The Key escrita por Ronnie


Capítulo 21
Capítulo 21


Notas iniciais do capítulo

Sei que demorou gente. Desculpa =(



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/243080/chapter/21

-O que quer dizer com isso?! – falei, estreitando as sobrancelhas e tentando entender o que aquilo significava.

 Eu já era toda estranha, mais uma coisa não faria diferença, mas eu queria saber o que era.

 -Mel... Isso não é nem um pouco normal! – disse Jessie, me fazendo olhá-la. – Todas as forças vitais são da mesma forma e do mesmo tamanho, a não ser pela cor. Cada um tem um espírito, assim, cada um uma cor. Mas, se formos ver a sua... Ela é completamente estranha. – isso não me surpreendia, mas o jeito que elas falavam de minha força vital me preocupava. Era um tom de preocupação e medo e não de aprovação e surpresa.

 -Se nós olharmos ela na síntese, quer dizer que tem vários espíritos em você, pela confusão de cores, mas nada explica a sua força vital ser espinhenta. – Jessie fez uma careta e todas nós ficamos um longo tempo olhando para o nada.

 Não sabia no que elas estavam pensando, mas eu não conseguia pensar em nada. Não tinha o que pensar. Se elas mesmas disseram que não tinha explicação, como eu, uma novata naquilo tudo, conseguiria descobrir? Impossível.

 -Meninas... – ouvi uma voz masculina.

 Olhamos para porta e vi Ketlyn arregalar os olhos e sorrir ao ver um garoto, alto, fortíssimo, loiro, de olhos verdes e grandes, lábios finas e avermelhados e com o escudo de Húngaro em sua blusa.

 -Oi Thiago. – falou Ketlyn se levantando e endireitando a coluna. Estava óbvio que ela no mínimo queria impressioná-lo, o que pareceu dar certo, quando ele abriu um belo sorriso.

 -Olá Ketlyn. – disse ele olhando-a. – Bem... – ele voltou o olhar para nós três. – Cristoff e Zack estão chamando as três no escritório. – falou ele por fim, dando um sorriso e fechando a porta, de onde ele nunca saiu de perto.

 Nós nos entreolhamos e partimos em direção a porta de meu quarto.

 Ao chegarmos no escritório, pude notar que era a única parte da casa que era mais macabra.

 Tudo era negro, com cortinas vinho pesadas tampando o sol que brilhava lá fora, uma mesa enorme de madeira escura com uma papelada em cima, três cadeiras estofadas em frente a ela, um tapete felpudo e negro no chão, quadros nas paredes mostrando vampiros furiosos, sangue, tortura, almas flutuantes e sorrisos macabros. A sala era iluminada por um lustre de cristal com pérolas negras caídas.

 A sala dava contraste com o resto da casa, tudo era extremamente claro, somente aquela sala que ela escura e assustadora.

 -Nos chamou? – perguntou Jessie na porta e dando alguns tapinhas na porta para que Zack e Cristoff nos olhassem.

 -Sim, entrem. – ouvimos Zack dizer.

 Ele e Cristoff estavam em frente a uma enorme estante de livros, com muitos deles no chão, jogados que tínhamos que desviar deles.

 Adentramos a sala escura e nos sentamos nas cadeiras estofadas em frente à mesa. Ouvimos um estrondo, em que só eu me assustei. Olhei para trás com o coração na boca e reparei que a porta havia se fechado sozinha atrás de nós.

 -Chamei-as aqui por que nós já sabemos o que ocorreu com Melany, mas ninguém mais sabe. – falou Zack se sentando em uma cadeira de couro preto atrás da mesa com um livro grosso, velho e empoleirado, enquanto Cristoff continuava na estante.

 -Quando diz ninguém, se refere... – Ketlyn começou a falar com as sobrancelhas arqueadas, mas Cristoff a interrompeu, nos fazendo olhá-lo.

 -A ninguém mesmo! Nem os Líderes do Mundo sabem. – falou ele com os olhos grudados em um livro de História Antiga.

 -O que?! – Jessie gritou, colocando as mãos na mesa de Zack.

 -Isso mesmo... Eles não sabem. – falou Zack calmo e olhando com indiferença para Jessie, que a fez recuar e se encolher, em sinal de respeito. O que mostrou o quanto ele era bom em persuadir.

 -Como assim? Eles são o Conselho. – falei, tentando parecer mais forte do que eu era naquele instante.

 -Sim, mas se souberem, vão querer te matar Melany. – após Cristoff falar tais palavras minha garganta fechou, fiquei um pouco sem ar, com calor e frio, com medo e aflita.

 -Por quê?! – Jessie foi mais rápida que eu com a pergunta.

 -Melany é uma bomba relógio. – falou Cristoff andando até nós com um livro nas mãos que parecia ser mais velho do que o que Zack não parava de folhear. – Achei! – falou ele mostrando o livro para Zack.

 Eles ficaram alguns instantes lendo aquele livro de couro gasto e nos olharam com um rosto duvidoso e estranho.

 -Melany, leia isso. – Zack esticou os braços com o livro nas mãos.

 O peguei com as duas mãos, pois era pesadíssimo.

 Olhei para a página enorme e amarelada do livro velho e choquei-me ao ler o que estava escrito.

 “ Ano: 1579.

   Nome: Felícia Black

   Idade: 18 anos completos.

   Motivo: Foi julgada pelo Conselho Supremo e condenada a morte por degolação por ser a mais forte e poderosa de todas as raças, ao se voltar contra seu povo e ir a favor das trevas.

   Poderes: Felícia Black é a mais forte e mais poderosa de todas as raças.

 Olhei para Jessie, Ketlyn, Zack e Cristoff, horrorizada com o que fizeram com Felícia, mas ainda não entendendo o que aquilo tinha haver comigo.

 -Felícia Black era sua tatatatatatatara avó. – falou Zack por fim, me deixando mais horrorizada ainda.

 Queria dizer que eu era herdeira dela. Herdeira de seus poderes e talvez, herdeira de seu triste fim.  


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!