No Meu Pégaso Branco escrita por Victoria CB


Capítulo 22
Uma alma devolvida ao ente que já se foi


Notas iniciais do capítulo

Tirando esse tem mais um cap e o epilogo, to seriamente decepcionada com vcs, só n paro de postar por que é vacilo demais.



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                Meu
uniforme já estava todo rasgado, sujo de terra, sangue, pelo e muito mais. Meus
sapatos já haviam desaparecido pelo caminho e as meias não iam aguentar muito
mais tempo. O cão tentava me morder, então achei melhor fazer com que a espada
virasse um escudo, fiquei me defendendo, não pude virar a cabeça para procurar
Tim, naquele momento tive que me virar sozinha.



                Fiquei
defendendo ali, os dentes enormes do bicho tentando me abocanhar, inutilmente,
até que sinto alguma coisa em meu bolso, um frasco... Como aquilo foi parar ali
eu não tenho ideia mas eu não pensei duas vezes, joguei todo o conteúdo nos
olhos do bicho que saiu de cima de mim e começou a se contorcer.



                Pulei
em cima dele e bati com toda a minha força onde eu achava que era seu coração.
O bicho não se transformou em pó, mas aposto que depois dessa ele não se moveu
pelo resto da luta. Achei Tim não muito longe dali, tinha recuperado seu arco e
flecha e estava acertando os monstros de longe, Nico estava muito cansado, até
que chegou uma hora que o mesmo caiu no chão. Antes que eu fosse o ajudar Duda
chegou, ótimo, agora eu ia atrás de Vita.



                Ia,
por que uma empousa se meteu no meu caminho... Suas pernas eram peludas, apesar
da parte de cima ser realmente bonita.



                -
Olha amiga, acho que tem algo de errado com as suas pernas... – Falei e isso só
a deixou irritada. Ela avançou para cima de mim com uma lança elétrica, eu
joguei minha espada, deu certo, a lança voou longe, mas a espada foi junto.



                Houve
uma mudança de planos e passamos para a luta corpo a corpo, fomos rolando pelo
chão, ela me dava socos, eu arrancava tufos de seu cabelo, eu dava socos, ela
tentou me dar uma chave de braço mas acabou se descuidando e eu dei uma
joelhada na cara dela, que a deixou inconsciente, peguei uma pedra ali do lado,
separei a parte mais pontuda e desferi um golpe na cabeça do bicho, que se
transformou em pó dourado.



                Um
filete de sangue estava saindo da minha boca, limpei com a manga da camisa e
segui andando, não muito bem. Consegui ver Luke fugindo dali, com Rick e alguns
monstros, poucos continuavam ali, duas empousas e uma dracaenae com Travis,
três dracaenaes com Duda, Nico estava sentado no chão, muito cansado, os
guerreiros esqueletos já haviam sumido e Tim estava perto de Apolo lutando
contra um manticore, fui até Nico.



                -
Ei, Nico, você está bem? – Perguntei ajudando o Filho de Hades a sentar
direito.



                -
Bom, bem é relativo... – Ele respondeu rindo, como ele conseguia rir em uma
hora dessas?



                -
Não desmaie, só fique aqui, eu tenho que achar a Vita e ajudar os outros, assim
que se sentir melhor... – Não acabei de falar, ele entendeu.



                Me
levantei e atravessei tudo correndo atrás de Vita, olhava para os lados, a
escola destruída, o pátio destruído, não parava de correr, estava vendo a hora
que minhas pernas iam desabar e eu ia morrer, mas eu não podia, não agora.



                Ouvi
um rugido, fui o seguindo, até que... Demorou para eu me acostumar com o que estava
vendo, Vita estava lutando, vulgo, estava apanhando, do Leão de Nemeia, pensei
na minha espada, ela não ia adiantar de nada agora, pensei em tacar um pedra
afiada, como fim com a empousa, mas também não funcionaria, como Hércules matou
esse bicho?



                Sabe
aquele momento, que você está jogando algo que você tem que descobrir o nome de
uma marca com a letra tal, e você precisa acabar rápido e ai você fica
eufórica, mas nesse caso a vida de ninguém depende de você lembrar ou não,
naquele dependia. Cajado. Isso, Hercules bateu nele com um cajado e depois o
enforcou. Mas como eu ia conseguir um cajado? Pensei bem rápido, peguei  uma pedra, arranquei um galho de uma árvore e
tirei minhas meias, os amarrei o jeito que deu.



                -
Vita! Aguenta firme! – Falei, a filha de Apolo já estava caída no chão,
sangrando muito, acontece que quando eu gritei o leão se virou para mim,
estávamos nos encarando, corri com tudo e bati com o meu cajado improvisado bem
entre seus olhos, ele cambaleou.



                Bati
de novo, agora eu seu focinho, ele abriu a boca para rugir e acerei mais um
golpe, no céu da sua boca, quando ele já estava bem caído pulei em suas costas,
envolvi seu pescoço com meus braços e comecei a apertar, nunca fui uma pessoa
muito forte, então tive que gastar todas as energias que eu tinha e algumas que
eu não tinha, para fazer o bicho morrer, Foi difícil, principalmente quando ele
meio que acordou e começou a se balançar.



                Aquilo
parecia um touro mecânico, ele me jogava de um lado para o outro, mas eu não
largava seu pescoço, ele ia diminuindo o ritmo à medida que eu apertava seu
pescoço, ia ficando mais fraco, até que ele caiu no chão de uma vez, caí ao seu
lado exausta, deitei e olhei o céu, nenhuma nuvem. Me virei e me deparei com um
dente do leão, peguei e guardei no bolso do que sobrou da minha saia.



                Tentei
me levantar, aparentemente consegui, mas minha visão estava embaçada demais,
consegui ver Duda e Travis se aproximarem de mim e me segurarem, conseguiram me
manter em pé, Nico, Tim e Apolo chegaram logo depois mas não foram na minha
direção, foram para um lugar ali próximo... Onde eu tinha deixado Vita... Vita,
ao me lembrar dela meus sentidos voltaram, me soltei de Duda e Travis e corri
até ela.



                Quando
me aproximei, a poça de sangue que estava em volta dela era enorme, as chances
de ela sobreviver eram... Eram poucas... Apolo segurou seu pulso e fez tudo que
pôde, Travis, Duda, Nico, Tim e eu ficamos observando, apreensivos, como quando
você assiste o filme no qual os personagens são jogadores de um time de
basquete, no finalzinho do jogo, eles estão perdendo, mas esse jogo é muito
importante para a temporada, imagina agora que faltando 10 segundos eles viram
o jogo, um sorriso se abriu no rosto de Apolo, ele parecia animado. Acontece
que o time adversário pega a bola, atravessa a quadra, e no último segundo
lança a bola, a defesa tenta, mas eles acertam em cheio e o jogo acaba, eles
perderam...



                Um
homem surgiu, não tinha ideia de onde, parecia mais um holograma e me parecia
extremamente familiar... Ele era um espírito, não demorei muito para saber de
quem, o espírito do namorado da Vita, o ente querido que já se foi, a profecia
estava para se completar. Uma lágrima caiu do meu rosto, Apolo já estava
debruçado sobre o corpo inerte de Vita, eu fiz o mesmo, comecei a chorar
desenfreadamente, eu tinha a conhecido à cerca de uma semana, mas foi triste
demais vê-la morrer, eu a vi, quando eu cheguei ela ainda estava viva, enquanto
eu lutava com o monstro, ele estava inconsciente, talvez se eu tivesse parado
um pouco para ajuda-la... Mas não adiantava chorar o leite derramado.



                -
Ela já se foi... – Nico falou colocando a mão sobre sua testa, então ao lado do
espírito do namorado da Vita, apareceu a mesma, nenhum dos dois falava nada,
mas ambos estavam abraçados e com um sorriso imenso no rosto. – Mas ela está
feliz.



                Os
dois começaram a balançar as mãos, um sinal de tchau, mas estavam se despedindo
felizes, finalmente eles haviam se reencontrado, após anos separados... Eu
fiquei imaginando se quando eu morresse Zack estaria me esperando assim também.



                O
tempo tinha passado rápido, rápido demais, já eram quase três horas da tarde,
eu estava ferida e morrendo de fome, não acho que meus companheiros estivessem
muito diferentes.



                -
Olha crianças, tenho que ir, se não se importam, vou levar minha filha comigo.
– ele falou, ninguém respondeu, ele levantou o corpo de Vita e sumiu, deixando
apenas um brilho diferente no lugar no qual esteve antes.



                -
E agora, o que vamos fazer? – Travis perguntou, as mochilas estavam destruídas,
pelo menos alguns dracmas tinham sobrevivido, quanto à ambrosia, nem uma grama.



                -
Bom, eu queria ir atrás da Valerie... – Tim falou, quando eu ouvi aquilo,
nossa, uma raiva atingiu meu corpo, apenas me virei e fui para o tal prédio
menor onde estavam as mochilas, a missão já estava acabando, não podia me
estressar agora. Ouvi passos atrás de mim, olhei de relance, era Duda.



                Ela
apenas me abraçou e continuamos andando, eu ainda sentia a raiva passar pelas
minhas veias, a cada passo ela parecia mais espalhada pelo meu corpo.



                -
Ei, ele não é o Zack... Zack se foi... – Ela falou me abraçando mais forte, por
mais que eu não quisesse acreditar, era a verdade.



                -
Zack se foi, Vita se foi, meu pai se foi, vários estudantes inocentes se foram,
será que essas mortes nunca vão acabar? – Perguntei já desabando em lágrimas.



                -
Ei Victoria, somos semideusas, a parte dos poderes e dos deuses é boa, mas nada
disso vem de graça. – Ela falou me consolando, ela tinha razão.



Continuamos nosso
caminho até as mochilas, conseguimos alguma coisa, mas nada de ambrosia ou
dinheiro humano, algumas poções, mas as que estavam ali, o nome estava apagado
então achei melhor não me arriscar, voltei para onde todos estavam com os
dracmas na mão, no caminho achei meu prendedor caído no chão, o prendi na barra
da camisa.



                -
Acho que temos que ir para o Empire State. – Nico falou olhando o céu, passamos
bastante tempo revirando o tal prédio pequeno, pois o carro de Apolo estava
começando a se por. – Amanhã é o quinto dia.



                Fomos
caminhando embora da escola, antes de sairmos Tim se virou uma última vez,
ficou observando as ruínas com um brilhos nos olhos, mas Travis o puxou para
que continuassem, tínhamos que sair dali antes que a polícia chegasse.



                -
Tim vai no Pégaso de Vita? – Duda perguntou.



                -
É, acho que Dijan não vai se importar de conseguir um novo dono. – Respondi,
era melhor que não se importasse mesmo. – Mas primeiro temos que ir à casa de
Tim, escondi os planos lá.



                Vou
poupar os detalhes, fomos até a casa de Tim, pegamos os planos que eu tinha
deixado ainda no tronco da árvore, achei que seria melhor não leva-los conosco,
os guardei em uma mochila que Tim pegou em casa e fomos para o galpão.



                Tim
e Dijan se deram muito bem, todos estávamos bem, o momento que eu encontrei os
olhos de Pietro, a felicidade no olhar do meu Pégaso Branco... Fez valer a pena
tudo por qual eu tinha passado, ele aparentava uma felicidade que mesmo depois
do tempo que se passou, ainda me emociona, de lembrar aquele momento, corri
para abraça-lo, uma onda de sensações boas me atingiu, aquilo me fez me sentir
bem de novo.



                A
viagem até Nova Iorque foi calma, Nico foi com Travis, deu um pouco de trabalho
convencer Cadu a leva-lo, mas conseguimos, eu estava quase dormindo em cima de
Pietro, estava realmente cansada, estava descalça, sem meia, minha saia estava
toda acabada e a blusa polo nem se fala, o cabelo estava minimamente decente,
comparado ao resto.



                Chegamos
lá no início da noite e bom, deuses não gostam de ser incomodados de noite,
então decidimos dormir em um hotel ali perto e visita-los de manhã, tínhamos
esperado quatro dias, mais algumas horas de descanso não fizeram mal nenhum,
pelo contrário estávamos muito mais apresentáveis na manhã seguinte.



                -
Então foi isso, completamos nossa missão. – Falei abraçando Duda na manhã
seguinte, Travis logo chegou e nos abraçou também.



                -
É abraço em grupo! – Tim gritou, então ele e Nico se juntaram ao abraço, estava
tão feliz, finalmente tudo tinha acabado e eu pude voltar para o acampamento,
um alívio atingiu meu peito.



                Fomos
atravessando as ruas de Nova Iorque ainda calmas, passamos por uma padaria e
tinha um homem lendo um jornal, a primeira página tinha uma foto das ruínas da
escola e a manchete “Ataque terrorista à escola em Minneapolis!”, incrível como
eles não veem as coisas como realmente acontecem...



                -
É, que ataque terrorista... – Travis comentou quando já estávamos a alguns
prédios do Empire State, entramos e um homem com cara de poucos amigos estava
sentado atrás de uma mesa cinza.



                -
Quero passe para o 600º andar. – Falei para o cara.



                -
Olhe criança, não existe...



                -
Não existe a sua avó! Me entrega esse passe! – Falei jogando alguns dracmas na
mesa, ele fez cara de quem se convenceu e entregou o passe, fomos para o
elevador.


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