Falar Com Você escrita por GiMile


Capítulo 1
Capítulo Unico


Notas iniciais do capítulo

Fiz ela para passar o tempo, espero que gostem.



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Toshirou:

Era uma tarde como todas as outras, eu estava em casa, meus pais tinham ido trabalhar e eu estava sozinho. Geralmente eu saia para fazer algo, mas nesse dia eu decidi ficar em casa, fui para a cozinha, que ficava no andar de cima. Sentei-me na cadeira e fiquei olhando para a janela, a vista era linda, uma montanha ao longe e arvores com folhas verdes um pouco mais perto, ao meu lado esquerdo o mar azul e ao longe uma ilha. Sorri. Aquela paisagem era linda, mas a cada dia eu me distanciava cada vez mais da pessoa que mais amo, lógico que ela vinha depois dos meus pais, eu não falava mais com ela, nem mesmo um “oi”, no maximo agente trocava algum olhar, mas mesmo assim a cada dia isso se tornava mais distante. Suspirei e fui em direção à geladeira e peguei um copo de água. O telefone da casa visinha começou a tocar, a casa dela.

Desci a escada em direção à sala, quando eu estava no corredor ouvi um barulho vindo de um dos quartos, fui olhar. Olhei dentro do quarto e vi um homem com uma mascara, ele tinha uma pistola, arregalei os olhos, ele apontou a arma para mim. Eu corri em direção à porta, ele atirou, pegou na minha perna, continuei a correr, não importava a dor que eu sentisse. Consegui abrir a porta, Hinamori estava na varanda ao lado, ela olhou para mim com uma expressão de susto, ela olhou para minha perna sangrando e deixou o telefone cair no chão. Não aguentei mais, cai e me encostei no pilar da varanda, o ladrão apareceu na porta e apontou a arma para mim.

Fiquei olhando para ele, esperando ele atirar, eu não conseguiria correr nem derruba-lo. Olhei para onde Hinamori estava, ela tremia. O ladrão colocou o dedo no gatilho, ouvi o barulho no tiro, e depois apaguei, eu ouvia algo.

-Shiro-chan!

Pouco antes de apagar totalmente pensei “faz muito tempo que ela não me chama assim”, ouvi passos apressados, provavelmente do ladrão.

Hinamori:

Fiquei parada, não conseguia me mexer, o ladrão saiu correndo. Peguei o telefone que estava no chão e liguei para a emergência.

-Alo, um homem atirou no meu amigo!

-Onde vocês estão?

Falei meu endereço e eles me falaram que chegariam lá e no máximo dez minutos, o hospital era bem perto.

Corri para o lado dele, o sangue estava pelo chão todo, ele respirava com dificuldade, o tiro da perna tinha sido de raspão, mas o outro tinha pego no tórax dele, me ajoelhei.

-Não morra, por favor... – Comecei a chorar, ele estava sangrando muito.

Foram os dez minutos mais demorados da minha vida, a ambulância chegou e os paramédicos saíram correndo dela com uma maca.

-Você vai vir junto ou vai ficar aqui? – Perguntou um dos paramédicos.

-Eu vou junto – Falei enxugando as lagrimas.

Subi na ambulância e fomos para o hospital. Chegando lá ele foi levado para a emergência e eu fiquei na sala de espera, depois de umas duas horas um dos médicos me chamaram.

-Ele está bem?!

-Sim, quer vê-lo?

-Sim!

O médico me guiou por um corredor, entramos em um quarto, Toushirou estava deitado e inconsciente. Sentei-me na cadeira ao lado da cama em que ele estava. O médico saiu do quarto, tirei minha blusa e coloquei na cadeira. Ele parecia bem melhor, os ferimentos já estavam cobertos e cuidados.

O médico entrou novamente com uma prancheta na mão.

-Tenho aqui algumas informações sobre o estado dele. Parece que nenhum dos ferimentos foi grave, não pegou nenhum órgão, então ele vai acordar daqui a mais ou menos uma hora, e ele poderá ir para casa, mas não poderá fazer esforço.

-Tá bom.

-Ah, outra coisa, vou deixar essas muletas aqui para ele, ele não vai poder andar sem elas, ele vai ter que voltar aqui daqui a uma semana.

Ele anotou tudo em um papel e me deu. Coloquei no bolso da calça e me sentei, olhei para ele novamente, estava tranquilo, segurei a mão dele, estava gelada, mas depois de algum tempo foi ficando quente. Fiquei um tempo olhando para ele.

-Faz muito tempo que agente não se fala né? Eu odiei isso, não aguentava mais ficar sem falar com você. Sei que talvez você não esteja ouvindo, mas eu quero que saiba que eu nunca vou deixar você, sei que pode parecer estranho, mas eu tinha vergonha de falar com você, achava que você não gostasse de falar comigo, talvez não goste, mas eu... Eu adoro falar com você, até hoje eu tenho uma foto nossa de quando agente era menor, ela fica na mesinha do lado da minha cama. Eu não sei, mas eu acho que eu gosto de você, mas não apenas como amigo algo maior. – Eu agora estava quase chorando, mas sorrindo.

Enxuguei as lagrimas e me levantei para olhar pela janela. Meu celular começou a tocar, peguei e atendi, era minha mãe, sai da sala para falar com ela.

Toushirou:

Acordei pouco antes de Hinamori sair para falar com o celular, não sei quanto tempo, mas eu ouvi tudo o que ela disse, fiquei um tempo deitado, mas logo resolvi levantar, eu não sentia muita dor, provavelmente deviam ter me dado algum remédio. Achei um papel e uma caneta, resolvi escrever uma coisa para Hinamori, depois eu colocaria na blusa dela que estava na cadeira. Apoiei na mesinha do lado da cama.

“Hinamori, eu quero que saiba que eu estou bem, infelizmente tenho que ir para casa, eu queria muito ver você e entregar isso para você pessoalmente. Eu ouvi tudo o que você disse, e eu também odiei ficar todo esse tempo sem falar com você, eu também nunca irei deixar você, na verdade acho que só consegui sobreviver porque eu vi você hoje.Eu também gosto de falar com você, você é a pessoa mais incrível que eu conheço.

Eu também ainda tenho aquela foto, ela está na minha escrivaninha e na tela do meu computador, é minha foto preferida, eu até lembro do dia que tiramos essa foto. Você ainda pode estar em duvida sobre isso, mas eu tenho certeza que eu gosto de você, na verdade eu não gosto de você, Eu AMO você, mas se não sentir o mesmo, quero que saiba que eu não quero estragar nossa amizade, mesmo que ela esteja se distanciando, então se não gostar de mim, pelo menos fale comigo de novo. Tudo que eu quero é ver você feliz, não importa que seja com outra pessoa, mas pelo menos seja minha amiga de novo.

De: Toushirou.”

Ao terminar coloquei a carta na blusa dela e peguei as muletas e o papel que o médico tinha deixado. Ao abrir a porta o médico estava na frente dela.

-Já vai para casa? E a sua namorada?

-Namorada? Ela não é minha namorada, é minha amiga.

-Ah, tudo bem, eu aviso para ela que você foi para casa.

-Tá, tchau.

Fui caminhando pelo corredor cheio de pacientes e de médicos.

Hinamori:

A conversa com minha mãe foi longa, ela queria saber onde eu estava e o que aconteceu. Ao abrir a porta do quarto não vi ninguém, apenas o médico, fiquei preocupada.

-Onde está ele?

-Acalme-se, ele foi para casa. Ele falou para mim avisar.

Agora eu sabia se eu estava aliviada por ele estar bem ou brava por ele não me esperar. Peguei minha blusa e coloquei, senti algo no bolso, era uma carta. Ao ler minhas lagrimas corriam pelo meu rosto, lagrimas de felicidade. Guardei a carta no bolso, mas continuei segurando-a. Ao sair do hospital vi Shiro-chan conversando com um garoto da escola. Eles se despediram e o garoto foi para uma loja do outro lado da rua e ele continuou a andar. Corri para alcançá-lo, coloquei minha mão no ombro dele, ele se virou assustado, e continuou assustado ao me ver.

 -Hinamori...

Abracei ele.

-Não se preocupe, eu li sua carta. E eu quero falar que eu já tenho certeza do que sinto, eu também te amo.

Nos olhamos por um tempo e fomos nos aproximando até nossos lábios se encostarem, foi um beijo calmo, mas intenso. Depois nos separamos e ficamos nos encarando por um tempo, ambos sorrindo. Fomos para casa, infelizmente não podíamos andar abraçados por causa das muletas.

Ao chegarmos em casa nossos pais estava na varanda da casa dele olhando para o chão onde o Shiro-chan foi baleado. Eles correram para onde estávamos. Fizeram varias perguntas, mas depois de tudo ficamos a sós, agente se beijava, conversava e ria.

-Não sei se é certo dizer isso, mas acho que foi bom aquele ladrão ter entrado em casa. – Falou ele.

-Credo Shiro-chan! Não diga isso!

-Tá bom, não digo mais.

Os outros dias foram bons, todos nos faziam perguntas e nos davam parabéns. Fomos ao cinema e outros lugares.


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Notas finais do capítulo

Sei que ficou meio pequena, mas espero que tenham gostado.



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