A natureza é a força para quem precisa. Do mesmo jeito que ela retira energia, ela se faz dar energia por meio da junção. 

Acordei me sentindo leve, descansada, sentindo como se estivesse renovada. Por incrível que pareça, eu acordei hoje com o sol em minha janela. No lugar mais chuvoso dos EUA está tendo sol, não é maravilhoso, hoje o dia promete ser perfeito.

Apesar de ter acordado cedo e perceber que o dia iria ser bom, uma coisa eu estranhei, a natureza, ela parecia mais viva que nunca, toda vez que eu olhava para fora, aquelas árvores pareciam que estavam me chamando, como se fosse pra mim fazer parte dela, me juntar á ela, ao mesmo tempo que era sinistro, eu estava deslumbrada com tanta energia.

Arrumei toda a casa, aproveitei o tempo bom e lavei a roupa, como era só eu e Charlie era pouco coisa para lavar, e na quarta-feira vem a arrumadeira, ela lavaria as roupas de cama.

Enquanto estendia as roupas no fundo de casa, onde já se começava a entrada para a floresta, uma brisa quente veio e ficou ao meu redor fazendo as folhas caídas na grama se agitarem, era a melhor sensação que eu já tinha sentido, como se estivesse conectada com a brisa.

Não pude fazer outra coisa a não ser fechar  os meus olhos e aproveitar aquilo, as vezes a natureza me fascina.

 - Isabella... – alguém me chamou.

Abri os meus olhos mas não vi ninguém. Será que ouvi demais? A brisa começou a ir em direção á trilha da floresta, ela estava leve, cheirosa, como se fosse um calmante.

- Isabella – ouvi de novo alguém me chamando – Aqui.

Quando olhei ar a trilha havia uma mulher linda, com seus cabelos longos, lisos e negros, parecia uma boneca de porcelana de tão branca que era, chegava a ser transparente. Com certeza ela era uma fantasma, pelo menos tinha a mesma energia da minha mãe. Mas algo em seu olhar me despertou medo, acho que ódio? Não sei dizer.

 - Quem é você? – eu perguntei me aproximando.

 - Venha Isabella – ela disse sorrindo. E por um minuto eu me prendi em seus olhos e me veio à necessidade de segui-la.

- Bella? – ouvi me chamarem de novo, mas eu estava como uma estátua, eu só sabia que tinha que ir com ela. – Bella? Bella?

 - Bella você está me ouvindo? – e fui sacudida

 - Eu...  – acabei saindo do transe com muita dificuldade – Jake? – eu nem vi quando ele ficou n minha frente.

 - O que aconteceu? Seu nariz está sangrando Bells, o que você tem? – Jake perguntou assustado, me segurando pelos braços como se eu fosse cair a qualquer momento.

 - Estou bem, sim, eu acho, não sei. – coloquei minhas mãos em meu nariz e realmente os dois estavam sangrando – Você a viu Jake? – eu perguntei e voltei a olhar para a floresta, mas ela não estava mais lá.

- Quem? – agora ele me olhou confuso – Não tem ninguém aqui, a não ser eu e você.  – ele andou até a metade da trilha, farejou, olhou ao redor e voltou para perto de mim. – Vamos para dentro, o cheiro está horrível aqui Bella, vamos limpar o seu nariz.

Muito estranho tudo isso, mas acabei deixando Jake me levar para dentro.

 - Agora me fala o que aconteceu lá fora? – Jake perguntou depois de me ajudar a me limpar, sentando no sofá ao meu lado.

 - Eu vi um fantasma.

 - Simples assim? Você viu um fantasma. – ele estava incrédulo – Desde quando você vê fantasmas Bells?

 - Não sei, eu sempre vi a minha mãe, mas depois do acidente eu não vi mais ela, e agora essa mulher apareceu hoje, e ela sabe quem eu sou – eu disse rápido, um pouco eufórica por perceber que eu ainda não tinha visto minha mãe depois do acidente. Jake ficou em silencio.

 - E o que você veio fazer aqui? – falei brava me lembrando de que tínhamos brigado ontem – Achei que era pra mim ligar quando chegasse? – Falei sarcástica com ele, que me olhou sério.

 - Bella, não fala assim comigo, eu vim me desculpar, queria saber se você estava bem e estava com saudades.

 - E ver se me convencer a não ir falar com o Cullen – eu disse séria.

 - Também... Bella eu vou hoje a noite para Nova York, eu tenho que ir ver um salão amanhã cedo, eu vou abrir uma filial minha lá. E é muito importante pra mim, eu gostaria que você fosse comigo. Como você já morou por lá, conhece melhor a área e poderia me ajudar.

 - Jake, eu fico muito feliz por você, mas não posso ir agora, não hoje.

 - Bella, por favor, eu não quero você metida em encrenca e comigo você ficará segura.  – Jake disse se levantando impaciente.

 - Jake, eu entendo que você queira o melhor pra mim, mas eu não posso ir mesmo. Eu quero respostas, e eu tenho certeza absoluta que ele sabe as respostas para todas as minhas perguntas. – eu disse ficando de pé de frente pra ele o encarando.

 - Bella – ele me abraçou forte, como se eu fosse escapar dele.  – Eu te amo tanto – ele me olhou e segurou meu rosto, me beijando em seguida, foi um beijo ardente, quente, mas era uma despedida, eu sentia isso. Aos poucos foi ficando calmo, nos separamos quando precisamos de ar.

 - Jake...

 - Não Bella, não me diga o que não sente. Eu tenho certeza que me ama também, ma não é o suficiente para mim. Eu sei que demorei muito e Cho que esse foi o meu pior erro, não quero que fique comigo só porque eu quero e sim porque você também irá querer.

 - Não quero que...

 - Eu vou hoje à noite para Nova York, só volto daqui a dois meses, como vou abrir uma filial, isso demora, não tem como eu ir e vir toda hora. Então quando eu voltar à gente conversa e vê o que você quer, se você ainda me quiser. – ele disse com os olhos cheios de lágrimas. Eu já estava chorando, não acredito que Jake estava terminando comigo. – eu sei qual é a sua decisão agora; espero que ela tenha mudado quando eu voltar.

 - Jake, você é o meu porto seguro, você viu hoje. Como vou ficar sem você? – eu não queria o deixar ir, ele era o meu sol particular.

 - Bella, é por isso que eu tenho de ir, você tem que prometer que vai ficar bem. E eu vou deixar o Seth 24 horas por dia atrás de você. – ele disse rindo.

 - Mas Jake..

 - Não chora Bells, logo eu volto, e eu vou estar sempre ligando – dizendo isso ele me abraçou novamente, me deu um selinho e saiu pela porta d cozinha que dava para a floresta. Eu tentei ir atas, mas ele já tinha se transformado em lobo.

 - Jake – eu gritei, mas ele já tinha ido longe.

Passei o resto da tarde, sentada no sofá, olhando a aliança fora do meu dedo, que Jake tinha me dado. Mas será que não foi melhor assim? Apesar de eu amar Jake, não era do jeito que ele queria, eu não o queria machucar e nem prendê-lo comigo. Em meio aos meus pensamentos o telefone começou a tocar.

 - Alô?

 - Bells?

 - Oi pai.

 - Hoje eu não vou jantar em casa, vou sair pra jantar com  Sue e acho que não volto hoje, tudo bem pra você? – ele disse todo alegre.

 - Sério? Que legal pai, espero que vocês se divirtam e se acertem de vez.

 - O que foi Bells? Estava chorando?

 - É que o Jake terminou comigo e vai pra Nova York hoje – eu disse triste, mas acho que estava um pouco aliviada com esse termino, não queria ficar enganado Jake.

 - Você quer que eu vá ficar com você em casa? Eu levo aquele pote de sorvete que você adora.

 - Não precisa pai, eu estou bem, e eu vou jantar com o Edward hoje.

 - Achei que você não iria ir mais.

 - Eu vou  sim, se essa era a intenção de Jake, ele não conseguiu e eu vou sim. Nada melhor do que enfiar a cara no trabalho depois de tomar um fora. Mas não se preocupe, o Seth vai estar comigo.

 - Pode ser perigoso Isabella... – Charlie disse nervoso

 - Pai, eu sei me cuidar e não vou estar sozinha.

 - Tudo bem então, já sei que você me puxou neste quesito. O menina cabeça dura. Tchau, te amo Bella, se cuida, qualquer coisa me liga.

 - Tchau pai, aproveite a noite.

Olhei o relógio e já era seis e quarenta e cinco, estava na hora de me arrumar. Subi, tomei um banho e fui escolher a minha roupa. Coloquei um vestido que ia até os joelhos, eu salto alto, peguei minha bolsa de mão. Fiz uma maquiagem super simples, mas com brilhos, não sei porque mas queria ficar bonita, e pra finalizar coloquei minha jaqueta de couro preta (roupa), prendi meus cabelos e ouvi uma buzina.

Desci as escadas, e não sei porque mas meu coração foi a mil batidas, fiquei uns instantes atrás da porta tentando acalmar meu coração, mas estava absurdamente ansiosa para ver Edward. Abri a porta, e fiquei muda, porque a única coisa que consegui fazer foi sorrir e ficar encarando o rosto de anjo que Edward tem. Ele é lindo, e seu rosto é uma perfeição. A natureza sabia o que fazia. Pelo menos hoje ela estava ao meu favor.