Acordei com mais dificuldade que ontem, chorei quase a noite inteira por causa daquela pessoa que dizia ser minha amiga, que dizia que estaria sempre do meu lado mas me deixou na primeira escorregada que dei, Beatriz. Tive que me levantar sozinha. Pergunto-me até hoje como consegui achar forças, talvez as drogas minizaram um pouco essa dor ou meu pai que apesar de estar sofrendo sempre esteve comigo.

Precisava fazer aquilo. Sem pensar duas vezes peguei uma lâmina e fiz um corte no meu pulso e outros dois na minha coxa, sentir a lâmina cortando e ver aquele sangue escorrendo me deu um alívio que estava necessitando a muito tempo.

Depois do sangue cessar me vesti, o clima estava como ontem então optei por uma roupa leve só que com um casaquinho, é, vocês já sabem o porquê. Arrumei minhas roupas no meu guarda-roupa e fui tomar café.

– Oi, bom dia. - Disse Debby já preparada pra escola. É, vou andar sozinha por essa cidade desconhecida. - Por que você tá de casaco? - Ela perguntou. Gelei

– Oi, hm é, eu to com um pouco de frio. - Respondi tentando parecer natural.

– Ah - ela disse

– Bom dia Alice e Debby - Disse Russel e Tish.

– Bom dia - respondemos juntas.

– Cadê Ryan? - Perguntei

– Dormiu na casa de um amiguinho - Russel respondeu.

– Hm, entendi. - sorri

Tomamos café em silêncio. Debby foi pra escola e Russel e Tish foram trabalhar. Só ficou eu naquela casa solitária. Resolvi ligar para o meu pai, ele devia estar pirando.

– Alô - Disse

– Filha? Oi! Por que não me ligou ontem? Fiquei preocupado! Me conta, como está ai?

– Calma, ahah desculpa pai ontem não deu para te ligar. Está tudo ótimo, já conheci vários lugares.

– Filha, preciso contar uma coisa..

– Fala

– Ontem, um menino chamado Rômulo veio aqui pedir dinheiro com a desculpa que você o estava devendo. É verdade filha?

Rômulo? Não acredito que ele foi na minha casa pedir dinheiro. Sim, eu estou devendo mas é pouco ele não podia esperar? Que vergonha.

– Sim, é verdade. Me desculpa pai, de verdade. - Respondi

– Hm, eu mesmo não sabendo se era verdade o paguei.

– Desculpa pai, não precisava. Não dê mais um centavo pra ele, ok?

– Ok, filha, mas que isso não se repita.

– Me desculpa pai, preciso desligar.

– Tchau Alice, não demore a dar notícias por favor.

– Tchau.

Que raiva! Trinta reais e aquele cafajeste foi á minha casa falar com o meu pai, imagine como meu pai ficou. Ele não demostrou mas tenho certeza que está muito bravo comigo. Depois de muito tempo pensando e tentando tirar a culpa das costas decidi andar na região.

Lembrei que vi Harry ontem e rapidamente sorri, como queria ver o restante dos meninos. Será que ele gostou da casa que viu? Espero que sim! Imagine ter Harry Styles como vizinho.

Enquanto estava em outro mundo esbarrei em alguém.

– Oh, me desculpe - disse em português sem querer.

– Não foi nada - me surpreendi, a menina respondeu em português - Olha, Luke uma brasileira. - Ela me apontou para um menino loiro e mais baixo que eu.

– É - sorri

– Qual é o seu nome? - Luke perguntou.

– Alice, e o de vocês? - respondi sorrindo mas sem me abrir muito.

– Luke e o dela Carla - Luke respondeu, ele era bem bonito e ela então? Linda.

– Prazer, mas preciso ir. - Me despedi e fui embora

Quando ouço alguém me chamando

– Ei, você não quer ir á uma festa hoje a noite? A minha casa é aquela lá - Carla perguntou e apontou pra uma casa no fim da rua.

– Pode ser, posso chamar minha amiga? - sorri

– Claro - Luke piscou.

– Ok, tchau. - falei e continuei andando

Enquanto andava pelas redondezas fui observando o lugar onde seria minha casa durante um ano, quem sabe mais? Depois de ficar uns trinta minutos andando voltei pra casa. Faltava pouco para Debby chegar então resolvi ver TV.

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– Oi - disse Debby

– Ei, fui convidada para uma festa. Vamos? - Já fui logo falando. Sempre amei festas.

– De quem? - ela franziu a testa.

– Luke e Carla. Conhece? Eles são brasileiros.

– Eles? Tá louca? - ela quase gritou

– Ué, por quê? - perguntei

– Dizem que eles são problema.

– Vamos, por favor - fiz biquinho

– Ok, nós vamos. Mas vamos voltar cedo.

– Eba!! - pulei nela.

O que poderia acontecer? Aqui não é como o Brasil, não deve rolar as coisas que rolam lá. Preciso me enturmar com pessoas que me façam ficar melhor.