquele momento estávamos completamente fora de controlo. Aquilo parecia que não iria acabar tao cedo e o nosso tom de voz cada vez se elevava mais.

  - Você sempre foi irresponsável. Foi essa a principal razão que fez com que terminamos tudo!

  - Ai é? Eu cá pensava que era porque você não consegue aguentar uma relação, por isso fugiu do nosso…

  - Sério? Como eu poderia aguentar uma relação que só existia por uma das partes? Eu já tinha um bebé, não poderia tomar conta de outro! Você não contribuía para cuidar de Amber e ficava todo o tempo se queixando de tudo como se eu tivesse a culpa. Esqueceu de como discutíamos, depois você saia deixando-me sozinha com Amber, para voltar caindo de bêbado? Eu tinha que cuidar dela e depois de você num estado deplorável, e por vezes dava ainda mais trabalho. Esqueceu de quando isso acontecia, sempre me traia com uma piriguete qualquer? Você não aguenta um trabalho, vive festejando e pegando mulheres, enquanto eu trabalho, sustento uma casa, educo a NOSSA filha e ainda tenho que levar com as suas acusações quando você age como se ainda tivesse 16 anos? Me poupe! – Disse tudo aquilo num tom elevado, e para meu desagrado as lagrimas começaram a cair do meu rosto devido as recordações ruins que se colavam a minha mente, levando-me de novo para aqueles malditos tempos.

  Edward, que há um minuto me olhava defensivo, estava quieto e sem reação, processando tudo o que eu tinha dito.

  - Eu não sabia isso…

  - Como não sabia? Esta aos olhos de todos. Você ficou se comportando como um completo adolescente…

  - Mas eu era adolescente!

  - E eu não? Eu tive que crescer e tornar-me alguém responsável que pudesse cuidar bem de uma criança e você nem tentou. Ficou a espera que eu fizesse todo o trabalho!

  Eu iria continuar. Eu não tinha acabado e há muito tempo que tinha muita coisa entalada, fazendo com que chega-se a um momento de explosão. Mas ouve algo que chamou minha atenção, fazendo-me calar.

  Um soluço audível que apesar de ter sido pronunciado razoavelmente baixo, não escapou aos meus ouvidos. Há cinco anos que eu era completamente atenta aquele som, sempre pronta a agir quando o ouvisse. Eu reconheceria-o em qualquer lado, em qualquer altura.

  Me virei rapidamente, temendo o que os meus olhos estavam prestes a observar.

  Amber estava junto o portão de entrada olhando para nós com os seus olhos muito abertos. No momento que vi o seu lábio tremer, seguindo-se do seu choro de dor, senti o meu coração partir-se. Nada na vida nos prepara para algo assim…Para um momento tao destrutivo…

  Avancei para ela, tentando consola-la, mas quando eu dava um, ela dava dois, chegando a um momento em que ela se virou e correu para dentro de casa.

  Subi o meu olhar, prendendo-o em Esme que estava na entrada, olhando-nos triste.

  - Eu tentei…eu tentei pará-la, mas ela ouviu o barulho. Ela foi muito rápida. Me desculpem! – Disse ela num tom suplicante. Aquilo também lhe doía bastante. Toda aquela situação, tanta dor, tanto rancor, tantos sentimentos reprimidos que levaram a um momento tao triste como este.

  - Não faz mal… - Apenas murmurei, correndo para dentro de casa, indo à procura de Amber.

  Encontrei-a no quarto de Esme, de joelhos ao pé da cama, tapando seu rosto com os braços. Todo o seu corpo vibrava devido ao seus soluços audíveis, que me fizeram chorar ainda mais.

  Cheguei perto dela e envolvi-a com os meus braços, apanhando-a de surpresa. Os seus olhos verdes fixaram-se em mim, cheios de lagrimas que dificultavam a sua visão.

  - Querida, não fique assim…

  - Então, é tudo culpa minha? – Perguntou ela apanhando-me de surpresa. Como assim? A culpa era dela.

  - Culpa sua?

  - Vocês não estarem juntos. – Respondeu ela numa voz chorosa, abraçando-me ainda com mais força. Acaricie o seu cabelo que estava solto.

  - Isso é mentira.

  - Não mente para mim! Você disse! Eu ouvi! Papai não cuidava de mim, por isso você nem quis mais ele! Se eu não tivesse nascido vocês estariam juntos. - Disse ela, afastando-se dos meus braços e me olhando com muito sofrimento.

  - Não, isso não é verdade. Nós apenas descobrimos que não nos amávamos tanto assim. Se nos amassemos, nada poderia ter destruído isso.

  - Me desculpa. Eu não quis fazer isso, eu não quis. Me perdoa por ter sido a culpada? – Falou ela ignorando completamente o que eu dizia.

  Olhei para a entrada e vi Edward que observava toda a cena. Os seus olhos estavam cheios de lagrimas. Ele avançou até nós e nos abraçou a ambas, aconchegando especialmente Amber junto a si.

  - Eu e a mamãe te amamos tanto. Você foi a melhor coisa que nos aconteceu! – Murmurou ele junto do seu ouvido. Ela nos agarrou fortemente, soluçando sem parar.

  Naquele momento todas as nossas brigas, desacordos, defeitos, TUDO estava posto de lado. Eram apenas duas pessoas juntas para acalentar a dor da pessoa que mais amávamos, Amber.


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