The Key escrita por Ronnie


Capítulo 15
Capítulo 15


Notas iniciais do capítulo

Esse tá pequeno, vou colocar mais um hoje =)



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 -Prazer em conhecê-lo. – dei um breve sorriso e voltei os olhos para Cristoff, que não parecia nem um pouco interessado em me explicar que palhaçada era aquela.

 -Bem... – ouvia a voz suave e potente de Ketlyn. – Estamos aqui para te ajudar Melany. – falou ela com um sorriso, mostrando seus dentes pequenos e brancos.

 Rebobinando a fita... Lembrei-me que da última vez que eu escutara aquilo, duas das pessoas com quem mais me simpatizei tentaram me matar, então ninguém, absolutamente ninguém, era confiável ao ponto de ser meu amigo novamente. Nem Cristoff.

 -E como pretendem me ajudar? – minha voz saiu parecidíssima de mulheres da máfia.

 Aquilo para mim não seria mais um favor, ou pessoas boazinhas que estavam dispostas a ajudar uma menina inocente. Seria um negócio.

 Jessie sorriu, mostrando que usava aparelhos transparentes nos dentes.

 -Ela saca as coisas rápido... – disse ela, tomando um gole de algo que estava em sua taça de alumínio. O que eu não aconselharia, afinal, o líquido poderia ficar com um gosto... Metalizado.

 -Tenho dezoito anos, mas muitas coisas já aconteceram comigo. – falei, em um tom sério, encarando cada um deles que pareciam saber exatamente do que eu estava falando.

 -Sabemos. – falaram em coro.

 -Enfim! – falou Ketlyn. – Você tem algo que queremos e nós temos algo que você quer. Então, façamos uma troca. – sorriu ela, maliciosamente, se ajeitando no sofá.

 -Não imagino nada que tenham que eu possa querer. – tentei manter a postura, mas eles eram extremamente educados, delicados e firmes no que diziam.

 -Não imagina, porque ainda não sabe que temos. – sorriu Zack para mim. Seu sorriso era encantador, mas seus olhos eram matreiros e maliciosos.

 -E o que vocês têm? – falei, olhando para Cristoff, que parecia se divertir com a situação.

 -Experiência. – falou Jessie, como se fosse a coisa mais importante do mundo.

 Soltei uma leve risada. Eu me sentia fazendo negócios importantes com salafrários.  

 -Não ria Black Soul, nossa experiência vale pela experiência de um exército da... – Jessie parecia confusa, parecia tentar achar uma palavra em meio a um dicionário sem indicações. – Ah! – disse ela levantando o dedo indicador. – União Soviética em plena segunda guerra mundial. – riu ela satisfeita ao terminar a frase.

 -Ok! – falei, desinteressada. – E isso me ajudaria em que, exatamente? – me encostei no estofado macio e dei um leve sorriso.

 -Charlie tem uma estratégia e nós sabemos qual é. Assim, nós podemos encurralá-lo, mas para isso precisamos de experiência, o que também temos. – falou Zack, nos olhando.

 -Então, para que precisam de mim? – fiz uma pausa. – Sabem que se ele vier aqui ele vai acabar com Alídea, então... Para que precisam de mim se podem derrotá-lo sozinhos? – cruzei os braços e eles não pareceram nem um pouco intimidados com meu olhar.

 Eles se entreolharam, e eu aguardei a resposta que veio depois que um século.

 Zack se curvou para frente, como se fosse contar um segredo a mim.

 -Porque você é a mais poderosa dos Nirhaquianos e estamos reunindo os mais fortes de cada espécie. – riu ele.

 -Assim, você se vinga e nós o matamos. – sorriu Cristoff, falando pela primeira vez naquela conversa “amigável”.

 -Bem... – pensei um pouco e aquele acordo seria bom, realmente bom. Assim eu me vingaria e ainda o expulsaria de Alídea e de todas as dimensões possíveis. – Gostei da idéia. – disse com um sorriso. – Mas, onde estão os mais fortes das outras raças? – falei, olhando para os lados.

 -Eu sou a mais forte das Bruxas. – falou Jessie com um sorriso de superioridade.

 -Eu sou a mais forte das Lumos. – sorriu Ketlyn.

 -Lumos? – perguntei para Cristoff, mas Ketlyn foi quem me respondeu.

 -Lobisomens. – sorriu ela, tomando um pequeno gole do líquido da taça. – Na sua dimensão somos chamados de Lobisomens.

 -Ah! – sorri. – Mas, Charlie é tão forte assim que precisamos que cada “líder” – fiz aspas com os dedos. – de cada raça?

 -Achou que ele estava sozinho? – gargalhou Ketlyn, depois colocou sua taça em uma mesinha de vidro que eu não havia notado. – Ele está recrutando outros “lideres” também Melany. Só que não de Alídea.

 Eu me senti uma completa estúpida, então me encolhi no sofá.

 -Enfim! – falou Jessie, rindo da risada histérica de Ketlyn. – Se junta a nós?

 Olhei pensativa para cada um deles.

 Seus rostos estavam sem expressão, mas dava para ver no fundo de seus olhos que pediam que eu entrasse.

 -Tudo bem... – falei.

 -Perfeito! – falou Jessie.

 Todos eles estamparam um sorriso grandioso. Como se tivessem vencido uma competição.

 -Bem... Agora precisamos falar com os outros e fazer o pacto. – falou Zack ao se levantar e todos o seguiram, se levantando. Então, me levantei.

 -Pacto? – sussurrei, mas Ketlyn ouviu.

 -Sim. Pacto de sangue e alma. – falou ela, enquanto andávamos pela casa, em direção a uma enorme e pesada porta de madeira velha e gasta.

 Passamos por um corredor do estilo do andar acima de nós. Zack abriu a grande porta e passou pelo jardim, com a grama bem cortada, com chafariz, árvores e flores de todas as cores em arbustos.

 -Vamos nos encontrar esta noite. – falou Jessie, se aproximando de mim. – Agora vamos te ensinar a lutar que nós, afinal, sempre fomos treinados e temos um mês para te por igual a nós. – disse ela, sorrindo e mostrando seus dentes metálicos, que agora eu conseguia ver claramente.

 -Um mês?! – quase gritei, e todos olharam para mim, assustados e um pouco impacientes. – Desculpa. – só naquele momento que eu tinha percebido que eles eram totalmente educados e nunca gritavam. Nunca! Eu teria que me acostumar com aquilo.

 Eles retornaram o olhar para frente e continuamos andando em direção a parte de trás da mansão.

 -Sim. Pelo que sabemos, ele virá em um mês. – Jessie me lembrava Lara e Ketlyn me lembrava Catherine.

 -Como sabem? – falei, contornando a casa e vendo outra construção enorme, mas parecia mais um depósito do que outra casa.

 -Temos um de nós infiltrado no clã de Charlie. – falou ela, apressando o passo. Estávamos bem atrás dos outros.

 -É perigoso! – falei, olhando a construção de aproximar mais e mais.

 Zack, Cristoff e Ketlyn estavam abrindo as portas de alumínio, entrando no local e deixando uma brecha para eu e Jessie passarmos.

 -Ele está defendendo Alídea. – riu ela, correndo para a construção, então corri para acompanhá-la.  


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