The Key escrita por Ronnie


Capítulo 9
Capítulo 9


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem! =D



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Já haviam se passado uma semana e eu ainda não conseguia olhar nem Matthew e nem Peter nos olhos. Eu apenas os via na hora de comer, o resto do dia eu passava com Hélio e Cristoff que insistia em querer treinar ao meu lado.

 Cristoff tinha a péssima e irritante mania de cantarolar músicas vampirescas enquanto treinávamos e aquilo já estava me dando nos nervos.

 -Cala a boca Cristoff! – gritei, tentando me concentrar. Para se ter um controle de mente, tem que ter muita concentração e o que eu mais estava tendo naquele momento era isso.

 -Desculpe-me. Mas, as músicas me tranqüilizam. – o jeito com que ele falava me fazia lembrar meu pai. Sempre calmo, mas confiante e ríspido em algumas palavras.

 -O problema é seu! Essa música me estressa! – a música tinha um tom de melancolia e sofrimento, me fazendo lembrar de coisas horríveis, como a morte de meus pais, a morte de minha irmã e avó e o afastamento de Lara.

 -Só porque você é a Nirhaquiana mais poderosa já existente não te dá o direito de ser arrogante. – falou ele largando sua espada prateada e brilhante e vindo até mim com passos largos, rápidos e imponentes.

 -Você me irrita! – falei, me levantando e o olhando nos olhos.

 Eu conseguia ouvir a respiração arfante dele e u estava louca para matá-lo. Ele havia me irritado a semana inteira com coisas de vampiros e eu não agüentava mais aquilo tudo!

 -Acalme-se Cristoff! – falou Hélio aparecendo misteriosamente, colocando a mão em seu ombro. – Ela é meio... – ele fitou-me. – Bipolar.

 Eu estava a ponto de me estressar seriamente com os dois, mas então eu respirei fundo e tentei não me exaltar. Coisas ruins aconteciam quando eu me exaltava e eu não queria machucar ninguém.

 -Obrigado. – agradeceu Cristoff olhando para mim e saindo as pressas, pegando sua espada e fazendo mais e mais movimentos de luta, calado e concentrado.

 Sentei-me no chão e enterrei minha face entre meus joelhos, eu não chorava de tristeza, chorava de raiva e ódio.

 Senti a mão quente e com muitos dedos de Hélio em meu ombro, então levantei meu rosto e o encarei.

 -Você está mudada Melany. – falou ele se agachando com dificuldade. Permaneci em silêncio. – Não deixe com que o poder suba sua cabeça. – falou ele, abrindo um sorriso condescendente que eu não via há dias.

 -É que... – comecei a falar, mas eu não achava as palavras certas.

 -Eu sei o que é. Eu consigo sentir sua agonia e raiva, mas tem que se controlar Black Soul. – riu ele para mim, se apoiando em meu ombro para se levantar, e eu fiz o mesmo, me levantando e o olhando com um leve sorriso nos lábios.

 -Obrigada Hélio. – disse, tentando parecer mais contente do que eu realmente estava. – Você sempre sabe o que falar, não é?

 Ele sorriu de lado e inclinou a cabeça em aprovação.

 -Hélio! Hélio! – gritou um guerreiro se aproximando de nós às pressas.

 Quando ele parou, deu para sentir no solo o seu peso, fazendo a terra tremer e até mesmo ventar um pouco.

 -Diga Fidélius. – falou Hélio com preocupação.

 -Venha comigo! – disse o enorme homem, agora andando em direção a um pequeno lado de traspassava IDD.

 Eu e Cristoff paramos e observamos o grandalhão e Hélio conversando.

 Enquanto Fidélius falava, Hélio apenas balançava a cabeça, com as sobrancelhas quase juntas de preocupação.

 -O que acham que estão falando? – ouvi a voz baixa de Cristoff que pela primeira vez, eu não me assustei.

 -Não sei, mas sobre como o dia está bonito, com certeza não é. – falei, encarando somente o rosto preocupadíssimo de Hélio.

 Ele virou o rosto para nós e voltamos a fazer o que estávamos fazendo, ainda o espiando, é claro.

 Hélio acentiu para Fidélius e sumiu no meio de uma densa camada de fumaça branca, que já não me surpreendia mais.

 -O que houve? – perguntou Cristoff, quando Fidélius se aproximou de nós.

 -Matthew e Peter sumiram ontem e Hélio foi procurá-los. – disse ele de cabeça baixa e saindo de perto de nós.

 -De novo não... – sussurrei de cabeça baixa e me sentando no chão, estupefata.

 -O que foi? – falou Cristoff se sentando ao meu lado, mas mantendo certa distância.

 Por mais que eu brigasse com ele todo santo dia e não o suportasse, até que ele não era tão ruim assim como eu sempre dizia que o achava. De vez em quando a gente conseguia parar para conversar, antes, é claro, de surtarmos e alguém ter que vir para nos apartar.

 -Da última vez que alguém desapareceu, eu acabei perdendo minha irmã. – falei, quase chorando.

 Eu podia sentir o nó se formando em minha garganta e o embrulho no estômago, eu sentia que ia vomitar.

 -Esse lugar é traiçoeiro, talvez tenham apenas se perdido e também, Hélio conhece esse lugar com a palma de suas mãos velhas. Eles logo estarão de volta. – disse Cristoff sorrindo, mostrando seus dentes brancos como sua pele.

 Sorri, mas não me convenci. Eu sentia que algo estava errado, muito errado e que eles não voltariam e se voltassem, estariam mortos, o que me fez realmente me inclinar para o lado e vomitar.

*

 Já haviam se passado horas a fio e nada de Hélio, Peter e Matthew.

 Eu nem havia conseguido me explicar, ou pedir perdão pelo que eu havia dito. Pelo meu tom, deveriam ter achado que eu pensava que aquilo deles com meus pais era mentira e que estavam fazendo aquilo por alguma outra razão que não queriam me contar. Por um lado, eu realmente achava aquela conversinha muito estranha, mas por outro, eu sabia que eles seriam incapazes de mentir para mim.

 -Está dormindo? – ouvi a voz de Cristoff, abafada pelo travesseiro.

 Nós dormíamos em um lugar separado de todos os guerreiros de Alídea e as camas eram imensas, então ficava até difícil de ver onde Cristoff estava, quando me virei.

 -Estou preocupada. – falei, apertando o travesseiro contra meu rosto e identificando ele na segunda cama a minha frente.

 -Alguma coisa está errada Melany. – disse ele. Eu não conseguia ver seu rosto, mas pelo tom grosso e rouco de sua voz, eu sabia que ele estava preocupado igual a mim.

 -Também tenho essa sensação. – falei, virando-me de barriga para cima e observando o teto de madeira, já sendo comida por cupins.

 Coloquei a mão em minha cabeça que estava começando a doer a ponto de me incomodar.

 O lugar estava silencioso demais, minha respiração estava rápida e todo som que vinha de fora me assustava. Meu estômago começou a ficar cada vez mais embrulhado, meu coração parecia uma passa de tão pequeno e espremido no meio de meus pulmões. Eu me sentia gelada e molhada, minhas pernas e braços estavam arrepiados e eu me sentia zonza.

 -Melany?! – ouvi a voz preocupada de alguém, no fundo de minha cabeça. – Chamem Pilênio! – gritou alguém.

 Eu estava perdendo a consciência aos poucos.

 Senti que minha cabeça estava apoiada no colo de alguém, mas eu não conseguia ver seu rosto, estava muito embaçado e essa mesma pessoa segurava minha cabeça.

 Minha visão ficou escura, até que comecei a ver novamente, mas eu não estava na Ilha Dos Desconhecidos.

 Eu estava em uma floresta com uma densa névoa, com muitas árvores e pedras no chão, havia também um pequeno lago e um corpo estendido do outro lado. Eu via aquela cena de cima, como se eu fosse uma coruja ou o vento. Eu passava pelo lago e via o corpo de Hélio à beira do lago, com o corpo inerte e completamente sem vida. Ouvi um grito e em um segundo, eu vi tudo voltando ao normal.

 -Hélio! – gritei ao abrir os olhos, desesperada.  


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Notas finais do capítulo

O que será que aconteceu, hein? hahahah