Fall escrita por SmileBieber


Capítulo 1
Capítulo 1 - Único


Notas iniciais do capítulo

Coloque no YouTube a música Fall do Jay pra carregar, (http://www.youtube.com/watch?v=3OmeRz8lj_Q) e quando a letra aparecer, dê play :)
Roupa Tess: http://weheartit.com/entry/25045500/via/LadyKidrauhl
Roupa Jus: http://weheartit.com/entry/32275773/via/LadyKidrauhl



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Nublado. Essa é a palavra que define perfeitamente o céu por trás dessas janelas. O dia em Stratford amanheceu gelado, o que não é uma novidade. Continuei observando a cidade pela janela do meu quarto e logo pude perceber um aglomerado de pessoas em frente ao Avon Theatre, que fica próximo à minha casa. As pessoas aqui em Stratford não costumam muito sair de casa em dias frios como esse, e muito menos frequentar o teatro, apenas em dias especiais.

E hoje com certeza é um dia especial, é a final do Stratford Idol. Meu melhor amigo Justin, por quem eu tinha uma paixão secretamente secreta desde os meus dez anos, foi selecionado para a final e vai se apresentar daqui a algumas horas. Ele é um ótimo garoto e canta muito bem, mas o problema é que ele é um pouco tímido. Se não fosse por mim, ele não teria se inscrito no concurso, e teria desperdiçado a chance de mostrar a todos o seu incrível talento.

– Tess, querida, venha jantar. – pude ouvir minha mãe gritar da cozinha do apartamento onde morávamos.

– Estou indo! – respondi fechando as cortinas e indo lavar as mãos no banheiro.

Cheguei à cozinha e pude sentir o cheiro delicioso da lasanha da minha mãe, o que fez minha barriga roncar.

– Nossa, que fome hein? – minha mãe disse, dando uma leve risada.

– Muita! – disse e peguei um pedaço da lasanha – Se Justin estivesse aqui, não ia sobrar nada disso. – disse rindo um pouco acompanhada pela minha mãe.

– É verdade. Aquele menino é louco por lasanha! – ela disse e se serviu – Por falar em Justin, Patrícia me ligou e disse que daqui a duas horas vai estar lá no teatro.

Assenti com a cabeça e voltei a comer silenciosamente. Patrícia é a mãe de Justin, uma fofa por sinal. Ela é como se fosse uma segunda mãe pra mim, e me entende quase tanto quanto minha mãe de verdade.

Terminei de comer, deixei meu prato na lava-louças e subi para o meu quarto. Escovei os dentes e fui tomar um banho quente, já que o dia estava frio. Terminei o banho e tive um espasmo por sentir o choque da temperatura quente do banheiro, com a fria do quarto. Verifiquei se a cortina encontrava-se fechada e fui até meu guarda-roupa escolher uma roupa arrumada e ao mesmo tempo quente para ir à competição. Quando abri a porta, uma muda de roupas caiu sobre mim. Coloquei as roupas em cima da cama e escolhi, depois de muito tempo, uma blusinha florida, uma saia preta cintura alta com um laço na frente e uma meia calça preta também por baixo, junto com um cardigã rosa, aberto. Deixei a roupa separada e coloquei um roupão. Sequei meus cabelos e os deixei soltos mesmo. Olhei para a cama e vi todas as minhas roupas espalhadas bagunçadamente em cima dela. “Que se dane, depois eu arrumo isso” pensei, olhando para o relógio que marcava 19h48min. Vesti a roupa com cuidado para não amassar e calcei uma ankle boot preta. Coloquei alguns anéis, uma pulseira e um colar. Fui em direção ao banheiro e achei a minha nécessaire rosa onde ficavam as maquiagens. Não sou uma pessoa que gosta muito de se maquiar, prefiro tudo ao natural, mas hoje eu queria fazer diferente. Passei um pouco de blush rosa clarinho, algumas camadas de rímel a prova d’água e um gloss labial transparente. Espirrei um pouco do meu perfume Wonderstruck da Taylor Swift nos pulsos e no pescoço, e peguei meu celular, colocando-o em uma bolsinha pequena bege.

Saí do meu quarto e encontrei minha mãe lendo um livro na poltrona da sala.

– E aí, como estou? – disse chamando sua atenção e dando uma voltinha.

Ela sorriu e logo respondeu dando uma risadinha.

– Está linda! Isso tudo é pro Justin? – perguntou me deixando corada.

– Mãe! – exclamei – Lógico que não, né? – disse nervosa, com medo que ela estivesse desconfiando de algo.

– Ok então – disse levantando as mãos numa forma de rendição – Quer que eu lhe deixe lá no teatro?

– Não precisa mãe, é logo aqui na rua.

– Tudo bem, mas me deixe ligar pra Pattie para ver se ela já chegou lá – disse e eu assenti me sentando no sofá enquanto ela pegava o telefone e discava o número da Pattie.

Depois de algum tempo ela atendeu e eu só pude ouvir o que minha mãe falava, óbvio.

– Alô, Patrícia? Sou eu, Susan.

...

– Tudo bem sim, e com você amiga?

...

– Nossa, que bom! E como está Justin, muito ansioso?

...

– Não se preocupe – ela disse e deu uma risadinha, olhando pra mim – avise-o que ela vai sim, já está até pronta aqui ao meu lado.

...

– Ok amiga, quando chegar ao teatro nos ligue ok?

...

– Beijos, tchau – ela disse e desligou o telefone.

– Estavam falando de mim? – perguntei.

– Sim, Justin estava nervoso, com medo que você não fosse – ela disse e no mesmo segundo um sorriso enorme brotou no meu rosto.

– Sério? – perguntei tentando, sem sucesso, disfarçar minha felicidade.

Ela apenas assentiu e se levantou da poltrona onde estava vindo até o sofá e pegando minhas mãos, sentando-se ao meu lado.

– Olha filha, – ela suspirou – eu sei que você e Justin são amigos há muito tempo, sempre foram grudados, o que é normal, pois vocês são melhores amigos, mas o que eu queria saber é... – ela suspirou novamente e olhou pra mim – você o vê apenas como amigo?

Essa pergunta me fez parar e trancar a respiração. Ela havia desconfiado. Eu sempre fui apaixonada por Justin, desde os meus dez anos.

Sempre fomos melhores amigos e muito carinhosos um com o outro, quem via perguntava até se éramos namorados. Ele sempre foi um príncipe comigo, ele que me entende quando eu quero desabafar, ele que faz cafuné na minha cabeça quando eu me envolvo com alguém e não dá certo, numa tentativa falha de esquecer ele e seguir em frente.

– Quero que saiba que eu sou sua mãe e você pode me contar tudo – ela disse passando uma mão no meu cabelo, vendo a minha demora em responder.

Soltei a respiração que estava presa desde então e apenas respondi.

– Não. – disse passando as mãos no cabelo, colocando-os pra trás, uma mania que tenho quando estou nervosa – Eu sou completamente apaixonada por ele mãe – disse e me joguei um seu colo, deixando algumas lágrimas escaparem. Ainda bem que o rímel é a prova d’água. Minha mãe apenas afagou meus cabelos.

– E ele sabe? – ela perguntou depois de algum tempo.

– Não! – disse apressada me levantando do colo dela, limpando as lágrimas – E nem vai saber!

– Por que não minha filha? – ela perguntou.

– Porque não mãe! – me levantei – Nós somos amigos, e eu não quero estragar isso. – disse cogitando a possibilidade de me declarar pra ele e a nossa amizade não ser a mesma. Balancei a cabeça espantando esses pensamentos.

– E se ele sentir o mesmo?

Congelei na hora. E se ele sentir o mesmo?

Lembrei-me de quando tínhamos quatorze anos e um garoto da escola tentou me beijar. Quando Justin soube, ele foi atrás do menino que no outro dia chegou com um olho roxo na escola.

E se ele sentir o mesmo?

Quando tínhamos quatro anos estávamos patinando em um lago congelado, quando eu caí e machuquei o joelho. Justin cuidou do machucado e depois me deu um selinho. Meu primeiro e único beijo, se é que isso pode ser considerado beijo.

E se ele sentir o mesmo?

Ele sempre foi muito carinhoso comigo. Me chama de princesa todo o tempo e sempre está me abraçando e me confortando. Sempre me dá conselhos quando eu estou triste.

E se ele sentir o mesmo?

Sacudi minha cabeça voltando à realidade. Nós somos melhores amigos, e essas são coisas que melhores amigos fazem. Não é?

– Filha, Patrícia me mandou uma mensagem dizendo que já chegou ao teatro. – disse – Vá logo, antes que comece.

Assenti e lhe dei um beijo no rosto. Quando estava abrindo a porta minha mãe me chama.

– Pense sobre isso ok? – ela disse carinhosamente. Eu me limitei a sorri e fechar a porta.

Saí de casa e, apenas atravessando a rua, cheguei ao Avon Theatre. Adentrei o teatro logo na entrada pude ver Patrícia e Justin. Abri um sorriso, ele estava lindo! Mas isso não é novidade, pensei e logo tratei de espantar esses pensamentos quando o vi andando em minha direção, deixando Patrícia pra trás e me dando um abraço imenso.

– Tess! – apertou o abraço – Ainda bem que veio!

– Eu disse que iria vir Jus – disse exalando um pouco daquele maravilhoso perfume – Aqui estou eu! - sorri

– Estava morrendo de saudade – ele disse soltando o abraço e dando aquele sorriso que só ele tem.

– Mas Jus, - disse rindo – a gente se viu não faz nem cinco horas!

– Mas não consigo ficar muito tempo sem você – disse dando um beijo na minha testa. Paralisei.

E se ele sentir o mesmo?

Lembrei-me do que minha mãe disse e logo tratei de voltar à realidade, não posso de iludir. Fomos caminhando em direção à Patrícia que logo me abraçou e gentilmente me elogiou.

– Tess, minha flor, está muito linda – disse pegando minha mão fazendo com que eu desse uma voltinha. Sorri agradecida e devolvi o elogio, ela estava realmente linda.

Logo tratamos de entrar no teatro, faltavam alguns minutos para começar o concurso, e eu estava muito animada.

– Jus, - ele virou pra mim – que música você vai cantar? – perguntei lembrando que ele não havia me dito.

– É uma música minha... – ele disse e eu fui logo pensando em perguntar qual, mas ele me interrompeu – mas é surpresa.

Fiz um biquinho e ele riu negando com a cabeça. Bufei e me encostei-me à cadeira esperando começar, mas senti um beijo na minha bochecha e logo ele segurando minha mão. Sorri automaticamente.

A apresentadora falou algumas coisas e logo uma menina loira entrou no palco cantando uma música que, se eu não me engano, é No One, da Alicia Keys. Justin deu um beijo em sua mãe que falou algo pra ele e logo se virou pra mim, também me dando um beijo.

– Eu tenho que ir, daqui a pouco é minha vez.

– Boa sorte – disse o abraçando e dando um beijo na sua bochecha.

Ele sorriu e se levantou, desaparecendo em meio à multidão. Um menino moreno e outra menina loira cantaram depois, e logo a apresentadora voltou ao palco anunciando.

– E agora, palmas para Justin Johnson! – ela disse e eu só faltei morrer de bater palmas.

Ele entrou no palco, lindo como sempre, e sentou num banquinho com um violão.

– Oi gente – ele disse e deu um sorrisinho tímido – Eu sou Justin Johnson e vou cantar uma música de minha autoria, feita para uma pessoa muito especial.

Logo ele começou a dedilhar as cordas do violão e a cantar com aquela maravilhosa voz.

Well let me tell you a story

About a girl and a boy

He fell in love for his best friend

When she's around, he feels nothing but joy

But she was already broken, and it made her blind

But she could never believe that love would ever treat her right

Ele cantava olhando pra mim e eu automáticamente sorri.


But did you know that I love you? Or were you not aware?

You're the smile on my face

And I ain't going nowhere

I'm here to make you happy, I'm here to see you smile

I've been wanting to tell you this for a long while

Who's gonna make you fall in love

I know you got your wall wrapped on all the way around your heart

Don't have to be scared at all, oh my love

But you can't fly unless you let ya,

You can't fly unless you let yourelf fall

A letra da música era linda, e eu estava prestes a chorar. Olhei pro lado e Patrícia estava na minha situação. Sorri e abracei-a.


Well I can tell you're afraid of what this might do

Cause we got such an amazing friendship and that you don't wanna lose

Well I don't wanna lose it either

I don't think I can stay sitting around while you're hurting babe

So take my hand

Well did you know you're an angel? Who forgot how to fly

Did you know that it breaks my heart everytime I see you cry

Cause I know that it pains if he's gone everytime he move over on the shoulder you crying

And I hope by the time that i'm done with this song that I figured out

Who's gonna make you fall in love

I know you got your wall wrapped on all the way around your heart

Don't have to be scared at all, oh my love

But you can't fly unless you let ya,

You can't fly unless you let yourself fall

I will catch you if you fall

I will catch you if you fall

I will catch you if you fall

But if you spread your wings

You can fly away with me

But you can't fly unless you let ya,

You can't fly unless you let yourself fall

Who's gonna make you fall in love

I know you got your wall wrapped on all the way around your heart

Don't have to be scared at all, oh my love

But you can't fly unless you let ya,

You can't fly unless you let yourself fall

So fall in love

I know you got your wall wrapped on all the way around your heart

Don't have to be scared at all, oh my love

But you can't fly unless you let ya,

You can't fly unless you let yourself fall

I will catch you if you fall

I will catch you if you fall

I will catch you if you fall

If you spread your wings

You can fly away with me

But you can't fly unless you let you

Let yourself fall

A música terminou e ele agradeceu, saindo do palco. Meus olhos já estavam cheios d’água e quando ele retornou à plateia, eu quase o sufoquei em um abraço.

Passaram se mais duas pessoas e logo a apresentadora voltou ao palco para dar os resultados. Justin tirou segundo lugar e, se ele não tivesse me segurado, eu teria ido até o palco dar uma surra naquela jurada, que provavelmente tinha problemas.


O concurso acabou e nós estávamos indo a um restaurante. Justin ainda me segurava pra eu não voltar lá e bater naquela jurada idiota que tem problemas. Chegamos ao The Sun Room, um restaurante simples na 9 Cobourg Street. Adentramos lá e logo podemos ver minha mãe que estava nos esperando lá.

– Justin, querido! – ela se levantou e lhe deu um abraço – Como foi lá?

– Segundo lugar – ele disse dando um sorriso meio triste.

– Querido, não se preocupe, ainda virão muitos concursos, você está só começando. – ele sorriu e se sentou.


Dei um abraço na minha mãe e sentei ao lado de Justin, enquanto ela começava a conversar com Patrícia. Logo senti Jus me abraçar de lado e me dar um beijo na bochecha. Mamãe e Pattie pediram a comida que em pouco tempo chegou. Comemos conversando animadamente com a intenção de deixar de lado o assunto do concurso e colocar Justin pra cima.


Quando terminamos de comer, nossas mães ficaram no restaurante e Justin me puxou para o jardim do mesmo, onde não havia muita gente.

– Gostou da música? – perguntou me abraçando.

– Muito – sorri – É linda.


Ele ficou me encarando sorrindo e eu lembrei que no começo ele tinha dito que havia escrito para uma pessoa especial.

– Jus, pra quem você escreveu a música? – perguntei sorrindo e olhando diretamente nos seus olhos que mais pareciam duas poças de mel.


Ele ficou tenso na hora e levantou, me puxando junto para caminhamos silenciosamente pelo jardim do restaurante. O silêncio, por incrível que pareça, não era desconfortante. Era até bom, ficar apenas escutando as batidas fortes do seu coração.


– Você – ele falou do nada.

– Quê? – perguntei sem entender.

– Você perguntou pra quem eu havia escrito a música – ele suspirou – E bom, foi pra você – completou tímido.

– Pr-pra mi-mim? – perguntei gaguejando.


Ele parou e segurou minhas mãos.


– É Tess, pra você – ele deu um beijo no meu rosto – Você ainda não se tocou que eu te amo?

– Bo-bom Ju-Jus – gaguejei novamente, droga – eu também te amo, somos melhores amigos.

– Não, eu te amo mais que isso – ele soltou minhas mãos e passou-as no cabelo – Você não percebe que eu te quero como minha garota, como minha namorada? – tranquei minha respiração – Eu quero te fazer feliz, ser a razão do seu sorriso, assim como você é a razão do meu. Te levar todo dia na escola de mãos dadas e te beijar antes de ir pra aula. Eu quero dizer pra todo mundo que você é minha, e que nada, nunca vai nos separar. Eu quero que quando a gente brigue, eu largue tudo e te dê um beijo, dizendo que você está certa, mesmo que não esteja. No futuro, que quero ter filhos com você, e envelhecer ao seu lado e ver nossos netos crescerem. Eu te amo.


Soltei a respiração e apenas o beijei. No começo foi apenas um selinho, pois ele ainda estava em choque, mas depois nossas bocas começaram a se movimentar em uma sintonia incrível, como se fossem feitas uma para outra. Ele passou a língua preguiçosamente pela minha boca, pedindo permissão e que eu prontamente concedi. Ele apertava minha cintura, me puxando pra mais próximo dele, enquanto eu envolvia meus braços no seu pescoço, bagunçando seus cabelinhos da nuca. Senti ele se arrepiar e sorri com isso. O beijo era doce e cheio de paixão, mas infelizmente, ainda temos que respirar, e por isso, tivemos que parar.


– Eu te amo muito mais – disse encostando minha testa na sua, ainda de olhos fechados. Ele sorriu e me abraçou.

– Namora comigo? – ele sussurrou no meu ouvido.

Nos separamos e eu olhei fundo nos seus olhos.

– É tudo que eu mais quero.

E assim começamos mais um de muitos beijos cheios de amor que virão.



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Notas finais do capítulo

É minha primeira fic, espero que tenham gostado :)