Atraídas Pela Morte escrita por Kuchiki Hiruno, Art4mis


Capítulo 1
Prólogo - Dia Fatidico


Notas iniciais do capítulo

Yooo Minna!! Aqui é a Hiruno , tive o prazer de postar o primeiro capitulo .
O prólogo foi a Laary que fez!
Boa leitura!
PS: Prestem bastante atenção no prólogo . Ele será muito importante mais para a frente ^^



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Ela relia a carta diversas vezes, seus olhos voando de um lado para o outro num ritmo frenético.

Era óbvio que o lugar se tratava de uma grande biblioteca, porém vazia; e bagunçada, também. Diversos livros, todos de aparência gasta, estavam pelo chão, a garota descalça no meio deles. Claro, ela tinha consciência que tinha feito uma bagunça, e provavelmente estragado livros que datavam de mais de dois séculos atrás. Tudo isso, porém, valeria a pena.

Era a biblioteca da família, todos mortos no momento. Tinha certeza que não se importariam; ela sempre fora a única que ia ao local, mergulhar sobre tanto conhecimento.

Mesmo assim, ela ainda sentia pena dos pobres livros. Terminou a leitura pela décima vez, certa que não havia perdido uma só palavra.

Lágrimas começaram a correr por seu rosto. Ele não poderia fazer isso com ela. Ele nunca a machucaria ou faria mal algum a uma pessoa.

Certo?

Levantou-se, tirando a poeira do longo vestido, e saltitou, os pés descalços, pelo mar de livros que havia se formado.

Poucos livros haviam sobrado nas estantes agora. Pegou um deles, um grande livro de cor violeta sobre as magias perdidas. Não, provavelmente não seria isso. Afinal, já lera 155 livros essa semana sobre o assunto.

Continuou a correr pelos livros, como se voasse, passando por prateleiras e prateleiras vazias. Mudou de andar, procurando.

Ora, pelo amor de Deus. Tinha que haver um livro sobre algo novo, ou pelo menos algo que fizesse algum sentido. Estava nessa busca há meses e começava a se desesperar.

Tudo havia começado numa manhã chuvosa, enquanto ela ainda morava com seu melhor amigo. Ambos ricos, possuíam uma mansão com alguns empregados muito gentis e eram muito felizes.

Estava tão frio que não saíra da cama o dia inteiro, então lia um livro de aventura por debaixo das cobertas, se aventurando pelos mares perigosos.

A protagonista estava prestes a morrer. Ela roía as unhas, mesmo já sabendo o que acontecia no final – já lera aquele livro 23 vezes.

Estava realmente muito frio.

Ela desistiu, e desceu as escadas para preparar um chocolate quente. Talvez ele quisesse um também.

Passava pelo seu quarto quando ouvira o monólogo que mudara tudo em que ela já acreditara. Seu melhor amigo conversava com alguém; conversava sobre algum tipo de ritual secreto que ela não poderia saber. Conversava sobre o quão irritante ela era, metendo o nariz onde não era chamada e atrapalhando seus planos, como seria melhor se não estivesse ali, se o grupo para destruir magos das trevas fosse apenas dele, quanto poder ele obteria...

Não conseguia se mover. O monólogo a prendia ali, não só pelas suas palavras, mas pelas formas que eram ditas. O tom malévolo, o desejo pelo poder. Aquele não poderia ser seu melhor amigo, poderia?

Ele nunca, nunca faria aquilo com ela. Nem em mil anos. Nunca.

Mas a voz era tão clara. E de repente, parou. Ouviu passos firmes.

– Mas o que...? – disse o homem.

Ela esperou, petrificada. Era óbvio. Ele percebera que ela estava ouvindo. Iria até ela. A mataria? Agora, ela não duvidava. Não conhecia a pessoa por trás da porta.

Um som. Névoa? Impregnando o quarto. O cheiro odioso se fez até ela. Doce, perturbador. A mente dela enevoou-se, a tontura atingindo-a de supetão.

Parou de respirar pelo nariz, mas no exato momento que abriu a boca para pegar uma boa lufada de ar, sua garganta queimou. Usou todo o seu poder mágico para criar uma barreira entre a névoa e ela, arfando. Gás tóxico? Ele nem ao menos tinha coragem de mata-la cara a cara? Isso era no mínimo desrespeitoso. Se fosse mata-la, que ao menos fizesse isso de forma nobre.

Usou o pouco tempo que tinha para respirar ao máximo, arfando audivelmente, antes de lembrar-se que estava correndo risco de vida. Rezou para que ele não notasse, respirando o mínimo possível.

– O que? O que é isso? Ordeno que você se retire! O que está acontecendo? Pare! Acorde, mulher! – surpresa, percebeu que o homem entendia tanto quanto ela do que acontecia.

Então ouviu aquela voz. Todos os pelos de sua nuca se arrepiaram de vez, e a maior sensação de medo veio até ela. Horrorizada, despencou ao chão audivelmente, não mais conseguindo ficar em pé. Entrou em pânico, e por mais que implorasse para isso acabar, a voz ainda alcançava seus ouvidos. Queria gritar, gritar tanto.

“Meu senhor”, a voz baixa e rouca dizia num sussurro, “ao início do sétimo mês, no dia mais poderoso do século, dia fatídico, um pacto mudará para sempre teu destino... Se tornará o mais poderoso dos homens, ultrapassando todo o poder que alguém conseguiria reunir, e assim todos os heróis se renderão à sua vontade... Porém, perderá o que mais lhe importa... se tiver coragem... um pacto ao início do sétimo mês... O trará todo o poder que sempre desejou, se assim ousar...”

A voz, a névoa, o medo, tudo se dissipou. Ela ouviu alguém arfar, uma voz feminina, no quarto.

– Oh, me desculpe, meu senhor. O que aconteceu? Me desculpe... devo ter cochilado... esse frio... eu vou indo. Desculpe incomodá-lo.

– Você desmaiou, querida. Tem certeza que se sente bem para voltar ao trabalho? Charles-san, você deveria ir ver um curandeiro... – a voz do garoto voltou a ser doce e afetuosa, mas ela não cairia novamente.

– Tenho certeza sim, senhor. Estou ótima... Desculpe mesmo pelo incômodo.

– Tudo bem então, Charles. Por favor, volte à suas atividades.

– É claro, meu senhor.

A mulher fez uma pequena mesura e correu para a porta, envergonhada. Abriu-a e encontrou a menina, desmaiada no chão, o rosto pálido e aterrorizado. Imediatamente levou-a para o quarto.

Quando a menina acordou, estava muito melhor. O médico insistiu em vê-la, mas por fim chamou aquilo de um pequeno ataque de pânico; o homem não deu nenhum sinal de notar sua espiada, e Charles parecia não se lembrar de nada sobre o ocorrido.

À noite, mandou imediatamente uma carta aos seus companheiros de grupo mais confiáveis, pedindo conselhos.

E eles começaram a pesquisar incansavelmente, nos mais diversos livros, um ritual que satisfizesse o pouco que conheciam. E finalmente, depois de meses de árdua pesquisa, descobriram o que poderia ter acontecido.

Ela não conseguia acreditar. Algo dentro dela ainda rezava para que tivesse entendido errado e tudo isso fosse apenas um mal-entendido.

Uma garota pode sonhar, não pode?

Ela suspirou, apertando a carta nas mãos com tanta força que quase a rasgou, e limpou as lágrimas. Segundo a profecia, era hoje o dia. Ela precisava enfrenta-lo. Nunca o deixaria enganar as pessoas dessa forma.

Seu coração doía enquanto subia as escadas, chegando ao quarto dele. Aquela amizade que tanto estimava, dissipara-se com a névoa que abandonara o quarto.

Ele olhava para a janela e suspirou ao ouvi-la.

– Olá, docinho. – disse. Ela odiava seu sarcasmo.

– Será mais rápido se fomos direto ao ponto. Eu descobri seu plano, querido.

Ele sorriu. Oh sim, meu querido. Ambos podemos brincar desse jogo.

– Ora, jura? O que eu gostaria de fazer?

– Você está planejando fazer um ritual que se aproveitará da boa vontade de nosso grupo . Isso é ridículo, e não vou deixar você fazer isso! Você não pode enganar as pessoas desse jeito!

– Nosso grupo ? Você se refere a esse grupinho ridículo criado por você? Pequeno? Insignificante? Nada ameaçador? Seu problema, garota, é que você pensa pequeno. Mas não se preocupe. Engrandecerei isso para você. Minha organização será temida por todos, um demônio invisível enquanto eu espero o momento para me tornar-

– Não se eu puder impedir!

– Ah, esse é o problema, querida – disse, acariciando seu rosto, um riso debochado em sua face; ela afastou-se, irritada – você não pode me impedir. Ninguém pode me impedir. Você espera ganhar de mim num duelo? Você espera se tornar maior que eu? Nem em seus sonhos mais nefastos! Você não possui ambição, e por isso nunca crescerá.

– Veremos, então.

Ela abriu os braços enquanto o poder mágico a elevava no ar e a sala brilhava com seu poder, iluminando o rosto do homem. Ventava assustadoramente, e seus cabelos gigantescos chicoteavam em seu rosto; atirou, por fim, tudo que tinha contra ele.

A luz englobou o corpo do homem e tudo virou luz. Ela desviou os olhos, animada, ao ver o branco aumentar cada vez mais até nada mais poder ser visto.

A luz se dissipou.

O golpe chegou até ela, e ela gritou enquanto todas as partes de seu corpo doíam e ela caiu no chão com um grito sufocado.

Ela se esforçou para fita-lo enquanto ele ria. Nenhum arranhão em seu corpo, apenas a camisa cortada.

– Aprenda uma coisa, garotinha – disse, pegando uma espada de cor tão escura quanto à noite e levantando-a acima da cabeça, preparando-se para o golpe final – a noite sempre destrói a sol, as trevas sempre se sobrepõem a luz.

– Então me mate. Sem remorsos. Faça.

O braço dele hesitou.

– AGORA! FAÇA! VAMOS! VOCÊ É COVARDE?

A lâmina foi solta, mas seu rosto foi esbofeteado com força.

– Saia... Daqui... E nunca mais volte! Não terei piedade da próxima vez! Saia! – e empurrou-a, aos chutes, até a porta, fechando-a em seguida.

Ela saiu, as lágrimas emoldurando seu rosto.




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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado!
Nós duas estamos muito empolgadas com essa fic!
Esperamos as lindas reviews de vocês!!
Beijinhos e até o capitulo 1 !! ^^
Hiruno ;D