Meia Hora escrita por Biatriz Evans


Capítulo 1
Capítulo único




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Amarrei o cordão da capa, finalizando o uniforme diário que somos obrigados a usar. Peguei minha pilha de livros que está sempre em meus braços, enfiei de qualquer maneira a mochila e desci para tomar café. Na metade do caminho percebi que estava atrasada. Droga. Odeio ficar sem tomar café. Corri em direção a sala de transfiguração. McGonagall pode ser minha amiga, mas como professora é muito rígida. Cheguei com pouquíssimos minutos de folga, andei com pressa para o fundo da sala - o que não foi uma grande ideia já que minha coordenação motora não é das melhores e isso causou alguns passos trôpegos meus e risadinhas de mal gosto das patricinhas idiotas. Não sei o que se passa na mente dessas meninas, riquinhas, mimadas e nojentas. Se eu não usar quilos de maquiagens no rosto, gostar de ler, e prefirir a minha cama com um bom livro, ou uma conversa com minhas duas melhores amigas à uma dessas festas badaladas, significa que não posso ser alguém? Não que eu me importe, prefiro assim, eu na minha e elas na dela. Mas a hipocrisia daquelas garotas é demais! Fazem sexo com qualquer um por aí para dizer que são maduras, mas não conseguem se virar uma hora sem varinha! McGonagall uma vez me disse que toda essa picuinha por parte delas era inveja, pois, segundo ela, possuo lindos cabelos ruivos e olhos verdes penetrantes, que dão inveja aos cabelos cheios de feitiços delas. Com este comentário ela consegui me fazer rir, quando me encontrou chorando no terceiro dia de aula, eu tinha uns onze anos. Já fazem 6 anos e eu meio que aprendia a lidar com isso. Sentei-me ao lado de Dorcas e Marlene, no meu lugar habitual, enquanto as mesmas lançavam olhares de nojo às patricinhas. Elas são as melhores amigas que alguém pode ter, foi muita sorte minha conhecê-las. Terminei a atividade que a professora passou e fui dar uma volta enquanto as meninas não acabavam, teríamos o resto do dia de folga. Estava virando o corredor quando o avistei. Ele vinha com toda aquela pompa de sempre, cabelos bagunçados, o pomo nas mãos e aquele sorriso idiota no rosto. Incrívelmente estava sozinho, sem os marotos, sem qualquer loira aguada e maquiada pendurada a ele. Pareceu notar minha presença.

- Ei ruivinha! - perguntou bagunçando ainda mais os cabelos.

- É Evans para você, Potter. - respondi sem tirar os olhos do pergaminho que segurava. Só aí percebi que tinha parado ao me aproximar dele, recomecei a andar e ele me seguiu.

- Calma aí, Lily! Eu venho em paz... - Levantei os olhos para encará-lo

- Paz, Potter? Paz é a única coisa que você não me dá. - segurei o fôlego enquanto encarava seus olhos castanho-avermelhados, o que posso dizer, ele é irritante mais é realmente bonito!

- Então vim lhe oferecer meia hora de paz – guardou o pomo no bolso e estedeu a mão pra mim – Enquanto os outros não acabam a atividade, vamos passear nos jardins. Ah, vamos lírio!- acrescentou ao ver a careta de Lily

- Evans, Potter. E o que eu ganho com isso?

- Se você não gostar eu juro que te deixo a semana toda em paz.

- A semana? -perguntei, aqueando a sombrancelha.

- Aham, toooodinha – cantarolou.

- Sei não, vai contra os meus princípios...

- Ah, qual é Lily, o que você tem a perder? - Essa mania dele de mexer nos cabelos está me enlouquecendo!

- Meu tempo? - Ele riu.

- Vamos lá, eu prometo que você não vai se arrepender!

- Ok, mas sem gracinhas Potter! - Ele jogou as mãos para o alto, não pude deixar de rir. Seguimos em direção aos jardins.

Não vou negar que atrás de toda essa prepotência, o Potter é uma pessoa legal. A conversa entre nós fluia naturalmente, falávamos desde trabalhos, à vôo de vassoura (o qual ele me prometeu ensinar a voar) eu ria das suas imitações dos professores e das patricinhas. Ficamos conversando por muito mais que meia-hora. Ao ponto que decidimos voltar ao castelo já estava escurecendo, e eu me diverti como nunca antes.

-Então, como me saí? - perguntou quando caminhávamos em direção ao quadro da mulher gorda.

- Nada mal, Potter...

- Por favor, me chame de James, Potter é tão formal... Somos amigos agora! - sorri.

- Certo, James, você me surprieendeu. - frisei bem a palara James, o que o fez sorrir – Mas vou cobrar minhas aulas de vôo!

- Mas é claro, Lily! Por você eu faço qualquer coisa... - sorri corada.

- Então, até amanhã P... James – falei subindo a escada do dormitório das meninas.

- Ei, eu não ganho um beijinho de boa noite? -fez biquinho, eu ri, voltei e depositei um beijo rápido em sua bochecha sob o olhar venenoso e surpreso de algumas pessoas presentes no salão comunal. Subi de volta a escada quase correndo, usando de todas as minhas forças para não tropeçar, antes de bater a porta ouvi um “Boa noite, Lily” e pela primeira vez, não me incomodei.   




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Notas finais do capítulo

Tá uma grande merda mas eu tentei. Quem sabe eu melhoro um dia.