Pra Sempre escrita por LaisaBlack


Capítulo 3
Capítulo 2: Do Outro Lado (Pov. Jake)


Notas iniciais do capítulo

Olá amores! Obrigada pela presença, e por seus rewiens!



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Capitulo 2: Do Outro Lado (Pov. Jake)

Setembro de 1992, La Push!


Eu fiquei ali, paralisado. Olhando para o lugar por onde ela sumiu.


Parecia que ela havia levado um pedaço do meu coração. Um pedaço de mim… Era estranho, assustador. Mas também era muito bom!

– Jake - Collin gritou chamando minha atenção – Vai jogar mais não cara? –


– Não -



Peguei minha blusa e chinelos que estavam jogados na areia, e comecei a voltar pra casa. Queria ficar sozinho, queria entender porque os olhos verdes daquela garota mexiam tanto comigo.


Queria entender porque eu tinha a impressão de conhecer ela de uma vida toda, e porque ela havia mexido tanto com meus sentimentos.

Como se eu estivesse me apaixonado pelo seu olhar… Pela sua alma!

E principalmente queria entender como eu me senti tão completo com ela nos meus braços, mesmo que com aqueles poucos minutos. Me senti completo de uma forma que não me senti a vida inteira!


Com os pensamentos na garota da qual eu nem mesmo sei o nome, fui pra casa.


E estava tão distraído que quando vi já passava nos grandes portões da mansão dos Black!

Com um milagre quase divino estava tudo vazio, nem sinal das mulheres da minha casa.

Mulheres essas; Sarah minha mãe, Rachel e Rebecca minhas irmãs gêmeas e Consuelo, uma segunda mãe pra mim. Ela trabalhava nessa casa desde que meus pais se casaram, mas ela cresceu aqui. Já que seus pais serviram meus avôs.

O importante era que Consul, como gostamos de chamá-la. Esteve sempre presente na minha vida. Cuidando de mim, me ensinando, me dando atenção e amor.

Aproveitei então o silêncio e fui para o meu quarto. Precisava de um banho…

Encarei uma ducha de água fria, mas dentro de mim e do meu coração o clima não esfriava. Nem mesmo com o banho.

Eu não conseguia deixar de sentir meu coração queimar de algo que eu não sei o que era, ao mesmo tempo em que meus pensamentos eu não conseguia esquecer aquela garota linda dos olhos verdes…

Eu podia até mesmo ouvir a voz doce dela soando na minha cabeça, principalmente quando ela me chamou de herói! Sorri com isso!

– Que sorriso é esse menino? – Minha mãe perguntou enquanto entrava no quarto –


– Sorriso? – Me fiz de bobo –



– Você está diferente – Ela me analisou de cima a baixo – Seus olhos estão brilhando –



Revirei os olhos, com meu falso teatro. E tentei soar o mais seguro possível quando falei:


– Para os meus olhos estarem brilhando, eu devo ter usado maquiagem sem perceber –

– Engraçadinho – Jogou a almofada que estava na poltrona em mim, e saiu falando algo que não entendi –


Como ela percebeu? Instinto de mãe, talvez.



Troquei de roupa e fiz hora na cama até a hora do jantar.



Eu gostava da hora das refeições, principalmente se Billy, meu pai. Não ficasse alugando o tempo todo!



– Então o que os meus amores fizeram hoje? – Minha mãe perguntou com toda sua doçura –



 

– Fiz compras – Rachel falou dando gritinhos finos e histéricos –


– Fiquei assistindo filmes com a Emy – Becca falou sem animação –



– E você Jake? – Billy perguntou –



– Joguei bola na praia – Resmunguei sem interesse revirando a comida no prato –



– Você não vê a hora começar o estágio não é? – Billy perguntou com animação – E só mais alguns dias filho, só esperar a alta da empresa passar –



Respirei fundo, e tentei dizer a Billy o que eu queria. Mais o aperto da minha mãe na minha mão me segurou e eu apenas assenti.



Mais no fundo, meu estômago revirava só de me imaginar atrás daquelas mesas frias das empresas Black.



Eu não iria! Não queria isso!



Queria ir pra faculdade, curtir, viver a minha vida, cometer erros, acertar. Começar minha carreira, Não ser manipulado pelo grande senhor Black. E nem por essas tradições Quileutes…



Mas onde estava minha coragem? Onde? Eu sempre travava.



Billy era o todo poderoso, conservador, severo. Meu Pai! E as tradições?Elas pareciam inquebráveis.



Eu simplesmente não conseguia! Me travava, me doía. E eu me odiava por isso.



Billy falou até o fim do jantar sobre a empresa, o meu estágio. Sobre meu futuro, como se fosse o dele. Que dei graças a Deus quando a sobremesa acabou e eu pude subir para o meu quarto.



Lá toquei algumas notas no meu violão, e depois fui dormir.



Tive sonhos estranhos, eu corria em direção há alguém na praia, mas nunca conseguia alcançar, foi exaustante.Acordei de mau humor!



Por isso nem desci pra tomar café da manhã, Consul trouxe pra mim.



– O que tá te atormentando Jake? – Ela perguntou vendo lógico minha carranca –



– Essa mania do Billy de escrever todo meu futuro sabe?Me moldando, eu não quero ser como ele – Desabafei, Ela sempre me dava ótimos conselhos - Eu quero poder ser eu –



 

– Jake não fique assim, o seu pai está tentando fazer o melhor pra você – Ela sempre apaziguadora –


 

– O melhor pra mim é deixar ser quem eu sou, e eu sou cheio de sonhos Consul. Sonhos que ele nem sabe – Reclamei –


– Jake o seu pai acabou de sofrer um início de infarto, tenha paciência com ele –



– Você fala como a mamãe – Brinquei –



– Nós somos espertas – Revirei os olhos – E lembre-se você só vai entender o seu pai quando tiver filhos – Beijou meu rosto e saiu –



Será?



Passei a manhã sozinho vendo TV no quarto, até minha paz ser tirada pelas minhas duas irmãs. Que se jogaram com tudo na minha cama em uma gritaria sem fim.



– O quê?Não tô entendendo nada – Falei por fim, elas estavam me enlouquecendo –



 

– É simples Jake, nós queremos ir no cinema hoje. Vai a maior galera – Rachel e sua animação de sempre – E nós queremos ir –


 

– E onde eu entro nessa? –


– Papai disse que só vamos se você nos levar – Rebecca que disse agora, sempre mais contida – Você nos leva? –



– Por favor, por favor – Rachel fazia uma carinha pidona, com as mãos juntas parecendo quando se ia orar –



– Tá, tá. Qual outro jeito? – Elas explodiram na minha cama e me agarraram –



– Você é o melhor irmão do mundo, o melhor – Gargalhei –



– Claro, claro – Elas saíram apressadas do quarto –



Fiquei por ali no quarto até depois do almoço, não quis comer. Estava sem fome. Havia um incômodo dentro de mim.


Mas cansado de ficar ali, decidi andar por La Push. Havia um sol tímido no céu, um dia lindo e claro.

Andava por aquelas ruas conhecidas, totalmente avulso. Meus pensamentos eram dominados por olhos verdes, olhos lascivos e profundos!

Uma saudade absurda invadiu meu peito ao pensar nela. Uma saudade estranha!


Estava tão mesmo distraído que quando vi alguém esbarrou em mim, ou eu nela. Não sei.



Derrubando um livro sobre meus pés. Abaixei pra pegar, e a pessoa fez o mesmo. Nossas mãos se tocaram, e pareceu que um fino choque passou por ali.



Clichê…


– Desculpa - Uma voz me trouxe de volta –


Levantei meus olhos, e meu coração disparou dentro do peito.



Os olhos verdes, meus olhos. Estavam bem na minha frente!



– Você?! – Ela falou emocionada, com um sorriso lindo nos lábios –



– Nossa ! Agente tem que parar de se esbarrar – Brinquei, ela riu –



O sorriso dela iluminou tudo ao meu redor, trouxe calor e vida.


Gravei o rosto dela na minha mente!


– Talvez o destino queira que agente se esbarre – Ela deu de ombros, mas sorria lindamente –



– Talvez – Sorri –



Ao nosso lado um movimento chamou sua atenção, ela fez menção de se levantar, contudo fui mais rápido segurei sua mão e falei:



– Me encontre na praia – Saiu um sussurro, ninguém podia ouvir –


Ela não respondeu, puxou sua mão. E logo uma garota se aproximou dela, falando sem parar! E se afastaram.


Mas seu olhar, disfarçado. Ainda pertencia a mim.



Fiquei ali, observando elas.


E Depois de uma longa conversa, a outra garota se afastou.

Os olhos verdes me encararam profundamente, fazendo um nó se formar na minha garganta.

Fiz sinal com a cabeça pra ela, e segui.


Agora só resta saber, ela me seguirá?


Não sei.


Somente tomei a dianteira, e segui. Sem nem mesmo olhar pra trás!



A praia estava até movimentada, então não podia falar com ela ali.


Segui então até a parte menos visitada da praia. Era um pouco distante então as pessoas tinham preguiça de andar até ali.


E também o lugar era cheio de pedras, as pessoas tinham medo de se machucar e não iam ali.



Parei somente em um lugar seguro, eu acho. Me encostei em uma pedra, não queria olhar pra trás. Estava com medo de olhar e não ver ela ali.



Mas depois de alguns segundos, pude ouvir os passos dela se arrastando sobre a areia, quer dizer. Acho que era dela.



Só pude ter certeza quando sua mão apareceu na beirada da pedra, e logo depois apareceu ela.



Meu coração acelerou dentro do peito como louco, ela estava ali. Bem ali.


Sorrimos um pro outro.


A felicidade estava aqui!



"O sol está preenchendo o quarto E eu posso ouvir você sonhando Você se sente da mesma forma que eu me sinto agora? Eu queria que pudéssemos simplesmente desistir Porque a melhor parte está caindo Chame isso de qualquer coisa, menos amor


Vou me certificar de manter a minha distância Digo "eu te amo" quando você não está ouvindo Quanto tempo até nós chamarmos isso de amor, amor, amor?" (Distance - Christina Perri feat Jason Mraz)


Ela me olhava feliz, mas também nervosa. Então fiquei alguns segundos somente olhando pra ela, que sustentou meu olhar.


Me aproximei com calma!



– Oi - Ela disse meio timida, com um sorriso de canto –


– Oi - Respondi – Meu nome é… -



– Jake – Ela que completou, estranhei – Ouvi seus amigos dizendo na praia ontem – Respondeu dando de ombros –



– Ah! E o seu? – Perguntei ancioso –



– Bella –



– Combina com você – Elogiei, ela ficou vermelha e virou um pouco o rosto – É um prazer – Estendi minha mão –



Ela pegou meu aceno, e balançamos nossas mãos!



– Então de onde você é? – Puxei assusnto –



 

– Phoenix… Conhece? – Assenti, já estive lá uma vez -


– E eu sou daqui - Brinquei – Mas isso é meio óbvio – Apontei pra mim, em zombação. Ela riu –


E eu amei o som da risada dela.


– Então o que a Miss arizona veio fazer em La Push? – Perguntei divertido, ela sorriu –



– Eu estou gostando de La Push - Informou – Eu eu vim passar de férias com meu pai e minha irmã. Nós vamos conhecer alguns lugares onde ela cresceu. Ela morava em Forks –



– Sério? E onde ela tá? –



– Ela morreu – Seus olhos verdes brilharam quando disse isso –



– Sinto muito –



– Não têm problema, já faz algum tempo. E além do mais ela está sempre perto de mim – Sorri com ela, suas mãos se agarraram em um colar que estava em seu pescoço, e ela me mostrou – Ela que me deu esse colar, pra me dá sorte. E pra tá sempre perto de mim –



– É lindo – Toquei o colar – Combina com seus olhos – Mais audacisoso, toquei seu rosto. Ela não recuou, gostei disso –



 

A conversa entre nós dois fluiu muito bem, foi uma sintônia perfeita. Tanto, que nós falamos sobre tudo. Eu me sentia a vontade com ela, ela parecia uma parte de mim.


Ela era linda, divertida, inteligente, maravilhosa, meiga e até timída.



Me entendia como ninguém, me encantava com um olhar e me inebriava com o seu sorriso!



Eu contei a ela quem eu sou, sem medo e sem receio. E o mais importante era que ela gostava desse meu eu, entendi que com ela eu não precisava fingir!



Ficar perto dessa garota me fazia muito bem.



Tanto que eu perdi a noçao do tempo e do espaço conversando com ela. Pra mim,Não existia nem mundo lá fora agora!



– Minha mãe sempre disse: Se você não lutar por alguma coisa, será derrotado por qualquer coisa – Me aconselhou –



 

– Ela devia ser muito sábia – Elogiei sinceramente –


– Ela era – Concordou –



O carinho que estampava o rosto dela quando falava da mãe era percepitível!


– Jake - Adorva o jeito como ela dizia meu nome – Posso te perguntar uma coisa? –


– Claro, Claro – Falei sorrindo –



– Por que me chamou aqui? – Mordeu os lábios delicadamente, e colocou o cabelo atrás da orelha –



Trejeitos tão dela!


– Por que eu sinto que preciso conhecer você, e também porque eu não consigo parar de pensar em você desde ontem – Fui sincero, peguei suas mãos e continuei - Eu nunca tinha me sentido assim antes, tudo o que eu faço me lembra você... –

Com a ponta dos meus dedos eu toquei seu rosto, ela não recuou. Aliás, sua respiração ficou acelerada, eu podia ver seu peito subindo e descendo rapidamente.

Encarei seus olhos, e algo tão forte se apoderou de mim.

Algo que eu não conhecia, mas algo extremamente bom!


Um clima sensual se apoderou de nós, e eu me aproximei. O cheiro de morango e amêndoas dela me acertou em cheio, e me adormeceu. Eu queria beijá-la.



Nunca estive perto de uma garota assim, estava totalmente nervoso. Isso mesmo, nunca havia beijado ninguém antes.


Nós Quilleutes temos várias regras e costumes, e os mais fortes são: Jamais se aproximar de alguém que não seja nativa, digo. Romanticamente!


Segundo eles, era para que nossos costumes e o nosso sangue continuassem puros e intactos. Mas mesmo, quando você se apaixonava por garotas Quilleutes. Você não saia beijando assim.



Pra poder beijar uma garota Quilleute, têm que está em compromisso. Tipo, casamento marcado. E têm umas ainda que só permitem depois do casamento.


Eu sei, totalmente antiquado. Mas era tradição, e quem discumpre sempre leva severas retaliações.

Certo que só teve um ‘rebelde’ que teve coragem de fazer isso: Sam Uley!


E mesmo assim, a maioria das garotas daqui olhavam para o herdeiro,filho de Billy Black. Não para o Jacob!



Fechei meus olhos, e segui meus lábios em direção ao dela. Nunca havia beijado antes, mas sei a teoria.


As pontas dos nossos narizes se tocaram e nossas respirações disritimadas já se misturavam, eu até já podia sentir a textura dos lábios dela nos meus...



 

"Então você perdeu sua confiança,E você nunca deveria ter perdido, nunca deveria ter perdido.Mas não se preocupe.Se você viu isso.Não responda aquilo.
Num colete a prova de balas.Com todas as janelas fechadas,Eu vou estar fazendo o meu melhor!Vejo você em breve Em uma lente de telescópio,E quando tudo que você quer for amigos,Vejo você em breve"

(See You Soon - ColdPlay)




Quando Bella deu dois passos pra trás, aquilo foi como uma chicotada que me afastou. Bella se virou bruscamente, me dando as costas!

Droga, xinguei mentalmente. Ela entendeu errado!

– Me Desculpa Bella, eu não devia... –

– Preciso ir – Foi taxativa –

Tentei segurar seu braço, mas ela foi mais rápida e se afastou!

– Bella, espera – Não parou – Agente vai pelo menos se ver de novo? – Ela se virou -

– Vamos deixar na mão do destino – Disse sorrindo –

Sorri de volta, como não sorrir? Ao ver o rosto luminoso dela debaixo da claridade de final de tarde, com aqueles cabelos esvoaçantes ao vento. E o sorriso intenso nos lábios.

Fiquei mais uma vez parado ali olhando ela ir pela areia da praia!

Então no meu coração eu tive uma certeza: Eu ia ver ver ela de novo!


 


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Notas finais do capítulo

Aí amores, espero que gostem!Bjokas