Assim que o filme acabou, Santana e Brittany seguiram para casa. Quando as duas chegaram, não tinha ninguém lá. O pai de Santana estava para o trabalho. Às vezes Brittany ficava pensando que parecia que a única coisa que o tio fazia era trabalhar, mas por parte ela entendia afinal ele é médico. Ian provavelmente estava na casa da namorada. E Meryl poderia ter saído com Mônica.

Elas subiram para o quarto no intuito de fazerem as atividades da escola. Santana dissera que ajudaria Brittany com o dever de espanhol. As duas sentaram-se na cama da morena com os livros e cadernos.

Além da escrita, Santana a ajudaria a falar como um nativo da língua. Fora uma péssima ideia, para Brittany, já que Santana soltava uma gargalhada toda vez que Brittany tentava falar alguma palavra em espanhol. ‘’Para San!’’ A loira disse incontáveis vezes. Depois de alguns minutos Santana parou de rir e olhou para a loira que tinha uma expressão brava.

-Já terminou? Podemos voltar a estudar?–disse Brittany voltando sua atenção para os livros. Santana apenas revirou os olhos. A loira tinha levado muito a sério.

-Não me diga que ficou com raiva. –disse Santana.

-Eu não estou com raiva. –Brittany levantou o olhar. –É só que você fica rindo de mim... –a loira encolheu os ombros. Ato que fez com que Santana abrisse um pequeno sorriso.

-Eu não estou rindo de você B. -a morena começou a engatinhar em cima da cama para aproximar-se da loira. –É só que eu acho engraçada a forma como as pessoas falam quando estão aprendendo espanhol. –completou sentando-se na frente de Brittany.

-Mas é porque é difícil. –Brittany tinha um olhar de suplica, como se pedisse para que a matéria simplesmente entrasse em sua cabeça. –E eu tenho medo de reprovar, se eu não conseguir aprender...

-Não é difícil, eu aprendi rapidinho. –Santana tinha um olhar orgulhoso.

-É porque você teve seu pai, que fala espanhol, pra te ajudar... –a loira falou mudando sua postura.

-Eu não acho que isso seja vantagem. –disse Santana um pouco ofendida por Brittany achar que ela não foi capaz de aprender a falar espanhol sozinha. -Mas de qualquer forma, eu vou te ajudar.

-Vai? Mas você não tem seus próprios problemas pra lidar?

-Até parece que eu vou te deixar na mão. –Santana disse com um sorriso no rosto.

Brittany retribuiu o sorriso e um silencio se seguiu entre elas. Depois de alguns segundos -que jurava-se serem horas- Santana levou uma de suas mãos até o rosto de Brittany e acariciou. A loira sentiu seu coração disparar, o toque da morena causava ao seu corpo uma sensação que ela não sabia descrever, mas gostava.

-Eu to com muita vontade de te beijar agora. –Santana falou olhando para os lábios da loira.

-E o que te impede?  –Brittany tinha um sorriso provocador. Ela desejava tanto quanto a morena aquele beijo.

Santana olhou para os olhos de Brittany e logo em seguida voltou seu olhar para a boca da mesma, e começou a se aproximar. Ela parou quando já sentia a respiração da loira contra seu rosto. Apenas um leve movimento e seus lábios se tocariam.

Era como se o tempo tivesse parado, e elas apenas ficassem ali, com os rostos próximos, olhando uma nos olhos da outra e sentindo suas respirações se encontrarem. Brittany, apesar de achar aquele momento especial e único, estava louca para beijar a latina. E o movimento que fez com que seus lábios se tocassem, fora dela.

A principio o beijo foi lento, mas logo a morena segurou na nuca da loira e aprofundou, pedindo passagem com a língua. Brittany concedeu a passagem.

Santana empurrou os livros que estavam em seu caminho fazendo com que caíssem no chão, e se debruçou sobre a loira, fazendo-a deitar na cama. As mãos da morena começaram a vagar pelo corpo de Brittany fazendo a mesma soltar fracos gemidos conforme Santana tocava em alguma parte sensível. A loira agarrou os cabelos negros de Santana com uma das mãos, enquanto a outra estava nas costas da morena, a puxando mais para si. Santana passou então a beijar o pescoço de Brittany, mas antes que pudesse avançar para outra parte do corpo da loira, um barulho soou do lado de fora do quarto.

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Uma voz feminina ecoava pelo quarto grande. Rachel estava em pé no meio do cômodo, com os olhos fechados e as mãos movendo-se em frente ao corpo enquanto cantava uma música. Quinn estava em pé ao lado da cama, apenas observando a outra. A loira sempre gostou das apresentações de Rachel, mesmo que não admitisse em voz alta, ela sempre admirou como a pequena demonstrava a emoção que sentia quando estava cantando.

Com um agudo perfeito, Rachel terminou a canção. Respirou fundo, recuperando o ar, e abriu os olhos encarando Quinn.

-Então? O que achou? –perguntou ela.

-Acho que foi perfeito. Encontramos nossa canção. –a loira respondeu com um sorriso.

-É claro que ainda temos que ensaiar antes da apresentação no clube glee. –Rachel aproximou-se da cama e começou a recolher os papéis que estavam espalhados.

-Claro. –Quinn respondeu, ajudando-a. A loira parou para organizar os papéis que tinha nas mãos e olhou para Rachel. A pequena encarava uma das letras de musica, que estava recolhendo, com um sorriso fraco no rosto.

-Sabe, Finn cantou essa musica para mim quando começamos a namorar. –ela disse balançando de leve o papel.

-Rachel... –Quinn começou, mas foi cortada pela outra.

-Eu só queria que não fosse verdade. –ela disse olhando para a loira. E pela segunda vez naquele dia, Quinn sentiu em seu coração um aperto pela imagem de Rachel com os olhos cheios de lagrimas. –Eu queria que ele não estivesse me enganando, que as palavras que ele me disse quando se declarou para mim ainda fossem verdadeiras. –Rachel se entregou as lágrimas.

Quinn se aproximou da pequena e a envolveu em um abraço. Rachel a principio não retribuiu, não que ela quisesse recuar, mas porque ela não tinha forças. Depois de alguns soluços a pequena enterrou seu rosto no pescoço de Quinn e envolveu seus braços em volta do corpo da loira, a apertando forte.

-Rachel, você não pode ficar assim... –Quinn disse o que pensava. Sabia que não era escolha da garota estar sofrendo, mas as palavras eram o significado do desejo que ela tinha de fazer a dor da pequena ir embora. –Se você quiser, eu falo com ele. –Rachel fungou, tentando engolir o resto do choro que teimava em sair.

-Não. Essa é uma coisa que eu tenho que fazer. –Rachel disse afastando-se de Quinn apenas o suficiente para limpar as lágrimas. –Eu mesma quero o ouvir confessar.

Quinn deu um leve suspiro.

-Tem certeza? Eu posso acompanha-la se quiser.

-Não, ta tudo bem. Eu posso fazer isso. –Rachel esforçou-se a dar um sorriso de lado. –Eu acho que é melhor você ir, está ficando tarde, sua mãe pode ficar preocupada.

-É. Eu já vou indo. –disse virando para pegar o celular em cima da cama e caminhou em direção à porta. -Você não precisa me acompanhar até a saída. –ela disse ao ver a outra se arrumando em frente ao espelho, provavelmente Rachel não queria que seus pais soubessem que andou chorando.

-Não, eu quero.

As duas desceram as escadas e para a sorte de Rachel, seus pais não estavam na sala. A pequena abriu a porta e Quinn saiu, virando-se para se despedir, mas antes que pudesse Rachel disse:

-Obrigada Quinn.

Quinn a olhou e sorriu.

-Se você precisar de qualquer coisa pode me chamar. –a loira disse.

E Rachel sabia que aquelas palavras eram sinceras, que a loira realmente queria que ela a chamasse se precisasse, ou mesmo sem a necessidade, apenas para te-la por perto.

-Até amanhã. –Rachel disse.

-Até amanhã. –Quinn respondeu e virou-se. Em poucos segundos ela estava fora do campo de vista de Rachel. A pequena fechou a porta e subiu para o seu quarto.‘’Amanhã o dia será cheio para você Rachel Berry’’Ela disse para si mesma ao deitar-se na cama.

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O barulho de alguém subindo as escadas –uma mulher, pelos sons do salto na madeira. Fez com que as meninas separassem-se e sentassem na cama em tempo recorde.

-Santana? –era a mãe da latina. –Santana? –a mulher chamou outra vez abrindo a porta do quarto. –Ah vocês estão aqui... Porque estão ofegantes? –Meryl perguntou ao ver a dificuldade com que sua filha e sobrinha respiravam.

-É por que... Por que estávamos... Ensaiando uma música para o clube glee. –disse Brittany.

-É isso. E a gente estava tentando alcançar umas notas altas. Por isso estamos sem fôlego. –Santana estava em uma reza silenciosa para que a mãe acreditasse naquela desculpa.

Meryl ficou olhando para as duas por uns segundos, mas logo deu de ombros.

-Vocês iram demorar? Porque eu irei precisar de ajuda para fazer o jantar hoje.

Santana deu um leve suspiro de alivio.

-Não, já estamos acabando tia. Daqui a pouco eu desço para lhe ajudar.

-Obrigada querida. Eu vou precisar de você também. –disse apontando para Santana. A mesma apenas acenou com a cabeça e a mulher saiu do quarto.

Brittany e Santana trocaram um olhar e um sorriso cúmplice. A morena então se aproximou novamente da loira e a beijou. Brittany segurou sua nuca e sem precisar pedir, a boca da morena abriu-se e sua lingua foi de encontro com a dela. Santana já estava debruçando-se novamente sobre Brittany, quando os passos de alguém foram escutados do lado de fora.

As duas voltaram a separar-se, em uma velocidade enorme, que se Quinn visse provavelmente diria que as duas estavam praticando para ganhar alguma competição de não serem pegas no flagra, pensou Santana.

-Brittany, precisarei que ajude Mônica com uma lição da escola... –Meryl começou a dizer entrando novamente no quarto da filha e deparando-se mais uma vez com a visão de duas garotas ofegantes. –Acho que é melhor pararem com esses treinos de notas altas, porque se não iram morrer por falta de oxigênio. –ela disse.

-Já estamos indo mãe. –Santana respondeu levantando-se.

-Brittany você poderia, por favor, ajudar Mônica com as tarefas? Santana pode me ajudar na cozinha.

-Claro tia, sem problemas.

-Obrigada, ela está no quarto.

Santana e Brittany encararam-se mais uma vez com expressões de riso.

-Eu acho melhor irmos antes que ela resolva aparecer mais uma vez. –Santana estendeu a mão para a loira. Brittany aceitou e as duas caminharam juntas até a porta, onde Santana seguiu para as escadas em direção à cozinha, e Brittany tomou a direção oposta, indo para o quarto de Mônica.